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Luisa Neves

Luisa Neves

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A experiência de produzir um jornal com boas notícias
A experiência de produzir um jornal com boas notícias

Desde Semana Mundial do Meio Ambiente já circula a vigésima edição do JornalEco. O jornal é produzido na disciplina de Jornalismo Especializado I do curso de Jornalismo e, nesta última edição, traz como pauta central o papel de cada um por um mundo melhor. Para saber como foi a experiência da produção de um jornal com foco no jornalismo ambiental, o Ambjor traz para os leitores os depoimentos dos alunos que participaram desta última edição.

Pedro e Laíz acompanharam a rotina dos catadores de Santa Maria
Pedro e Laíz acompanharam rotina de catadores de SM

Os excluídos reciclam a mente dos incluídos é o título da matéria produzida pelos alunos Pedro Corrêa e Laíz Lacerda. “Nosso tema fala a respeito dos coletores de materiais reciclados do Projeto  ‘Catando Cidadania’, da irmã Lourdes Dill”, comenta Laíz que achou interessante a pesquisa sobre a quantidade de lixo produzida no Brasil. “Tomei um susto ao saber que nem metade do que poderia ser reciclado, é”, revela. Já o acadêmico Pedro Corrêa, classifica o JornalEco como uma experiência incrível, tanto na área ambiental, quanto de vida. “Aprendi muito com a experiência de pessoas que, apesar das dificuldades, conseguem sorrir”, compartilha. Pedro acrescenta que, ao produzir o JornalEco, aprendeu a escrever a história das pessoas com mais sensibilidade.

"Foi bem produtivo trabalhar em dupla com o Patrese", comenta Luana
“Foi produtivo trabalhar em dupla com o Patrese”, comenta Luana
"Trabalhamos a pauta como uma verdadeira equipe", destaca Patrese
“Trabalhamos a pauta como uma verdadeira equipe”, destaca Patrese

“Produzir o JornalEco foi uma experiência interessante. O trabalho que acompanhamos partiu de um desafio que foi feito na aula de Jornalismo e levado para a escola onde trabalho”, conta a professora Luana Iensen. Na matéria Um problema com solução, produzida com o colega Patrese Lenhart Rabenschlag, Luana pôde observar o  trabalho que desenvolve na Escola Antônio Alves Ramos. “O bom de observar o projeto sustentável que iniciei com os alunos, foi poder acompanhar a continuidade e os resultados dele”, declara. Patrese conta que, nesta disciplina, deparou-se com uma questão ainda despercebida por ele. “Para fazer com que as pessoas efetivem mudanças em favor do meio ambiente, temos que colocar em prática o discurso ambiental. Só teoria não faz as pessoas se engajarem”, reflete. Patrese ressalta que a produção do JornalEco despertou nele a conscientização ambiental. Agora ele se preocupa mais com a reciclagem, do que se preocupava antes.

"Queria ter feito mais", ressalta Marília
“Queria ter feito mais”, ressalta Marília
"O Jornalismo Ambiental abre oportunidades para diferentes trabalhos"
“O Jornalismo Ambiental abre oportunidades para diferentes trabalhos”, reflete Yasmin

Um desafio.  Com essa expressão, Marília Paim Lavarda define a execução da sua pauta. “No começo achei difícil, mas durante o desenvolvimento da matéria percebi a importância do tema e, assim, desenvolvi a reportagem com tranquilidade”, ressalta Marília que escreveu sobre a crise hídrica e as iniciativas do Royal Plaza Shopping para o reaproveitamento de água. A acadêmica Yasmin Lima conta que o JornalEco contribuiu para ajudá-la a vencer o preconceito com o Jornalismo Ambiental. “Este tema abre espaço para outros trabalhos. O JornalEco foi uma experiência incrível”, destaca.

"Percebi que pequenas ações fazem diferença no meio ambiente", comenta Pedro
“Percebi que pequenas ações fazem diferença no meio ambiente”, comenta Pedro
Silvana gostou de conhecer os projetos ambientais da cidade
Silvana gostou de conhecer os projetos ambientais da cidade

O que falta para o Cavalo de Lata dar a largada na cidade? Responder essa pergunta foi o desafio dos acadêmicos Pedro Lenz Piegas e Silvana Righi. Eles relataram a história do carrinho elétrico que recolhe o lixo das ruas de Santa Cruz do Sul. O relato está na página 10 do JornalEco. Segundo Silvana, o processo de produção do JornalEco foi enriquecedor por permitir aos alunos conhecerem os projetos ambientais da cidade. “Escrever sobre o Cavalo de Lata me instigou a olhar mais para os catadores. Antes desta disciplina, a condição dos catadores passava despercebida por mim”, confessa. Pedro destaca o bom resultado do trabalho em grupo e a experiência da apuração. “Escrever a matéria de forma esclarecedora e tentar convencer o leitor de que aquela é uma das melhores, ou a melhor opção de recolhimento de lixo na cidade, foi uma experiência nova pra mim”, relata.

Adriana acredita que o cuidado com o mundo é responsabilidade de todos
Adriana acredita que o cuidado com o mundo é responsabilidade de todos

Destacar projetos sustentáveis que beneficiam famílias carentes e modificam o modo de viver das pessoas foi a proposta de pauta adotada pela acadêmica Adriana Aires da Silva. As dificuldades que Adriana teve que enfrentar durante a pauta não a impediram de concluir o trabalho. “As primeiras fontes escolhidas não respondiam as minhas tentativas de contato. Mesmo assim, procurei novas fontes e segui em frente”, relata. Graças à persistência de Adriana, a matéria que mostra o uso de caixas de leite no revestimento de casas para proteger tanto do frio quanto do calor, incentivou muitas pessoas a reciclarem as caixas que iriam para o lixo. “Foi muito especial descobrir que um material que, na maioria das vezes, vai fora, pode ser utilizado para melhorar a qualidade de vida das pessoas”, compartilha.

