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E se Orwell visse o século XXI?

Em 1948, quando o jornalista e escritor britânico George Orwell concluiu o famoso romance 1984, ele mostrou para o mundo um futuro desconfortável e claustrofóbico.
Hoje o livro 1984 é um clássico da literatura mundial. Os conceitos abordados nesse distópico romance serviram até mesmo para batizarem um certo reality show, fato esse que deve estar fazendo Orwell dar piruetas em seu túmulo.
No livro, o escritor mostra como uma sociedade oligárquica coletivista é capaz de reprimir qualquer um que se rebelar contra ela. Para isso, o governo, ou o Grande Irmão, mantém a população completamente desinformada. Ninguém sabe exatamente em que ano estão, quem venceu e quem perde as guerras. É tanta desinformação que a mentira se torna a única verdade.
Hoje, já no século XXI, o advento da internet aumentou o ciclo de informação. Ao contrário do que Orwell afirmou em seu livro, o futuro está abarrotado de informação e cada ser humano é uma ilha cercada de notícias por todos os lados. Hoje recebemos e produzimos notícias, muitas vezes sabendo de tudo sem saber bem o porquê.
Mas, e se fosse possível construir uma máquina do tempo, dessas que o H.G. Wells imaginou em seu livro e com ela buscássemos George Orwell para visitar o nosso futuro pós-1984? O que será que esse escritor diria?
O autor, que também escreveu o clássico A Revolução dos Bichos, poderia ficar estupefato diante do excesso de informação, mas também poderia comprovar definitivamente que qualidade não é quantidade. Há informação onipresente no facebook, nos portais da internet, nos ínfimos 140 caracteres do twitter, no rádio, na TV, nas revistas e nos jornais, tudo é mastigado em poucas palavras para o público evitar o trabalho hercúleo que é pensar.
O escritor iria perceber que o futuro é governado pela ditadura da efemeridade e que a maioria dos indivíduos são um pouco o Winston Smith, o personagem que no romance é um simplório funcionário que se limita a cumprir a sua fatídica função sem questionamentos, sem saber porque, por quem e para quem. Talvez Orwell iria afirmar até que essa sociedade de controle é muito diferente da imaginada por ele, por outro lado, é muito próxima de um admirável mundo novo concebido por outro escritor. Mas aí, nesse caso, já é outra história.

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Uma resposta

  1. Lançado em 1949, o livro “1984”, do escritor inglês George Orwell, é considerado até hoje uma das grandes obras premonitórias da literatura. Muito do que foi escrito na obra de ficção científica futuramente se tornou realidade de forma assustadora. O termo “Big Brother”, por exemplo, que hoje é associado a um reality show, nasceu nas páginas do livro de Orwell.

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Hoje o livro 1984 é um clássico da literatura mundial. Os conceitos abordados nesse distópico romance serviram até mesmo para batizarem um certo reality show, fato esse que deve estar fazendo Orwell dar piruetas em seu túmulo.
No livro, o escritor mostra como uma sociedade oligárquica coletivista é capaz de reprimir qualquer um que se rebelar contra ela. Para isso, o governo, ou o Grande Irmão, mantém a população completamente desinformada. Ninguém sabe exatamente em que ano estão, quem venceu e quem perde as guerras. É tanta desinformação que a mentira se torna a única verdade.
Hoje, já no século XXI, o advento da internet aumentou o ciclo de informação. Ao contrário do que Orwell afirmou em seu livro, o futuro está abarrotado de informação e cada ser humano é uma ilha cercada de notícias por todos os lados. Hoje recebemos e produzimos notícias, muitas vezes sabendo de tudo sem saber bem o porquê.
Mas, e se fosse possível construir uma máquina do tempo, dessas que o H.G. Wells imaginou em seu livro e com ela buscássemos George Orwell para visitar o nosso futuro pós-1984? O que será que esse escritor diria?
O autor, que também escreveu o clássico A Revolução dos Bichos, poderia ficar estupefato diante do excesso de informação, mas também poderia comprovar definitivamente que qualidade não é quantidade. Há informação onipresente no facebook, nos portais da internet, nos ínfimos 140 caracteres do twitter, no rádio, na TV, nas revistas e nos jornais, tudo é mastigado em poucas palavras para o público evitar o trabalho hercúleo que é pensar.
O escritor iria perceber que o futuro é governado pela ditadura da efemeridade e que a maioria dos indivíduos são um pouco o Winston Smith, o personagem que no romance é um simplório funcionário que se limita a cumprir a sua fatídica função sem questionamentos, sem saber porque, por quem e para quem. Talvez Orwell iria afirmar até que essa sociedade de controle é muito diferente da imaginada por ele, por outro lado, é muito próxima de um admirável mundo novo concebido por outro escritor. Mas aí, nesse caso, já é outra história.