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Santa Maria, RS, Brazil

A comunicação comunitária em debate na I Semana do curso de Jornalismo

Terceira noite da I Semana do Curso de Jornalismo. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Os projetos de extensão realizados na disciplina de Comunicação Comunitária II foram o tema da terceira noite da I Semana do Curso de Jornalismo. O espaço da CoArq foi sala para mais um momento de conversa, que aconteceu nesta quarta, 28, das 19h até as 22h no conjunto III da Universidade Franciscana (UFN). A disciplina que integra a grade do curso de Jornalismo  desenvolve projetos de extensão em diferentes comunidades e organizações da cidade de Santa Maria, envolvendo os alunos com outras realidades, num processo de interação e colaboração. Ao longo do curso, a disciplina já integrou projetos em cerca de 53 instituições na cidade.

Momento de fala da reitoria Iraní Rupulo: Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

A terceira noite recebeu a reitora Iraní Rupolo que ressaltou a importância de se ter espaços interativos entre alunos. Ela defende que momentos iguais a esse devem ser repetidos ao longo do semestre e disse também da necessidade do processo formativo se dar para além das salas de aula tradicionais.

Aldeias SOS

Willian Oliveira e Caroline Costa, os primeiros convidados da noite, em conjunto com mais duas colegas, foram responsáveis pelo projeto “Aldeias SOS: uma experiência na interface da comunicação e da educação”, realizado em 2016. O projeto foi instaurado no Aldeias Infantis SOS no bairro Urlândia. O Aldeia é uma instituição sem fins lucrativos que sobrevive por doações e auxílio da prefeitura da cidade. Espalhado pelo Brasil inteiro, trabalha para mudar a realidade de crianças e adolescentes que vivem na pobreza.

Com o objetivo de desenvolver um projeto que fosse aplicado em uma instituição que fosse menos conhecida, o grupo chegou até a Aldeia SOS, onde realizou atividades com uma turma de 17 crianças de entre 6 anos de idade.  Os egressos contam que tiveram que se adaptar bastante a cada encontro, e procuravam sempre promover ações que despertassem interesse nas crianças. Ao longo do projeto desenvolveram atividades de mobilização, envolvendo a comunidade externa em atividades como a semana farroupilha, a festa em comemoração ao dia das crianças com lanche e entrega de presentes, além de uma campanha de arrecadação de alimentos como leite.

Caroline Costa e Willian Ignácio apresentando seu projeto. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

A equipe também trouxe a turma até a UFN para conhecer os laboratórios do curso e onde as crianças tiraram suas fotos de formatura, que ocorria no final daquele ano. Os egressos revelam com emoção a experiência, e todo o vínculo criado ao longo do trabalho. Como forma de retorno aos pais, o grupo entregou um cd contendo todas a fotos para que assim tivessem conhecimento do processo ocorrido em sala de aula. Ainda foi produzido um vídeo, onde um colega do curso de Publicidade e Propaganda da UFN participou, mostrando o que as crianças acharam de todo o trabalho. Emocionados os egressos enceraram com uma expressão de dever cumprido e assim motivando a todos presentes na sala a experimentarem situações como essa.

Fotonovela na escola

Outro projeto relatado na noite de ontem foi “Narrativa, Fotografia e Quadrinhos: Construção de uma fotonovela”, produzida por Julia Trombini e mais três colegas do curso de jornalismo. O trabalho realizou-se na Escola Municipal de Ensino Fundamental Castro Alves, com uma turma de 17 alunos de 10 a 14 anos.

Julia relata que a escola possuía uma boa estrutura, porém era pouco explorada pelos alunos e a própria metodologia de estudo, por isso, tinham como objetivo promover uma maior interação com o que a escola oferece e os alunos. Para isso acontecer elas buscaram juntar o que cada uma gostava mais na comunicação, o que resultou na criação de uma fotonovela. Com isso ela levaram vários conhecimentos aos alunos como, as técnicas da fotografia, da escrita e da interpretação, e mostraram um pouco do que é o mundo da comunicação.

Julia Trombini explicando seu trabalho de comunitária. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

O projeto tinha como objetivo explorar os conhecimentos da comunicação e construir junto com alunos uma fotonovela com o objetivo de instigar o interesse acerca de fotografias, narrativas e quadrinhos. Assim, durante 14 encontros, as meninas por meio de oficinas no turno da tarde, momentos teóricos e práticos como os contatos com a câmera, realizaram o projeto que gerou o “SANLU: Os Reinos Opostos”, uma fotonovela, produzida pelas crianças.

A egressa explica que apesar dos imprevistos que ocorriam e algumas mudanças de planejamento, o trabalho tem um pouco de cada aluna, mas que foi escrito e protagonizado pelas crianças da escola, exatamente da maneira como eles criaram. Julia conta que após ter realizado esse trabalho, pode perceber que o mais válido é o que é provocado as crianças.

