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O jornalismo na era da internet foi tema de debate do Colóquio 100/20

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Da esquerda para a direita, Francisco Karam, Moisés Mendes e Marcelo Canellas (Foto: Roger Haeffner/ Lab. Fotografia e Memória)

O Theatro Treze de Maio foi palco para um bate-papo sobre o jornalismo na era da internet. O Colóquio 100/20, promovido pela TV OVO em parceria com o curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano e o Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), trouxe grandes nomes do jornalismo para Santa Maria nesta última quinta-feira, 12.
O primeiro debate, que iniciou às 16h, teve como tema “Novas plataformas, debate público e agendamento na era da internet”. Mediado pelo jornalista Marcelo Canellas, a mesa redonda contou com a participação do professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Francisco Karam, e Moisés Mendes, que trabalhou durante 27 anos no jornal Zero Hora.
Moisés Mendes destacou que é preciso fazer uma avaliação da imprensa na cobertura dos fatos do cenário político e econômico do Brasil no qual, segundo ele, há falhas. Apontou que os jornalistas precisam olhar para si e debater sobre seus posicionamentos e ações. Para ele, o mercado está se modificando, as mídias tradicionais estão ficando cada vez mais enxutas, mas a internet ainda precisa ser melhor explorada para haver uma diversidade de produção e conteúdo.
Para o professor Francisco Karam, as redes sociais são uma esperança, mas não modificaram por completo a forma de se fazer jornalismo. Durante sua fala, salientou que há uma ideologia presente na prática da imprensa compatível com interesses diversos à honestidade que deve marcar a prática do jornalismo. Confira a entrevista com o professor Karam realizada pelo Laproa. [youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=2NClCGTe4kQ”]
Já na mesa das 19h, o debate teve como temática “Novas plataformas, investigação e grande reportagem na era da internet” e contou com a repórter da Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo, Andrea Dip, com o repórter da Zero Hora, Humberto Trezzi, e com jornalista Mauri Köning, que atuou por anos como repórter da Gazeta do Povo de Curitiba e hoje escreve para a Folha de São Paulo. A mediação também ficou por conta de Canellas.

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Da esquerda para a direita, Humberto Trezzi, Mauri Köning, Andrea Dip e Marcelo Canellas (Foto: Roger Haeffner/ Lab. Fotografia e Memória)

“Vivemos uma crise de modelo, não uma crise no jornalismo”, afirma Andrea. Os jornalistas concordam com a ideia de que o produto físico está condenado, mas acreditam que a grande reportagem independe do meio para continuar. Para Köning, o texto continua sendo o mais importante no jornalismo e os novos elementos trazidos pelas tecnologias ajudam a agregar ainda mais veracidade à informação apurada. “As pessoas lêem textos grandes na internet”, completa Andrea.
O jornalismo independente também foi assunto da mesa. Andrea comentou que o jornalismo independente online está ganhando espaço e atenção das pessoas desde as manifestações de 2013. A jornalista apontou que é possível se manter financeiramente com ele, através de crownding founding e parcerias de financiamento.
Questionados pela platéia, os jornalistas comentaram sobre as reportagens que mais os envolveram durante a produção. “Quando a gente sai para a rua sabendo do que está falando e volta totalmente perdido a gente sabe que está no caminho certo”, afirmou a repórter da Pública quando perguntada sobre o que ela entendia por grande reportagem. Para ela, umas das reportagens mais marcantes foi sobre a vida dos brasileiros na cidade-prisão na Bolívia. Já Köning relembra a reportagem feita sobre exploração sexual e reunida no livro O Brasil Oculto. Trezzi contou sua experiência na cobertura da tragédia Kiss, além das matérias feitas no período da Primavera Árabe e a reportagem intitulada Depenados, em que flagrou e denunciou o furto de peças de veículos apreendidos em depósitos do Detran.  O Laproa conversou com o Köning. [youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=lYqSMczaYI0″]

As comemorações do aniversário da TV OVO e do centenário do casarão continuam na tarde do dia 14, a partir das 16h na sede da instituição (R. Floriano Peixoto, 267). Entre as atrações programadas estão as bandas Guantánamo Groove e Pegada Torta, além do cantor e compositor Pirisca Grecco. O evento é aberto ao público e gratuito.

