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Meio Ambiente

Jornada do Meio Ambiente promove reflexão pelas redes sociais

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Semana ambiental 2019 tem programação ampliada

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Consumir de forma sustentável é uma necessidade

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As potências dos Sistemas Agroflorestais

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Cena do documentário Ice on Fire que teve estréia mundial no último dia 11.

A propósito do lançamento do novo documentário de Leonardo DiCaprio, cabe relembrar nomes de outros filmes que questionam o modo de vida atual e que provocam reflexão sobre o futuro.  Adepta cada vez mais de um discurso positivo para o enfrentamento, adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, me parece importante mostrar que nem só de imagens chocantes (e pessimistas) se pode transformar a realidade, o caminho é a informação e conhecimento.

Ice on Fire (2019) foi lançado no Festival de Cannes, em parceria com a HBO, e teve estreia mundial em 11 junho. O documentário é da linha que “chama para ação” (call-for-action), e procura mostrar exemplos de ações, ainda que muito ligado ao desenvolvimento tecnológico e científico, do que está sendo feito no mundo. Mas não é o primeiro documentário que Leonardo DiCaprio esteve envolvido com essa temática.

Em 2016, em parceria com a National Geographafic, DiCaprio lançou o documentário Before the Flood (que acabou sendo traduzido como A inundação da Terra, em Portugal, e, Seremos história? no Brasil) sobre impactos e o que a sociedade pode fazer para prevenir o desaparecimento de espécies. O documentário tem entrevistas de Barack Obama, Papa Francisco e Ban Ki-Moon e apela para ações dos governantes, foi idealizado e dirigido por Fisher Stevens.

Dez anos antes, o ator ambientalista havia lançado The 11th Hour (2007) (traduzido como A última hora, no Brasil, e a 11ª hora, em Portugal) com a mensagem de que não é tarde demais e que somos a geração que pode mudar (diga-se salvar) o mundo para as novas gerações. Produzido por Chuck Castleberry, Brian Gerber, Leila Conners Petersen, Irmelin e Leonardo DiCaprio e dirigido por Leila Conners Petersen e Nadia Cooners e DiCaprio, 11th Hour tem mais de 50 entrevistados, incluindo o cientista Stephen Hawking.

No mesmo ano, o filme de Al Gore teve grande destaque sendo premiado com Oscar de melhor documentário de longa-metragem com An inconvenient truth (Uma verdade inconveniente), dirigido por Davis Guggenheim. Em 2017, Al Gore lança An inconvenient Sequel: trufh of power (Uma sequela inconveniente, dirigido por Bonni Cohen e Jon Shenk) que mostra as consequências das alterações climáticas e o que aconteceu nos últimos dez após o primeiro filme (que foi recebido como alarmista).

Menos mediatizado do que os documentários de Al Gore, e que ser considerado consequência do documentário Uma verdade inconveniente (lançado oficialmente em 2006), é Meat the truth (2008). Traduzido como Uma verdade mais que inconveniente, mas que significa “carne, a verdade”, faz o trocadilho com a expressão “meet the truth”, ou seja, “conheça a verdade” foi lançado pela parlamentar holandesa Marianne Thieme para mostrar o que foi omitido no documentário premiado e de grande impacto ambiental, a produção de carne. O documentário foi realizado pela Fundação Nicolaas Pierson e dirigido por Karen Soeters e Gertjan Zwanikken. Nessa mesma linha, o documentário Coswpiracy: the sustentability secret (2014), de Kip Andersen e Keegan Kuhn, é revelador.

A era da estupidez (2009) aponta problemas olhando para o passado. “Porque não nos salvamos enquanto tivemos a chance?” é uma das grandes perguntas do filme The Age of Stupid, dirigido por Franny Armstrong e produzido por Lizzie Gillett. Em um cenário devastador, ambientado em 2055, o inquietante filme tem como pano de fundo um arquivista que olha para imagens do começo do século a procura de respostas.

O impacto do nosso estilo de vida atual no planeta Terra é o tema do documentário do fotógrafo e ambientalista francês Yann Arthus-Bertrand, Home (2009), como diretor e narrador. Traduzido para Home, nosso planeta, nossa casa o documentário tem imagens aéreas para alertar que ainda há tempo para mudança – do que foi feito nos últimos 50 anos – e de “salvar” a Terra, que antes se transformava e vivia em harmonia.

No Brasil, o filme A lei da água (2014) sobre o novo Código Florestal brasileiro (de 2012), mostra a importância das florestas para preservação dos recursos hídricos. Além disso, expõe a ignorância (sobretudo política) sobre a conexão das florestas com regime de chuvas, o quanto a ciência foi colocada de lado e a importância direta da floresta para a agricultura.

Quero deixar claro que não sou contra o alarme, ele é necessário frente ao desafio atual que se coloca, mas tenho receios quanto ao alarmismo que pode paralisar. Há diversos documentários e filmes quem tiver interesse em refletir é cada vez mais comum encontrar filmes com foco na questão animal (The cove, 2009, sobre matança de golfinhos, Earth, 2009, da Disneynature), produção de alimentos (A ilha das flores, 2009; Food Inc/Comida SA, 2009), e muitos envolvendo os dois lados (para além do Cowpiracy, What the heath, 2017; Terráqueos, 2005; Forks over knives, 2011 e poderia fazer um texto somente sobre vegetarianismo, veganismo, etc), a questão do lixo (A história das coisas, 2007; Lixo extraordinário, 2009), entre outros.

Muitos desses filmes já estão disponíveis livremente na internet. Poderia citar ainda diversos outros filmes relacionados com as temáticas, mas deixo algumas horas de indicações e provocações (e aceito outras sugestões).

 

 

Alice Dutra Balbé,  doutora em Ciências da Comunicação e mestre em Informação e Jornalismo pela Universidade do Minho, Portugal,  jornalista egressa UFN.

