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Santa Maria, RS, Brazil

A brincadeira deve recomeçar com a troca de brinquedos

Baús lotados de brinquedos e lares temporariamente decorados por crianças são uma realidade. Esse cenário levanta uma questão importante, tratada na primeira parte da reportagem: será que não tem apelos ao consumo demais velados nessa decoração figurada por “Peppa Pig”, “Barbie”, “Galinha Pintadinha” ou qualquer outro personagem de desenho animado que “ganha vida” através dos brinquedos?

É provável que a resposta à essa pergunta seja sim e é mais provável ainda que alguns desses objetos façam parte da decoração da casa por mais tempo que deveriam. Isso quer dizer que ninguém brinca com eles há algum tempo.

A cultura do consumismo aliada à publicidade infantil abusiva e ilegal acabou com a magia da surpresa e da expectativa de ter em mãos aquele tão sonhado brinquedo, aquele boneco que vai substituir o outro que de tanto participar de brincadeiras está há meses sem braço e a pintura do rosto não existe mais. Agora é mais fácil: “pai-me-dá”, “mãe-me-dá” e pronto. É comum ver brinquedo ainda com cheiro de novo atirados em um canto.

Foto: Arquivo Pessoal
Ian Benjamim brincando no pátio da escola. Foto: Arquivo Pessoal

Acúmulos de objetos também  é uma forma de poluição. Pensando no impacto ambiental que o descarte de tantos brinquedos “velhos” causa e causaria à natureza, e com o objetivo em abrir um leque de possibilidades para as crianças irem além dos objetos eletrônicos, o Instituto Alana criou a Feira de Troca de Brinquedos. As feiras “são uma maneira engajada e divertida de repensar a forma como consumimos, envolvendo adultos e crianças na prática desta reflexão”,  de acordo com informações disponíveis no site.

 

Todo mundo pode organizar a Feira da Troca de Brinquedos

Desde 2012 foram mais de 50 feiras pelo Brasil afora. Em 2013, com a criação do site, passou a ser possível acompanhar os relatos das feiras passadas, descobrir a melhor forma de organizar uma feira e, adicionar cada evento no banco de dados do site.

A “feirinha” é totalmente autônoma e não é preciso estar vinculado a nenhuma organização ou instituição. O site disponibiliza, além do material para divulgação padronizado (voltado especialmente ao Dia da Criança), um guia padrão para a realização da feira.

Os brinquedos a serem trocados devem estar em bom estado de conservação e não devem ser feitas comparações de valor na troca. É importante que os pais se desapeguem disso na troca, uma vez que as escolhas são feitas pelos pequenos.

Para fugir da violação constante ao direito da criança de ser criança, a ideia de trocar algo que se tem por algo que se gostaria de ter ganha um significado todo especial, uma vez que ensina algo que sequer deveria ser esquecido: a brincadeira não pode parar.

“Novas experiências se criam em um espaço coletivo onde o que mais tem valor não é quanto custou o brinquedo, mas o quanto de outros sentidos pode ter esse brinquedo quando outra criança recebe e coloca ali um novo mundo diferente do dono anterior”, afirma a psicóloga.  Não são apenas as crianças que entram em universo e aprendem algo novo com essa experiência.

A psicóloga também declara que não há nenhum aspecto negativo nessa iniciativa de praticar o desapego de forma saudável. “É interagindo com outras crianças que pode nascer brincadeiras riquíssimas e muito especiais que farão parte da sua história”, complementa Fabiane. Os pais podem conversar entre si, pautando possíveis dificuldades com o tema em seus respectivos lares e… Brincar. “É fundamental para a relação que pais e filhos brinquem juntos. Com isso, as crianças podem ensinar muito a seus pais em espaços como esses”, elucida Fabiane.