Pedro enfatiza que nunca é tarde para fazer o bem
Pedro enfatiza que nunca é tarde para fazer o bem
Com a produção do JornalEco Lucas lançou o desafio Plante uma árvore
Com a produção do JornalEco Lucas lançou o desafio Plante uma árvore

A rotina de senhoras de mais de 60 anos que retiram do lixo matéria prima para produzir cobertores para pessoas pobres, rendeu um grande aprendizado para o acadêmico Lucas Leivas Amorim. “Os componentes do grupo Madre Tereza de Calcutá são exemplos de vida. Nunca vamos esquecer o bem que estes trabalhadores fazem para a natureza ao tirar das ruas sombrinhas e guarda-chuvas estragados para transformá-los em cobertores. Eles dão uma aula de sustentabilidade”, comenta. Para Pedro Lucca, co-autor desta reportagem, o contato com a ação social desenvolvida por essas senhoras fez com que ele repensasse as atitudes tomadas, tanto para ajudar o planeta, quanto para ser solidário. “Percebi que é nosso papel transmitir mensagens boas para o planeta e para quem habita nele”, ressalta.

Guilherme gostou da oportunidade de explorar uma cultura alternativa
Guilherme gostou da oportunidade de explorar uma cultura alternativa
"Todo o esforço foi válido para ver a matéria concluída", destaca Henrique
“Todo o esforço foi válido para ver a matéria concluída”, destaca Henrique

Conhecer uma área diferente do jornalismo e poder explorar uma cultura alternativa foram as lições tiradas pelo acadêmico Guilherme Mota na produção do JornalEco. Com o colega Henrique Orlandi, ele escreveu sobre a tribo da Lua Vermelha, uma comunidade que vive em meio à natureza, em Silveira Martins. Na realização da pauta, Henrique  teve a oportunidade de conhecer os proprietários da cozinha Pedaços da Natureza. “Os donos da cozinha foram muito receptivos, o que nos surpreendeu porque até a nossa visita, eles nunca haviam concedido entrevistas para nenhum meio de comunicação”, destaca o acadêmico que pode ver como os naturalistas vivem, como cultivam seus produtos e conhecer um pouco sobre o modo como cultivam a terra.

Outras experiências, novas perspectivas ambientais

A produção do JornalEco dura em torno de 4 meses. Nas primeiras aulas da disciplina Jornalismo Especializado I, a professora Andreia Fontana faz uma exposição sobre o tema com a finalidade de produzir a discussão das práticas ambientais com a turma. Segundo a professora, a proposta da disciplina é fazer um jornal laboratório com uma temática pouco explorada, mas muito importante para a vida de todos. Ela explica que a escolha das pautas é feita a partir da apresentação do diagnóstico ambiental do mundo, seguida da análise das edições anteriores e, por fim,  a escolha de temáticas novas. “O que mais me chamou a atenção nesta turma, foi o envolvimento pessoal dos alunos. Alguns deles criaram, a partir da produção do JornalEco em sala de aula, novos projetos ambientais como o desafio Plante uma árvore”, comenta. Andreia destaca também a repercussão do jornal. “As pessoas chegam pra nós e comentam o quanto é bom ler um jornal cheio de boas notícias”, conta a professora.

"Agora tenho a mente aberta para a sustentabilidade", conclui Victória
“Agora tenho a mente aberta para a sustentabilidade”, conclui Victória
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“Não dá para ser indiferente à situação ambiental do planeta”. Bruna Ghehm

Victória Papalia destaca que trabalhar em uma pauta ambientalista é inquietar os leitores, já que o JornalEco mostra bons exemplos de sustentabilidade. Além da importância ambiental, a acadêmica compartilha que a produção deste jornal fez com que ela acreditasse no trabalho em grupo. Bruna Guehm Pereira fez dupla com Victória na realização da reportagem sobre projetos sustentáveis pessoais que fazem diferença no coletivo. Bruna conta que a produção do JornalEco fez com que ela levantasse diversos questionamentos e inquietações a respeito do egoísmo e da falta de preocupação com o futuro do planeta.

Matheus buscou diversas leituras que lhe dessem embasamento para escrever a matéria
Matheus buscou diversas leituras que lhe dessem embasamento para escrever a matéria

Entre as lições tiradas na disciplina, Matheus Oliveira aprendeu que dá para unir jornalismo ambiental e política. “Tanto como futuro profissional da área, como sujeito social e político, são possibilidades transformadoras como essa que me instigam e fazem com que me movimente. O jornalismo deve possibilitar essa perda de inocência.”

Júlia destaca a harmonia do trabalho em dupla
Júlia destaca a harmonia do trabalho em dupla

“Existem cerca de 30 milhões de animais em situação de risco no Brasil”, relata a reportagem das acadêmicas Julia Machado e Helena Moura. No texto, elas discorrem sobre a teia de amigos virtuais comprometidos em cuidar da bicharada e destacam o uso da web em projetos que protegem os animais. “Eu fiquei muito satisfeita com a pauta.

Helena também destaca o trabalho em grupo
“Adorei fazer a pauta porque gosto muito de animais”, conta Helena

Nesta matéria, eu e a Júlia tivemos a oportunidade de dar mais visibilidade aos projetos que escolhemos mostrar”, relata Helena. Para as acadêmicas, foi gratificante mostrar aos leitores que eles podem adotar, em vez de comprar um animal.

