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Fernando Cezar

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Envelhecer é um processo comum a todos. Com o passar dos anos, esse processo vai ficando cada vez mais evidente pelo aumento exponencial de idosos acima de 60 anos vivendo no Brasil. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estástiticas (IBGE), o país, visto como uma nação jovem há anos, está se tornando velho. Só entre 2012 e 2017 houve um aumento desta população em 19,4%, o que significa um salto de cerca de 25,4 milhões para mais de 30,2 milhões de pessoas idosas vivendo no país.

O mesmo IBGE especifica que hoje o número de idosos é o equivalente a uma entre 10 pessoas, e de um a cada dois jovens abaixo dos oito anos de idade. O Instituto também expõe que o número de idosos ultrapassará o de jovens no país até 2039, passando a ser o equivalente a um idoso entre quatro pessoas no país.

O aumento é recorrente. Nos últimos 60 anos, o Brasil passou de um total de 4,3% da população total, para 14%, o que traz um alarme econômico e, principalmente, para a assistência social do país, responsável por fazer o acolhimento e cuidar dessa parte da população.

O impacto do aumento é sentido, principalmente, pelos idosos desamparados pelas famílias, pois mesmo com os albergues, lares e asilos lotados, a demanda por vagas é cada vez maior, o que deixa sem alternativa este setor da população.

Nos albergues, no mesmo período levantado pelo IBGE, de 2012 a 2017, a população aumentou em 33%, correspondendo a um crescimento de 45,8 mil para 60,8 mil pessoas, sem contar com os alojamentos privados, o que passa da casa das 100 mil pessoas.

Pirâmide Etária do Brasil – 2017. Fonte IBGE

Os lares, asilos ou clínicas geriátricas são responsáveis por abrigar idosos, uma vez que as famílias não têm condições de os manterem em casa, seja por limitações de horários, por não terem o interesse em cuidar, ou por vários outros motivos e situações de impedimento. Esses ambientes em que os idosos ficam, por vezes, recebem visitas de seus filhos, sobrinhos entre outros parentes ou responsáveis. Mas não são todos, por esse motivo os cuidadores e voluntários tornam-se as suas familias. Algumas clínicas são consideradas temporárias e, também, uma “creche” onde os idosos passam o período da manhã e tarde, retornando à noite para as suas residências.

Casas para idosos em Santa Maria

Familiares recorrem a clínicas especializadas em cuidar de familiares idosos. Foto: arquivo ACS

Na cidade de Santa Maria, os asilos públicos que abrigam idosos cadastrados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social são três: o Lar das Vovozinhas, que abriga apenas idosas do sexo feminino, o Lar Vila Itagiba, que abriga apenas homens, e o Abrigo Espírita Oscar Pithan que abriga ambos os sexos. Já no setor privado, o número de asilos é bem superior. Cerca de 15 clínicas e asilos geriátricos fazem o atendimento e promovem o alojamento para pessoas idosas na cidade.

Clínicas e casas de geriatria

Lares em Santa Maria. Fonte: Emily Costa

 

Abrigo Lar das Vovozinhas

Fundado pelo Diácono Constantino Cardióli em 16 de outubro de 1946, a Associação Amparo e Providência Lar das Vovózinhas é uma instituição de assistência e acolhimento a idosas da cidade de Santa Maria e região. Atualmente o Lar é considerado o maior do país, e conta com equipe multiprofissional para atender mais de 190 idosas.

Em Santa Maria, a entidade já conta com cerca de sete enfermeiras, dois médicos e 34 técnicos de enfermagem, assim como o pessoal da higienização, da alimentação e da manutenção, totalizando 98 funcionários.

No Lar também há atuação do trabalho voluntário que auxilia na parte geral, na limpeza e na horta, inclusive em eventos da instituição. Saul Fin, responsável pelo Lar das Vovózinhas diz que o trabalho voluntário é sempre bem vindo. “ Nós temos uma vez por mês um evento festivo aqui, da venda do galeto e do risoto, sempre aos domingos. Aí nós temos uma equipe de 20 voluntários que ajudam a assar, a preparar e entregar o galeto. A equipe da casa ajuda, mas não faria sem o auxílio voluntário”, argumenta.

