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Augusto Ruschi: referência em educação e gestão

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Crianças brincam durante intervalo no turno manhã. Foto: Roger Haeffner/ Laboratório de Fotografia e Memória

Com quase 30 anos de história, e atualmente uma referência no ensino e gestão, a Escola Estadual de Educação Básica Augusto Ruschi tem como marca a união entre professores, funcionários e alunos.

Em 1980 a instituição se fixou na Cohab como anexo da Escola Estadual Padre Caetano. No ano de 1982 as aulas foram transferidas para o Salão Comunitário da Santa Marta, e apenas em maio de 1986 foram entregues os prédios definitivos, onde os trabalhos eram realizados com os alunos da pré-escola à oitava série. Desde de 1990 o ensino médio faz parte da grade de ensino da escola.

Projetos

Além do ensino fundamental e médio, projetos como Escola Aberta estreitam a relação entre Augusto Ruschi e a comunidade. São oferecidas oficinas de informática, culinária, jogos, em que a parceria promove um comprometimento com a instituição, e pais e alunos cuidam da escola por se sentirem acolhidos e à vontade.

Há seis anos em atuação, a Escola Aberta gera oportunidades de experiências aos estudantes, principalmente, e aos moradores da Cohab durante os finais de semana. “A escola sempre recebe e abraça projetos bem estruturados. O importante é  que seja algo que venha para somar”, destaca a diretora Maria Antonieta Pistoia.

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Da esquerda para direita: Dir. Maria Antonieta, Coord. Pedag. Carine, Vice-diretora Grace. Foto: Roger Haeffner/ Laboratório de Fotografia e Memória

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) é trabalhado há cerca de quatro anos por alunos da Universidade Federal de Santa Maria(UFSM) e Centro Universitário Franciscano. Esses estudantes atuam nas áreas de Pedagogia, Filosofia, História e Educação Física. Parcerias também são firmadas com outros grupos, como o projeto Santa Maria em Dança, e com o Centro de Tradições Folclóricas (CTF) Os Nativos.

O Ensino para Jovens e Adultos (EJA) e Instituto Federal Farroupilha- desde 2010-, também estão entre as conquistas do Augusto Ruschi. O EJA que, inicialmente, abriu com duas turmas, hoje conta com cinco. A intenção da escola é expandir este trabalho para o fundamental também.   Conforme a coordenadora pedagógica Carine Pistoia, a escola percebeu a demanda por essa forma de ensino. “As condições de trabalho são diferentes, são outros métodos. O sistema de avaliação é distinto, e as aulas são cem por cento presenciais, e está dando muito certo”, declara.

De acordo com a coordenadora, o turno da noite apresentava um alto número de evasão, visto que muitos alunos trabalham durante o dia e estudam à noite. Outro fator é o frio, pois durante o inverno as faltas são mais frequentes. “Como eles começam em março, até o final do ano terão concluído dois módulos, então ficam motivados”, explica a vice-diretora do turno da tarde, Grace Mobs sobre a vantagem do EJA para os alunos. Uma curiosidade é que há famílias que estudam juntas na instituição. São pais que levam seus filhos para a escola durante o dia, e voltam à note para aprender também. “Temos bastante alunos mais velhos, pais de família e pais de alunos. Alguns começaram o EJA para trazer o filho para a escola”, aponta Maria Antonieta.

Projetos na área da comunicação também são desenvolvidos no Augusto Ruschi. A TV OVO realiza oficinas audiovisuais para os alunos. A rádio escola trabalha com o quinto ano do fundamental atividades como a hora do conto, músicas, e recados. “Qualquer aluno pode participar dessas oficinas. É tudo dos alunos, aqui é a extensão da nossa casa”, explica Maria Antonieta.

