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O uso de máscaras em meio à pandemia do COVID- 19 é a “vacina” do momento

Sem vacina ou medicamento eficaz para combater o coronavírus, a máscara tem sido uma grande aliada na defesa da contaminação pelo coronavírus. Наркологическая Клиника por Pixabay

Depois que a pandemia de coronavírus começou a se alastrar pelo Brasil, um dos assuntos mais debatidos entre cidadãos e médicos foi a utilização das máscaras faciais para proteção. Inicialmente, especialistas e Organização Mundial da Saúde (OMS) disseram ao público que as pessoas não deveriam usar máscaras, a menos que estivessem doentes ou cuidando de alguém que estivesse com o vírus. Porém, no decorrer dos meses, com o aumento dos casos de infectados e de óbitos , estudos indicaram que pessoas que não estavam com sintomas, os mais comuns por exemplo como febre, tosse seca e cansaço, poderiam estar com o vírus no corpo e transmitindo para outras pessoas, esta recomendação mudou.

No início do caos, a preocupação das autoridades era de que o uso generalizado de máscaras poderia provocar uma maior escassez dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s), o que realmente ocorreu. Daí a recomendação da produção de máscaras caseiras (tecido de algodão) e o uso de máscaras descartáveis ao sair de casa. Além disso, com o retorno gradual das atividades econômicas, o uso das máscaras se tornou uma das principais recomendações dos protocolos de proteção à disseminação do COVID-19.

A professora Amanda Liz  conta que no início do surto fez várias tentativas de compra de algum tipo de proteção facial nas farmácias e, por diversas vezes, não encontrou nenhum material disponível. Foi quando ela se viu na responsabilidade de fazer algo a respeito.  Antes da pandemia ela já trabalhava com confecção de máscaras usando tecido, ativou a produção. Ao ser questionada sobre o material que usa para a produção das máscaras,  afirma que “as máscaras que eu faço, são confeccionadas de forma dupla, com tecidos 100% algodão”.

Ela também destaca alguns pontos relativos à idade: “ o uso de máscara facial é indicado para crianças acima de 2 anos. Para crianças menores de 2 anos confecciono viseiras face shield que protegem de gotículas e o chapéu anti-gotículas”. “Além de oferecer o produto é importante oferecer suporte também.  Orientar quanto ao uso, lavagem, uso correto e demais informações pertinentes, complementa a professora”.

Neste sentido, o Ministério da Saúde publicou recomendações de como a população pode produzir as suas próprias máscaras caseiras, sendo elas: em tecido de algodão, tricoline, TNT, ou outros tecidos, que podem assegurar uma boa efetividade se tiverem um correto manuseio e se forem higienizadas de forma correta. É importante que as máscaras sejam feitas nas medidas corretas cobrindo totalmente o nariz, a boca, e o queixo e que estejam bem ajustadas ao rosto, sem deixar espaços nas laterais.

A partir deste cenário, os estados e munícipios brasileiros começaram a repensar suas técnicas no combate ao vírus. O Ministério da Saúde (MS) também passou a recomendar o uso de máscaras caseiras mesmo por pessoas que não tenham sintomas, caso elas saiam para espaços públicos. Os comércios, no geral, também passaram a exigir que os consumidores usassem máscaras faciais.

Anderson Almeida e Clovis Umpierre: as precauções de quem precisa trabalhar. Foto: Ana Luiza Deike

Anderson Almeida, 40 anos, e Clovis Umpierre, 56 anos, trabalham na portaria de um condomínio na cidade de Santa Maria. Ambos usam a máscara de forma correta e mantém o distanciamento social. A esposa de Clovis, é do grupo de risco,  e ele explica as precauções que tomam desde o início na pandemia. Fazem o uso de álcool gel com frequência, utilizam mais de uma máscara nos turnos, uma vez que cumprem turnos de 8 horas, além de manterem o distanciamento recomendado no ambiente de trabalho.

A prefeitura de Santa Maria, decidiu pela obrigatoriedade do uso de máscaras no dia 13 de abril. Quem for flagrado sem a peça pode pagar multas que variam entre R$ 106, R$ 284 e R$ 568.

A enfermeira Carize Oviedo, que atua na linha de frente no  combate ao vírus, enfatiza que fora do ambiente hospitalar é essencial o uso de máscaras, pois hoje é a única “vacina” disponível. Ela acredita que “a redução de casos no resto do país, não em Santa Maria pois aqui o índice de contaminados ainda continua alto, se deve a conscientização da população que se prevenir é sim, eficaz”.  “ Usar a máscara ajuda sim a não disseminar mais o vírus! Aqui a população ainda brinca com toda situação”, ressalta a enfermeira.

Cumprindo todas estas recomendações as máscaras podem ser consideradas uma das barreiras contra a disseminação do coronavírus reduzindo a possibilidade de contágio. No entanto, cabe ressaltar que o uso inadequado das máscaras pode torná-la mais um vetor de contaminação. “Na hora de colocar a máscara e retirar é preciso ter cuidado para não encostar no tecido que fica na frente da boca e do nariz, pegar o mínimo possível nas laterais é o mais indicado”, explica a enfermeira Carize.

Em relação à eficácia no uso das máscaras um estudo realizado pela Royal Society, instituição em Londres destinada à promoção do conhecimento científico, concluiu que o uso correto das máscaras  pode reduzir a transmissão contínua por usuários assintomáticos e os que não apresentam sintomas, se amplamente utilizadas em situações em que o distanciamento físico não é possível.