Apresentar, discutir, questionar, provocar e agir em favor do meio ambiente são os objetivos da disciplina de Jornalismo Especializado I. O mundo vive uma séria crise no ecossistema, por isso é necessário que formadores de opinião, como os jornalistas, sejam envolvidos com a discussão ambiental desde a graduação. Além da disciplina, os alunos podem participar do Ambjor, laboratório de jornalismo ambiental que atua junto à Agência Central Sul de Notícias.

Fotos: arquivo pessoal/facebook

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Unifra cultiva diferentes espécies de árvores nos três conjuntos.
Unifra cultiva diferentes espécies de árvores nos três conjuntos

Não é de hoje que o Brasil desmata suas florestas. Desde a época do Descobrimento, quando o pau-brasil foi explorado pelos portugueses, o desmatamento é uma prática comum no país. A urbanização, o consumo de produtos fabricados a partir das árvores e a indústria de consumo tem feito do desmatamento um ato justificável para, segundo a lógica do mercado, efetivar o progresso.

A professora do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária do Centro Universitário Franciscano, Noely Júlia Vasconcellos, esclarece que o desmatamento é necessário para atender à demanda de alimentos e abrigos para uma população crescente.  “Contudo nós temos que respeitar as áreas protegidas, como, por exemplo, a mata ciliar. Devemos também, recuperar, por meio da revegetação, as áreas que são degradadas”, enfatiza.

Apesar das justificativas para o desmatamento, é necessário ficar atento para a quantidade de árvores derrubadas na vegetação brasileira. O Brasil, que tem a segunda maior cobertura vegetal do mundo, ficando atrás apenas da Rússia, derruba mais de 20 mil Km² de vegetação nativa por ano. Na época do Descobrimento, o país tinha uma grande extensão de florestas. Assim, os portugueses achavam que os recursos florestais da terra descoberta seriam infinitos, mas não são.

E as consequências?

Se o desmatamento continuar, animais e pessoas serão prejudicados de diversas formas, como no caso de alguns bichos que encontram abrigos nas árvores, como pássaros, macacos, entre outros. Com o desmatamento, o desabrigo é um dos problemas a serem enfrentados. Além deste, quando cortamos as árvores diminuímos o filtro natural de gases de efeito estufa e com isso, o aquecimento global aumenta.

Professora Noely Júlia explica as causas do desmatamento.
Professora Noely Júlia explica as causas do desmatamento

Preservar as árvores é também ser responsável por uma das principais fontes de alimento. “Além de serem fontes de alimento, as árvores absorvem os contaminantes que são lançados pelo homem na atmosfera, como o monóxido de carbono, dióxido de carbono, dióxido de enxofre e outros poluentes produzidos pelo homem”, declara Noely. A professora explica, ainda, que as árvores devolvem um elemento essencial às nossas vidas, o oxigênio.

Em uma área urbanizada, as árvores têm a importante função de diminuir o impacto das ilhas de calor que se formam e, assim, manter o equilíbrio do meio ambiente, além de garantir a sobrevivência das espécies.

Fotos: Fernanda Gonçalves (Laboratório de Fotografia e Memória)

 

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Na abertura do SIC, 9 trabalhos foram apresentados.

Para promover ações que colaborem com o tema do Centro Universitário Franciscano ‘Viver 2015 Sustentável’, acadêmicos de 9 cursos de graduação apresentaram trabalhos sobre a temática da sustentabilidade na 6ª Jornada Integrada do Meio Ambiente (JIMA). Os trabalhos foram apresentados no primeiro dia do Salão de Iniciação Científica (SIC), no último dia 2. Além dos estudantes de graduação, alunos do mestrado e doutorado em Nanociências expuseram pesquisas ambientais.

A acadêmica de Direito, Francie Lazzari, mostrou a relação entre a sociobiodiversidade e os conhecimentos tradicionais dos povos indígenas, negros, quilombolas e agricultores familiares, entre outros. “Minha pesquisa aborda a biodiversidade atrelada aos povos. Estudo desde a criação, ao manejo e à forma de extração que cada povo usa ao trabalhar em contato com a natureza”, explica. A estudante afirma que a pesquisa relaciona os povos da floresta com o Direito para entender a exploração que se faz sobre essas pessoas.

Acadêmica de Direito estuda a biodiversidade atrelada aos povos
Acadêmica de Direito estuda a biodiversidade atrelada aos povos

Reduzir os efeitos dos agrotóxicos na agricultura por meio de filtros de nanotubos de carbono é o objetivo da pesquisa apresentada pela estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária, Daniela Pfeifer. “A nanotecnologia é capaz de ser incorporada a outros materiais resistentes que aumentam as propriedades físicas e mecânicas para diminuir o poder dos agrotóxicos”, relata a pesquisadora.

A 6ª JIMA foi coordenada pelo curso de Geografia da instituição. Segundo a professora e organizadora do evento, Ail Ortiz, a jornada promove o compartilhamento de visões distintas sobre a sustentabilidade e faz com que essas visões, propostas pelos alunos, não fiquem apenas no papel, mas que sejam colocadas em prática em benefício da comunidade. “Acima de tudo buscamos ultrapassar os muros institucionais para que essas práticas tenham visibilidade a nível municipal e regional”, declara.

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Da produção à distribuição: o percurso do Jornaleco

Para mostrar iniciativas praticadas em Santa Maria e na região, relacionadas ao ecossistema, o curso de Jornalismo apresentou o JornalEco – jornal impresso de temática ambiental produzido pelos alunos do 5º semestre do curso, orientados pela professora Andreia Fontana. Outra experiência do curso de Jornalismo apresentada na JIMA foi o Laboratório de Jornalismo Ambiental (Ambjor), inaugurado em 10 de maio, apresentou matérias ambientais produzidas e exibidas na TV Unifra e na Agência Central Sul. O Ambjor, orientado pela professora Aurea Evelise Fonseca, integra a Agência Central Sul de Notícias.

