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Santa Maria, RS, Brazil

Violência contra a mulher é histórica

Em plena Idade Média, o alto conservadorismo e a forma com que cada pessoa vivia mostravam uma dura realidade local, um regime que era particularmente dominado por homens da alta classe onde os chamados senhores feudais comandavam o reino ao lado de suas rainhas ou princesas. É incompatível pensar que a violência contra as mulheres tenha se transformado em um assunto relevante apenas nos últimos anos, sendo que acontece há muito tempo. Os senhores de terras possuíam uma espécie de ‘lazer alternativo’ quando levavam à tortura e humilhação suas esposas ou servas.

O History Meeting House, uma instituição de cultura em Varsóvia, na Polônia, publicou nas suas redes sociais, em novembro deste ano, um artigo que enfatizava como era a vida das mulheres durante toda a Idade Antiga, Idade Média e período das Cruzadas. Além de serem violentadas, o lazer preferido entre os reis, camponeses e soldados, eram os chamados Hunger Games. Na tradução literal  “jogos da fome”, onde os métodos de tortura eram feitos com base no sadomasoquismo e no prazer.

No Brasil, em 7 de agosto de 2006, foi instaurada a Lei Maria da Penha, cujo nome é inspirado na mulher que sobreviveu a violência doméstica durante 23 anos e a dois ataques fatais feitos pelo próprio marido. A lei nº 11.340/2006 foi um marco divisório para as mulheres, assegurava a proteção e a defesa, punindo com severidade os agressores e participantes ativos nos delitos.

Há aproximadamente três anos atrás, o assunto voltou à tona nas redes sociais e, principalmente, nos meios de comunicação tradicionais, expondo casos que aconteceram no Rio Grande do Sul e em outros estados pelo Brasil. A repercussão foi tamanha, que novos projetos em defesa das mulheres foram criados e manifestações pelo país tomaram conta.

A violência contra a mulher em Santa Maria diminuiu em 2019. Foto: Pixabay.

Em 2018. de acordo com a Delegacia da Mulher, os índices da violência contra a mulher tornaram-se o estopim para um processo de mobilização em prol da segurança feminina. Nos meses de abril, maio e junho de 2018 o número de casos em Santa Maria tinha triplicado em relação aos mesmos meses de 2017.

Nara Silveira Olea, 34 anos, psicóloga e integrante do corpo de apoio do Central de Atendimento à Mulher, revela que o atendimento é diário com muitas ligações solicitando apoio emocional. Ela enfatiza: “Quando recebemos uma ligação com um pedido de ajuda, procuramos fazer com que a vítima dessas agressões mantenha a calma e fale o mais longe possível do agressor. É plausível e entendemos o medo da denúncia, tentamos sempre orientá-la a, quando houver oportunidade, ligar para o 190 e realizar um boletim de ocorrência”.

O secretário adjunto da Polícia Civil, Edinardo Rodrigues, comenta que, neste ano, em Santa Maria os casos de violência contra a mulher estão mais baixos comparados ao ano passado. As situações mais frequentes registradas no 190 são: agressão familiar, agressão psicológica, humilhação e também tentativas de homicídio.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do estado, equiparando com o ano de 2018 em Santa Maria, os índices tiveram uma baixa significativa. Em 12 meses, em 2018, o número de ameaças atingiu a marca de 2.264 ocorrências. Já em 2019, até novembro, a marca era de 824. Em relação a estupro, em 2018 foram registrados 88 casos durantes todo o ano, já no ano seguinte houve uma queda de mais de 50%, totalizando 40 casos.

Mirella Soares Gusmão, 42 anos, mãe e psicopedagoga, adianta que os casos de violência feminina vêm sendo enfatizado diversas vezes pelos veículos de comunicação e que precisa ser cada vez mais contido. Ela conclui: “Tenho duas filhas, ambas já passaram dos 20 anos, desde pequenas eu e o pai delas tentamos mostrar que essa situação existe e que elas precisam saber como lidar e como não passar por isso. É um medo frequente de nós pais”.

As manifestações em prol da segurança das mulheres adquiriram proporções maiores durante todo esse ano de 2019. A causa social busca a proteção e o uso efetivo e funcional da Lei Maria da Penha.

Texto produzido pelo acad. Kauan Costa na disciplina de Jornalismo III, no 2º semestre de 2019, e supervisionado pela professora Glaíse Palma.

