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Santa Maria, RS, Brazil

alimentação saudável

Pandemia muda hábitos alimentares da população

Quem acha que o confinamento afetou apenas o psicológico da população, está enganado, a reclusão trouxe problemas tantos físicos quanto mentais. Segundo a pesquisa online da Diet & Health under COVID-19,  durante o isolamento, 52% do povo brasileiro

Oficina de culinária ensina a produzir alimentos veganos

A vegana Denise Kanopf de Araujo oferece, em Santa Maria, oficinas de culinária que ajudam a divulgar e a desmitificar o veganismo. O objetivo é proporcionar ao participante conhecimento e habilidade necessárias para produzir a própria

JornalEco: alimentação e meio ambiente

A 21ª edição do JornalEco, produzido pelos alunos de jornalismo do 5º semestre na disciplina de Jornalismo Especializado I e orientado pela professora Andreia Fontana, traz como tema a alimentação aliada ao meio ambiente. O jornal

Alimentos orgânicos: para não morder a maçã envenenada

Comer frutas e verduras faz bem para a saúde, evita doenças e previne o envelhecimento precoce. As fibras encontradas nestes alimentos colaboram com o funcionamento do intestino. E, para os mais vaidosos, consumir alimentos naturais melhora

Quem acha que o confinamento afetou apenas o psicológico da população, está enganado, a reclusão trouxe problemas tantos físicos quanto mentais. Segundo a pesquisa online da Diet & Health under COVID-19,  durante o isolamento, 52% do povo brasileiro teve um aumento de 6,5 kg na balança. Seja por falta de exercícios, por alimentação errada, ou até os dois fatores juntos, o Brasil se tornou um dos países com maior aumento de peso médio do mundo, durante a quarentena.

Tivemos também no país o aumento de 3%, em usuários de tabaco, e 14% de aumento na taxa de pessoas que consumem bebidas alcoólicas. Tudo isso misturado com a queda da prática de exercícios físicos, que caiu 29%.

Porcentagem dos países em que a população mais teve aumento de peso. Imagem:  Diet & Health Under Covid-19

A nutricionista da prefeitura municipal de Formigueiro, Bruna Bortolotto Rohde, falou um pouco sobre a importância de uma alimentação saudável já que, com a chegada da quarentena, muitas pessoas acabaram ingerindo muitas comidas pesadas. Bruna também deu ênfase em como uma rotina de refeições balanceadas ajuda a reforçar a imunidade do ser humano. Confira a seguir:

Matéria produzida no primeiro semestre de 2022, na disciplina de Linguagem das Mídias do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana.

Doces veganos são simples de fazer
Doces veganos são simples de fazer. Foto: Mariana Olhaberriet/Laboratório de Fotografia e Memória

A vegana Denise Kanopf de Araujo oferece, em Santa Maria, oficinas de culinária que ajudam a divulgar e a desmitificar o veganismo. O objetivo é proporcionar ao participante conhecimento e habilidade necessárias para produzir a própria comida.

Denise, que cuida da fanpage Pé de Couve e estuda Serviço Social, ensina receitas veganas acessíveis. “Muitas pessoas ainda não conhecem ou acham que os alimentos são caros ou difíceis de fazer”, comenta.

Sobre a dinâmica da oficina, a estudante esclarece: “no início, fazemos um bate-papo para compartilhar experiências, dúvidas e dicas”. Depois são apresentadas receitas, como de hambúrguer de grão-de-bico, maionese vegana, pão de queijo e cookies. O momento seguinte é a produção do prato.

O público é variado, contemplando desde curiosos até vegetarianos e veganos sem prática na cozinha ou que querem aprofundar o conhecimento e a técnica.

O que diz a nutricionista

A nutricionista Deise Moura lembra que a culinária vegana é livre de alimentos de origem animal. “As proteínas, nutrientes essenciais para nossa estrutura e constituição corporal, de maior valor biológico estão presentes apenas em alimentos de origem animal. Não sou a favor de dietas restritivas de algum nutriente, pois uma alimentação saudável está baseada no equilíbrio entre todos os nutrientes”, pondera. Em relação às compensações, a nutricionista orienta que os veganos busquem alternativas e recomendações adequadas para não desenvolver déficit nutricional.