10ª Jornada Integrada do Meio Ambiente.

Buscando estimular um momento de reflexão, a UFN realiza a 10ª Jornada Integrada do Meio Ambiente (Jima), com o tema ”Cuidado Ambiental, Fraternidade e o Índice de Felicidade Bruta (FIB)”. A jornada lança provocações reflexivas que despertem a comunidade acadêmica da universidade e a população de Santa Maria para o pensamento e ação em torno de fatores interferentes ao cenário ambiental. A indagação proposta é ”O que há de relação entre o ambiente, a fraternidade e a felicidade?”

A partir desse questionamento, os organizadores sugerem que se pare um instante amanhã, 06, para ler o texto proposto para o evento, e que, após a leitura, que as pessoas compartilhem suas reflexões em redes sociais usando a hashtag #JIMAUFN2019. O texto para a partilha de reflexões está na página da X Jima. Conforme ele, “se este momento de parada no dia 06 de junho instigar novos objetivos e novas metas para si, para o outro e para os outros, certamente, estaremos sobre um percurso de cuidado com o ambiente (composto de seres humanos e não humanos), de fraternidade (irmandade humana) e de vida mais feliz (maior desejo humano)!”

 

A Prefeitura de Santa Maria ampliou para duas semanas  o período de atividades voltadas para o debate sobre o meio ambiente.  Com isso, a programação que terá início na próxima segunda-feira, dia 3, se estenderá até o dia 16 de junho. Serão duas semanas voltadas à realização de palestras, visitas guiadas e atividades relacionadas aos estudos e ao cuidado com o Meio Ambiente. O esforço, segundo a Secretaria do Meio Ambiente, visa despertar uma nova cultura  de debates acerca dos assuntos pertinentes e relevantes para o município, sensibilizar e aumentar a participação da população nesse processo.

Confira a programação da Semana Ambiental 2019

 

Segunda-feira (03)

Abertura oficial da Semana do Meio Ambiente

8h: Café da manhã com a imprensa na Secretaria de Município de Meio Ambiente

10h: Reunião de Formação da Comissão de Estudos Ambientais

Tema: Discussão sobre o Plano Municipal de Arborização

Participação de entidades convidadas

Local: Auditório Cacism

19h: Palestra 1: Produção de alimentos e agrotóxicos: interconexões legais, ambientais e econômicas

Palestrante: Eduardo Francisco Luft (FEPAM – Santa Maria, RS)

Palestra 2: Importância dos agentes polinizadores na produção de alimentos e suas relações com agrotóxicos

Palestrante: Pablo Tadeu Pereira da Silva (SEMA – Santa Cruz do Sul, RS)

Local: Anfiteatro do Colégio Politécnico

As palestras 1 e 2 fazem parte da IV Semana Acadêmica do Técnico em Meio Ambiente, Proteção Animal e Produção Animal. Para assistir às palestras o ingresso é 1kg de alimento não perecível

Terça-feira (04)

8h: Palestra: Atuação e estrutura do órgão ambiental municipal (Secretaria de Meio Ambiente) e onde fica a “conservação”

Palestrante: Guilherme Rocha, Secretário Adjunto do Meio Ambiente

Local: Anfiteatro do Colégio Politécnico

19h: Palestra 1: Importância do controle biológico de pragas e doenças na produção de alimentos e proteção do ambiente

Palestrante: Rosana Morais pesquisadora do Centro de Pesquisa em Florestas – Santa Maria, RS

Palestra 2: Uso de resíduos orgânicos na produção de alimentos

Palestrante: Gerusa Steffen pesquisadora do Centro de Pesquisa em Florestas – Santa Maria, RS

Local: Anfiteatro do Colégio Politécnico

As palestras 1 e 2 fazem parte da IV Semana Acadêmica do Técnico em Meio Ambiente, Proteção Animal e Produção Animal. Para assistir às palestras o ingresso é 1kg de alimento não perecível.

Quarta-feira (05)

Dia Mundial do Meio Ambiente

8h: Visitação guiada da EEEM Professora Naura Teixeira Pinheiro ao Parque Natural Municipal dos Morros (PNMM)

14h30min: Teatro Terra a Vista 2 – Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR) com a participação de Escolas do Município

Local: Theatro Treze de Maio

16h: Ação dos alunos da EMEF Pão dos Pobres Santo Antônio com distribuição de mudas, poesia e textos sobre o meio ambiente

Local: Praça Saldanha Marinho

19h: Palestra 1: Regulamentação das atividades profissionais do Técnico em Meio Ambiente

Palestrante: Mauricio Flores dos Santos (Conselho Federal dos Técnicos Industriais – CFT/RS)

Palestra 2: Relatos sobre a experiência do Técnico em Meio Ambiente no mundo do trabalho e perspectivas profissionais

Palestrantes: Felipe Minuzzi (Ecotires – Faxinal do Soturno, RS) e Vanessa Corales dos Santos (SEMA – Santa Maria, RS)

Local: Anfiteatro do Colégio Politécnico

As palestras 1 e 2 fazem parte da IV Semana Acadêmica do Técnico em Meio Ambiente, Proteção Animal e Produção Animal. Para assistir às palestras o ingresso é 1kg de alimento não perecível

19h30min: Palestra: Coleta Seletiva

Palestrante: Marcus Vinicius Barboza Nunes – Cooperativa de trabalho de Inservíveis e Reciclados – CRIR

Local: Colégio Técnico Industrial de Santa Maria – CTISM

Quinta-feira (06)

8h30min: Visita da Secretaria de Município de Meio Ambiente na Comissão do Meio Ambiente da Câmara de Vereadores

Local: Câmara dos Vereadores

8h30min: Palestra: Tratamento de Resíduos domésticos com auxílio de minhocas

Palestrante: Gerusa Steffen/SEAPI

Local: Jardim Botânico UFSM

14h: Ação de melhorias ambientais no entorno da EMEF Hylda Vasconcellos

Caminhada ecológica até o primeiro mirante da Estrada do Perau e revitalização do espaço