Referência, amor e motivação

“Todos nós temos um papel importante aqui.  É uma instituição de ensino, em que os docentes são importantes, mas somente eles não conseguiriam.  Somos como uma engrenagem”. Esta é a frase da Carine sobre como é o trabalho em equipe na escola Augusto Ruschi. Conforme a coordenadoria e os docentes, a organização e a boa administração são fatores que contribuem para a motivação do trabalho.

Um dos diferenciais da escola, segundo Grece Mobs é atender diferentes séries, programas e projetos – o que requer administrações diferentes-, sendo que as maiores escolas de santa Maria trabalham apenas com o ensino médio. “Eu moro na faixa de São Sepé. Pego dois ônibus, mas não penso em sair daqui”, comenta a vice-diretora, no que a Maria Antonieta completa, ”quem vêm, dificilmente quer sair. A procura por vagas é alta. Alunos de diversos bairros e cidades chegam até a escola Augusto Ruschi, que não consegue atender a demanda.

“As verbas não são grandes, mas se administrar bem, conseguimos distribuir”, relata Maria Antonieta. Segundo a diretora, as verbas recebidas não são suficientes por si só, mas em comparação a outras instituições, o trabalho exercido pela Augusto Ruschi é referência. Por dois anos (2009 e 2013) a escola ganhou o prêmio de Gestão Escolar. “Estou aqui desde 1986, e sempre se buscou conservar o que temos. Todo final de ano pintamos as salas”, afirma.

A cantina oferece merenda nos três turnos. Um cardápio é enviado pela 8º Coordenadoria Regional de Educação (8ºCRE), e além da verba recebida para merenda é preciso contar com outros recursos. “ Se um trabalhador sobrevive com salário mínimo, pagando água e luz, também temos que gerenciar o que recebemos”, declara Carine.

Atendimento Educacional Especializado (AEE)

Grace ainda destaca que a escola trabalha com sala de leitura além da biblioteca. A instituição também oferece laboratório de informática, ciências, sala de vídeo, artes e outra para Atendimento Educacional Especializado (AEE). ”Já trabalhei em outras escolas, e a sala de leitura é um espaço prazeroso para os alunos, que oferece livros literários, e isso ajuda muito”, aponta Grace.

A sala para AEE, é composta por jogos e materiais para trabalhar com todas as especificidades. Entre o primeiro ano do ensino fundamental e o primeiro do médio, há alunos com necessidades especiais que no turno inverso ao da aula realizam atividades na sala.

Conforme os relatos, a maior dificuldade foi encontrar um profissional que pudesse fazer esse atendimento, o que hoje já foi suprimido. Contudo, a carga horária necessária ainda não foi atingida, pois a educadora também atende a uma escola do município.

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Ginásio poliesportivo em construção. Foto: Roger Haeffner/ Laboratório de Fotografia e Memória

De acordo com Carine são dois horários semanais para cada aluno. Primeiramente, é feita uma avaliação e após é feito um encaminhamento para fonoaudiólogo, neurologista, psicólogo ou psiquiatra. Outro problema enfrentado é a resistência dos pais. “Em alguns casos não podemos fazer mais pelas crianças, porque a mãe se nega a enxergar” lastima Maria Antonieta.

Para o futuro da escola Augusto Ruschi são esperados uma brinquedoteca, a união entre biblioteca e sala de leitura, e o ginásio poliesportivo.

Conforme a diretora Maria Antonieta a construção do ginásio – que iniciou esse ano – parou porque foi encontrado um erro na realização do projeto. “O ginásio vai ser aberto para a comunidade, mas o acesso vai ser feito por dentro da escola”, afirma.

De acordo com a coordenadora Carine, a educação de qualidade e o bem estar são os propósitos da instituição. Sobre os novos projetos e expectativas para a escola, Carine finaliza: ”Coragem não nos falta. Temos muito a aprender, não temos medo do novo. Não medimos esforços para o que for somar”.