Teatro 13 de Maio

O segundo momento da noite recebeu a presença da ex aluna Amanda Souza, que com mais 5 colegas, promoveram o projeto “Mobiliza 13: Projeto de mobilização social e retomada da comunidade do Museu Treze de Maio”, também no ano de 2016. Amanda explica que naquele ano o Museu passava por diversos problemas, por conta disso, o grupo precisava estabelecer ações para ajudar.

O grupo criou a campanha Mobiliza 13 e realizaram financiamento coletivo, utilizavam das redes sociais e procuravam sempre enfatizar a história, os problemas e o processo que ia se desenvolvendo, e no final produziram um documentário. O produto audiovisual exibiu toda a história e o acompanhamento da situação, com falas do diretor, figuras do movimento negro e a presença de Maria Rita Py Dutra , ativista do movimento negro, professora, escritora e pesquisadora.

Amanda Souza relatando seu projeto. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Desse modo, com o objetivo de resgatar a memória e relembrar momentos vividos no museu. A ex-aluna, fala que foi um processo muito interessante, onde seis alunos de pele branca produziam um trabalho para resgatar a história da cultura negra e, assim, rompendo preconceitos que existiam neles mesmos. Além do documentário, foi realizado um artigo com o procedimento correto do projeto, para ter assim um melhor entendimento sobre.

O rádio na educação infantil

O aluno Pedro Gabriel Gonçalves, encerrou a noite falando sobre o projeto que realizou na disciplina de Jornalismo Experimental, em 2018. Pedro produziu o “Programa Pé-de-Vento: o rádio na educação infantil”, com alunos da ONG Estação dos Ventos. O projeto se baseou na criação de um programa de rádio que desmistificasse algumas questões que as crianças tinham.

Pedro Gabriel contando seu trabalho. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Com crianças de 8 a 12 anos, o aluno proporcionou conhecimento sobre a história do rádio, a escrita e a percepção de mundo que eles ainda não tinham. Pedro conta que virou muito amigo das crianças e  destaca que o mais interessante nisso tudo é ensinar e mostrar que a vida é maior que a realidade que eles vivem.

O estudante levou as crianças até a UFN para uma visita aos espaços de comunicação e ainda, gravar um programa de rádio, qual tem duração de uma hora. Um processo que colocou o aluno na realidade das crianças e interferiu na vida delas, assim mudando um pouco da vida de todos. “Experiência incrível que me fez mais humano”,  concluiu Pedro. Os trabalhos de comunitária servem para dar uma atenção e escuta de maneira mais individualizada para as pessoas que são tratadas em conjunto. Além de buscar mudanças, também promove em quem se insere nesse meio.

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Terceira noite da I Semana do Curso de Jornalismo. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Os projetos de extensão realizados na disciplina de Comunicação Comunitária II foram o tema da terceira noite da I Semana do Curso de Jornalismo. O espaço da CoArq foi sala para mais um momento de conversa, que aconteceu nesta quarta, 28, das 19h até as 22h no conjunto III da Universidade Franciscana (UFN). A disciplina que integra a grade do curso de Jornalismo  desenvolve projetos de extensão em diferentes comunidades e organizações da cidade de Santa Maria, envolvendo os alunos com outras realidades, num processo de interação e colaboração. Ao longo do curso, a disciplina já integrou projetos em cerca de 53 instituições na cidade.

Momento de fala da reitoria Iraní Rupulo: Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

A terceira noite recebeu a reitora Iraní Rupolo que ressaltou a importância de se ter espaços interativos entre alunos. Ela defende que momentos iguais a esse devem ser repetidos ao longo do semestre e disse também da necessidade do processo formativo se dar para além das salas de aula tradicionais.

Aldeias SOS

Willian Oliveira e Caroline Costa, os primeiros convidados da noite, em conjunto com mais duas colegas, foram responsáveis pelo projeto “Aldeias SOS: uma experiência na interface da comunicação e da educação”, realizado em 2016. O projeto foi instaurado no Aldeias Infantis SOS no bairro Urlândia. O Aldeia é uma instituição sem fins lucrativos que sobrevive por doações e auxílio da prefeitura da cidade. Espalhado pelo Brasil inteiro, trabalha para mudar a realidade de crianças e adolescentes que vivem na pobreza.

Com o objetivo de desenvolver um projeto que fosse aplicado em uma instituição que fosse menos conhecida, o grupo chegou até a Aldeia SOS, onde realizou atividades com uma turma de 17 crianças de entre 6 anos de idade.  Os egressos contam que tiveram que se adaptar bastante a cada encontro, e procuravam sempre promover ações que despertassem interesse nas crianças. Ao longo do projeto desenvolveram atividades de mobilização, envolvendo a comunidade externa em atividades como a semana farroupilha, a festa em comemoração ao dia das crianças com lanche e entrega de presentes, além de uma campanha de arrecadação de alimentos como leite.