Local: Campestre do Menino Deus

16h: Visita do 2º Batalhão Ambiental e dos Alunos Soldados das Escolas de Formação e Aperfeiçoamento de Sargentos (CBFPM, Turma 3) da Brigada Militar ao Parque Natural Municipal dos Morros (PNMM)

Local: Parque Natural Municipal dos Morros (PNMM)

Sexta-feira (07)

8h: Palestra Resíduos Sólidos

Palestrante: Juliane Cioccari Townsend e Jéssica Corrales Brandli – Engenheiras Químicas

10h: Palestra: Reciclagem

Palestrante: Marilise Krügel – Coordenadora do Curso Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSM

13h30min: Palestra Bem-Estar Animal

Palestrantes: Juliana Sarubin, Projeto Zelo e Batalhão Ambiental

15h: Proposta do tema e eixos temáticos para a Conferência Municipal do Meio Ambiente 2019

Local: Auditório do Centro de Ciências Rurais / UFSM Prédio 42

Segunda-feira (10)

18h30min: Mesa-redonda voltada para o Desenvolvimento Sustentável Está correta a cultura do Desenvolvimento Sustentável em nosso Ecossistema?

Local: Tecnoparque / Distrito Industrial

Terça-feira (11)

10h15min: Palestra: Desafio ambiental nas áreas protegidas – Medidas de conservação no município

Palestrante: Guilherme Rocha, Secretário Adjunto do Meio Ambiente

Local: auditório prédio 42 UFSM

A atividade faz parte da Semana Acadêmica do curso de Engenharia Florestal UFSM

Quarta-feira (12)

14h: Central do Bem-Estar Animal na prática

Participantes: ONGs protetoras de animais

Local: Criadouro Conservacionista São Braz

Quinta-feira (13)

14h: Mesa-redonda sobre defensivos agrícolas. Agrotóxicos: os aspectos na saúde humana e no meio ambiente

Local: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Maria

Sexta-feira (14)

8h30min: Reunião Ordinária do Conselho Municipal de defesa do Meio Ambiente (CONDEMA)

Local: Câmara de Vereadores de Santa Maria

Sábado (15)

9h: Assinatura do termo de cooperação para revitalização da área do canteiro central da Avenida Dores com a Empresa Icosaedro

Local: Em frente ao canteiro da Avenida Dores

Domingo (16)

Encerramento da Semana Municipal do Meio Ambiente

VIRADA AMBIENTAL

13h: Atividades de sensibilização ambiental

Local: Praça Saturnino de Brito

Atrações: presença do Santa Maria Food Park, ponto de entrega voluntário de resíduos eletroeletrônicos para Maringá Metais e materiais recicláveis para a Associação dos Selecionadores de Materiais Recicláveis (Asmar). Artistas participarão do encerramento.

Informações da Superintendência de Comunicação  da Prefeitura Municipal de Santa Maria
Orangotangos em extinção em Bornéus. Foto: E-smile/Pixabay

O conceito de sustentabilidade ainda é bastante discutido e passou a ser utilizado de forma banalizada nos últimos anos. O significado está relacionado com a sobrevivência envolvendo recursos naturais, desenvolvimento econômico e a própria sociedade. A base do conceito vem de uma expressão britânica chamada Triple Bottom Line constituído de três pilares: econômico, social e ambiental, em que para qualquer empreendimento ser viável precisa ser socialmente justo, ambientalmente responsável e economicamente lucrativo.

A versão mais difundida do termo está associada ao desenvolvimento sustentável, apresentado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1987, pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente. O documento ficou conhecimento como Relatório Brundtland, nome da presidente da conferência, a então primeira ministra norueguesa Gro Harlem Brundtland. A definição de desenvolvimento sustentável refere-se a “satisfazer as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir as suas próprias necessidades” e está diretamente relacionado com o consumo.

As discussões da ONU foram consequência da publicação do estudo Limites do crescimento, em 1972, pelo Clube de Roma, considerado um marco na história do pensamento ambientalista. O livro foi o primeiro estudo sobre a possibilidade de esgotamento de recursos para a existência humana.

 Impacto da produção de alimentos baseada em monocultura

A cada ano diferentes tipos de alimentos são identificados como “super” alimentos e se tornam os “queridinhos” das dietas. No entanto, em muitos dos casos são produtos exóticos – pouco conhecidos ou produzidos em regiões específicas – em que o aumento da procura muda a economia da região produtora. Isto pode ter benefícios econômicos, mas também grande impacto ambiental.

Grão da Quinoa.Foto: Susana Martins/Pixabay

A quinoa, por exemplo, em 2013 foi declarada como Alimento do Ano pelas Nações Unidas, por meio da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO[1]). O que era um alimento tradicional da região dos Andes, produzido, principalmente, na Bolívia, Peru e Equador por pequenos agricultores e consumido na América do Central e do Sul, passou a ser produzido para exportação. O preço do grão para consumo local ficou elevado e mais moradores começaram a produzir visando lucro da exportação afetando outras atividades agrícolas. Estudos na região, divulgados pela própria FAO, identificaram a diminuição das variedades cultivadas e a degradação da terra nos três primeiros anos provocando a diminuição também de animais como as lhamas.

As consequências do crescimento desenfreado do consumo de determinados produtos são ainda maiores no caso do óleo de palma. Atualmente pesquisas já associam o consumo do óleo ao aumento de algumas doenças, revelando ainda o lado menos saudável. O óleo de palma é atualmente o óleo mais produzido no mundo e a indústria que causa maior destruição mundial de florestas tropicais. Utilizado em alimentos, cosmética, estética, produtos químicos e combustíveis, a produção óleo de palma ameaça pequenos agricultores, tribos nativas e animais como orangotangos[2] – metade da população de orangotangos de Bornéus, na Ásia, foi exterminada nos últimos 16 anos.

