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Santa Maria, RS, Brazil

Uma paixão internacional

O tempo afastado do estádio Presidente Vargas não apagou as memórias do torcedor Nilton Cardoso. (Foto: Patrício Dias)

Dizem que não existem muros ou fronteiras que possam segurar o futebol e o amor, no amor pelo futebol isso não poderia ser diferente. Este é o caso do aposentado e motorista de aplicativo Nilton Cardoso, de 65 anos.

Nascido na cidade de Matosinhos, Portugal, foi em Santa Maria que ele encontrou a sua paixão esportiva: o Esporte Clube Internacional. O sentimento que começou nas arquibancadas, logo evoluiu para os bastidores do Presidente Vargas, onde ocupou diversos cargos na diretoria alvirrubra. Durante um café no centro da cidade, ele compartilhou detalhes de toda uma vida dedicada ao colorado. O carregado sotaque da terrinha transmite com o orgulho o sentimento de Nilton pelo clube da Baixada.

Agência Central Sul – Como começou a sua história com o Internacional de Santa Maria? 

Nilton Cardoso – A minha paixão pelo Internacional começou em 1982, quando vim para Santa Maria e fui morar em uma rua próxima ao Estádio Presidente Vargas. Eu cheguei na cidade de noite e, no outro dia de manhã, eu já fui me associar no Alvirrubro.  Já naquele ano eu assisti à histórica partida contra o Vasco da Gama. Eles vieram com a equipe completa e acabamos vencendo por 3 X 0 no Estádio Presidente Vargas.  Entre os seus titulares, o cruz-maltino tinha o Roberto Dinamite, um dos principais jogadores da seleção Brasileira naquela época e em todos os tempos. Em 1983 teve uma partida que também me marcou muito contra o Santo Ângelo, chovia muito e tinham apenas três torcedores no estádio, entre os três eu estava presente.

 

ACS – Quando você começou a participar dos bastidores do clube?

NC – O meu primeiro envolvimento com a diretoria do Internacional foi em 1992, durante a gestão do presidente Fabio Norberto Correa.  Depois disso, eu fiz parte de praticamente todas as diretorias até 2017.  Me orgulho muito de ter participado de todas as gestões do Heriberto Marquetto, uma lenda viva dentro do clube.

 

ACS – Enquanto outras cidades do interior estão se firmando no cenário estadual e, até mesmo, nacional, o futebol em Santa Maria parece estagnado ou  regredindo. A que fatores você atribui isso?

NC – Em primeiro lugar, a gente ouve dizer que Santa Maria não gosta de futebol. Não é verdade. Quando se faz um time bom aqui, nós lotamos o estádio.  Não é qualquer clube de interior que coloca o público do Inter de Santa Maria.  O problema é simples: aqui nós não temos indústrias grandes.  Não temos o aporte financeiro de outras equipes do interior. Por isso nós temos uma dificuldade enorme para fazer futebol. O Inter de Santa Maria mantém as portas abertas graças ao esforço de um grupo de abnegados que levam essa bandeira.

 

ACSExiste a visão por parte dos santa-marienses, de que o clássico Rio-Nal acaba sendo um pequeno Gre-Nal em Santa Maria. Pelo nome, o Internacional carrega a metade vermelha e o Riograndense, a metade azul.  Você concorda?

NC –  Não concordo. Já disputamos um campeonato estadual com o nome de Santa Maria Esporte Clube, e mudamos as cores, porém não houve o apoio esperado. Isso mostra que o problema não é o nome.

 

ACS – O que motiva você a torcer para o clube da sua cidade?

NC –  Eu sou apaixonado pelo futebol e por esse contato que tu só tem no estádio.  Eu não consigo torcer para outro clube. Santa Maria é a minha cidade. Essa é a minha gente e esse é o meu clube.  O Internacional mexe muito comigo. Eu botei três pontes de safena. Tenho evitado ir ao estádio e ainda não assisti nenhuma partida neste ano. O Internacional é a minha vida, é a minha paixão, é a minha cachaça.  Por isso eu estou afastado. Se eu começar a frequentar o estádio novamente, eu volto para lá (para a diretoria). E eu não tenho mais condições de saúde para me emocionar assim.

 

ACS – Qual a importância do Riograndense e do clássico Rio-Nal para o Internacional de Santa Maria?

NC –  A importância é enorme, o Riograndense tem que voltar. Ia ser fantástico ver o Riograndense retornar ao futebol profissional e disputarmos um clássico Rio-Nal pelo campeonato estadual, seria um sonho para Santa Maria.  Não podemos esquecer de que o Inter de Santa Maria e o Riograndense levam o nome da nossa cidade pelo estado.

