Santa Maria, RS (ver mais >>)

Santa Maria, RS, Brazil

Secundaristas das escolas ocupadas encontram 8ª CRE fechada

Foto: Natália Venturini
Portão da 8ª CRE (Foto: Natália Venturini)

Na tarde dessa quinta-feira, 09, secundaristas das oito escolas ocupadas em Santa Maria caminharam em direção à 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) com o objetivo de entregar a contra-proposta da Carta-Compromisso, elaborada pela Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul. Contudo, encontraram a 8ª CRE fechada.

De acordo com os alunos organizadores, a manifestação contou com a presença de cerca de 50 secundaristas. A concentração, que ocorreu em frente a Escola Estadual Olavo Bilac, percorreu as ruas Coronel Niederauer, Duque de Caxias e Presidente Vargas. Por volta das 15h20min, os jovens fecharam a avenida Presidente Vargas em frente ao portão da 8ª CRE.

Cerca de 50 estudantes participaram da manifestação (Foto: Natália Venturini)

“Nós recebemos a proposta do atual governo, na última terça-feira, 07. A gente analisou a proposta, não considerou ela válida, porque faltavam algumas pautas, além disso ela era muito abstrata. Então, ontem, 08, reunimos todas as escolas ocupadas de Santa Maria na escola Maria Rocha e fizemos uma contra-proposta”, afirma o estudante do terceiro ano do Maria Rocha Leonardo Dutra, 18 anos.

Além dos secundaristas, o movimento contou com a presença de apoiadores, como Rafael Belmonte, 26 anos, formado em Música. “Nós estamos apoiando os alunos, fazendo a janta, ajudando na limpeza da escola. Não é nada mais justo apoiar”, completa.

A manifestação terminou por volta das 16h. Os jovens anexaram ao portão da 8ª CRE a contra-proposta. De acordo com alunos, o objetivo é voltar outro dia para entregar em mãos a resposta para a secretaria. Até lá, as escolas seguem ocupadas.

Íntegra da contra-proposta dos estudantes das escolas ocupadas:

Vimos, por meio deste documento, entregar a devida resposta para o atual governo a respeito da proposta da Secretaria de Educação, recebida terça-feira (07/06/2016). Entregamos à 8ª Coordenadoria Regional de Educação, atual representante da Secretaria de Educação na região central.

1- NÃO iremos desocupar nossas escolas. Não estamos totalmente de acordo com a proposta recebida, pois faltam algumas pautas que são reivindicadas por nós estudantes e também não temos nenhum tipo de garantia que as mesmas serão atendidas.

2- Não recebemos as devidas atenções da 8ª Coordenadoria, que, na região central, é a representante da Secretaria de e Educação.

3- Queremos um posicionamento público do governo estadual contrário ao projeto de lei 190/2015, que não é citado em momento algum na atual proposta.

4- Queremos a retirada de tramitação o projeto de lei 44/2016. O estado não pode fugir da sua responsabilidade com a educação pública. E a Pl44/2016 passa a responsabilidade do Estado para empresas privadas.  Isso contraria a constituição de 1988.

5- Nós, como alunos, queremos aulas e uma educação pública de qualidade, mas, para isso, precisamos de uma infraestrutura adequada, valorização de nossos educadores e maiores investimentos.

6- Queremos que o Estado trabalhe mais contra a sonegação de impostos e que, caso o Estado precise parcelar algum salário, que seja das categorias que recebem um valor mais alto, e que o governador não dê como exemplo o seu salário, pois, na sua última declaração de imposto de renda, prova que seu salário parcelado não faz diferença.

7- Queremos a abertura da CPI da merenda e a investigação da operação “alba branca”. Não consideramos 0,30 centavos um valor adequado para o lanche.

8- Acreditamos que a proposta enviada pelo governo não seja nada concreta. Na verdade, nem pode ser considerado um documento e não nos traz nenhuma garantia de que sejam cumpridas as pautas citadas. Além disso, faltam algumas que são reivindicadas por nós estudantes.

9- Não somos influenciados pelos professores, muito pelo contrário. Aprendemos a reivindicar nossos direitos com nossos educadores de tal forma que, se os professores voltarem da greve, não iremos desocupar as escolas sem que tenhamos uma garantia de que nossas pautas serão atendidas.

10- O Estado não tem direito de escolher onde nos manifestaremos. Estamos dentro do espaço público que é nosso por direito. Infelizmente os governantes esqueceram que trabalham para nós.

Ocupa Maria Rocha, Ocupa Cilon Rosa, Ocupa Olavo Bilac, Ocupa Maneco, Ocupa Augusto Ruschi, Ocupa Tancredo Neves, Ocupa Margarida Lopes e Ocupa Walter Jobin.