Ana Luiza Deike

para a disciplina de Jornalismo Digital 1

 

Fotos: Mariana Olhaberriet/Laboratório de Fotografia e Memória
Hamburguer feito com grão-de-bico leva maionese vegana.

Receita de maionese vegana

Ingredientes

5 colheres de sopa de ‏semente de girassol

250 ml de ‏água

250 ml de ó‏leo de girassol gelado

1 colher de sopa de suco de limão ou vinagre

‏Sal à gosto

1 dente ‏alho pequeno picado (opcional)

Temperos à gosto: salsinha, alecrim, orégano e açafrão

Modo de preparo

Deixe as sementes de girassol de molho em água por, pelo menos, uma hora, com água suficiente para cobri-las, com 1 colher de sopa de vinagre ou suco de limão. Quanto mais tempo puder deixar de molho, melhor (12 ou até 24hs). Descartar a água do molho.

Coloque no liquidificador a água, as sementes, o limão/vinagre, o sal e os temperos. Bata por 5 minutos. Desligue e prove. Ligue e coloque o óleo.

Guarde em geladeira meia hora antes de servir.

A 21ª edição do JornalEco traz, em suas 16 páginas, a questão da alimentação muito além do prato (Foto: Diego Garlet)

A 21ª edição do JornalEco, produzido pelos alunos de jornalismo do 5º semestre na disciplina de Jornalismo Especializado I e orientado pela professora Andreia Fontana, traz como tema a alimentação aliada ao meio ambiente.

O jornal experimental proporciona, tanto aos alunos como aos leitores, uma experiência única de conhecimento. A sustentabilidade em pauta no JornalEco mostra à comunidade que a alimentação  também é uma forma de cuidar do planeta.

“É um tema bastante atual falar de alimentos saudáveis e cada vez mais as pessoas procuram mudar seus hábitos alimentares”, afirma Armando Agostini, um dos alunos responsáveis pela produção dessa edição. Para ele, o objetivo da publicação é informar e oportunizar novos conhecimentos sobre o assunto para os leitores.

O tema desta edição, escolhido pelos alunos, convida à reflexão. “Com certeza o que há de mais significativo é a especificação de uma temática que é extremamente necessária de ser pensada, debatida, questionada e que nós viemos, por meio dessa publicação, fazendo com que pelo menos em uma disciplina os alunos se dediquem a pensar meio ambiente, a buscar pauta, a se envolver nessa questão”, ressalta Sione Gomes, coordenadora do Curso de Jornalismo.

E foi isso que os alunos fizeram na disciplina de Jornalismo Especializado I: imergiram no assunto. “Penso que é importante o jornalista ‘cair de cabeça’ no material que está produzindo, afinal, o leitor merece um bom conteúdo. Busquei seguir esta lógica do início ao fim da produção de nosso jornal. A efeito de curiosidade, a imersão foi tamanha que, durante a produção de meu artigo, acabei por virar ovolacto (expressão, aliás, que até então desconhecia). Foi uma abertura de horizontes, sadia, plural e benéfica. Mais uma das mágicas de se trabalhar na área da comunicação, aquela de sair de sua zona de conforto e da exploração de seus arredores”, explica o acadêmico Iuri Patias, que participou da produção do jornal.

Para a estudante Natália Librelotto, o processo de elaboração do JornalEco é único. “A experiência é maravilhosa, porque mesmo que já tivéssemos contato com o impresso em outras cadeiras, a sensação de ‘fabricar’ o primeiro jornal é motivador”, comenta a estudante.

O JornalEco está disponível para distribuição gratuita nas entradas dos conjuntos da instituição, com os alunos responsáveis pela produção e na redação da Agência CentralSul, na sala 716C do prédio 14.

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Frutas e verduras são essenciais para uma vida saudável
Frutas e verduras são essenciais para uma vida saudável

Comer frutas e verduras faz bem para a saúde, evita doenças e previne o envelhecimento precoce. As fibras encontradas nestes alimentos colaboram com o funcionamento do intestino. E, para os mais vaidosos, consumir alimentos naturais melhora a aparência da pele, unhas e cabelos.