Primeira edição em Santa Maria será em 2015

Em janeiro de 2015, ainda sem data prevista, ocorrerá a primeira edição da Feira de Trocas de Brinquedos em Santa Maria. Quem se interessar e quiser saber mais sobre a ação na cidade ou ajudar, acesse a página da comunidade no Facebook ou envie um e-mail para feiradetrocadebrinquedos.sm@gmail.com

Por Bibiana Campos, para a disciplina de Jornalismo Online

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Baús lotados de brinquedos e lares temporariamente decorados por crianças são uma realidade. Esse cenário levanta uma questão importante, tratada na primeira parte da reportagem: será que não tem apelos ao consumo demais velados nessa decoração figurada por “Peppa Pig”, “Barbie”, “Galinha Pintadinha” ou qualquer outro personagem de desenho animado que “ganha vida” através dos brinquedos?

É provável que a resposta à essa pergunta seja sim e é mais provável ainda que alguns desses objetos façam parte da decoração da casa por mais tempo que deveriam. Isso quer dizer que ninguém brinca com eles há algum tempo.

A cultura do consumismo aliada à publicidade infantil abusiva e ilegal acabou com a magia da surpresa e da expectativa de ter em mãos aquele tão sonhado brinquedo, aquele boneco que vai substituir o outro que de tanto participar de brincadeiras está há meses sem braço e a pintura do rosto não existe mais. Agora é mais fácil: “pai-me-dá”, “mãe-me-dá” e pronto. É comum ver brinquedo ainda com cheiro de novo atirados em um canto.

Foto: Arquivo Pessoal
Ian Benjamim brincando no pátio da escola. Foto: Arquivo Pessoal

Acúmulos de objetos também  é uma forma de poluição. Pensando no impacto ambiental que o descarte de tantos brinquedos “velhos” causa e causaria à natureza, e com o objetivo em abrir um leque de possibilidades para as crianças irem além dos objetos eletrônicos, o Instituto Alana criou a Feira de Troca de Brinquedos. As feiras “são uma maneira engajada e divertida de repensar a forma como consumimos, envolvendo adultos e crianças na prática desta reflexão”,  de acordo com informações disponíveis no site.

 

Todo mundo pode organizar a Feira da Troca de Brinquedos

Desde 2012 foram mais de 50 feiras pelo Brasil afora. Em 2013, com a criação do site, passou a ser possível acompanhar os relatos das feiras passadas, descobrir a melhor forma de organizar uma feira e, adicionar cada evento no banco de dados do site.

A “feirinha” é totalmente autônoma e não é preciso estar vinculado a nenhuma organização ou instituição. O site disponibiliza, além do material para divulgação padronizado (voltado especialmente ao Dia da Criança), um guia padrão para a realização da feira.

Os brinquedos a serem trocados devem estar em bom estado de conservação e não devem ser feitas comparações de valor na troca. É importante que os pais se desapeguem disso na troca, uma vez que as escolhas são feitas pelos pequenos.

Para fugir da violação constante ao direito da criança de ser criança, a ideia de trocar algo que se tem por algo que se gostaria de ter ganha um significado todo especial, uma vez que ensina algo que sequer deveria ser esquecido: a brincadeira não pode parar.

“Novas experiências se criam em um espaço coletivo onde o que mais tem valor não é quanto custou o brinquedo, mas o quanto de outros sentidos pode ter esse brinquedo quando outra criança recebe e coloca ali um novo mundo diferente do dono anterior”, afirma a psicóloga.  Não são apenas as crianças que entram em universo e aprendem algo novo com essa experiência.

A psicóloga também declara que não há nenhum aspecto negativo nessa iniciativa de praticar o desapego de forma saudável. “É interagindo com outras crianças que pode nascer brincadeiras riquíssimas e muito especiais que farão parte da sua história”, complementa Fabiane. Os pais podem conversar entre si, pautando possíveis dificuldades com o tema em seus respectivos lares e… Brincar. “É fundamental para a relação que pais e filhos brinquem juntos. Com isso, as crianças podem ensinar muito a seus pais em espaços como esses”, elucida Fabiane.

Primeira edição em Santa Maria será em 2015

Em janeiro de 2015, ainda sem data prevista, ocorrerá a primeira edição da Feira de Trocas de Brinquedos em Santa Maria. Quem se interessar e quiser saber mais sobre a ação na cidade ou ajudar, acesse a página da comunidade no Facebook ou envie um e-mail para feiradetrocadebrinquedos.sm@gmail.com

Por Bibiana Campos, para a disciplina de Jornalismo Online