Palmeiras. Foto: Bishnu Sarangi /Pixabay

O Greenpeace (2018[3]) revelou, em relatório, que 130 mil hectares de floresta tropical foram desmatados de 2015 a 2018, sendo que 40% do desmatamento foi na Indonésia, na província de Papua. A exploração do óleo de palma afeta diferentes regiões do planeta e comunidades locais, como denuncia a Rainforest[4], emitindo elevada concentração de gases de efeito estufa, desde a produção ao transporte.

 Consumo de impacto positivo

Socialmente justo, ambientalmente responsável e economicamente lucrativo requer a valorização da produção local. Mas podemos pensar o incentivo ao consumo local em vários níveis e não necessariamente somente no nosso bairro. O turismo é um dos grandes exemplos quando se refere ao impacto do consumo local. Não é à toa que em muitas regiões os moradores têm protestado contra o turismo de massa. Neste sentido, priorizar o empreendedorismo local fortalece a comunidade e valoriza também a cultura.

A preferência por restaurantes locais e comidas de rua do que comer em fastfood internacionais. A hospedagem pode ser em pousada e alojamento local, ao invés de grandes redes hoteleiras. Na hora de comprar lembrancinhas, por exemplo, pode optar pelo artesanato local, o que vai dar ainda autenticidade ao produto e possibilitar o contato direto com os artesãos. Ações que contribuem para melhorar a experiência da própria viagem.

 Consumo consciente requer pesquisa

No âmbito do consumo de produtos de multinacionais procure sempre pelos selos de comércio justo. Existem diversas organizações mundiais como a Organização Mundial do Comércio Justo (WFTA -World Fair Trade Association) e o selo das Organizações Internacionais de Rotulagem do Comércio Justo (FLO Internacional – Fair Trade Labelling Organisations International).

No Brasil, a realização do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, em 2003, é considerado o ponto de partida nas mobilizações, encontros e a construção de estratégias do campo da Economia Solidária. Na ocasião, se consolidou o Fórum Brasileiro da Economia Solidária[5]. No mesmo ano, foi surgiu a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), criada no âmbito do Ministério do Trabalho e Emprego.

O princípio da economia solidária é que os benefícios da atividade econômica estejam ao alcance dos trabalhadores, uma forma de organização da produção, consumo e distribuição da riqueza, caracterizada pela igualdade e valorização do humano, articulando as dimensões econômicas, políticas e sociais.

A cidade de Santa Maria é referência quando se trata de economia solidária e acolhe a realização da Feira Latino Americana de Economia Solidária e a Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop comemorou 25 anos, em 2018) realizadas anualmente no mês de julho.

Além dos benefícios econômicos em se investir na produção local, é também mais sustentável ao reduzir o impacto dos transportes e, ainda, saudável consumir produtos da época e da região. Estima-se que em Santa Maria, por exemplo, existem em torno de 15 feiras de hortifrutigranjeiros e produtos coloniais. Pesquise sempre a melhor opção de acordo com as suas necessidades. Em diversas cidades é possível comprar cestas de produtos orgânicos até para entrega em casa ou no trabalho, surgindo, assim, novas oportunidades de negócio.

[1] http://www.fao.org/home/en/
[2] https://www.bbc.com/portuguese/geral-44745555
[3] https://www.greenpeace.org/international/publication/18455/the-final-countdown-forests-indonesia-palm-oil/
[4]https://d3n8a8pro7vhmx.cloudfront.net/rainforestactionnetwork/pages/17708/attachments/original/1493246815/RAN_PepsiCo_Profits_Over_People_Planet.pdf?1493246815
[5] http://fbes.org.br/

 

 

Alice Dutra Balbé,  doutora em Ciências da Comunicação e mestre em Informação e Jornalismo pela Universidade do Minho, Portugal,  jornalista egressa UFN.

 

 

Greve dos lixeiros em Córdoba, Espanha. Fotos: Carla Rossa. Arquivo ACS

É preciso começar por algum lado: sem canudo, faz favor

Em recente relatório[1], a organização não governamental WWF revelou que o Brasil é o quarto país maior produtor de lixo plástico no mundo. Os baixos índices de reciclagem (1,28% do que é produzido) tornam o plástico hoje um grande inimigo (e não somente os canudos plásticos). Segundo dados do Banco Mundial, produz-se no Brasil, por semana, um quilo de lixo plástico por habitante. A implementação do projeto “Noronha Plástico Zero” é um marco importante na conscientização do impacto que o plástico tem na localidade e para se refletir sobre os tipos de impacto que o turismo e o consumo podem ter.

Reconhecido destino de ecoturismo mundial, a Ilha de Fernando de Noronha, que já cobra taxas turísticas para os visitantes, abriga há mais de trinta anos um Parque Nacional Marinho, agora passou a proibir a entrada, uso e comercialização de plásticos descartáveis e isopor na Ilha. Para se ter uma ideia do impacto do plástico nos oceanos já foi registrada a ingestão de plástico em mais de 240 espécies animais em todo o mundo. Estima-se que mais de 160 milhões de toneladas de plástico tenham sido descartadas nos oceanos.

Notícias sobre a morte de animais em consequência do lixo plástico são frequentes. Em março, por exemplo, nas Filipinas uma baleia foi encontrada morta[2] com 40kg de sacolas plásticas no estômago e, em novembro do ano passado, uma baleia morreu com 1 tonelada de plástico[3] na Indonésia. Mas não é preciso ir longe. Em dezembro de 2018, no litoral de São Paulo um golfinho[4] foi encontrado morto com plástico no sistema digestório e um lacre plástico na boca que o impedia de abri-la.