Saul afirma que a instituição recebe as idosas a partir dos 60 anos. Ele relata que há casos de idosas que até tem familiares fora da instituição, porém, preferem ficar ali do que conviver com os familiares em casa, devido ao tratamento de saúde, alimentação, medicamento e higienização que recebem no Lar.

Saul Fin, responsável pelo Lar das Vovozinhas. Foto: Tiago Teixeira

Ele afirma que há vários motivos pelo qual pessoas idosas são internadas no Lar. “As pessoas idosas vêm para cá ser acolhidas porque a família não tem como cuidar, não tem como dar a assistência que elas têm aqui. Enquanto isso, tem avós que vieram através do Ministério Público, pois são pessoas que estavam em situação de vulnerabilidade e foram acolhidas aqui no Lar”, revela Fin.

    O trabalho voluntário é fundamental na instituição, além de ser gratificante, e quem o exerce, também se sente útil. A voluntária Mirian Guarienti desabafa ao dizer que quando chega no Lar, sua perspectiva muda. “Comecei por que queria fazer alguma coisa por alguém. Foi um momento da minha vida em que resolvi ter essa atitude e, então, procurei o Lar. Estou aqui há dois anos e gosto de trabalhar no voluntariado. A gente se sente realizado e feliz por se doar para as idosas”, afirma. A voluntária ainda evidencia a importância da troca de atenção, carinho e afeto.

Nádia Maria Dias de Ávila, bancária na Caixa Federal é voluntária há três anos no Lar. Ela atua junto à equipe do artesanato, usado como terapia e, ainda, na venda de parte das produções no brechó da instituição. Não há um projeto somente para a venda dos artesanatos. Nádia diz que as idosas têm suas particularidades. Algumas fizeram artesanato a vida toda e não querem mais trabalhar com isto, muitas não têm condições de produzir e outras gostam de fazer. “Não se pode propor uma atividade única para todas. Uma faz um tapete, outra faz pinturas em caixas de isopor… enfim, elas recebem uma atenção individual aqui. Às vezes, os óculos não estão bons ou elas têm dores nas mãos”, conta a bancária.

O trabalho com o artesanato é desenvolvido em um espaço preparado para as atividades. Os materiais arrecadados são doados por farmácias, bem como os isopores para serem pintados, além de outros. Nádia ainda relata já ter tido experiências como voluntária, porém com crianças. Para ela cada lugar cria expectativas diferentes, assim como as vovós que a surpreenderam e mostram o contraponto entre a infância e a velhice.

Artesanato produzido pelas idosas. Foto: Tiago Teixeira

Aparecida Pagliari Colvero, mora no Lar há três anos, por conta de uma cirurgia de ponte de safena e sua filha não teve condições de prestar os devidos cuidados em casa. Aparecida necessitava de muita ajuda. Chegou na instituição sem andar e falar, e foi se recuperando aos poucos. Para a idosa, o Lar é a sua segunda casa e sempre recebe a visita de sua filha. “ Eu me sinto bem, é minha casa também”.

Como o Lar das Vovozinhas, várias outras casas, clínicas e instituições são de extrema importância para essas pessoas. Elas necessitam de atenção nessa fase da vida, quando muitas delas ficam em situação de vulnerabilidade e requerem cuidados com a saúde física e mental.

Dessa forma, considerando que pessoas idosas podem ser atingidas por situações de abandono na família. O descaso não se restringe apenas aos abrigos, mas também pela falta de cuidados no contexto familiar.

Os voluntários e funcionários necessitam ter paciência e amor para doar, pois os idosos precisam de muita atenção na reta final das suas vidas. Com a bagagem adquirida ao longo das suas caminhadas, as emoções ficam afloradas pela percepção de que a morte está próxima. Assim, é preciso que ocorram trocas entre os voluntários e funcionários com os idosos, para proporcionar experiências e aprender com seus conselhos e vivências.

Por Emily Costa, Fernando Cezar, Mariana Tabarelli e Tiago Teixeira
Reportagem produzida para a disciplina de Jornalismo Humanitário, ministrada pela professora Rosana Zucolo

A prova do vestibular do Centro Universitário Franciscano chega ao fim. Confira a análise de alguns professores sobre a prova:

Para o professor de Espanhol do cursinho pré-vestibular Totem, Luciano Corrêa, a prova exigiu muito a leitura e interpretação do aluno: “A prova contemplou bastante a leitura do texto que era  longo. Exigia  que os alunos  voltassem ao texto, até mais do que em anos anteriores. Houve também uma questão pedindo vocabulário, sinonímia, mas na maior parte, realmente era uma questão de leitura e compreensão o que exigiu bastante tempo de leitura, mas os alunos tinham pouco tempo para fazer, e ainda havia mais 50 questões”.