O SIC ocorreu nos dias 2 e 3 de junho, durante a Semana Mundial do Meio Ambiente, no Salão de Atos do conjunto III do Centro Universitário Franciscano.

Fotos: Francine Antunes (Laboratório de Fotografia e Memória)selo sustentabilidade

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Unifra incentiva o descarte consciente do lixo eletrônico
Unifra incentiva o descarte consciente do lixo eletrônico

Nos dias 2 e 3 de junho, o Centro Universitário Franciscano realiza a campanha ‘Pra quê tanto lixo?‘ com o objetivo de colaborar com as pessoas que têm celulares, computadores, entre outros aparelhos eletrônicos dispensados ou substituídos. Segundo o assessor de Comunicação da Unifra, Carlos Spall, a ação compõe o posicionamento da instituição que é Viver 2015 Sustentável e dá continuidade ao tema do SEPE, Olhares sustentáveis em favor da vida. “Os dois temas norteiam todas as nossas ações de sustentabilidade”. A campanha Pra quê tanto lixo é organizada pela Assessoria de Comunicação com o apoio dos departamentos da Unifra engajados com a preservação do meio ambiente.

Mas, por que eu não devo guardar lixo eletrônico? 

Geneticista Michele Sagrillo alerta para os riscos do lixo eletrônico

A geneticista e professora do curso de Biomedicina da Unifra, Michele Sagrillo, explica que o contato contínuo com objetos eletrônicos é prejudicial à saúde. “As pessoas que ficam muito tempo expostas aos componentes químicos liberados por celulares, computadores, televisões, entre outros objetos eletrônicos, correm o risco de desenvolver várias doenças, inclusive câncer”, alerta.  O coordenador do curso de Engenharia Química do Centro Universitário Franciscano, Rodrigo Salazar, acrescenta que os equipamentos eletrônicos apresentam potencial dano ao meio ambiente e à saúde humana por  conterem inúmeras substâncias químicas. “Chips, materiais poliméricos e outros eletrônicos carregam elementos como antimônio, arsênio, cádmio, chumbo, cromo, mercúrio, zinco, entre outros, de alta toxicidade, portanto, prejudiciais ao ecossistema”, explica.

Lâmpadas queimadas na Unifra tem destino certo
Na Unifra, lâmpadas queimadas  têm destino certo

Descarte consciente

O diretor de patrimônio do Centro Universitário Franciscano, Carlos Rui Robalo, explica que não basta jogar fora os objetos eletrônicos sem uso e que estes não devem ser jogados em qualquer lugar, mas em núcleos comprometidos com o destino correto destes elementos. “É dispendioso se livrar do lixo eletrônico. As pessoas têm que pagar para se livrar dele e muitos não podem fazer isso. Por isso, é importante aproveitar campanhas como essa”, esclarece.

"Dar o destino certo ao lixo é fazer a nossa parte com o meio ambiente" Carlos Robalo
“Dar o destino certo ao lixo é fazer a nossa parte com o meio ambiente”. Carlos Robalo

A Unifra, uma vez por ano, envia de 3 a 5 mil lâmpadas queimadas para Santa Catarina para serem recicladas. O diretor conta que o material é embalado de 20 em 20 unidades e que o custo de envio, por lâmpada, chega a R$ 2,00. “Parece contraditório termos que pagar para dar o destino certo ao lixo eletrônico, mas fazemos a nossa parte. Ainda não há, aqui no Rio Grande do Sul, empresas de reciclagem que comportem as lâmpadas”, explica.

Entre as iniciativas da instituição, está a troca de equipamentos antigos por outros que consumam menos energia. Segundo Robalo, computadores que reduzem em 1/3 o consumo de energia vão substituir, aos poucos, aparelhos antigos. “Hoje em dia, não vale a pena insistir no uso de objetos antigos, grandes consumidores e prejudicais ao ecossistema”, ressalta.

Com o  perigo do lixo eletrônico, o que fazer com o celular antigo jogado na gaveta?

Ainda dá tempo de fazer uma triagem em casa e dar destino correto aos aparelhos aposentados. Você pode pegar o celular e outros objetos eletrônicos sem utilidade  e descartar no Centro Universitário Franciscano, nesta terça e na quarta-feira, dias 2 e 3 de junho. Os pontos de coleta estarão nos estacionamentos da instituição, dos Conjuntos I (rua Silva Jardim) e III (rua dos Andradas) . A saúde e o meio ambiente agradecem.

Fotos: Francine Antunes (Laboratório de Fotografia e Memória)selo sustentabilidade

 

 

 

Reduzir o uso de papéis é sinônimo de educação ambiental Foto: Joana Günter (Laboratório de Fotografia e Memória)
Reduzir o uso de papéis é sinônimo de educação ambiental

Ambjor-02Você já reparou na quantidade de papel que secretarias, escritórios e departamentos consomem? Já parou para pensar se realmente tem que imprimir documentos, trabalhos, letras de músicas e até recados das redes sociais? Em tempos de tecnologia, muitas pessoas ainda acreditam que documentos só têm valor se forem físicos. E você tem dificuldade em se desapegar da leitura no papel?  Se você é daqueles que imprime um documento só para ler, está na hora de conhecer a Secretaria Acadêmica Digital.