A questão do plástico vai muito além das sacolas, canudos e garrafas pet. Os microplásticos são outro problema pois, como o nome indica, são pequenas partículas (com menos de 5mm de diâmetro), muitas vezes imperceptíveis a olho nu. Entre os produtos que contêm microplásticos estão as pastas de dentes, diferentes tipos de cosméticos como esfoliantes e um produto bastante utilizado no carnaval: o glitter[5], feito de PET e PVC, e escorre também das torneiras de casa, muitas vezes sem se saber. Segundo estudo publicado na revista científica Nature Geoscience, o número de plástico nos oceanos é ainda maior do que se pensava. Por essas e outras razões, já foram identificados microplásrticos em alimentos e bebidas, como cerveja, mel, água da torneira e água mineral engarrafada e, recentemente, microplásticos em fezes humanas.

O uso de lenços umedecidos não degradáveis também causa grave danos. A maior parte dos lencinhos à venda nos mercados são feitos com partículas plásticas e demoram muito tempo para se decompor. Como se não bastasse isso, principalmente, devido ao descarte incorreto, dentro do vaso sanitário, os lenços têm causado transtornos no tratamento de esgoto dos Estados Unidos, como Charleston[6] e Nova Iorque[7], e ilhas como Ibiza[8]. O Reino Unido já anunciou medidas para proibir os produtos não degradáveis (e contendo plástico) após terem sido encontradas mais de 5 mil lenços umedecidos no rio Tamisa[9].

As proibições no Brasil parecem ter começado com os canudos plásticos, reconhecendo que é necessário haver a mudança por algum lado. A ONG Ocean Conservancy revelou que em 2017, os canudos foram o sétimo item mais coletado nos oceanos. A cidade do Rio de Janeiro foi a primeira capital a proibir a distribuição dos canudos plásticos (e embalagem plástica) em estabelecimentos alimentícios com multas de até 3 mil reais para os locais que descumprirem a lei. No Rio Grande do Sul, Santa Maria foi a primera cidade a proibir a distribuição de canudos descartáveis em estabelecimentos comerciais, restaurantes e rede hoteleira.

Na cidade de Rio Grande a proibição se restrige a beira da praia, contudo, comerciantes já vem fazendo a substituição por canudos de papel ou biodegradáveis. A Câmara de Porto Alegre já aprovou a lei que proibe a distribuição de canudos plásticos descartáveis, com exceção do atendimento a pessoas com necessidades especiais, e os comerciantes terão um ano para se adaptar. Outras cidades gaúchas como Tramandaí, Pelotas, Canoas, Santa Cruz do Sul também discutem medidas.

Fernando de Noronha é a primeira região do Brasil a proibir os plásticos e esse é um movimento crescente. No Caribe, a ilha de Dominica já baniu plásticos de uso único. A partir de maio, também estarão proibidos plásticos de uso único e não biodegradáveis na ilha de Capri, na Itália. Há Nações que possuem proibições mais amplas, principalmente em zonas costeiras. Nas Filipinas, na ilha de Boracay é proibido fumar, comer e consumir bebidas alcoólicas nas praias. Na Austrália é proibido consumir na praia, há locais específicos para isso, geralmente afastado da areia. A questão do lixo é tão séria que em Cingapura (ou Singapura) é proibido vender e mascar chiclete (e jogar lixo no chão pode custar um mil dólares. A Tailândia que já caminha para a redução[10] do consumo de plástico, precisou tomar medidas ainda mais drásticas proibindo a atividade turística na praia de Maya Bay, na Ilha de Phi Phi Leh e próxima dos recifes de corais, na costa leste de Phuket por tempo indeterminado. E o seu turismo é sustentável? Que tipo de impacto deixa na sua cidade? E quando viaja? Como será que tudo estará nos próximos anos?

[1] https://promo.wwf.org.br/solucionar-a-poluicao-plastica-transparencia-e-responsabilizacao?_ga=2.135194872.836866909.1555274933-802895369.1555274933

[2] https://www.bbc.com/portuguese/geral-47614367

[3] https://www.natgeo.pt/meio-ambiente/2018/11/baleia-morre-com-1000-plasticos-no-estomago

[4] https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2018/12/06/interna-brasil,723707/golfinho-e-encontrado-morto-com-lacre-plastico-no-litoral-de-sao-paulo.shtml

[5] https://www.bbc.com/portuguese/brasil-42797763

[6] https://extra.globo.com/noticias/page-not-found/mergulhadores-descem-27-metros-de-esgoto-para-retirar-pilhas-de-lencos-umedecidos-23164894.html

[7] https://exame.abril.com.br/mundo/toalhinhas-umedecidas-desafiam-sistemas-de-esgoto-dos-eua/

[8] https://brasil.elpais.com/brasil/2017/11/23/internacional/1511452440_381067.html

 

[9] https://www.independent.co.uk/environment/wet-wipes-banned-uk-pollution-single-use-rubbish-sea-life-environment-a8340111.html

 

[10] https://www.efe.com/efe/brasil/sociedade/tailandia-enfrenta-dificil-caminho-para-deixar-dependencia-de-plastico/50000246-3900198

 

Alice Dutra Balbé,  doutora em Ciências da Comunicação e mestre em Informação e Jornalismo pela Universidade do Minho, Portugal,  jornalista egressa UFN.

 

O novo desafio online que tem se propagado para além das redes sociais é o Trashtag Challenge, traduzido como “Desafio do Lixo”. Nele, os participantes escolhem um lugar poluído, retiram o lixo e publicam fotos mostrando o antes e 0 depois. A iniciativa propõe que ações individuais colaboram para um mundo melhor. Participantes tem recolhido o lixo de locais públicos e contribuem para mudar a paisagem dos mais variados lugares, desde margens de rodovias e rios, parques, praças, ruas e praias.

Dia Mundial da Água, comemorado neste 22/03, refresca a nossa memória de que este líquido é um bem finito e cada vez mais poluído.