Já para a professora de Literatura do Riachuelo Pré-vestibular, Ana Paula Betega, a prova de literatura foi como esperado. “Ela abordou as obras literárias que foram pedidas e, ainda, o conteúdo abordado pelo professor em sala de aula. A prova da Unifra me agrada bastante por ter esse olhar em cima do professor que trabalha e dá o conteúdo para o aluno que presta atenção na em aula”.

O professor Odone Zago se mostrou satisfeito com a abordagem da prova de Química

O professor de Química também do Riachuelo, Odone Zago, ressalta como a prova deste ano foi boa na sua visão. “A prova teve questões difíceis, medianas e fáceis. Uma questão um pouco mais difícil para o aluno, o que é bem normal para trazer um grau de dificuldade maior para que o aluno estude. A Unifra, na química tinha até 2012, uma tradição de cobrar muitos conteúdo interessantes.  Após este ano ela passou por um período de um pouco mais de dificuldade nos últimos vestibulares, mas hoje, a prova estava muito boa, demonstrou muita maturidade, com um texto claro que traz  para o aluno o que foi trabalhado em aula”.

O professor de história do Challenger Desafia, Vinicius Pompeo, sintetiza que a prova da sua área estava extremamente difícil, porém ainda se manteve na mesma característica dos outros anos. “Na minha disciplina a prova se tornou bem mais difícil neste ano pelo surgimento de questões que envolvem a explicação acerca de afirmações dentro de uma mesma questão. Não bastava simplesmente marcar a alternativa correta, mas explicar porque ela é correta. Então, é um nível de dificuldade um pouco maior na interpretação de uma questão. De certa forma algumas coisas positivas na prova da Unifra se mantém inalteradas, por exemplo, contemplou bastante o conteúdo e só o apresentou de uma maneira diferente em sua composição”

 

Cristine Lima viajou cerca de 1000 km para acompanhar o filho. Foto: Andressa Rodrigues. LabFem

O vestibular é um rito de passagem para os jovens. A Unifra é uma instituição referência em Santa Maria e região, e também em outros estados. Entrar numa graduação requer muito esforço, inclusive dos pais. É o caso de Cristine Lima, que mora no Paraná e viajou cerca de 1000 quilômetros para acompanhar o filho na prova do Centro Universitário Franciscano.

Segundo ela, “é importante fazer parte desta caminhada, ainda mais se é a felicidade e o sonho do meu filho que está em jogo”.  Cristine e o filho optaram por fazer a prova da Unifra pela proximidade com a família. A mãe de Cristine e avó do menino mora em Santa Maria, e, por isso, resolveram deixar de fazer várias provas estaduais e federais para concorrer à vaga em Medicina na cidade.

Além de Cristine e o filho,  as gêmeas Jéssica e Camila Lazzari saíram do município catarinense de Caiçara e vieram para Santa Maria para fazer o ensino médio, em busca de melhores oportunidades de estudo. Elas ainda estão cursando o ensino médio, mas já fizeram o vestibular de inverno da Unifra para teste e agora, no de Verão, pretendem  também garantir a aprovação em Medicina, opção de curso escolhida por ambas.

Irmãs estão em busca da aprovação em Medicina. Foto: Julie Brum. LabFem

 

Jéssica considera a prova da Unifra bem diferente, pois é mais conteudista e direta, mas acredita que o lado bom é que o tempo para fazer as questões é maior. “O que me assusta um pouco é a redação, pois eu sou acostumada com a redação do ENEM, e a da Unifra o tema geralmente não é muito explícito”, opina a estudante. As irmãs já prestaram vestibular em outras instituições e se não alcançarem aprovação em nenhuma delas, pretendem continuar tentando para Medicina.