Para diminuir a quantidade de pastas físicas, otimizar espaço e colaborar com a preservação do meio ambiente, a secretaria da Divisão de Registro e Controle Acadêmico (Derca) do Centro Universitário Franciscano implantou em maio de 2013 a Secretaria Acadêmica Digital, que digitaliza o acervo de documentos. Para cumprir o propósito, os responsáveis trabalham de duas formas: digitalizam os documentos existentes e evitam a emissão e acondicionamento de mais papéis. O diretor da Derca, Leonardo Camargo, enfatiza que não adianta digitalizar e continuar produzindo mais. “Digitalizamos o acervo já existente, eliminamos o que for possível deste material e virtualizamos novos processos”, explica.

O auxiliar administrativo Carlos Simon conta que já digitalizou mais de 60 mil documentos. Foto Joana Günter (Laboratório de Fotografia e Memória)
O auxiliar administrativo Carlos Simon conta que já digitalizou mais de 60 mil documentos.

Existem inúmeros processos acadêmicos que geram documentos físicos, desde a notificação de afastamento de um aluno, a atestados médicos, formulários, matrículas, etc. Tanto papel, além de ocupar espaço, é nocivo ao ecossistema. “Nosso objetivo é reduzir o máximo possível dessas documentações e transformá-las em PDFs. Com isso teremos uma redução gradativa na emissão de papéis. É um trabalho de formiguinha, mas é muito importante”, declara Leonardo.

Diretor do DERCA lembra o excesso de pastas armazenadas no departamento. Foto: Joana Günter (Laboratório de Fotografia e Memória)
Diretor da Derca lembra do excesso de pastas armazenadas no departamento

A ideia

A ideia da secretaria digital surgiu a partir de um curso sobre digitalização que Leonardo fez em 2012. Ele conta que o térreo do prédio 2 da Unifra já não comportava mais a quantidade de pastas e arquivos. Dessa necessidade, o diretor empenhou-se em frear a produção de papéis e assim, reduzir o espaço e o tempo dispensado em busca de documentos. “Toda vez que precisávamos de um papel, tínhamos que nos deslocar. Agora temos o documento na mesa de trabalho”, relata. Com essa iniciativa,  a Divisão de Registro e Controle Acadêmico uniu otimização da rotina do trabalho com prática sustentável. O objetivo é que a maioria dos processos acadêmicos sejam virtuais, pois o Ministério da Educação ainda exige que alguns documentos sejam impressos.

Para esclarecer:

Para muitas pessoas, os documentos só têm valor se forem físicos, mas as coisas mudaram. Uma assinatura digital tem tanto valor, quanto o documento endossado em mãos.[dropshadowbox align=”none” effect=”lifted-both” width=”570px” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”1″ border_color=”#dddddd” ] A Assinatura Digital, como o próprio nome diz, serve para assinar qualquer documento eletrônico. Tem validade jurídica inquestionável e equivale a uma assinatura de próprio punho. É uma tecnologia que utiliza a criptografia e vincula o certificado digital ao documento eletrônico que está sendo assinado. Assim, dá garantias de integridade e autenticidade. A validade e admissibilidade legal da assinatura digital são garantidas pelo artigo 10 da MP nº 2.200-2, que instituiu a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras – ICP-Brasil, conferindo presunção de veracidade jurídica em relação aos signatários nas declarações constantes dos documentos em forma eletrônica. Fonte: https://www.documentoeletronico.com.br/assinatura-digital.asp[/dropshadowbox]

Para onde vai o papel dispensado?

O papel dispensado pela Derca é triturado e armazenado em sacos para doação. Por não haver um destino específico, algumas vezes, funcionários encaminham o material para pessoas ou entidades que trabalham com reciclagem. A Divisão já procurou , mas ainda não conseguiu um destinatário fixo.

Plástico também não é bem-vindo na Derca

Abolir o copo plástico é mais uma demonstração de sustentabilidade no DERCA Foto: Joana Güinter (Laboratório de fotografia e Memória)
Abolir o copo plástico é mais uma demonstração de sustentabilidade

Para contribuir com a preservação do meio ambiente, funcionários da Derca deixaram de utilizar copos descartáveis, tanto para água, quanto para o cafezinho. Embora haja um desinteresse dos catadores pelo plástico, porque não dá lucro para as empresas de reciclagem, o material é altamente nocivo ao ecossistema e leva, no mínimo, 400 anos para se decompor. A fim de colaborar para mudar esta realidade, Camargo conta que cada funcionário do Departamento tem sua garrafinha para água e carrega a própria xícara de café.

E você? O que pode fazer para colaborar com o meio ambiente?

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Fotos: Joana Günter (Laboratório de Fotografia e Memória)

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No próximo dia 2 de junho, na semana Mundial do Meio Ambiente, estudantes e docentes da Unifra participam da 6ª Jornada Integrada do Meio Ambiente (JIMA), a qual tem como tema Meio Ambiente, Olhares Multidisciplinares. Esta iniciativa vem para somar com as outras práticas que o Centro Universitário Franciscano desenvolve em favor do meio ambiente. “Nossa instituição é de ponta no que se refere à prática sustentável. Nesta temática temos vários eventos, como o  SEPE (Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão), além de outras ações desenvolvidas dentro dos cursos”, ressalta a professora Ail Meireles Ortiz,  integrante da comissão organizadora.

Professora Ail Ortiz na coordenação da 6ª JIMA. Foto: Viviane Campos (Laboratório de Fotografia e Memória/UNIFRA)
Professora Ail Ortiz coordena 6ª JIMA                      Foto: Viviane Campos (Laboratório de Fotografia e Memória/UNIFRA)

Segundo a professora Ail, todos os cursos da instituição foram convidados a participar da JIMA. “Neste ano, serão apresentados trabalhos que abranjam a temática ambiental dos cursos de Jornalismo, Geografia, Direito,  Engenharia Ambiental e Pedagogia. Participam também, alunos do  Mestrado e Doutorado em Nanociências”, relata. A professora destaca ainda que dentro da grade curricular muitos cursos enfatizam temas ambientais, como na Geografia, na Arquitetura e Urbanismo, no Designer de Produto, na Nutrição, na Biomedicina e nos cursos da área tecnológica. “A Unifra já tem uma caminhada bem consolidada acerca da questão ambiental”, ressalta.

