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A reformulação da mídia tradicional é debatida na primeira noite do Fórum de Comunicação da UFN

Os desafios encontrados na transformação dos veículos de mídia tradicional durante a pandemia da COVID-19 foi tema na primeira noite do Fórum de Comunicação da UFN. O assunto foi abordado pela jornalista Andreia Fontana, que há 26 anos faz parte do Grupo RBS. Andreia é gerente de jornalismo da RBS Caxias, sendo responsável pelo Grupo Pioneiro, Gaúcha Serra e RBS TV Caxias, no momento histórico de desafios e transformações que os veículos tradicionais enfrentam.

Andreia Fontana é gerente de Jornalismo da RBS Caxias.

Na sua fala, Andreia recordou do formato das redações, ao ser convidada, quando jovem, para ser diagramadora em um veículo de imprensa: “lá eu via pessoas que perguntavam o que queriam, para quem queriam e obtinham as respostas que a sociedade queria”. Suas lembranças contrastam com que, segundo ela, pode ser chamada de pandemia que ocorre dentro da comunicação. Hoje, os desafios decorrentes da COVID-19 são propulsores para re-organização dos profissionais e otimização dos trabalhos jornalísticos.

O coronavírus acelerou processos que já vinham acontecendo, amplificando a velocidade das mudanças de hábitos e as necessidades de buscar novas formas de produzir e entregar conteúdo. Andreia comentou que o público está cada dia mais exigente, pois, dentro da horizontalidade das mídias sociais, têm acesso a todas as informações, emergindo a iminência do papel de protagonista. Com isso, coube para as chamadas mídias essenciais reavaliarem seus processos e questionar sua organização, para manter a qualidade e perpetuar o jornalismo profissional.

Dessa forma, a reformulação dos processos foi necessária dentro das redações, a fim de trazer inovação e diminuir os caminhos que levam a notícia até o consumidor. Segundo Andreia “em meados de março, às redações começaram a ser esvaziadas, levanto até 90% do efetivo para trabalhar em casa”. Comentou também que “não tem ninguém de jornal digital e jornalismo da rádio, apenas os operadores da rádio, que atuam na sede da empresa, em revezamento. Além deles, para manter a operacionalização da notícia, são mantidas duas equipes de fotógrafos e repórteres da RBS”. A integração das redações e o trabalho unificado das equipes facilitou a eficácia das novas dinâmicas. 

Andreia comentou sobre a importância de priorizar as pessoas, colocando-as como protagonistas. Protagonismo esse que pode ser visto dentro das salas de redação, ao valorizar profissionais plurais e versáteis, mas também na rua, ao priorizar – e questionar – os temas que a sociedade busca respostas. Também comentou sobre a importância de apostar em produtos que levem conteúdos que mantenham a relevância do jornalismo na vida das pessoas. Andreia entende que atualmente o chefe de um jornalista é a sociedade.

A fim de manter a relevância com o público, a aposta no jornalismo de dados, que fomenta mecanismos para a sociedade perceber sua realidade, foi um dos pilares estabelecidos pelo Grupo RBS. Andreia observa que a garimpagem e análise de dados é um ponto importante para manter a população informada. Outro pilar comentado foi o foco no jornalismo de soluções, que tem a intenção de ampliar o debate, e trazer, além dos problemas, as discussões em torno de suas soluções. Nesse quesito, temas como a  pandemia e as eleições municipais concretizam o importante papel dos profissionais do jornalismo. 

O jornalismo investigativo também mostrou-se extremamente relevante para que a sociedade reconheça o valor das mídias essenciais. Exemplo disso foi a matéria sobre os caxienses que tornaram-se alvos de críticas por solicitarem, indevidamente, o recebimento do auxílio emergencial. O material, antes de ser veiculado, sofreu censura prévia da Justiça do RS. Exemplos como esse são possíveis graças ao foco no jornalismo de engajamento, que priorizam os questionamentos pautados pela comunidade. 

Andreia acrescentou que os próximos passos ainda são incertos, mas que pandemia da  pandemia trouxe não somente problemas, mas esclareceu soluções que antes não eram enxergadas com viáveis. O calor das redações, com as trocas de conhecimento e o dinamismo do fluxo de informações dentro das salas, foi substituído pela instantaneidade da internet, ressignificando objetivamente os fluxos organizacionais e subjetivamente o comportamento dos usuários.

Matéria de autoria de Petrius Peripolli Dias, produzida na disciplina de Produção da Notícia do curso de Jornalismo.