Por Fernando Cezar e Luisa Peixoto

Movimentação começou cedo em frente è entrada do Conjunto III da Unifra. Foto: Pedro Gonçalves

Os portões dos três conjuntos do Centro Universitário Franciscano foram abertos às 12:30 dessa tarde, 27 de novembro, para a prova do vestibular de verão da instituição. O fluxo de pessoas evidencia a procura pelas 1355 vagas oferecidas nos 32 cursos de graduação. Ao todo são 3861 candidatos que disputam as vagas para os cursos de graduação.

Medicina é curso mais concorrido. Ao todo são 2207 inscritos que competem às 40 vagas do curso, o qual tem 63,06 de relação candidato/vaga. Seguido pelo curso de Direito com 320 candidatos e Odontologia com 232.

Nesta edição, 42 vestibulandos concorrem às 40 vagas do novo curso da Unifra, o de Técnólogo em Radiologia. O curso forma profissionais que atenderão  à demanda de um mercado carente de pessoas qualificadas para fazer frente aos avanços tecnológicos e à complexidade dos métodos modernos de terapia por radiações e de diagnóstico por imagem.

A prova iniciou às 13h30 da tarde. O Laproa registrou a entrada dos primeiros alunos no Conjunto III. Antes do início do concurso, marcado para às 13h30, ainda havia estudantes que procuravam o seu local de prova.

Vitor Ramil: cantor, compositor, escritor. Ele é o responsável por criar e escrever o álbum “Ramilonga – A estética do frio”. A composição é o quinto álbum do cantor no qual ele inaugura as “sete cidades da milonga”.

Rigor, clareza, profundidade, concisão, pureza, leveza e melancolia, através delas surgem 11 “Ramilongas”, as quais percorrem o imaginário regional gaúcho, que mescla desde a maneira que o gaúcho campeiro gesticula sua fala com o homem do meio urbano.

Viver em um país tropical, para o gaúcho, é normal supervalorizar o clima. Um dos lugares mais frios do país, para o morador da região é algo a se valorizar, em contraste à toda a imagem que o mundo a fora tem sobre o estado. O povo gaúcho sempre se sentiu excluído, desde a cor do mar, às praias, ao clima, e isso trouxe uma visão de que o Estado seria um “Brasil sem graça”.

Nesse contexto que aparece a poesia de Vitor Ramil, onde a estética do frio aparece e o esteriótipo da identidade do povo gaúcho passa por uma reflexão, na qual o autor recusa o esteriótipo do gauchismo, trazendo uma expressividade mais sofisticada e suave, ao oposto do canto forte e marcado. Além disso, os instrumentos, como a gaita, são substituídos por outros, como os africanos e os do povo indígena, os quais jamais haviam sido postos neste gênero da música gaúcha.

“Ramilonga” foi lançado em 1997 e tem cerca de 46 minutos de duração. É considerada um marco na carreira de Vitor Ramil.

O LaProa realizou um vídeo especial sobre o álbum, no qual contam mais detalhes sobre esta obra da música gaúcha. Confira: [youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=Em1tINHx2JA&feature=youtu.be”]

Em estudo realizado no mês de outubro pelo Laboratório de Práticas Econômicas (LAPE), do Centro Universitário Franciscano, constatou um aumento de 0,80% na inflação em Santa Maria em relação à setembro. No mês anterior, os números haviam caído, registrando uma queda de 0,58%

O motivo foi o reajuste dos preços administrados pelo governo como o gás de cozinha e os combustíveis. A Habitação é o setor que mais teve aumento, com 1,5%, motivado pelo aumento do valor em 12% do gás de cozinha.

Nos próximos meses, reajustes nos planos de saúde, na energia elétrica e novamente nos combustíveis não podem ser descartados.

Em 2017, a inflação já registrou aumento de 1,76% em relação ao ano anterior. Nos últimos 12 meses, o crescimento é maior, com 2,49%.

 

Foto: imagem da internet

Pão, café e sabão. Três palavras chave da obra Quarto de Despejo de Maria Carolina de Jesus. O livro foi publicado em 1960, após uma descoberta de Audálio Dantas, repórter da Folha de São Paulo na época, que foi mandado para uma favela da capital paulista para conhecer aquele povoado que a cada dia crescia mais. Durante a sua reportagem, ele ouviu falar de uma mulher escritora que vivia naquele lugar. Era Maria Carolina.