Os trabalhos devem ter ênfase na pesquisa e no ensino e apresentados em painéis, nos moldes científicos. Cada apresentação será coordenada e mediada pela professora do curso de Geografia, Elsbeth Léia Spode Becker. A Jornada é organizada pelo coordenador do curso de Geografia da Unifra, professor Valdemar Valente.

A JIMA vai fornecer certificado de participação aos alunos que assinarem a lista de presença. Os acadêmicos que apresentarem suas pesquisas receberão certificado de apresentação. Não haverá inscrições para a 6ª Jornada Integrada do Meio Ambiente que ocorre no Salão de Atos do prédio 13, conjunto III, às 19 horas do dia 2 de junho.

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Na Unifra, lixeiras seletivas são encontradas em todos os   conjuntos
Na Unifra, lixeiras seletivas são encontradas em todos os conjuntos

[dropshadowbox align=”right” effect=”lifted-both” width=”250px” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”1″ border_color=”#dddddd” ]SUSTENTABILIDADE

A palavra sustentabilidade começou a ser usada em junho de 1972, na Conferência das Nações Unidas  sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo. A partir deste encontro que foi o primeiro organizado com o objetivo de discutir assuntos relacionados ao meio ambiente, o conceito sustentabilidade ganhou maior importância. Já no Brasil, o conceito de sustentabilidade teve ênfase a partir da Conferência sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO 92), no Rio de Janeiro.[/dropshadowbox]

Hoje o tema Sustentabilidade está na moda. Todos os dias jornais, revistas, programas de televisão e sites abordam o assunto. De alguma ou de outra forma, encontramos dicas, apelos e esforços para conscientizar o homem a cuidar do planeta.  Não tem  como ignorar o tema que deveria estar, não só na boca, mas no estilo de vida das pessoas. Mas, o que é ser sustentável?

Nossa equipe realizou uma enquete com 15 estudantes do Centro Universitário Franciscano. Ao serem questionados se eram sustentáveis, três resp0nderam que não, enquanto 12 responderam que cuidavam do meio ambiente.

“Sou uma pessoa sustentável. Em casa separamos o lixo orgânico do lixo reciclável.” Alexandre Ivo Vieira, estudante do Curso de Instrutor de Trânsito

“Sim, sou uma pessoa preocupada com sustentabilidade. Quando trabalhava em fábrica de pneus descobri  que este material poderia ser reaproveitado em asfaltos e sempre repasso esta informação.” Claison de Ávila, estudante do Curso de Instrutor de Trânsito

Valdirene Quevedo, Curso de Instrutor de Trânsito

“Estou aprendendo a ser sustentável.  Não fazia nada, mas hoje separo o lixo e faço reciclagem. Estou aprendendo aos poucos a cuidar do meio ambiente.” Valdirene Quevedo, estudante do Curso de Instrutor de Trânsito

“Sim, sou sustentável na questão de organizar o lixo”.  Lauson Beltrame Pregardier, estudante de Administração

Françoá Dal Ross, estudante de Odontologia
Françoá Dal Ross, estudante de Odontologia

“Sou sustentável. Além de separar o lixo, aproveito a maior parte dos alimentos e ando a pé o máximo que posso.” Tarla Weber, Publicitária

“Não sou sustentável. Acho que tem poucas políticas a respeito de preservação do meio ambiente no Brasil e pouca informação.” Françoá Dal Ross, estudante de Odontologia

“Sim, sou sustentável porque separo o lixo de casa”. Júlia Fleck, estudante de Jornalismo

“Acredito que sou uma pessoa sustentável porque não jogo lixo no chão e separo lixo orgânico do lixo reciclável. Assim, cuido para não poluir o meio ambiente.” Sabrina Ludwig, estudante de Psicologia

“Sou uma pessoa sustentável. Não jogo no lixo no chão e sempre separo.” Thayátira Rocha, estudante de Psicologia

“Não tenho tempo para ser sustentável”.  Ana Laudia Coelho, estudante de Enfermagem

“Não sou sustentável. Nunca parei para pensar no assunto.” Elaine Flores, estudante de Nutrição

“Sou sustentável. Reciclo o lixo.” Rafael Vargas,estudante de Arquitetura

Sim, sou sustentável. Separo o lixo e não largo nada no chão.” Andressa Gindri, estudante de Arquitetura

Sim, separo o lixo.” Larissa Zanini, estudante de Arquitetura.

Que outras atitudes podem ser tomadas a fim de incentivar as pessoas a serem sustentáveis? Ainda falta informação sobre  práticas de sustentabilidade?

Fechar torneiras, reaproveitar a água, ser menos consumista, reduzir o uso de sacolas plásticas, exigir o selo que identifica os alimentos transgênicos, armazenar o óleo usado de cozinha para entregar nos postos de reaproveitamento, informar-se sobre o tempo de decomposição dos materiais, andar mais a pé ou de bicicleta, economizar energia elétrica, informar-se sobre fontes alternativas de energia, reduzir o lixo eletrônico, são algumas entre centenas de atitudes que, se adotadas, podem fazer grande diferença para a vida no planeta.