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Uma resposta

  1. Reportagem perfeita. Fico feliz em ler o texto e perceber que está de acordo com a entrevista. Parabéns Paola. Foi uma aluna adorável e minha felicidade é grande por ver como você está bem na faculdade que escolheste. Felicidades. Sucesso.

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Crianças brincam durante intervalo no turno manhã. Foto: Roger Haeffner/ Laboratório de Fotografia e Memória

Com quase 30 anos de história, e atualmente uma referência no ensino e gestão, a Escola Estadual de Educação Básica Augusto Ruschi tem como marca a união entre professores, funcionários e alunos.

Em 1980 a instituição se fixou na Cohab como anexo da Escola Estadual Padre Caetano. No ano de 1982 as aulas foram transferidas para o Salão Comunitário da Santa Marta, e apenas em maio de 1986 foram entregues os prédios definitivos, onde os trabalhos eram realizados com os alunos da pré-escola à oitava série. Desde de 1990 o ensino médio faz parte da grade de ensino da escola.

Projetos

Além do ensino fundamental e médio, projetos como Escola Aberta estreitam a relação entre Augusto Ruschi e a comunidade. São oferecidas oficinas de informática, culinária, jogos, em que a parceria promove um comprometimento com a instituição, e pais e alunos cuidam da escola por se sentirem acolhidos e à vontade.

Há seis anos em atuação, a Escola Aberta gera oportunidades de experiências aos estudantes, principalmente, e aos moradores da Cohab durante os finais de semana. “A escola sempre recebe e abraça projetos bem estruturados. O importante é  que seja algo que venha para somar”, destaca a diretora Maria Antonieta Pistoia.

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Da esquerda para direita: Dir. Maria Antonieta, Coord. Pedag. Carine, Vice-diretora Grace. Foto: Roger Haeffner/ Laboratório de Fotografia e Memória

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) é trabalhado há cerca de quatro anos por alunos da Universidade Federal de Santa Maria(UFSM) e Centro Universitário Franciscano. Esses estudantes atuam nas áreas de Pedagogia, Filosofia, História e Educação Física. Parcerias também são firmadas com outros grupos, como o projeto Santa Maria em Dança, e com o Centro de Tradições Folclóricas (CTF) Os Nativos.

O Ensino para Jovens e Adultos (EJA) e Instituto Federal Farroupilha- desde 2010-, também estão entre as conquistas do Augusto Ruschi. O EJA que, inicialmente, abriu com duas turmas, hoje conta com cinco. A intenção da escola é expandir este trabalho para o fundamental também.   Conforme a coordenadora pedagógica Carine Pistoia, a escola percebeu a demanda por essa forma de ensino. “As condições de trabalho são diferentes, são outros métodos. O sistema de avaliação é distinto, e as aulas são cem por cento presenciais, e está dando muito certo”, declara.

De acordo com a coordenadora, o turno da noite apresentava um alto número de evasão, visto que muitos alunos trabalham durante o dia e estudam à noite. Outro fator é o frio, pois durante o inverno as faltas são mais frequentes. “Como eles começam em março, até o final do ano terão concluído dois módulos, então ficam motivados”, explica a vice-diretora do turno da tarde, Grace Mobs sobre a vantagem do EJA para os alunos. Uma curiosidade é que há famílias que estudam juntas na instituição. São pais que levam seus filhos para a escola durante o dia, e voltam à note para aprender também. “Temos bastante alunos mais velhos, pais de família e pais de alunos. Alguns começaram o EJA para trazer o filho para a escola”, aponta Maria Antonieta.

Projetos na área da comunicação também são desenvolvidos no Augusto Ruschi. A TV OVO realiza oficinas audiovisuais para os alunos. A rádio escola trabalha com o quinto ano do fundamental atividades como a hora do conto, músicas, e recados. “Qualquer aluno pode participar dessas oficinas. É tudo dos alunos, aqui é a extensão da nossa casa”, explica Maria Antonieta.

