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Santa Maria, RS, Brazil

A saudade passando aqui

Saudade do tempo que a internet era discada e a gente não reclamava, porque não existia uma mais rápida. Saudade do tempo que a gente lavava o rosto numa bacia. Que lia e jantava a luz de velas porque a energia elétrica não chegava a todos os lugares. Que o piso de mármore era chão batido.

Saudade do tempo que as pessoas tinham palavra, não havia necessidade de assinar em cartório para ter validade. Saudade do tempo que a geração era revolucionária tinha as caras pintadas e gritava diretas já!

Saudade do tempo que o transporte era trem passageiro e demorava uma semana para chegar à capital. Que as buzinas dos carros e motos eram o apito do trem. Que o e-mail era carta postal por correio. Que as quatro rodas de um carro eram quatro patas de um cavalo. E que o cinto de segurança era o estribo. Que as festas eram diversão e comemoração e não competição de quem bebe mais.

Saudade do tempo que os carros passando nas ruas das cidades grandes eram cavaleiros, homens nobres em alguma missão. Que as sinaleiras eram as luzes das casas que os viajantes paravam para descansar. Que o concreto era campo e tinha cheiro da flor de tuna e camoatim de mel campeiro.

Saudade do tempo que o respeito, a boa educação e um sorriso sincero valiam mais que uma boa imagem nas redes sociais. Que a conversa era ao vivo, cara-a-cara e não cara-a-tela.

Tudo mudou, e então eu pergunto: o que mudou para melhor? Com certeza muita coisa. E para pior? Também muita coisa. Então eu penso que é tempo. Tempo de mudar, de refletir, de tomar atitude. Tempo de conversar, de resolvermos os problemas, um a um. De persistir sempre e desistir jamais. De conversar cara a cara. De não buzinar, mas ter mais paciência ou praticar mais a paciência.

É tempo… Tempo de fazer muita coisa… Tempo de realizar sonhos, de sorrir mais e ser realmente feliz. De estender a mão ao próximo e de estar junto em todos os momentos com aqueles que valem a pena estar. Tempo de ajustar as lajotas da vida, de montar os quebra-cabeças dos trilhos do nosso caminho. Porque se não vamos ficar com…

Saudade do tempo que se foi… passou… e não volta para dizer que naquele tempo as coisas eram assim… e também para dizer… que tem saudade do tempo que não volta mais.

Por Patrese Lehnhart Rabenschlag

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2 respostas

  1. Muito bem, Patrese. É preciso começar, mostrar os textos, fazer as ideias circularem para andar sempre.
    Gostei do que li.
    Parabéns!

  2. Voltando ao meu colega de mestrado (que depois disse que não era machista coisa nenhuma), ele é o exemplo de como muitos homens não percebem que, sim, eles são machistas. Nem sempre acho que é má fé do cara. Ele só reproduz aquilo que aprendeu como verdade a vida inteira e fica sem saber como agir. A educação brasileira é machista. Quantas de nós, ainda meninas, não fomos chamadas para ajudar nossas mães na cozinha, enquanto nossos irmãos mal aprenderam a lavar uma louça? Então, rapazes, até dou a vocês um refresco. Mas não os desculpo. Porque informação tem. E ninguém precisa ser tão esperto assim pra saber que pressionar, controlar, humilhar, agir com superioridade e violência (inclusive verbalmente) é errado. É machista.

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Saudade do tempo que a internet era discada e a gente não reclamava, porque não existia uma mais rápida. Saudade do tempo que a gente lavava o rosto numa bacia. Que lia e jantava a luz de velas porque a energia elétrica não chegava a todos os lugares. Que o piso de mármore era chão batido.

Saudade do tempo que as pessoas tinham palavra, não havia necessidade de assinar em cartório para ter validade. Saudade do tempo que a geração era revolucionária tinha as caras pintadas e gritava diretas já!

Saudade do tempo que o transporte era trem passageiro e demorava uma semana para chegar à capital. Que as buzinas dos carros e motos eram o apito do trem. Que o e-mail era carta postal por correio. Que as quatro rodas de um carro eram quatro patas de um cavalo. E que o cinto de segurança era o estribo. Que as festas eram diversão e comemoração e não competição de quem bebe mais.

Saudade do tempo que os carros passando nas ruas das cidades grandes eram cavaleiros, homens nobres em alguma missão. Que as sinaleiras eram as luzes das casas que os viajantes paravam para descansar. Que o concreto era campo e tinha cheiro da flor de tuna e camoatim de mel campeiro.

Saudade do tempo que o respeito, a boa educação e um sorriso sincero valiam mais que uma boa imagem nas redes sociais. Que a conversa era ao vivo, cara-a-cara e não cara-a-tela.

Tudo mudou, e então eu pergunto: o que mudou para melhor? Com certeza muita coisa. E para pior? Também muita coisa. Então eu penso que é tempo. Tempo de mudar, de refletir, de tomar atitude. Tempo de conversar, de resolvermos os problemas, um a um. De persistir sempre e desistir jamais. De conversar cara a cara. De não buzinar, mas ter mais paciência ou praticar mais a paciência.

É tempo… Tempo de fazer muita coisa… Tempo de realizar sonhos, de sorrir mais e ser realmente feliz. De estender a mão ao próximo e de estar junto em todos os momentos com aqueles que valem a pena estar. Tempo de ajustar as lajotas da vida, de montar os quebra-cabeças dos trilhos do nosso caminho. Porque se não vamos ficar com…

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Por Patrese Lehnhart Rabenschlag