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Santa Maria, RS, Brazil

Operação nos camelôs termina em confusão

 

 

A Receita Federal, com o apoio da Brigada Militar, da Polícia Federal e do Batalhão de Operações especiais (BOE), realizou hoje pela manhã uma operação de repreensão ao contrabando nos camelôs da Avenida Rio Branco. Em contrapartida, os vendedores reagiram, surpreendendo os que participavam da operação. Houve tumulto, feridos e muitas manifestações.

 

 

 Segundo o delegado Carlos Luciano Sant’ana, a operação, que começou às 10h20min, envolveu 46 servidores da receita federal, aproximadamente 20 policiais federais e mais de 60 da brigada militar, além de quatro carros do BOE. “Nós, da receita federal, já tínhamos programado esta ação de repreensão ao contrabando. Nos camelôs existem várias mercadorias com características de terem sido introduzidas irregularmente no país, sem a devida declaração e sem os pagamentos dos tributos federais sobre as importações. Hoje, o que fizemos foi apreender as mercadorias sem verificar a documentação”, explicou o delegado. Sobre a devolução das mercadorias, Sant’ana afirma que, em outro momento, quem tiver com seus produtos legalizados poderá reivindicar a entrega delas.

“Tinha pessoas com mercadorias nacionais, legalizadas, e eles quebraram tudo, fizeram a limpa geral, mandaram agente ficar parado sem poder falar nada. Quem tentava reagir eles respondiam com violência. Uma mulher que não tinha nada a ver foi ferida com bomba de gás, houve muita confusão, parecia uma guerra”, alegou o vendedor Eriovaldo Batista.

“Não precisava isso tudo, só queremos trabalhar. Tem gente que investiu 20 mil reais em sua banca e perdeu tudo. Não acho certo, pois pagamos para estar aqui, pagamos o piso, a luz, e a prefeitura sabe disso”, concluiu.

 

O comandante da ação do BOE, capitão Barcelos, afirma que a polícia só agiu contra quem tentava protestar. “Não ferimos ninguém que  não estivesse envolvido. O nosso papel era apenas proporcionar segurança aos servidores da Receita Federal e facilitar a ação contra o contrabando. Houve os que dificultaram, e isso acabou resultando em 13 presos”, explica.

Após a intervenção da receita com apoio policial, os vendedores dos camelôs reagiram com protestos na Rua Acampamento, fechando as lojas e pressionando os funcionários. Alegaram que, se eles não podem trabalhar, o restante do comércio também deve ser fechado.

Para Cláudio Rosa, presidente da Comissão de Servidoria Pública e Desenvolvimento Econômico da Câmara de Vereadores, a Receita Federal deve recolher apenas as mercadorias sem nota fiscal. “Vamos fazer um cadastro de quem tinha nota para que toda essa mercadoria seja devolvida. Houve abuso de poder por parte dos policiais. Eles foram irresponsáveis”, diz o representante da Câmara.

As manifestações seguiram  durante à tarde. Os representantes dos camelôs fizeram faixas de protesto e impediram o trânsito entre as esquinas da Rua Venâncio Aires com a Acampamento e Avenida Rio Branco. Os protestos continuaram no calçadão e em frente à Receita Federal, que mantinha as portas fechadas.

As mercadorias apreendidas estão sobre guarda da Receita Federal e, após avaliadas, poderão ter diversos destinos. Segundo o delegado Sant’ana, os produtos podem ser destruídos, leiloados ou até mesmo doados para instituições de caridade.

Fotos: Fábio de Oliveira e Thaís Pedrazzi (da redação)

 

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A Receita Federal, com o apoio da Brigada Militar, da Polícia Federal e do Batalhão de Operações especiais (BOE), realizou hoje pela manhã uma operação de repreensão ao contrabando nos camelôs da Avenida Rio Branco. Em contrapartida, os vendedores reagiram, surpreendendo os que participavam da operação. Houve tumulto, feridos e muitas manifestações.

 

 

 Segundo o delegado Carlos Luciano Sant’ana, a operação, que começou às 10h20min, envolveu 46 servidores da receita federal, aproximadamente 20 policiais federais e mais de 60 da brigada militar, além de quatro carros do BOE. “Nós, da receita federal, já tínhamos programado esta ação de repreensão ao contrabando. Nos camelôs existem várias mercadorias com características de terem sido introduzidas irregularmente no país, sem a devida declaração e sem os pagamentos dos tributos federais sobre as importações. Hoje, o que fizemos foi apreender as mercadorias sem verificar a documentação”, explicou o delegado. Sobre a devolução das mercadorias, Sant’ana afirma que, em outro momento, quem tiver com seus produtos legalizados poderá reivindicar a entrega delas.

“Tinha pessoas com mercadorias nacionais, legalizadas, e eles quebraram tudo, fizeram a limpa geral, mandaram agente ficar parado sem poder falar nada. Quem tentava reagir eles respondiam com violência. Uma mulher que não tinha nada a ver foi ferida com bomba de gás, houve muita confusão, parecia uma guerra”, alegou o vendedor Eriovaldo Batista.

“Não precisava isso tudo, só queremos trabalhar. Tem gente que investiu 20 mil reais em sua banca e perdeu tudo. Não acho certo, pois pagamos para estar aqui, pagamos o piso, a luz, e a prefeitura sabe disso”, concluiu.

 

O comandante da ação do BOE, capitão Barcelos, afirma que a polícia só agiu contra quem tentava protestar. “Não ferimos ninguém que  não estivesse envolvido. O nosso papel era apenas proporcionar segurança aos servidores da Receita Federal e facilitar a ação contra o contrabando. Houve os que dificultaram, e isso acabou resultando em 13 presos”, explica.

Após a intervenção da receita com apoio policial, os vendedores dos camelôs reagiram com protestos na Rua Acampamento, fechando as lojas e pressionando os funcionários. Alegaram que, se eles não podem trabalhar, o restante do comércio também deve ser fechado.

Para Cláudio Rosa, presidente da Comissão de Servidoria Pública e Desenvolvimento Econômico da Câmara de Vereadores, a Receita Federal deve recolher apenas as mercadorias sem nota fiscal. “Vamos fazer um cadastro de quem tinha nota para que toda essa mercadoria seja devolvida. Houve abuso de poder por parte dos policiais. Eles foram irresponsáveis”, diz o representante da Câmara.

As manifestações seguiram  durante à tarde. Os representantes dos camelôs fizeram faixas de protesto e impediram o trânsito entre as esquinas da Rua Venâncio Aires com a Acampamento e Avenida Rio Branco. Os protestos continuaram no calçadão e em frente à Receita Federal, que mantinha as portas fechadas.

As mercadorias apreendidas estão sobre guarda da Receita Federal e, após avaliadas, poderão ter diversos destinos. Segundo o delegado Sant’ana, os produtos podem ser destruídos, leiloados ou até mesmo doados para instituições de caridade.

Fotos: Fábio de Oliveira e Thaís Pedrazzi (da redação)