Além disso, o movimento alerta para duas questões importantes que são a quantia de lixo que produzimos e o destino que damos a ele. Exemplo disso é uma baleia encontrada morta, no início desta semana nas Filipinas, com 40 quilos de plástico no estômago. O descarte do lixo de forma incorreta e ao grande volume produzido, entre outras questões, estão diretamente associados à preservação dos recursos hídricos.

É conectando esses fatores, que nesta sexta-feira, 22, Dia Mundial da Água, haverá atividades de educação ambiental às margens do Arroio Cadena, em Santa Maria, que vão aderir ao desafio do lixo e estimular a preservação ambiental. Entre elas está o plantio de mudas de árvores nas margens do curso d’água  no bairro Noal, na Avenida Maestro Roberto Barbosa Ribas,  envolvendo alunos, moradores e a equipe da Secretaria de Meio Ambiente. Estudantes das escolas Edy Maya Bertóia e Aracy Trindade Cáurio também farão ações no Arroio Cadena, na altura da Avenida Dom Ivo Lorscheiter, no bairro Passo D’Areia. E alunos da Escola Municipal Pão dos Pobres farão uma visita de estudos em pontos do córrego.

 

 

 

 

Um assunto recorrente no atual contexto político do Brasil é, sem dúvida, a problemática ambiental. Desde o final das eleições, as redes sociais e outros meios de divulgação de notícias foram bombardeados por declarações polêmicas de alguns assessores e ministros do presidente eleito Jair Bolsonaro, que assumirá o executivo no início de 2019, sobre o futuro das discussões ambientais. Em um dos seus depoimentos ao jornalista José Luiz Datena, por exemplo, Bolsonaro já havia avisado que, no que dependesse dele, não existiriam mais demarcações para terras indígenas no Brasil.  Essas discussões levantaram alguns assuntos específicos sobre a agricultura, como os malefícios de se utilizar a monocultura como meio principal de cultivo.

As monoculturas são sistemas em que apenas uma espécie é produzida em uma área de campo e, assim, a biodiversidade animal e o solo são prejudicados, pois falta renovação. Há uma escassez de nutrientes na região onde ela é utilizada, gerando maior contaminação pelo acúmulo de inseticidas, o que torna o terreno acessível a pragas que se tornam mais resistentes, devido a ausência de biodiversidade no ecossistema. Conforme relata Matheus Gazzola, 21 anos, estudante de Engenharia Florestal na Universidade Federal de Santa Maria, “Por que a agricultura convencional é fácil? Porque é um pacote tecnológico, é uma receita de bolo”, afirma Matheus. Ele continua: “Tu faz uma análise do teu solo, recomenda adubação, pega o pacote de semente na agropecuária, consegue a máquina e o combustível, vai lá e vira aquele solo, pulveriza tudo, destrói tudo… É mais fácil ser destrutivo”.

Em contrapartida, apresentando outros modelos mais sustentáveis de cultivo, como os da agrofloresta, que seria uma prática da agroecologia, Gazzola explica que “a agrofloresta seria basicamente uma espécie de consórcio, onde você coloca componentes agrícolas junto com alguns componentes florestais, tendo como objetivo o nascimento de árvores frutíferas, sejam elas nativas ou exóticas, associando espécies anuais com espécies bianuais e também espécies perenes que se mantém de cinco a dez anos em um ciclo.” Para Matheus, é importante ressaltar que a construção da agrofloresta não é moda ou inovação, ela demora anos para ser cultivada e vem sendo feita pelos povos das florestas há séculos.

Mais do que pesquisas e experimentos, a agroecologia tem sido adotada como filosofia de vida. Foto: Matheus Gazzola.

 

A importância da agroecologia como uma opção sustentável

A agroecologia é um conceito desenvolvido pelo pesquisador Sir Albert Howard, em 1934. No período entre as décadas de 1960 e 1980, com as reivindicações por práticas de agricultura sustentável, o termo “agroecologia” passou a ser utilizado para representar a agricultura que incorpora as dimensões sociais, culturais, éticas e ambientais. Ela é uma ciência que pretende superar os danos causados à biodiversidade e à sociedade como um todo devido a prática da monocultura, do emprego dos transgênicos, dos fertilizantes industriais e dos agrotóxicos.

Conforme declara Camila Andrzejewski, estudante de Pós graduação em Engenharia Florestal na UFSM, “o que a gente vê durante o curso sobre agrofloresta é que acontece uma tentativa de reprodução dos processos da natureza, como se fosse uma imitação da floresta, ou seja, uma quantia múltipla de diferentes culturas, com biodiversidade presente”.

Ela continua o relato dizendo que onde se tem interação entre plantas, entre diferentes culturas em uma área de vegetação, também há uma relação de interação com a fauna, o que gera uma melhor qualidade no solo, por meio da adubação natural – sem agrotóxicos e insumos industrializados. Após a plantação das árvores, a poda é realizada e o material verde vindo da poda aduba as próximas culturas que serão plantadas na área do sistema agroflorestal.

A opção sustentável da agrofloresta se faz importantíssima para a reparação do ambiente e também para o resgate de algumas espécies que, com a monocultura, acabam correndo um maior risco de extinção pela perda de habitat, Gazzola assegura que “é sempre bom manter a biodiversidade, o solo coberto e também manter sempre uma diversificação de espécies, entendendo o papel que cada uma apresenta no ecossistema.” Em suas pesquisas sobre a agroecologia, o suíço Ernst Göstch já alertava que o consórcio de espécies pode fornecer diversos alimentos para o solo, confirmando o que foi explicado por Matheus.

Conforme nos contou a estudante de engenharia florestal, Bruna Mazzaro, alguns estudiosos da agroecologia tem uma consideração um pouco mais profunda sobre a Agroecologia, “muitas pessoas veem a Agroecologia como uma “filosofia de vida”, e não como ciência e campo tecnológico. Os princípios básicos da ciência agroecológica são baseados no respeito.”

