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Santa Maria, RS, Brazil

Dia cinzento de lembranças

Era um dia cinza. Desses em que a gente tem vontade de ficar deitada na cama, com o computador no colo e um saco de salgadinho ao lado. Coloquei os fones no volume máximo. Estava revirando algumas pastas antigas em busca de uma organização inexistente. De repente,  me deparei com uma foto. Era ele. O cara que mais amei na vida e, também, a minha fossa registrada em imagem.

Olhei para a menina daquela foto, na época com cabelo mais curto e pouca idade. Não reconheci. Tratava-se de alguém sem maturidade para um relacionamento. Alguém que, por muito tempo, se deixou levar por uma opinião masculina autoritária e conservadora. Não podemos julgar. Era só uma menina, sem conhecimento sobre amor, achando que era normal ser tratada daquela forma. Sem instrução alguma sobre o que realmente significa conviver com alguém do sexo oposto.

Olhei para ela e lamentei.  Não pela imaturidade, mas por todas as vezes que não foi forte o suficiente. Por que não disse qual roupa queria vestir ou  qual amigo gostaria de conversar. Olhei para ele e senti desprezo. Como pode alguém tão encantador se tornar o dragão, que esconde a princesa do resto do mundo?  Não sei. Talvez seja o tal lobo vestido de cordeiro! Entrou na vida dela como alguém que veio salvá-la da solidão e, no fim, a deixou mais isolada ainda.

Para quem não entende, é simples. Ele dizia: “com quem você está conversando?” “Por que não responde rápido?” , “Você não vai com essa saia!”, “Eu não quero que você vá a tal lugar ou converse com fulano”  E assim, pouco a pouco ela se perdeu de si mesma. Até chegar o dia de decidir.

Ela se olhou no espelho e viu um olhar cansado.  Passou pelos amigos e não recebeu saudações. Refletiu sobre si própria e se sentiu sozinha. Então, pegou o amor todo que dizia sentir e reescreveu tudo, com os devidos pingos nos is.  Disse adeus ao que lhe machucava e seguiu para sua nova batalha: reconstruir toda a integridade que havia perdido. E olha essa menina aqui, hoje. Dona de si, da suas coisas e do seus sonhos. Não foi fácil, mas agora ela é mulher. Agora ela sou eu e não me submeto a ordens de gente que não sabe dar valor.  E lembro todos os dias de dizer para mim : “Ame-se em primeiro lugar!”

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Era um dia cinza. Desses em que a gente tem vontade de ficar deitada na cama, com o computador no colo e um saco de salgadinho ao lado. Coloquei os fones no volume máximo. Estava revirando algumas pastas antigas em busca de uma organização inexistente. De repente,  me deparei com uma foto. Era ele. O cara que mais amei na vida e, também, a minha fossa registrada em imagem.

Olhei para a menina daquela foto, na época com cabelo mais curto e pouca idade. Não reconheci. Tratava-se de alguém sem maturidade para um relacionamento. Alguém que, por muito tempo, se deixou levar por uma opinião masculina autoritária e conservadora. Não podemos julgar. Era só uma menina, sem conhecimento sobre amor, achando que era normal ser tratada daquela forma. Sem instrução alguma sobre o que realmente significa conviver com alguém do sexo oposto.

Olhei para ela e lamentei.  Não pela imaturidade, mas por todas as vezes que não foi forte o suficiente. Por que não disse qual roupa queria vestir ou  qual amigo gostaria de conversar. Olhei para ele e senti desprezo. Como pode alguém tão encantador se tornar o dragão, que esconde a princesa do resto do mundo?  Não sei. Talvez seja o tal lobo vestido de cordeiro! Entrou na vida dela como alguém que veio salvá-la da solidão e, no fim, a deixou mais isolada ainda.

Para quem não entende, é simples. Ele dizia: “com quem você está conversando?” “Por que não responde rápido?” , “Você não vai com essa saia!”, “Eu não quero que você vá a tal lugar ou converse com fulano”  E assim, pouco a pouco ela se perdeu de si mesma. Até chegar o dia de decidir.

Ela se olhou no espelho e viu um olhar cansado.  Passou pelos amigos e não recebeu saudações. Refletiu sobre si própria e se sentiu sozinha. Então, pegou o amor todo que dizia sentir e reescreveu tudo, com os devidos pingos nos is.  Disse adeus ao que lhe machucava e seguiu para sua nova batalha: reconstruir toda a integridade que havia perdido. E olha essa menina aqui, hoje. Dona de si, da suas coisas e do seus sonhos. Não foi fácil, mas agora ela é mulher. Agora ela sou eu e não me submeto a ordens de gente que não sabe dar valor.  E lembro todos os dias de dizer para mim : “Ame-se em primeiro lugar!”