Pronto! É só adotar a alimentação natural que as pessoas serão mais saudáveis, bonitas e felizes. Mas, será que dá para falar em alimentação 100% natural na atualidade? Será que não há nenhum risco à saúde na feira do brasileiro? E, se ao contrário, as pessoas estão gradativamente se envenenando a cada mordida da maçã?

Por trás da aparência perfeita dos vegetais expostos na maioria dos supermercados há um ingrediente perigoso, o agrotóxico. Este componente é usado pela maioria dos agricultores para deter larvas e insetos que se alimentam da plantação e comprometem a colheita. O agrotóxico, com o decorrer do tempo, intoxica o organismo e causa doenças que só serão detectadas em longo prazo.

Quem tem horta em casa está no lucro. Já quem deseja proteger a saúde da família e não tem tempo, tampouco leva jeito com as hortaliças, deve procurar opções para praticar a alimentação saudável, longe dos transgênicos, que são alimentos modificados com aditivos químicos.

É possível morder a maçã sem ser envenenado?

Verduras frescas e sem agrotóxico é orgulho do produtor rural. Foto: Luisa Neves
Verduras frescas e sem agrotóxico são orgulho do produtor rural

Há 12 anos, o casal de produtores rurais Carlos e Fátima Corrêa entrega cesta de verduras em Santa Maria. Os clientes ligam, fazem a encomenda, marcam o endereço e uma vez por semana recebem, na porta de casa, nove qualidades de verduras fresquinhas e, o que é melhor, 100 % naturais. No começo das atividades, os Corrêa queriam apenas comercializar ovos de codorna. Com o tempo, perceberam que o esterco das aves deixou o solo fértil e apto para o cultivo. Desta forma, a venda das hortaliças passou a ser fonte de renda para a família. Os agricultores destacam que alguns clientes consomem suas verduras desde o começo do negócio, há mais de uma década.

O que mantém a fidelidade da clientela dos Corrêa é a garantia de que nenhum dos seus produtos é cultivado com agrotóxico, que Corrêa chama de veneno. “O processo de envenenamento é muito simples e é uma cadeia perigosa. Quando uma minhoca entra na planta fertilizada com veneno, ela é contaminada. Logo, o passarinho ingere a minhoca e se envenena. Depois, o gato que come o passarinho se intoxica e morre”, ilustra. Segundo o agricultor, um veneno fica na terra por 120 dias. Neste período, milhares de alimentos contaminados são levados à mesa das famílias.

Seu José Corrêa considera sua produção pequena. Ele, que tem a esposa como a única coprodutora das cestas de verduras, lembra que chegou a entregar 60 cestas por semana. Atualmente, entrega os alimentos para 30 famílias do centro de Santa Maria e no bairro Camobi. “Meus clientes são pessoas esclarecidas a respeito dos danos que os transgênicos causam à saúde. Estas pessoas fazem questão de garantir a qualidade da alimentação para evitar doenças causadas por toxinas, usadas nas grandes plantações”, destaca.

 

Consumir alimentos sem agrotóxicos é mais caro?

Horta cultivada apenas com adubo orgânico.
Horta cultivada apenas com adubo orgânico

Algumas pessoas acreditam que os alimentos orgânicos são mais caros. Assim, enchem o carrinho no supermercado de hortifrutigranjeiros com agrotóxicos por acreditarem na economia oferecida pelas placas de promoção expostas nas gôndolas. Corrêa, uma vez por semana, visita os supermercados para ver a qualidade das verduras e se atualizar dos preços. Ele garante que vale a pena o consumidor comprar produtos orgânicos, já que a economia imediata pode se transformar em outro tipo de despesa em longo prazo, como o uso de medicamentos para desintoxicar o organismo. O agricultor garante que comprar direto dos produtores e feirantes não é mais caro. Vale lembrar que a informação está ao alcance de todos. Pesquisar preços e verificar a procedência dos alimentos é pensar no presente e evitar males no futuro.