Maria vivia no interior, foi presa injustamente por ter sido acusada de roubar cerca de 20 cruzeiros de um padre, e que depois de provar sua inocência, disse para si mesma que aquilo não era vida para ela, então mudou-se para São Paulo em busca de uma vida melhor. Ela engravida e é “jogada” em uma favela, vira catadora e recomeça a sua nova vida ali.

Mulher, negra, mãe de três filhos e solteira. Esses quatro fatores em uma época como os anos 1950 e 1960, já bastavam para existir preconceito, ignorância sobre ela, inclusive das próprias mulheres que viviam na favela. Mas Maria era sonhadora, batalhadora e mesmo com a dificuldade em que se encontrava, conseguia sobreviver a pobreza, ao esquecimento e principalmente a fome.

Mesmo com toda a dor, tristeza e sofrimento que passava, a autora ainda tirava um tempo para ler os livros encontrados em meio ao lixos que catava, e com os papéis e cadernos os quais se deparava, guardava e criava diários onde ela podia relatar toda a sua vida, escrever sobre sua luta, medo, dor e fome, principalmente a fome.

Assim nasceu Quarto de Despejo, livro que nada mais é do que a história de Maria Carolina de Jesus retratada em um diário. A obra rendeu cerca de 100 mil cópias e foi vendido em 14 línguas diferentes, tremendo sucesso este que provocou desconfiança da população na época, por que uma mulher pobre, da favela, negra, jamais poderia escrever algo tão incrível e comovente. O grande Manuel Bandeira, inclusive, fez uma reportagem no então Diário da Manhã, defendendo a autora, dizendo que “é impossível uma literatura tão sincera partir de alguém que não viveu aquilo”.

Na obra, a autora relata sobre violência doméstica, alcoolismo, ela como mulher, como é viver na favela, como as outras mulheres a xingam por ser solteira, o drama e superação que ela enfrenta e principalmente a fome, a qual é uma luta diária onde ela houve dos próprios filhos a fome que eles sentem e não ter como ajudar com aquilo. Na época ela conseguia juntar cerca de 15, 20 centavos por dia, o que naquele tempo era muito dinheiro, era o que Maria Carolina conseguia juntar por dia e com isso alimentar os seus filhos.

O livro tem muito dessa questão, uma repetição diária de toda a luta que esta mulher vivia e que compartilhava consigo mesma toda a frustração, a fome e a crítica social daquela época, onde os políticos iam até a comunidade em busca de votos nas eleições prometendo várias melhorias, mas que nunca cumpriam, só ficavam na conversa.

Isso tudo faz o leitor se comover, ficar corroído com uma realidade, com a vida sem dinheiro, com uma fome gigante a qual só quem viveu algo parecido consegue sentir.

A autora acabou caindo no esquecimento com o tempo, voltou para sua cidade, adquiriu um sítio e passou o resto dos seus dias, mas sua obra ainda marca, trás a tona e mostra o quão viva Maria Carolina de Jesus ainda está na Literatura Brasileira e Mundial.

Confira o vídeo especial feito pelo LaProa mostrando um pouco mais sobre essa obra prima da Literatura.[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=N2ZlmqlWpHs”]

 

 

O 4º Premio de Jornalismo está chegando. Ele acontecerá no hall do prédio 15, no Conjunto III do Centro Universitário Franciscano, no dia 23 de novembro, logo após o MIPA, que é a Mostra Integrada de Produções Audiovisuais.

Ao todo, foram com 109 trabalhos inscritos, sendo 100 confirmados até o momento, em contraste com os anos anteriores, onde o número é bem menor. Assim, a importância do prêmio, segundo a professora Glaíse Palma, aumenta cada vez mais, pois quanto mais inscritos, mais visibilidade os alunos terão e mais trabalhos poderão ser mostrados a comissão julgadora.

As atividades inscritas são dos últimos 2 semestres e serão julgados com isenção pelos jurados, estes que não possuem vínculo com a Unifra.

Alunos da Paulo Freire visitam a Unifra

Na tarde desta quarta-feira, 1 de novembro,  o curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano recebeu a visita de alunos da Escola Estadual Paulo Freire. Os estudantes participam de projetos vinculados às disciplinas de Projeto de Extensão em Comunicação em Comunitária I e II, do curso de Jornalismo da Unifra, e desenvolvidos na escola que é voltada à crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

Na Unifra, os jovens conheceram os laboratórios de comunicação, observaram   as rotinas produtivas da Agência Central Sul, do Laboratório de Produção Audiovisual, a RádioWeb e a TV Unifra e participaram de atividades na área da comunicação.