Lixo não evapora

Segundo dados apresentados em debate  na  Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, em abril do ano passado,  o Brasil é o 5º país que mais produz lixo no mundo e apenas 3% do resíduos sólidos são reciclados. Então, separar o lixo é uma atitude válida, porém, não isenta o cidadão da responsabilidade de diminuir a produção de lixo. Isso só é possível a partir de uma conscientização a respeito do consumismo, o grande vilão do ecossistema. Não basta fechar a sacolinha de lixo e colocar no lugar certo. Antes de separar é necessário diminuir a produção de lixo.Não é porque o lixo não está mais em  casa ou ao alcance dos olhos que deixa de existir.

Fotos: Caroline Pigatto (Laboratório de Fotografia e Memória)

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"Repensar a vida é repensar os rumos." André Trigueiro (Foto: Ticiana Leal/Laboratório de Fotografia e Memória)
“Repensar a vida é repensar os rumos.” André Trigueiro (Foto: Ticiana Leal/Laboratório de Fotografia e Memória)

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De quem é a responsabilidade em cuidar da vida? “Cada um deve cuidar da sua”, diriam os mais apressados em responder a questão. Porém, cuidar da vida tem um significado amplo, que foge aos limites da individualidade.

Segundo o dicionário informal, vida é o estado de atividade incessante comum aos seres organizados. É o período que decorre entre o nascimento e a morte. Porém, para se preservar a vida individual, se faz necessário equilíbrio e organização com todas as outras espécies, ou seja, com o ecossistema.

Para falar sobre a responsabilidade de cada um com o ecossistema e com a preservação da vida, o Centro Universitário Franciscano recebeu o jornalista André Trigueiro, na sexta, 8 de maio. Na conferência do SEPE Olhares Sustentáveis em Favor da Vida, a comunidade acadêmica foi confrontada à conscientização ambiental. Questionar a origem dos alimentos, rejeitar sacos plásticos e o uso de isopor, altamente nocivos à natureza, denunciar autoridades que não se preparam para catástrofes ambientais e, principalmente, dizer não ao hiperconsumismo, foram os pontos ressaltados pelo palestrante.

O jornalista se interessou pelo tema quando cobriu a ECO 92 e desde então, assumiu o que diz ser a sua parte na luta pelas causas ambientais. “Estava no começo da carreira e quando ouvi o relatório final da reunião, o qual descrevia as características do modelo de desenvolvimento no Brasil como ecologicamente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto, percebi que poderia fazer alguma coisa”, conta.

Colapso dos ecossistemas, escassez da água doce limpa, desertificação do solo, produção monumental de lixo, agravamento do efeito estufa, acidificação dos oceanos, são algumas das consequências do hiperconsumismo, bem representada hoje, segundo Trigueiro, pelo closet, cômodo indispensável nas construções modernas.

A saída é corrigir os rumos

Segundo dados do Programa das Nações Unidas pelo Meio Ambiente (PNUMA) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Banco Mundial, o maior vilão do meio ambiente é o excesso de consumo. “Precisamos cuidar e distribuir os recursos naturais renováveis e fundamentais à vida. Ter não é sinônimo de felicidade. Precisamos corrigir os rumos”, incita Trigueiro.

Desta forma, não basta amarrar a sacolinha e jogar no contâiner ou ter um bom discurso ambiental. A sociedade precisa repensar o conceito de legado, do que vamos deixar para as futuras gerações. Se não mudarmos os rumos, seremos ecocidas, expressão adotada pelo palestrante para se referir aos destruidores da vida.

A passada de André Trigueiro em Santa Maria também foi para lançar, na Feira do Livro, a obra Viver é a melhor opção que tem como objetivo ajudar a prevenir o suicídio no Brasil e no mundo. Sobre este  tema, Trigueiro falou na Cesma e no Livro Livre, no sábado, 9 de maio.

selo sustentabilidade

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Editor de fotografia de Zero Hora palestra na Unifra (Foto: Divulgação)

O editor de fotografia Jefferson Botega estará no Centro Universitário Franciscano, nesta terça, às 19 horas. Botega formou-se  no Curso Superior de Fotografia pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), onde também cursou Artes Plásticas e foi professor de Fotojornalismo e Fotografia de Moda de 2005 a 2010.  Atualmente é editor de imagem do jornal Zero Hora. Os trabalhos de Jefferson já foram publicados em vários jornais e revistas como  O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, O Globo, O Tempo, revista VEJA, revista ISTO É, revista Época e revista Caras.

Acadêmicos de todos os cursos, jornalistas e apreciadores da boa fotografia, são convidados a prestigiar a palestra “Uma conversa sobre Jornalismo” com Jefferson Botega, no Salão Acústico, prédio 14.

 

"Não há outro planeta. Não há plano B. Ou usamos com inteligência o que temos, ou perecemos." André Trigueiro (Foto: Divulgação)
“Não há outro planeta. Não há plano B. Ou usamos com inteligência o que temos, ou perecemos.” André Trigueiro (Foto: Divulgação)

No dia 8 de maio, às 19 horas, a Conferência de Abertura do XIX Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão, SEPE, contará com a presença do jornalista André Trigueiro, editor chefe do programa Cidades e Soluções.

Para corroborar com o tema do SEPE, Olhares Sustentáveis em Favor da Vida, o jornalista, que é pós graduado em Gestão Ambiental, além de criador do curso de Jornalismo Ambiental da PUC/RJ, falará sobre o papel do indivíduo na tentativa de construir um mundo melhor.

André Trigueiro é autor do livro Mundo Sustentável, lançado em 2005 pela Editora Globo. Na intenção de organizar a 2ª edição, nasceu outro livro, Mundo Sustentável 2: Novos rumos para um planeta em crise, em 2012. A obra reúne uma seleção de artigos, entrevista e comentários sobre consumo, lixo, biodiversidade, água, mudanças climáticas, entre outros assuntos sobre sustentabilidade, analisados por Trigueiro e  mais 35 especialistas e convidados, entre eles, Miriam Leitão e Cláudia Guimarães.