A estudante ainda complementa que, “levando em conta o respeito e outros princípios das Agroflorestas, elas também favorecem a autogestão na comunidade e na unidade produtiva, de forma que as práticas utilizadas e as técnicas empregadas sejam culturalmente sensíveis, socialmente justas, ambientalmente corretas e economicamente viáveis, de maneira que a comunidade produtora tenha sua cultura e dinâmica social respeitada, assim como seus direitos assegurados”.

Texto de Tiago Ferreira, para a disciplina de Jornalismo Especializado do Curso de Jornalismo da UFN, ministrada pela professora Carla Torres, durante o 2º semestre de 2018.

ONGs e Protetores Independentes dos Animais reunidos hoje, na Câmara dos Vereadores. Crédito: Camila Porto Nascimento

Na manhã desta quarta-feira ,05, a Comissão Especial que analisa o Projeto de Lei Complementar 8765/2018, que inclui a definição de animal comunitário no Código de Posturas, reuniu-se com ONGs e Protetores Independentes de Animais a fim de obter o posicionamento a respeito da proposição em tramitação na Câmara de Vereadores.  A Comissão Especial que analisa o projeto é formada pelos vereadores Adelar Vargas/Bolinha, Juliano Soares/Juba e Jorge Trindade. “Hoje, não existe a figura de animal comunitário no Código de Posturas. Queremos fazer a inclusão”, explicou Bolinha, o autor do projeto.

A médica veterinária Marlene Nascimento, do Clube Amigos dos Animais, reconheceu a importância do projeto ao formalizar a definição de animal comunitário no Código de Posturas, alertando que os cuidadores desses animais devem ser ajudados, não responsabilizados.  “Há a necessidade de estabelecer direitos e deveres dos cuidadores de animais comunitários”, ponderou.

No dia 10 de dezembro, às 14h, no Plenarinho, acontece audiência pública para análise do projeto. De 11 a 25 de dezembro, está aberto o prazo para emendas e sugestões à proposição.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Câmara de Vereadores 

Hall do prédio 15. Fotos: Lucas Linck

Os eixos Sociedade e ambiente, artes, patrimônio cultural e economia criativa e iniciação cientifica júnior estiveram presentes no ultimo dia de apresentações dos pôsteres no XXII SEPE. Diversos trabalhos estiveram expostos no hall do prédio 15, na tarde desta sexta-feira, dia 5, e um grande público esteve presente.

Gabriel Cabreira Mondadori Gudolle, 21 anos, estudante do curso de ciências contábeis estava expondo sua pesquisa, Boas práticas de governança corporativa em uma instituição financeira cooperativa. Neste trabalho foram pegas as politicas do Banco Central e se aplicou um questionário junto à direção de uma cooperativa de crédito da região central, e foi verificado que a cooperativa atende de fato o regulamento instituído nacionalmente pelo Banco Central.

Daniela Sponchiado, 26 anos, mestranda em Agrobiologia apresentou a pesquisa Alelopatia de extratos aquosos e hidroalcoólicos do pasto-mosquito.  Nesta pesquisa foi estudado o efeito da erva graminia, que são pragas que invadem lavouras de arroz e atacam a plantação liberando substâncias químicas no solo. Com isto, o arroz não se desenvolve da forma como deveria ocorrer – este efeito é conhecido como Alelopatia. Foram feitos extratos dessa planta invasora e testados diretamente no arroz, para ver em que momento do processo de desenvolvimento elas atacam. Foram testados extratos dessa planta invasora na germinação e no crescimento inicial do arroz e acabou-se concluindo que a praga consegue atacar em todos os estágios de crescimento do arroz.

Variáveis climáticas: influência na produção de serapilheira em povoamento de eucalipto no sul do Brasil foi o trabalho apresentado por Dione Richer Momolli, 25 anos, doutorando em Engenharia Florestal. A pesquisa está voltada para o bioma-pampa no sul do Brasil e foram estudados os solos que apresentam poucas matérias orgânicas e nutrientes. O estudo faz uma comparação de solos que possuem grande quantidade de serapilheira e solos com pouca vegetação, sendo constatado que a serapilheira influencia na produção de nutrientes e na fertilização dessas terras que apresentam, então, ricas quantidades de proteínas.

Eduarda Mena Barreto, 20 anos, estudante do curso de Agronomia da UFSM apresentou a pesquisa sobre o silício na redução de estresse por frio em sementes de arroz tratadas com inseticida dietholate. O silício é um mineral que se acumula em plantas e estimula a defesa nos estresses biótipos e abióticos, com isso o arroz está sujeito a estresse causado por pragas ou fungos, e precisam receber tratamentos de inseticidas ou fungicidas.  Com isso, o uso de inseticida dietholate reduz danos fitotóxicos e protege as plantas de arroz ao estresse por herbicida que inibem seu desenvolvimento.

A acadêmica de engenharia florestal da UFSM Ingrid Alegransi Millani, 22 anos, trouxe a pesquisa: Uso de ferramentas digitais na determinação do comprimento de plântula de espécies florestais. O presente trabalho envolve diversos aplicativos digitais que são usados para medir sementes, e com isso dar mais precisão no processo de plantio. Com a régua graduada, esse trabalho precisa ser mais detalhado, já com uso de ferramentas digitais os resultados obtidos são mais vantajosos.

Ingrid Rosales Costa, 21 anos, acadêmica de Engenharia Biomédica na UFN, expôs a pesquisa científica Otimização experimental na produção de nanoemulsões contendo eugenol. Eugenol é um extrato retirado do cravo da índia, que é muito utilizado de forma anestésica.  A estudante fez uma extração mecânica em 10rpm e analisado a emulsão da substância. Mas nessa velocidade foi comprovada que não houve produção de formulações estáveis, com isso a pesquisa agora vai testar a extração usando a velocidade de 15rpm e buscar novos resultados.