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Em plena Idade Média, o alto conservadorismo e a forma com que cada pessoa vivia mostravam uma dura realidade local, um regime que era particularmente dominado por homens da alta classe onde os chamados senhores feudais comandavam o reino ao lado de suas rainhas ou princesas. É incompatível pensar que a violência contra as mulheres tenha se transformado em um assunto relevante apenas nos últimos anos, sendo que acontece há muito tempo. Os senhores de terras possuíam uma espécie de ‘lazer alternativo’ quando levavam à tortura e humilhação suas esposas ou servas.

O History Meeting House, uma instituição de cultura em Varsóvia, na Polônia, publicou nas suas redes sociais, em novembro deste ano, um artigo que enfatizava como era a vida das mulheres durante toda a Idade Antiga, Idade Média e período das Cruzadas. Além de serem violentadas, o lazer preferido entre os reis, camponeses e soldados, eram os chamados Hunger Games. Na tradução literal  “jogos da fome”, onde os métodos de tortura eram feitos com base no sadomasoquismo e no prazer.

No Brasil, em 7 de agosto de 2006, foi instaurada a Lei Maria da Penha, cujo nome é inspirado na mulher que sobreviveu a violência doméstica durante 23 anos e a dois ataques fatais feitos pelo próprio marido. A lei nº 11.340/2006 foi um marco divisório para as mulheres, assegurava a proteção e a defesa, punindo com severidade os agressores e participantes ativos nos delitos.

Há aproximadamente três anos atrás, o assunto voltou à tona nas redes sociais e, principalmente, nos meios de comunicação tradicionais, expondo casos que aconteceram no Rio Grande do Sul e em outros estados pelo Brasil. A repercussão foi tamanha, que novos projetos em defesa das mulheres foram criados e manifestações pelo país tomaram conta.

A violência contra a mulher em Santa Maria diminuiu em 2019. Foto: Pixabay.

Em 2018. de acordo com a Delegacia da Mulher, os índices da violência contra a mulher tornaram-se o estopim para um processo de mobilização em prol da segurança feminina. Nos meses de abril, maio e junho de 2018 o número de casos em Santa Maria tinha triplicado em relação aos mesmos meses de 2017.

Nara Silveira Olea, 34 anos, psicóloga e integrante do corpo de apoio do Central de Atendimento à Mulher, revela que o atendimento é diário com muitas ligações solicitando apoio emocional. Ela enfatiza: “Quando recebemos uma ligação com um pedido de ajuda, procuramos fazer com que a vítima dessas agressões mantenha a calma e fale o mais longe possível do agressor. É plausível e entendemos o medo da denúncia, tentamos sempre orientá-la a, quando houver oportunidade, ligar para o 190 e realizar um boletim de ocorrência”.

O secretário adjunto da Polícia Civil, Edinardo Rodrigues, comenta que, neste ano, em Santa Maria os casos de violência contra a mulher estão mais baixos comparados ao ano passado. As situações mais frequentes registradas no 190 são: agressão familiar, agressão psicológica, humilhação e também tentativas de homicídio.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do estado, equiparando com o ano de 2018 em Santa Maria, os índices tiveram uma baixa significativa. Em 12 meses, em 2018, o número de ameaças atingiu a marca de 2.264 ocorrências. Já em 2019, até novembro, a marca era de 824. Em relação a estupro, em 2018 foram registrados 88 casos durantes todo o ano, já no ano seguinte houve uma queda de mais de 50%, totalizando 40 casos.

Mirella Soares Gusmão, 42 anos, mãe e psicopedagoga, adianta que os casos de violência feminina vêm sendo enfatizado diversas vezes pelos veículos de comunicação e que precisa ser cada vez mais contido. Ela conclui: “Tenho duas filhas, ambas já passaram dos 20 anos, desde pequenas eu e o pai delas tentamos mostrar que essa situação existe e que elas precisam saber como lidar e como não passar por isso. É um medo frequente de nós pais”.

As manifestações em prol da segurança das mulheres adquiriram proporções maiores durante todo esse ano de 2019. A causa social busca a proteção e o uso efetivo e funcional da Lei Maria da Penha.

Texto produzido pelo acad. Kauan Costa na disciplina de Jornalismo III, no 2º semestre de 2019, e supervisionado pela professora Glaíse Palma.