Por Ana Luiza Deike. Matéria produzida para a disciplina de Jornalismo Científico

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Sem vacina ou medicamento eficaz para combater o coronavírus, a máscara tem sido uma grande aliada na defesa da contaminação pelo coronavírus. Наркологическая Клиника por Pixabay

Depois que a pandemia de coronavírus começou a se alastrar pelo Brasil, um dos assuntos mais debatidos entre cidadãos e médicos foi a utilização das máscaras faciais para proteção. Inicialmente, especialistas e Organização Mundial da Saúde (OMS) disseram ao público que as pessoas não deveriam usar máscaras, a menos que estivessem doentes ou cuidando de alguém que estivesse com o vírus. Porém, no decorrer dos meses, com o aumento dos casos de infectados e de óbitos , estudos indicaram que pessoas que não estavam com sintomas, os mais comuns por exemplo como febre, tosse seca e cansaço, poderiam estar com o vírus no corpo e transmitindo para outras pessoas, esta recomendação mudou.

No início do caos, a preocupação das autoridades era de que o uso generalizado de máscaras poderia provocar uma maior escassez dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s), o que realmente ocorreu. Daí a recomendação da produção de máscaras caseiras (tecido de algodão) e o uso de máscaras descartáveis ao sair de casa. Além disso, com o retorno gradual das atividades econômicas, o uso das máscaras se tornou uma das principais recomendações dos protocolos de proteção à disseminação do COVID-19.

A professora Amanda Liz  conta que no início do surto fez várias tentativas de compra de algum tipo de proteção facial nas farmácias e, por diversas vezes, não encontrou nenhum material disponível. Foi quando ela se viu na responsabilidade de fazer algo a respeito.  Antes da pandemia ela já trabalhava com confecção de máscaras usando tecido, ativou a produção. Ao ser questionada sobre o material que usa para a produção das máscaras,  afirma que “as máscaras que eu faço, são confeccionadas de forma dupla, com tecidos 100% algodão”.

Ela também destaca alguns pontos relativos à idade: “ o uso de máscara facial é indicado para crianças acima de 2 anos. Para crianças menores de 2 anos confecciono viseiras face shield que protegem de gotículas e o chapéu anti-gotículas”. “Além de oferecer o produto é importante oferecer suporte também.  Orientar quanto ao uso, lavagem, uso correto e demais informações pertinentes, complementa a professora”.

Neste sentido, o Ministério da Saúde publicou recomendações de como a população pode produzir as suas próprias máscaras caseiras, sendo elas: em tecido de algodão, tricoline, TNT, ou outros tecidos, que podem assegurar uma boa efetividade se tiverem um correto manuseio e se forem higienizadas de forma correta. É importante que as máscaras sejam feitas nas medidas corretas cobrindo totalmente o nariz, a boca, e o queixo e que estejam bem ajustadas ao rosto, sem deixar espaços nas laterais.

A partir deste cenário, os estados e munícipios brasileiros começaram a repensar suas técnicas no combate ao vírus. O Ministério da Saúde (MS) também passou a recomendar o uso de máscaras caseiras mesmo por pessoas que não tenham sintomas, caso elas saiam para espaços públicos. Os comércios, no geral, também passaram a exigir que os consumidores usassem máscaras faciais.

Anderson Almeida e Clovis Umpierre: as precauções de quem precisa trabalhar. Foto: Ana Luiza Deike

Anderson Almeida, 40 anos, e Clovis Umpierre, 56 anos, trabalham na portaria de um condomínio na cidade de Santa Maria. Ambos usam a máscara de forma correta e mantém o distanciamento social. A esposa de Clovis, é do grupo de risco,  e ele explica as precauções que tomam desde o início na pandemia. Fazem o uso de álcool gel com frequência, utilizam mais de uma máscara nos turnos, uma vez que cumprem turnos de 8 horas, além de manterem o distanciamento recomendado no ambiente de trabalho.

A prefeitura de Santa Maria, decidiu pela obrigatoriedade do uso de máscaras no dia 13 de abril. Quem for flagrado sem a peça pode pagar multas que variam entre R$ 106, R$ 284 e R$ 568.

A enfermeira Carize Oviedo, que atua na linha de frente no  combate ao vírus, enfatiza que fora do ambiente hospitalar é essencial o uso de máscaras, pois hoje é a única “vacina” disponível. Ela acredita que “a redução de casos no resto do país, não em Santa Maria pois aqui o índice de contaminados ainda continua alto, se deve a conscientização da população que se prevenir é sim, eficaz”.  “ Usar a máscara ajuda sim a não disseminar mais o vírus! Aqui a população ainda brinca com toda situação”, ressalta a enfermeira.

Cumprindo todas estas recomendações as máscaras podem ser consideradas uma das barreiras contra a disseminação do coronavírus reduzindo a possibilidade de contágio. No entanto, cabe ressaltar que o uso inadequado das máscaras pode torná-la mais um vetor de contaminação. “Na hora de colocar a máscara e retirar é preciso ter cuidado para não encostar no tecido que fica na frente da boca e do nariz, pegar o mínimo possível nas laterais é o mais indicado”, explica a enfermeira Carize.

Em relação à eficácia no uso das máscaras um estudo realizado pela Royal Society, instituição em Londres destinada à promoção do conhecimento científico, concluiu que o uso correto das máscaras  pode reduzir a transmissão contínua por usuários assintomáticos e os que não apresentam sintomas, se amplamente utilizadas em situações em que o distanciamento físico não é possível.

Por Ana Luiza Deike. Matéria produzida para a disciplina de Jornalismo Científico