O caminho da verdura nossa de cada dia

A produtora rural Fátima Corrêa conta que tinha a intenção de vender somente mudas de hortaliças, mas os clientes, que viraram amigos da família, insistiram na aquisição de produtos naturais. “Nós mesmos plantamos. Preparamos os canteiros, colocamos as mudas e as protegemos das aves sem usar venenos. Para isso, deixamos que outras plantas cresçam junto às mudas. Assim, os predadores virão nas ervas que nascem ao redor e não comerão as verduras”, explica.

Os animais também merecem uma alimentação saudável, livre de aditivos químicos.
Os animais também merecem uma alimentação saudável, livre de aditivos químicos

“Plantamos 40 pés por vez para sempre termos produtos novinhos”, conta Corrêa. O dia de colher e embalar as verduras é segunda-feira. Nas terças, o casal vai cedo para a cidade entregar as encomendas. O que não serve para vender é destinado à alimentação do segundo meio de sustento da família, as vacas, as quais são cuidadas somente com homeopatia. A criação de gado da família não é submetida ao tratamento com antibióticos. “Tudo o que sobra da horta vai para as vacas ou serve como adubo”, acrescenta. Desta forma, os alimentos podem ser consumidos sem preocupação.

 

Mas, por quanto tempo a mesa brasileira terá alimentos orgânicos?

Alimentação natural não pode virar coisa do passado

Corrêa mostra a plantação com orgulho, mas demonstra preocupação com o futuro dos alimentos orgânicos. “Será que ainda teremos tudo isso no futuro?”, questiona. Ele comenta que para manter as cestas de verduras é necessário empenho, sacrifício e amar o que faz, além de depender da horta para o sustento da família. “Não sei se teria continuado se esta não fosse a nossa fonte de renda”, reflete.

Segundo o engenheiro agrônomo da Emater Francisco Traesel,  o cultivo dos orgânicos não vai acabar. Ele enfatiza que se o produtor tiver paciência vai encontrar nesta atividade um nicho de mercado rentável. “Hoje as pessoas estão preocupadas com a saúde. O consumidor quer saber a origem dos alimentos e quer pagar pela qualidade”, explica.

Como o cultivo de orgânicos é mais lento e o retorno financeiro demora, a Emater de Santa Maria dá assistência técnica para que os produtores de alimentos orgânicos tenham persistência no cultivo sem agrotóxico. “Uma planta cultivada com agrotóxico vai ser colhida em pouco tempo, mas não vai ter o mesmo sabor e qualidade da planta orgânica. Além disso, o componente químico ataca pontualmente a saúde do produtor”, destaca.

O engenheiro lembra que antigamente o agrotóxico era letal. Hoje, por ser mais fraco, o defensivo agrícola se acumula no sangue, no coração, no rim e no pulmão e, a maioria dos produtores não toma o cuidado necessário antes de manusear. “Além da preocupação com a saúde do produtor e do consumidor, a Emater alerta para a saúde do solo. Um solo protegido, balanceado com bom teor de matéria orgânica, é um solo protegido e rentável”, declara Traesel.

“Sustentamos nossa casa e conseguimos formar nossos filhos comercializando produtos da nossa horta e sem colocar venenos”, alegra-se Fátima com o sentimento de dever cumprido. Ela enfatiza que não bastava plantar para vender. Tinha que passar adiante produtos que não fizessem mal para as pessoas.

Para que os alimentos orgânicos não virem coisa do passado, é necessário respeitar o meio ambiente e a saúde das pessoas e dos animais. Procurar, pesquisar, escolher e exigir o alimento saudável é direito de todos. Rejeitar os transgênicos e denunciar a venda de alimentos de origem duvidosa já é obrigação. Oferecer alimentos orgânicos é privilégio de quem aproveita os recursos do solo sem prejudicá-lo. É suprir os nutrientes não renováveis sem explorar a natureza. Desta forma, todo mundo ganha.

 

 

selo sustentabilidadeFotos: Luisa Neves – Ambjor

Se você quiser provar a cesta do seu Correa, ligue para (55) 81 09 25 39.