LEIA TAMBÉM

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Adicione o texto do seu título aqui

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.

Foto: Natália Venturini
Portão da 8ª CRE (Foto: Natália Venturini)

Na tarde dessa quinta-feira, 09, secundaristas das oito escolas ocupadas em Santa Maria caminharam em direção à 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) com o objetivo de entregar a contra-proposta da Carta-Compromisso, elaborada pela Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul. Contudo, encontraram a 8ª CRE fechada.

De acordo com os alunos organizadores, a manifestação contou com a presença de cerca de 50 secundaristas. A concentração, que ocorreu em frente a Escola Estadual Olavo Bilac, percorreu as ruas Coronel Niederauer, Duque de Caxias e Presidente Vargas. Por volta das 15h20min, os jovens fecharam a avenida Presidente Vargas em frente ao portão da 8ª CRE.

Cerca de 50 estudantes participaram da manifestação (Foto: Natália Venturini)

“Nós recebemos a proposta do atual governo, na última terça-feira, 07. A gente analisou a proposta, não considerou ela válida, porque faltavam algumas pautas, além disso ela era muito abstrata. Então, ontem, 08, reunimos todas as escolas ocupadas de Santa Maria na escola Maria Rocha e fizemos uma contra-proposta”, afirma o estudante do terceiro ano do Maria Rocha Leonardo Dutra, 18 anos.

Além dos secundaristas, o movimento contou com a presença de apoiadores, como Rafael Belmonte, 26 anos, formado em Música. “Nós estamos apoiando os alunos, fazendo a janta, ajudando na limpeza da escola. Não é nada mais justo apoiar”, completa.

A manifestação terminou por volta das 16h. Os jovens anexaram ao portão da 8ª CRE a contra-proposta. De acordo com alunos, o objetivo é voltar outro dia para entregar em mãos a resposta para a secretaria. Até lá, as escolas seguem ocupadas.

Íntegra da contra-proposta dos estudantes das escolas ocupadas:

Vimos, por meio deste documento, entregar a devida resposta para o atual governo a respeito da proposta da Secretaria de Educação, recebida terça-feira (07/06/2016). Entregamos à 8ª Coordenadoria Regional de Educação, atual representante da Secretaria de Educação na região central.

1- NÃO iremos desocupar nossas escolas. Não estamos totalmente de acordo com a proposta recebida, pois faltam algumas pautas que são reivindicadas por nós estudantes e também não temos nenhum tipo de garantia que as mesmas serão atendidas.

2- Não recebemos as devidas atenções da 8ª Coordenadoria, que, na região central, é a representante da Secretaria de e Educação.

3- Queremos um posicionamento público do governo estadual contrário ao projeto de lei 190/2015, que não é citado em momento algum na atual proposta.

4- Queremos a retirada de tramitação o projeto de lei 44/2016. O estado não pode fugir da sua responsabilidade com a educação pública. E a Pl44/2016 passa a responsabilidade do Estado para empresas privadas.  Isso contraria a constituição de 1988.

5- Nós, como alunos, queremos aulas e uma educação pública de qualidade, mas, para isso, precisamos de uma infraestrutura adequada, valorização de nossos educadores e maiores investimentos.

6- Queremos que o Estado trabalhe mais contra a sonegação de impostos e que, caso o Estado precise parcelar algum salário, que seja das categorias que recebem um valor mais alto, e que o governador não dê como exemplo o seu salário, pois, na sua última declaração de imposto de renda, prova que seu salário parcelado não faz diferença.

7- Queremos a abertura da CPI da merenda e a investigação da operação “alba branca”. Não consideramos 0,30 centavos um valor adequado para o lanche.

8- Acreditamos que a proposta enviada pelo governo não seja nada concreta. Na verdade, nem pode ser considerado um documento e não nos traz nenhuma garantia de que sejam cumpridas as pautas citadas. Além disso, faltam algumas que são reivindicadas por nós estudantes.

9- Não somos influenciados pelos professores, muito pelo contrário. Aprendemos a reivindicar nossos direitos com nossos educadores de tal forma que, se os professores voltarem da greve, não iremos desocupar as escolas sem que tenhamos uma garantia de que nossas pautas serão atendidas.

10- O Estado não tem direito de escolher onde nos manifestaremos. Estamos dentro do espaço público que é nosso por direito. Infelizmente os governantes esqueceram que trabalham para nós.

Ocupa Maria Rocha, Ocupa Cilon Rosa, Ocupa Olavo Bilac, Ocupa Maneco, Ocupa Augusto Ruschi, Ocupa Tancredo Neves, Ocupa Margarida Lopes e Ocupa Walter Jobin.