Por Paola Saldanha e Victoria Debortoli

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Da esquerda para a direita, Francisco Karam, Moisés Mendes e Marcelo Canellas (Foto: Roger Haeffner/ Lab. Fotografia e Memória)

O Theatro Treze de Maio foi palco para um bate-papo sobre o jornalismo na era da internet. O Colóquio 100/20, promovido pela TV OVO em parceria com o curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano e o Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), trouxe grandes nomes do jornalismo para Santa Maria nesta última quinta-feira, 12.
O primeiro debate, que iniciou às 16h, teve como tema “Novas plataformas, debate público e agendamento na era da internet”. Mediado pelo jornalista Marcelo Canellas, a mesa redonda contou com a participação do professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Francisco Karam, e Moisés Mendes, que trabalhou durante 27 anos no jornal Zero Hora.
Moisés Mendes destacou que é preciso fazer uma avaliação da imprensa na cobertura dos fatos do cenário político e econômico do Brasil no qual, segundo ele, há falhas. Apontou que os jornalistas precisam olhar para si e debater sobre seus posicionamentos e ações. Para ele, o mercado está se modificando, as mídias tradicionais estão ficando cada vez mais enxutas, mas a internet ainda precisa ser melhor explorada para haver uma diversidade de produção e conteúdo.
Para o professor Francisco Karam, as redes sociais são uma esperança, mas não modificaram por completo a forma de se fazer jornalismo. Durante sua fala, salientou que há uma ideologia presente na prática da imprensa compatível com interesses diversos à honestidade que deve marcar a prática do jornalismo. Confira a entrevista com o professor Karam realizada pelo Laproa. [youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=2NClCGTe4kQ”]
Já na mesa das 19h, o debate teve como temática “Novas plataformas, investigação e grande reportagem na era da internet” e contou com a repórter da Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo, Andrea Dip, com o repórter da Zero Hora, Humberto Trezzi, e com jornalista Mauri Köning, que atuou por anos como repórter da Gazeta do Povo de Curitiba e hoje escreve para a Folha de São Paulo. A mediação também ficou por conta de Canellas.

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Da esquerda para a direita, Humberto Trezzi, Mauri Köning, Andrea Dip e Marcelo Canellas (Foto: Roger Haeffner/ Lab. Fotografia e Memória)

“Vivemos uma crise de modelo, não uma crise no jornalismo”, afirma Andrea. Os jornalistas concordam com a ideia de que o produto físico está condenado, mas acreditam que a grande reportagem independe do meio para continuar. Para Köning, o texto continua sendo o mais importante no jornalismo e os novos elementos trazidos pelas tecnologias ajudam a agregar ainda mais veracidade à informação apurada. “As pessoas lêem textos grandes na internet”, completa Andrea.
O jornalismo independente também foi assunto da mesa. Andrea comentou que o jornalismo independente online está ganhando espaço e atenção das pessoas desde as manifestações de 2013. A jornalista apontou que é possível se manter financeiramente com ele, através de crownding founding e parcerias de financiamento.
Questionados pela platéia, os jornalistas comentaram sobre as reportagens que mais os envolveram durante a produção. “Quando a gente sai para a rua sabendo do que está falando e volta totalmente perdido a gente sabe que está no caminho certo”, afirmou a repórter da Pública quando perguntada sobre o que ela entendia por grande reportagem. Para ela, umas das reportagens mais marcantes foi sobre a vida dos brasileiros na cidade-prisão na Bolívia. Já Köning relembra a reportagem feita sobre exploração sexual e reunida no livro O Brasil Oculto. Trezzi contou sua experiência na cobertura da tragédia Kiss, além das matérias feitas no período da Primavera Árabe e a reportagem intitulada Depenados, em que flagrou e denunciou o furto de peças de veículos apreendidos em depósitos do Detran.  O Laproa conversou com o Köning. [youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=lYqSMczaYI0″]

As comemorações do aniversário da TV OVO e do centenário do casarão continuam na tarde do dia 14, a partir das 16h na sede da instituição (R. Floriano Peixoto, 267). Entre as atrações programadas estão as bandas Guantánamo Groove e Pegada Torta, além do cantor e compositor Pirisca Grecco. O evento é aberto ao público e gratuito.

Por Paola Saldanha e Victoria Debortoli