Caroline Costa e Willian Ignácio apresentando seu projeto. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

A equipe também trouxe a turma até a UFN para conhecer os laboratórios do curso e onde as crianças tiraram suas fotos de formatura, que ocorria no final daquele ano. Os egressos revelam com emoção a experiência, e todo o vínculo criado ao longo do trabalho. Como forma de retorno aos pais, o grupo entregou um cd contendo todas a fotos para que assim tivessem conhecimento do processo ocorrido em sala de aula. Ainda foi produzido um vídeo, onde um colega do curso de Publicidade e Propaganda da UFN participou, mostrando o que as crianças acharam de todo o trabalho. Emocionados os egressos enceraram com uma expressão de dever cumprido e assim motivando a todos presentes na sala a experimentarem situações como essa.

Fotonovela na escola

Outro projeto relatado na noite de ontem foi “Narrativa, Fotografia e Quadrinhos: Construção de uma fotonovela”, produzida por Julia Trombini e mais três colegas do curso de jornalismo. O trabalho realizou-se na Escola Municipal de Ensino Fundamental Castro Alves, com uma turma de 17 alunos de 10 a 14 anos.

Julia relata que a escola possuía uma boa estrutura, porém era pouco explorada pelos alunos e a própria metodologia de estudo, por isso, tinham como objetivo promover uma maior interação com o que a escola oferece e os alunos. Para isso acontecer elas buscaram juntar o que cada uma gostava mais na comunicação, o que resultou na criação de uma fotonovela. Com isso ela levaram vários conhecimentos aos alunos como, as técnicas da fotografia, da escrita e da interpretação, e mostraram um pouco do que é o mundo da comunicação.

Julia Trombini explicando seu trabalho de comunitária. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

O projeto tinha como objetivo explorar os conhecimentos da comunicação e construir junto com alunos uma fotonovela com o objetivo de instigar o interesse acerca de fotografias, narrativas e quadrinhos. Assim, durante 14 encontros, as meninas por meio de oficinas no turno da tarde, momentos teóricos e práticos como os contatos com a câmera, realizaram o projeto que gerou o “SANLU: Os Reinos Opostos”, uma fotonovela, produzida pelas crianças.

A egressa explica que apesar dos imprevistos que ocorriam e algumas mudanças de planejamento, o trabalho tem um pouco de cada aluna, mas que foi escrito e protagonizado pelas crianças da escola, exatamente da maneira como eles criaram. Julia conta que após ter realizado esse trabalho, pode perceber que o mais válido é o que é provocado as crianças.

Teatro 13 de Maio

O segundo momento da noite recebeu a presença da ex aluna Amanda Souza, que com mais 5 colegas, promoveram o projeto “Mobiliza 13: Projeto de mobilização social e retomada da comunidade do Museu Treze de Maio”, também no ano de 2016. Amanda explica que naquele ano o Museu passava por diversos problemas, por conta disso, o grupo precisava estabelecer ações para ajudar.

O grupo criou a campanha Mobiliza 13 e realizaram financiamento coletivo, utilizavam das redes sociais e procuravam sempre enfatizar a história, os problemas e o processo que ia se desenvolvendo, e no final produziram um documentário. O produto audiovisual exibiu toda a história e o acompanhamento da situação, com falas do diretor, figuras do movimento negro e a presença de Maria Rita Py Dutra , ativista do movimento negro, professora, escritora e pesquisadora.

Amanda Souza relatando seu projeto. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Desse modo, com o objetivo de resgatar a memória e relembrar momentos vividos no museu. A ex-aluna, fala que foi um processo muito interessante, onde seis alunos de pele branca produziam um trabalho para resgatar a história da cultura negra e, assim, rompendo preconceitos que existiam neles mesmos. Além do documentário, foi realizado um artigo com o procedimento correto do projeto, para ter assim um melhor entendimento sobre.

O rádio na educação infantil

O aluno Pedro Gabriel Gonçalves, encerrou a noite falando sobre o projeto que realizou na disciplina de Jornalismo Experimental, em 2018. Pedro produziu o “Programa Pé-de-Vento: o rádio na educação infantil”, com alunos da ONG Estação dos Ventos. O projeto se baseou na criação de um programa de rádio que desmistificasse algumas questões que as crianças tinham.

Pedro Gabriel contando seu trabalho. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Com crianças de 8 a 12 anos, o aluno proporcionou conhecimento sobre a história do rádio, a escrita e a percepção de mundo que eles ainda não tinham. Pedro conta que virou muito amigo das crianças e  destaca que o mais interessante nisso tudo é ensinar e mostrar que a vida é maior que a realidade que eles vivem.

O estudante levou as crianças até a UFN para uma visita aos espaços de comunicação e ainda, gravar um programa de rádio, qual tem duração de uma hora. Um processo que colocou o aluno na realidade das crianças e interferiu na vida delas, assim mudando um pouco da vida de todos. “Experiência incrível que me fez mais humano”,  concluiu Pedro. Os trabalhos de comunitária servem para dar uma atenção e escuta de maneira mais individualizada para as pessoas que são tratadas em conjunto. Além de buscar mudanças, também promove em quem se insere nesse meio.