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“A sociedade que procura o diferente, não tolera as diferenças”

      No verão de 1963, Ennis Del Mar (Heath Ledger) e Jack Twist (Jake Gyllenhaal) são contratados para cuidar de um rebanho de ovelhas no alto de uma montanha. Ficam isolados por longas semanas e tem apenas um ao outro como companhia. Inicialmente reservados, o rancheiro Ennis e o cowboy Jack gradualmente tornam-se amigos, depois confidentes e por fim, para a surpresa de ambos, amantes. Os dois dão início a um romance, mas ao término do verão, cada um segue sua vida. Ennis se casa, tem filhos e Jack se envolve com outra mulher. Porém, os dois voltam a se encontrar e acabam cultivando uma relação durante vários anos, lutando para manter e, principalmente, entender o amor que nutrem um pelo outro.
 

     A narrativa resume o filme O Segredo de Brokeback Mountain, premiado como melhor filme no Festival Internacional de Veneza, com quatro Globos de Ouro e três Oscars, e traz a tona um tema que está sendo bastante debatido na sociedade: o homossexualismo.    

     Não se trata de um assunto novo, e sim de algo que até pouco tempo atrás era censurado e escondido ao máximo. Atualmente, o homossexualismo já está mais presente, porém isso não significa que a sociedade esteja pronta para admitir tais mudanças comportamentais. “O problema é que as pessoas não se permitem mudar, elas acham que tem que ser iguais para o resto da vida. As pessoas têm que se permitir viver coisas que elas não vivem, porque acreditam ser erradas”, explica A.P.S., estudante de 19 anos e homossexual.
    

     Segundo o estudante, a sociedade está se encaminhando para um maior liberalismo, mas isso não significa que não haverá mais preconceito. “É o mesmo caso do racismo, que mesmo menor, ainda existe hoje. Todo mundo tem seus preconceitos, eu tenho preconceitos. Isso porque todo mundo julga, e as pessoas não deveriam se precipitar em seus julgamentos”, completa.
    

     Trata-se de uma questão que ainda tem muitos tabus para derrubar, até que seja vista como algo normal. A mídia acaba contribuindo para uma certa naturalização do tema, principalmente através dos programas de televisão, porém nem sempre retrata o homossexualismo da forma correta. “Em novelas, por exemplo, os papéis são muito estereotipados”, opina T.S. estudante, 21 anos. O ideal, conforme ele, seria abordar o assunto da forma mais natural possível, a fim de a sociedade não criar uma determinada imagem a respeito dos homossexuais.

     Para os dois estudantes, o preconceito com relação ao homossexualismo é fruto de uma imposição social que coíbe tudo aquilo que é fora dos padrões. “A sociedade parece estar sempre à procura do diferente, porém não tolera as diferenças quando elas realmente aparecem. O liberalismo parece ficar restringido às roupas que a gente veste”, conclui T.S.  

     O certo é que, assim como em O Segredo de Brokeback Mountain, na vida real, o homossexualismo também trata de uma questão universal: o amor. E isso vai muito além de um desejo sexual, trata-se de um ponto comum a todos, independente de classe social, raça ou opção sexual.

Foto: Mariana Silveira (especial para ACS)

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      No verão de 1963, Ennis Del Mar (Heath Ledger) e Jack Twist (Jake Gyllenhaal) são contratados para cuidar de um rebanho de ovelhas no alto de uma montanha. Ficam isolados por longas semanas e tem apenas um ao outro como companhia. Inicialmente reservados, o rancheiro Ennis e o cowboy Jack gradualmente tornam-se amigos, depois confidentes e por fim, para a surpresa de ambos, amantes. Os dois dão início a um romance, mas ao término do verão, cada um segue sua vida. Ennis se casa, tem filhos e Jack se envolve com outra mulher. Porém, os dois voltam a se encontrar e acabam cultivando uma relação durante vários anos, lutando para manter e, principalmente, entender o amor que nutrem um pelo outro.
 

     A narrativa resume o filme O Segredo de Brokeback Mountain, premiado como melhor filme no Festival Internacional de Veneza, com quatro Globos de Ouro e três Oscars, e traz a tona um tema que está sendo bastante debatido na sociedade: o homossexualismo.    

     Não se trata de um assunto novo, e sim de algo que até pouco tempo atrás era censurado e escondido ao máximo. Atualmente, o homossexualismo já está mais presente, porém isso não significa que a sociedade esteja pronta para admitir tais mudanças comportamentais. “O problema é que as pessoas não se permitem mudar, elas acham que tem que ser iguais para o resto da vida. As pessoas têm que se permitir viver coisas que elas não vivem, porque acreditam ser erradas”, explica A.P.S., estudante de 19 anos e homossexual.
    

     Segundo o estudante, a sociedade está se encaminhando para um maior liberalismo, mas isso não significa que não haverá mais preconceito. “É o mesmo caso do racismo, que mesmo menor, ainda existe hoje. Todo mundo tem seus preconceitos, eu tenho preconceitos. Isso porque todo mundo julga, e as pessoas não deveriam se precipitar em seus julgamentos”, completa.
    

     Trata-se de uma questão que ainda tem muitos tabus para derrubar, até que seja vista como algo normal. A mídia acaba contribuindo para uma certa naturalização do tema, principalmente através dos programas de televisão, porém nem sempre retrata o homossexualismo da forma correta. “Em novelas, por exemplo, os papéis são muito estereotipados”, opina T.S. estudante, 21 anos. O ideal, conforme ele, seria abordar o assunto da forma mais natural possível, a fim de a sociedade não criar uma determinada imagem a respeito dos homossexuais.

     Para os dois estudantes, o preconceito com relação ao homossexualismo é fruto de uma imposição social que coíbe tudo aquilo que é fora dos padrões. “A sociedade parece estar sempre à procura do diferente, porém não tolera as diferenças quando elas realmente aparecem. O liberalismo parece ficar restringido às roupas que a gente veste”, conclui T.S.  

     O certo é que, assim como em O Segredo de Brokeback Mountain, na vida real, o homossexualismo também trata de uma questão universal: o amor. E isso vai muito além de um desejo sexual, trata-se de um ponto comum a todos, independente de classe social, raça ou opção sexual.

Foto: Mariana Silveira (especial para ACS)