 

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O tempo afastado do estádio Presidente Vargas não apagou as memórias do torcedor Nilton Cardoso. (Foto: Patrício Dias)

Dizem que não existem muros ou fronteiras que possam segurar o futebol e o amor, no amor pelo futebol isso não poderia ser diferente. Este é o caso do aposentado e motorista de aplicativo Nilton Cardoso, de 65 anos.

Nascido na cidade de Matosinhos, Portugal, foi em Santa Maria que ele encontrou a sua paixão esportiva: o Esporte Clube Internacional. O sentimento que começou nas arquibancadas, logo evoluiu para os bastidores do Presidente Vargas, onde ocupou diversos cargos na diretoria alvirrubra. Durante um café no centro da cidade, ele compartilhou detalhes de toda uma vida dedicada ao colorado. O carregado sotaque da terrinha transmite com o orgulho o sentimento de Nilton pelo clube da Baixada.

Agência Central Sul – Como começou a sua história com o Internacional de Santa Maria? 

Nilton Cardoso – A minha paixão pelo Internacional começou em 1982, quando vim para Santa Maria e fui morar em uma rua próxima ao Estádio Presidente Vargas. Eu cheguei na cidade de noite e, no outro dia de manhã, eu já fui me associar no Alvirrubro.  Já naquele ano eu assisti à histórica partida contra o Vasco da Gama. Eles vieram com a equipe completa e acabamos vencendo por 3 X 0 no Estádio Presidente Vargas.  Entre os seus titulares, o cruz-maltino tinha o Roberto Dinamite, um dos principais jogadores da seleção Brasileira naquela época e em todos os tempos. Em 1983 teve uma partida que também me marcou muito contra o Santo Ângelo, chovia muito e tinham apenas três torcedores no estádio, entre os três eu estava presente.

 

ACS – Quando você começou a participar dos bastidores do clube?

NC – O meu primeiro envolvimento com a diretoria do Internacional foi em 1992, durante a gestão do presidente Fabio Norberto Correa.  Depois disso, eu fiz parte de praticamente todas as diretorias até 2017.  Me orgulho muito de ter participado de todas as gestões do Heriberto Marquetto, uma lenda viva dentro do clube.

 

ACS – Enquanto outras cidades do interior estão se firmando no cenário estadual e, até mesmo, nacional, o futebol em Santa Maria parece estagnado ou  regredindo. A que fatores você atribui isso?

NC – Em primeiro lugar, a gente ouve dizer que Santa Maria não gosta de futebol. Não é verdade. Quando se faz um time bom aqui, nós lotamos o estádio.  Não é qualquer clube de interior que coloca o público do Inter de Santa Maria.  O problema é simples: aqui nós não temos indústrias grandes.  Não temos o aporte financeiro de outras equipes do interior. Por isso nós temos uma dificuldade enorme para fazer futebol. O Inter de Santa Maria mantém as portas abertas graças ao esforço de um grupo de abnegados que levam essa bandeira.

 

ACSExiste a visão por parte dos santa-marienses, de que o clássico Rio-Nal acaba sendo um pequeno Gre-Nal em Santa Maria. Pelo nome, o Internacional carrega a metade vermelha e o Riograndense, a metade azul.  Você concorda?

NC –  Não concordo. Já disputamos um campeonato estadual com o nome de Santa Maria Esporte Clube, e mudamos as cores, porém não houve o apoio esperado. Isso mostra que o problema não é o nome.

 

ACS – O que motiva você a torcer para o clube da sua cidade?

NC –  Eu sou apaixonado pelo futebol e por esse contato que tu só tem no estádio.  Eu não consigo torcer para outro clube. Santa Maria é a minha cidade. Essa é a minha gente e esse é o meu clube.  O Internacional mexe muito comigo. Eu botei três pontes de safena. Tenho evitado ir ao estádio e ainda não assisti nenhuma partida neste ano. O Internacional é a minha vida, é a minha paixão, é a minha cachaça.  Por isso eu estou afastado. Se eu começar a frequentar o estádio novamente, eu volto para lá (para a diretoria). E eu não tenho mais condições de saúde para me emocionar assim.

 

ACS – Qual a importância do Riograndense e do clássico Rio-Nal para o Internacional de Santa Maria?

NC –  A importância é enorme, o Riograndense tem que voltar. Ia ser fantástico ver o Riograndense retornar ao futebol profissional e disputarmos um clássico Rio-Nal pelo campeonato estadual, seria um sonho para Santa Maria.  Não podemos esquecer de que o Inter de Santa Maria e o Riograndense levam o nome da nossa cidade pelo estado.