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Mania de Rita

Muito “roquenrou”. Assim pode-se resumir o que é o livro “Rita Lee, uma autobiografia”, lançado pela Globo Livros em 2016. Relato íntimo das vidas pública e privada da cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz, escritora e ativista. Mulher que mais vendeu discos no país, cerca de 55 milhões, e conhecida como a “Rainha do Rock Brasileiro”.

A obra nos transporta naturalmente ao passado de Rita, indo desde sua infância no subúrbio da capital paulista até a velhice, passando por diversas fases que marcaram sua vida pessoal e carreira. Podemos deitar e rolar com seus relatos espirituosos. A sensação é de que estamos sentados ao lado da autora, conversando com ela como se fosse uma de nossas amigas mais íntimas.

Nesse bate-papo, a auto-intitulada ovelha negra da família não faz discurso de Madalena arrependida, pelo contrário. Assume que, nos sessenta e nove anos relatados no livro, passou por praticamente todos os vícios em substâncias que poderia. Começando com o gosto pelo açúcar, quando criança, até chegar ao alcoolismo, que afirma ter sido a pior.

 

Nome: Rita Lee, uma autobiografia.

Autora: Rita Lee.

Editora: Globo Livros.

Ano: 2016.

Número de Páginas: 296.

País de origem: Brasil.

Onde encontrar: Livraria Saraiva.

Preço: 26,90.

Revela o fascínio por Peter Pan e James Dean, seus primeiros crushes, conflitos que levaram ao fim suas parcerias com as bandas “Os Mutantes” (1968 a 1972) e “Tutti Frutti” (1973 a 1978). Somos apresentados aos bastidores não apenas desses grupos musicais, ou da carreira solo de Rita, mas também ao contexto histórico, político e social que representou e sofreu a Tropicália. Importante movimento musical que surgiu durante a ditadura militar e da qual a cantora fez parte, juntamente com figuras do calibre de Gilberto Gil e Caetano Veloso, ambos exilados por um tempo na Europa.

Vemos uma declaração de amor à Hebe Camargo, bem como uma inesperada e sincera amizade com Elis Regina. Já se perguntou porque o nome da filha da pimentinha é Maria Rita? O relacionamento profissional e passional primeiro com Arnaldo Baptista e depois Roberto de Carvalho, o doce vampiro com quem é casada até hoje. Passagens como o abuso sexual que sofreu na infância e a prisão quando estava grávida do primeiro filho emocionam, mostrando, mais do que uma artista que abusou de drogas, uma mulher feminista, que não teve medo de se impor em um meio dominado por homens em uma época de repressão. Como chegou a declarar em entrevistas, ao ouvir que rock é coisa de homem, “peguei meu útero, meus ovários e fui fazer roquenrrou”.

 

Texto produzido no primeiro semestre de 2018, para a disciplina de Jornalismo II, sob a orientação do professor Carlos Alberto Badke.

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Muito “roquenrou”. Assim pode-se resumir o que é o livro “Rita Lee, uma autobiografia”, lançado pela Globo Livros em 2016. Relato íntimo das vidas pública e privada da cantora, compositora, multi-instrumentista, atriz, escritora e ativista. Mulher que mais vendeu discos no país, cerca de 55 milhões, e conhecida como a “Rainha do Rock Brasileiro”.

A obra nos transporta naturalmente ao passado de Rita, indo desde sua infância no subúrbio da capital paulista até a velhice, passando por diversas fases que marcaram sua vida pessoal e carreira. Podemos deitar e rolar com seus relatos espirituosos. A sensação é de que estamos sentados ao lado da autora, conversando com ela como se fosse uma de nossas amigas mais íntimas.

Nesse bate-papo, a auto-intitulada ovelha negra da família não faz discurso de Madalena arrependida, pelo contrário. Assume que, nos sessenta e nove anos relatados no livro, passou por praticamente todos os vícios em substâncias que poderia. Começando com o gosto pelo açúcar, quando criança, até chegar ao alcoolismo, que afirma ter sido a pior.

 

Nome: Rita Lee, uma autobiografia.

Autora: Rita Lee.

Editora: Globo Livros.

Ano: 2016.

Número de Páginas: 296.

País de origem: Brasil.

Onde encontrar: Livraria Saraiva.

Preço: 26,90.

Revela o fascínio por Peter Pan e James Dean, seus primeiros crushes, conflitos que levaram ao fim suas parcerias com as bandas “Os Mutantes” (1968 a 1972) e “Tutti Frutti” (1973 a 1978). Somos apresentados aos bastidores não apenas desses grupos musicais, ou da carreira solo de Rita, mas também ao contexto histórico, político e social que representou e sofreu a Tropicália. Importante movimento musical que surgiu durante a ditadura militar e da qual a cantora fez parte, juntamente com figuras do calibre de Gilberto Gil e Caetano Veloso, ambos exilados por um tempo na Europa.

Vemos uma declaração de amor à Hebe Camargo, bem como uma inesperada e sincera amizade com Elis Regina. Já se perguntou porque o nome da filha da pimentinha é Maria Rita? O relacionamento profissional e passional primeiro com Arnaldo Baptista e depois Roberto de Carvalho, o doce vampiro com quem é casada até hoje. Passagens como o abuso sexual que sofreu na infância e a prisão quando estava grávida do primeiro filho emocionam, mostrando, mais do que uma artista que abusou de drogas, uma mulher feminista, que não teve medo de se impor em um meio dominado por homens em uma época de repressão. Como chegou a declarar em entrevistas, ao ouvir que rock é coisa de homem, “peguei meu útero, meus ovários e fui fazer roquenrrou”.

 

Texto produzido no primeiro semestre de 2018, para a disciplina de Jornalismo II, sob a orientação do professor Carlos Alberto Badke.