Contactado pela equipe da CentralSul, o jornalista conversou por telefone sobre a importância da mídia na construção de uma consciência ambiental e o papel que todos temos no cuidado com o planeta.

Em uma de suas palestras, Closet: o santuário do mundo moderno, o escritor confere ao hiperconsumismo o papel de culpado na depreciação do planeta. “Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Banco Mundial, além de outros órgãos defensores do meio ambiente, os maiores vilões ambientais do século XXI são os atuais meios de produção e de consumo”, afirma.

O jornalista cobriu a Rio 92 e, desde aquela data,  lembra o relatório final da organização que descrevia o modelo de desenvolvimento nos seguintes termos: ecologicamente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto. Ele ressalta que, até hoje,  este modelo de desenvolvimento promove o colapso dos ecossistemas, a escassez da água doce limpa, a desertificação do solo, a produção monumental de lixo, o agravamento do efeito estufa, acidificação dos oceanos, além de uma lista enorme de consequências do hiperconsumismo, as quais denomina como um ecocídio, cometido pelo ser humano. “O mundo oferece todas as condições pra gente ser feliz e repartir melhor os recursos naturais, renováveis e fundamentais à vida. Mas não é o que acontece, precisamos corrigir os rumos”, desabafa.

Como jornalista, André Trigueiro ressalta a função social da mídia na construção de um mundo sustentável. Para este assunto ele dedica um capítulo do livro Mundo Sustentável 2, onde destaca que os meios de comunicação têm a capacidade de gerar informações, influenciar hábitos, comportamentos e padrões de consumo, os quais podem colaborar com o meio ambiente. “A boa notícia é que temos em nosso favor o conhecimento, a tecnologia, além de recursos suficientes para apontar uma nova direção, reduzindo este nível de destruição e degradação do meio ambiente”, destaca.

“Tudo o que é feito no varejo é feito de pedacinhos da natureza”

De quem é a responsabilidade com o meio ambiente? Do governo? Das empresas? Da própria natureza? Por onde começar? Para onde os olhares sustentáveis devem estar voltados? André Trigueiro responde essas questões de maneira simplificada e ratifica que hiperconsumismo não é sinônimo de felicidade. Ressalta ainda que as pessoas precisam ter a clareza de que colecionar bens e objetos situa a humanidade na posição de um parasita que lota o planeta do que é desnecessário. “Colecionar relógios, sapatos, roupas, carros, telefones, não faz sentido. Tudo o que é feito no varejo é feito de pedacinhos da natureza: água, matéria prima e energia. Então, praticar o consumo consciente, o consumo ético, o consumo sustentável, é muito importante. Precisamos cuidar pra não faltar. É questão de legado”, reflete.

O merecido espaço midiático

Há uma progressão no espaço dedicado à sustentabilidade pela mídia, mas há muito que melhorar. As novas plataformas de comunicação permitem a revolução na forma como se pensa e faz notícia. A grande pulverização das mídias nos meios digitais é um fenômeno irreversível que permite a redemocratização da informação e abre caminho para uma bordagem diferenciada das causas ambientais. “A crise do meio ambiente impõe à mídia uma abordagem mais precisa e cuidadosa do assunto”, ressalta o jornalista da Globo News.

Como o clima ainda não é uma ciência exata, o aquecimento global ainda é um assunto frio nas redações. Estas não têm como saber quando e como os fenômenos ambientais podem acontecer, já que os jornalistas são reféns do factual. Os fenômenos podem ser próximos, com poucos intervalos, porém não são precisos. Assim, não têm o peso e a densidade do factual, embora sejam urgentes.

E o papel da Universidade?

As universidades de Jornalismo, assim como as de Geografia e Engenharia,  devem preparar profissionais que coloquem a sociedade a par do nível de crise ambiental existente. “Não podemos mais produzir uma geração de jornalistas analfabetos ambientais”, preocupa-se o professor de jornalismo ambiental. Embora afirme que  não se deve exigir de um acadêmico a informação de especialista, já que este papel é da fonte,  ressalta  a importância de um pacote mínimo de informações que ajudem o futuro repórter a definir o que cabe destacar como notícia ambiental.

O jornalista deve sair da faculdade sabendo o que são transgênicos, agrotóxicos, mudança climática, destruição da biodiversidade, produção monumental de lixo, agravamento da crise urbana,  colapso da mobilidade, os quais regulam a agenda da sociedade. Ainda que esta disciplina seja optativa, esses conteúdos devem ser ministrados para que o repórter tenha o mínimo de competência para dar o devido valor à sustentabilidade dentro de um noticiário, além de repercutir às necessidades do meio ambiente, com clareza.

Para saber mais sobre o assunto, participe da abertura do XIX Simpósio de Pesquisa de Comunicação e Extensão (SEPE), sexta-feira, 8 de maio, 19 horas, no Salão de Atos do Prédio I, Conjunto I do Centro Universitário Franciscano. O objetivo do SEPE é atrair os olhares da comunidade acadêmica para o bom senso ético no uso dos recursos da natureza, já que as cidades são ecossistemas artificiais, onde se recria a natureza com a readequação de um espaço de acordo com as demandas, necessidades e  idealizações estéticas do homem. Problemas ambientais não se resolvem apenas amarrando a sacolinha do lixo e jogando no caminhão para que o gari dê um fim. Quanto antes as pessoas se derem conta disso, mais cedo as atitudes terão efeito.