Referência, amor e motivação

“Todos nós temos um papel importante aqui.  É uma instituição de ensino, em que os docentes são importantes, mas somente eles não conseguiriam.  Somos como uma engrenagem”. Esta é a frase da Carine sobre como é o trabalho em equipe na escola Augusto Ruschi. Conforme a coordenadoria e os docentes, a organização e a boa administração são fatores que contribuem para a motivação do trabalho.

Um dos diferenciais da escola, segundo Grece Mobs é atender diferentes séries, programas e projetos – o que requer administrações diferentes-, sendo que as maiores escolas de santa Maria trabalham apenas com o ensino médio. “Eu moro na faixa de São Sepé. Pego dois ônibus, mas não penso em sair daqui”, comenta a vice-diretora, no que a Maria Antonieta completa, ”quem vêm, dificilmente quer sair. A procura por vagas é alta. Alunos de diversos bairros e cidades chegam até a escola Augusto Ruschi, que não consegue atender a demanda.

“As verbas não são grandes, mas se administrar bem, conseguimos distribuir”, relata Maria Antonieta. Segundo a diretora, as verbas recebidas não são suficientes por si só, mas em comparação a outras instituições, o trabalho exercido pela Augusto Ruschi é referência. Por dois anos (2009 e 2013) a escola ganhou o prêmio de Gestão Escolar. “Estou aqui desde 1986, e sempre se buscou conservar o que temos. Todo final de ano pintamos as salas”, afirma.

A cantina oferece merenda nos três turnos. Um cardápio é enviado pela 8º Coordenadoria Regional de Educação (8ºCRE), e além da verba recebida para merenda é preciso contar com outros recursos. “ Se um trabalhador sobrevive com salário mínimo, pagando água e luz, também temos que gerenciar o que recebemos”, declara Carine.

Atendimento Educacional Especializado (AEE)

Grace ainda destaca que a escola trabalha com sala de leitura além da biblioteca. A instituição também oferece laboratório de informática, ciências, sala de vídeo, artes e outra para Atendimento Educacional Especializado (AEE). ”Já trabalhei em outras escolas, e a sala de leitura é um espaço prazeroso para os alunos, que oferece livros literários, e isso ajuda muito”, aponta Grace.

A sala para AEE, é composta por jogos e materiais para trabalhar com todas as especificidades. Entre o primeiro ano do ensino fundamental e o primeiro do médio, há alunos com necessidades especiais que no turno inverso ao da aula realizam atividades na sala.

Conforme os relatos, a maior dificuldade foi encontrar um profissional que pudesse fazer esse atendimento, o que hoje já foi suprimido. Contudo, a carga horária necessária ainda não foi atingida, pois a educadora também atende a uma escola do município.

DSC_1211
Ginásio poliesportivo em construção. Foto: Roger Haeffner/ Laboratório de Fotografia e Memória

De acordo com Carine são dois horários semanais para cada aluno. Primeiramente, é feita uma avaliação e após é feito um encaminhamento para fonoaudiólogo, neurologista, psicólogo ou psiquiatra. Outro problema enfrentado é a resistência dos pais. “Em alguns casos não podemos fazer mais pelas crianças, porque a mãe se nega a enxergar” lastima Maria Antonieta.

Para o futuro da escola Augusto Ruschi são esperados uma brinquedoteca, a união entre biblioteca e sala de leitura, e o ginásio poliesportivo.

Conforme a diretora Maria Antonieta a construção do ginásio – que iniciou esse ano – parou porque foi encontrado um erro na realização do projeto. “O ginásio vai ser aberto para a comunidade, mas o acesso vai ser feito por dentro da escola”, afirma.

De acordo com a coordenadora Carine, a educação de qualidade e o bem estar são os propósitos da instituição. Sobre os novos projetos e expectativas para a escola, Carine finaliza: ”Coragem não nos falta. Temos muito a aprender, não temos medo do novo. Não medimos esforços para o que for somar”.