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Os desafios encontrados na transformação dos veículos de mídia tradicional durante a pandemia da COVID-19 foi tema na primeira noite do Fórum de Comunicação da UFN. O assunto foi abordado pela jornalista Andreia Fontana, que há 26 anos faz parte do Grupo RBS. Andreia é gerente de jornalismo da RBS Caxias, sendo responsável pelo Grupo Pioneiro, Gaúcha Serra e RBS TV Caxias, no momento histórico de desafios e transformações que os veículos tradicionais enfrentam.

Andreia Fontana é gerente de Jornalismo da RBS Caxias.

Na sua fala, Andreia recordou do formato das redações, ao ser convidada, quando jovem, para ser diagramadora em um veículo de imprensa: “lá eu via pessoas que perguntavam o que queriam, para quem queriam e obtinham as respostas que a sociedade queria”. Suas lembranças contrastam com que, segundo ela, pode ser chamada de pandemia que ocorre dentro da comunicação. Hoje, os desafios decorrentes da COVID-19 são propulsores para re-organização dos profissionais e otimização dos trabalhos jornalísticos.

O coronavírus acelerou processos que já vinham acontecendo, amplificando a velocidade das mudanças de hábitos e as necessidades de buscar novas formas de produzir e entregar conteúdo. Andreia comentou que o público está cada dia mais exigente, pois, dentro da horizontalidade das mídias sociais, têm acesso a todas as informações, emergindo a iminência do papel de protagonista. Com isso, coube para as chamadas mídias essenciais reavaliarem seus processos e questionar sua organização, para manter a qualidade e perpetuar o jornalismo profissional.

Dessa forma, a reformulação dos processos foi necessária dentro das redações, a fim de trazer inovação e diminuir os caminhos que levam a notícia até o consumidor. Segundo Andreia “em meados de março, às redações começaram a ser esvaziadas, levanto até 90% do efetivo para trabalhar em casa”. Comentou também que “não tem ninguém de jornal digital e jornalismo da rádio, apenas os operadores da rádio, que atuam na sede da empresa, em revezamento. Além deles, para manter a operacionalização da notícia, são mantidas duas equipes de fotógrafos e repórteres da RBS”. A integração das redações e o trabalho unificado das equipes facilitou a eficácia das novas dinâmicas. 

Andreia comentou sobre a importância de priorizar as pessoas, colocando-as como protagonistas. Protagonismo esse que pode ser visto dentro das salas de redação, ao valorizar profissionais plurais e versáteis, mas também na rua, ao priorizar – e questionar – os temas que a sociedade busca respostas. Também comentou sobre a importância de apostar em produtos que levem conteúdos que mantenham a relevância do jornalismo na vida das pessoas. Andreia entende que atualmente o chefe de um jornalista é a sociedade.

A fim de manter a relevância com o público, a aposta no jornalismo de dados, que fomenta mecanismos para a sociedade perceber sua realidade, foi um dos pilares estabelecidos pelo Grupo RBS. Andreia observa que a garimpagem e análise de dados é um ponto importante para manter a população informada. Outro pilar comentado foi o foco no jornalismo de soluções, que tem a intenção de ampliar o debate, e trazer, além dos problemas, as discussões em torno de suas soluções. Nesse quesito, temas como a  pandemia e as eleições municipais concretizam o importante papel dos profissionais do jornalismo. 

O jornalismo investigativo também mostrou-se extremamente relevante para que a sociedade reconheça o valor das mídias essenciais. Exemplo disso foi a matéria sobre os caxienses que tornaram-se alvos de críticas por solicitarem, indevidamente, o recebimento do auxílio emergencial. O material, antes de ser veiculado, sofreu censura prévia da Justiça do RS. Exemplos como esse são possíveis graças ao foco no jornalismo de engajamento, que priorizam os questionamentos pautados pela comunidade. 

Andreia acrescentou que os próximos passos ainda são incertos, mas que pandemia da  pandemia trouxe não somente problemas, mas esclareceu soluções que antes não eram enxergadas com viáveis. O calor das redações, com as trocas de conhecimento e o dinamismo do fluxo de informações dentro das salas, foi substituído pela instantaneidade da internet, ressignificando objetivamente os fluxos organizacionais e subjetivamente o comportamento dos usuários.

Matéria de autoria de Petrius Peripolli Dias, produzida na disciplina de Produção da Notícia do curso de Jornalismo.