No eixo de arquitetura e Urbanismo a acadêmica Annelise Renck Weber, 23 anos apresentou o trabalho A percepção do espaço sócio-físico através do olhar da criança. Nessa pesquisa foi observado o olhar que a criança tem sobre espaço, lugares e paisagem através de desenhos crianças de 5, 8 e 10 anos foram analisadas. Foi verificado que crianças até cinco anos relacionam lugares e paisagens com a presença da família e amigos e crianças de oito anos não fogem muito dessa percepção. Já em crianças de 10 anos se observou um maior detalhe nos desenhos, a diferenciação de tamanho entre objetos e uma presença maior de paisagens e objetos da natureza.

Thais Saccol, 24 anos, também, acadêmica de arquitetura da UFN apresentou o trabalho A teoria de Cesare Brandi e a restauração do pátio da Glicinas. O rigor de princípios é a marca da reflexão de Cesare Brandi em sua Teoria, na qual fica patente que a restauração é um ato crítico-cultural do presente e, portanto, condicionado pelos valores do presente; valores esses que não podem menosprezar ou se eximir à responsabilidade que o ato de restauro traz em si, tanto para sua própria geração quanto para as seguintes. Baseado nessa teoria foi analisado o serviço de um arquiteto que fez uma restauração em uma mansão em Colônia do Sacramento, no Uruguai. Foi concluído que o arquiteto modificou elementos e não esteve de acordo com a teoria em diversos fatores. O principal deles foi ter fugido dos elementos culturais e focar mais em marcas e detalhes econômicas.

Eduarda Balke, 21 anos, acadêmica de arquitetura e urbanismo trouxe sua pesquisa, Bilbao: Intervenção Cultural, que através do conceito de cidades criativas analisou as diferentes interversões ocorridas naquela cidade. Foram observados pontos urbanísticos, econômico e cultural e, através desse estudo, foram obtidos resultados nos três campos de pesquisa. Os resultados urbanísticos mostraram melhorias na questão de infraestrutura e transporte, mas no meio econômico e cultural os resultados não foram tão satisfatórios. No aspecto econômico não foram obtidos os resultados esperados e, na parte cultural, os aspectos são questionáveis, já que a cultura local acaba não estando presentes nessa intervenção como a população gostaria.

A exposição dos pôsteres também trouxe um trabalho de iniciação científica júnior que foi apresentado pelo estudante do Instituto São José, Luis Henrique Farias Schneider, 16 anos. Orientado pela professora de Geografia Elsbeth Léia Spode a pesquisa trouxe como estudo, Mapas e escalas: ensino por meio da gamificação. Nessa pesquisa é observado o uso da tecnologia no estudo da geografia em sala de aula. Tendo em vista que a tecnologia está imersa no cotidiano, o estudo busca facilitar o aprendizado aproximando o estudante dos estudos geográficos e fazendo uso de ferramentas tecnológicas para facilitar essa aproximação.

Questões ambientais estão sendo discutidas durante o I Congresso Regional Sobre Resíduos Sólidos Crédito: Deise Fachin/PMSM

Começou em Santa Maria, nesta sexta-feira 28, o I Congresso Regional sobre Resíduos Sólidos. As atividades acontecem na Escola Básica Estadual Dr. Paulo Lauda, no Bairro Tancredo Neves, até as 17h e se estendem até a manhã de sábado,29, abordando diversos temas com foco no problema da destinação adequada de resíduos e nos cuidados com o Meio Ambiente.

A abertura oficial ocorreu no início desta manhã e contou com a presença de autoridades ligadas às questões ambientais, estudantes e profissionais da área.

 O tema do I Congresso Regional sobre Resíduos Sólidos é “Aprendendo a Arte de Cuidar do Meio Ambiente”, por isso, a programação está voltada a ações e políticas públicas que contribuam para a preservação da natureza e com a correta destinação de resíduos.

A programação contempla palestras, debates e mesa-redonda sobre políticas públicas sobre a destinação de resíduos, sustentabilidade urbana, licenciamento ambiental, reciclagem e cuidados com o Meio Ambiente. Confira abaixo:

 Sexta – 28/09 – Palestras

8h30min – Profº Heitor Peretti (IBAMA) – Aspectos e princípios da Política Nacional dos Resíduos Sólidos

09h30min – Eng. José Antônio Mallmann (Coord. Balcão de Licenc. Ambiental) – Passos e Desafios para o Licenciamento.

10h30min – Guilherme Rocha – Sec. Adj. de Meio Ambiente – Qual a missão do CONDEMA?

11h15min – Eng. Gerson Vargas Peixoto – Sec. Mun. De Meio Ambiente – Política Municipal de Recolhimento de Resíduos.

13h – Momento Cultural

14h – Dra. Claudia Cezne – Pres. da Comissão de Direito Ambiental da OAB – A lei do Tribunal de Contas da União.

14h45min- Margareth Vidal – ASMAR – O relato de uma experiência.

15h45min – Marcos Luiz Lobato – Desafios sobre o Meio Ambiente “artificial” contemporâneo. Meio ambiente: como cuidar.

Sábado – 29/09 – Mesa Redonda

Profº Ms. Priscila Quesada (CAU/RS)

Profº Ms. Andressa Mativi Rocha (ULBRA/SM)

Prof. Alexandre Swarowski (Pres. Com. Ger. Bacias dos Rios Vacacaí e Vacacaí Mirim, resíduos orgânicos, compostagem e separação de resíduos comuns)

Porfº Ms. Luana Camila Capitani (UFSM)

Margareth Vidal (ASMAR)

1º Mostra Ecológica Estudantil

Fonte: Ana Bittencourt – Superintendência de Comunicação – Prefeitura de Santa Maria