Para a diretora da escola Paulo Freire, Ana Izabel Nunes Santos, os alunos da escola enfrentam muita timidez,” mas a oportunidade que eles estão tendo no dia de hoje é especial. As pessoas normalmente, não estão nem ai para eles ou  ficam olhando de canto. O projeto tem feito muita diferença, pois os acadêmicos foram até a escola, brincaram com eles, coisa que as pessoas não fazem e nem nunca fizeram por eles”, afirma.

Os alunos conheceram os laboratórios dos cursos de comunicação da Unifra e participaram de atividades conjuntas.

A acadêmica de Jornalismo e integrante do  projeto, Luana Rodrigues, vê a ação como uma forma de conhecer a realidade das comunidades e suas diferenças. E, muito mais do que isso, ter uma visão diferente do mundo ao qual está habituada. “Muitas vezes, a gente olha as pessoas e julga, mas não conhece a realidade, a história delas,  principalmente, a dos que vivem em situação de vulnerabilidade. Porém, quando estamos vendo como é a vida deles e  tudo pelo qual eles já passaram – e  ver que mesmo assim, eles estão dispostos a aprender -, mudamos a nossa visão.”

Ação-participante

Durante este segundo semestre letivo, semanalmente, as equipes de acadêmicos envolvidos no projeto se deslocam até a escola Paulo Freire em diferentes períodos para trabalharem junto aos alunos. São desenvolvidas atividades como oficinas de informática, leituras e produção de texto com foco na produção de jornal para a escola, gravações para o audiovisual. Para além das questões técnicas, as atividades envolvem jogos entre os alunos, refeições compartilhadas, vivências que fortalecem as relações interpessoais. Além disso, permite novas visões de um mesmo mundo.

Para a professora orientadora do projeto, Rosana Cabral Zucolo, o trabalho desenvolvido para além da academia e da sala de aula, faz com que os estudantes saiam das suas zonas de conforto e mergulhem em realidades diversas que exigem uma percepção mais aguçada. Trata-se, segundo  ela, de um exercício indispensável à construção da cidadania e sensibilização ao trato com o outro socialmente distinto. Ao mesmo tempo, permite que esse outro vislumbre alternativas até então, invisibilizadas.

 

Incentivo, inovação, empreendedorismo.  Assim se organiza a III Mostra de Tecnologia do Centro Universitário Franciscano. Com o objetivo de aproximar as relações entre empresas e comunidade acadêmica, a ação é promovida pela Incubadora Tecnológica da Unifra (ITEC), que dá destaque e incentiva as empresas a criarem e desenvolver os seus projetos.

Ao todo são 19 projetos em exibição, de diversos cursos de graduação e pós-graduação da Unifra, além de empresas parceiras que participam da mostra como convidadas.

Entre os projetos, existe o Casa de Parto. Produzido por alunas do sétimo semestre do curso de Enfermagem da Unifra, o projeto visa diminuir o índice de cesárias em hospitais e proporcionar um resgate do parto sem intervenção médica, o que se perdeu com o tempo e que com a volta, irá trazer mais qualidade aos partos e às futuras mães.

Além destes, existem empresas convidadas, é o caso do aplicativo de relacionamento CLEO e o Rota Simuladores. O primeiro, visa em criar um aplicativo de relacionamento onde as mulheres terão poder, ou seja, as usuárias terão a oportunidade de controlar o seu perfil e o acesso que os homens terão sobre suas informações. O app está em fase de desenvolvimento e está programado para ser lançado em março.

Já o Rota Simuladores, é um empresa que produz equipamentos de simuladores de direção diretamente ao Detran. A empresa é de Santa Maria, mas atua em todo o Brasil e já distribuiu cerca de 300 equipamentos.

Além dos projetos, estão sendo realizadas mesas redondas de debate sobre temas para os futuros empreendedores com o intuito de incentivar e mostrar como pode-se fazer um projeto empreendedor de sucesso.

A mostra iniciou hoje às 9h da manhã e vai até as 21h desta terça-feira.

Mais informações no evento do facebook.