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Projeto Patas Amigas precisa de ajuda para continuar

O Projeto Patas Amigas ajuda animais em situação de rua em Santa Maria desde 2017. A equipe de seis amigas deu início ao projeto através da criação de uma página no Instagram, com o objetivo de resgatar

Aumento de casos de leishmaniose em Santa Maria preocupa

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Protetores Independentes de Animais se reúnem em SM

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A ética nas experiências com animais de laboratório

Os  parâmetros de toxicidade e a legislação para o manejo de animais de laboratório, foi tema da palestra da professora Liliane de Freitas Bauermann, do departamento de Fisiologia e Farmacologia da UFSM, nesta terça-feira, 11, no Workshop em Biotecnologia

Tráfico de animais: o grito oculto de socorro

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Leishmaniose é monitorada em Santa Maria

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Por que o abandono torna-se o destino de tantos animais?

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O Projeto Patas Amigas ajuda animais em situação de rua em Santa Maria desde 2017. A equipe de seis amigas deu início ao projeto através da criação de uma página no Instagram, com o objetivo de resgatar animais de rua, atropelados e/ou que sofrem maus-tratos. De acordo com Janaina Farias, integrante do Projeto,  muitos pedidos também são feitos por famílias carentes em que o animal está doente. “Eles são encaminhados para atendimento, passam por consulta para avaliação, são castrados, desverminados, vacinados e encaminhados para adoção responsável”, explica ela.

Filhotes resgatados. Imagem: Projeto Patas Amigas

Sem local físico para hospedar os animais, elas contam com a ajuda de pessoas que se disponham a dar um lar temporário até que o animal seja adotado. “Nós nos responsabilizamos por todos os custos nesse tempo: ração, remédios, guia”, diz Janaina. Além da questão financeira, é preciso mais voluntários para o lar temporário, “porque se não tivermos pra onde levar o animal, não conseguimos resgatá-lo”, completa ela.

O Projeto é movido através de doações da comunidade e precisa de ajuda para que o trabalho continue sendo realizado. Hoje as doações e parcerias com clínicas veterinárias, mercados e agropecuárias não dão conta da demanda de resgates e o projeto acumula  dívidas que passam dos 26 mil reais, fazendo com que os resgates e ajudas estejam suspendidos até que as contas sejam quitadas.  A Creche para Cães Brisa Petsitter aceita doações de ração, medicamentos, cobertas, roupas e dinheiro ou pix para o Projeto durante todo o mês de junho, além de promover um Arraial Solidário, no dia 20 de junho, em prol do Patas Amigas, em que toda a renda será destinada a elas. As doações também podem ser realizadas através do pix do Projeto que é o e-mail patasamigassm@yahoo.com (Juliana Rocha). 

Nos últimos meses nota-se crescimento nos casos de leishmaniose em animais em Santa Maria. A doença é uma infecção parasitária que pode ser transmitida para seres humanos. Apesar de relativamente silenciosa no início, a doença tende a evoluir para quadros mais graves, podendo, inclusive, levar ao óbito.

Cadela resgatada pelo Projeto Akiles. Imagem: Thais Cesar

O município de Santa Maria faz a busca ativa de casos de leishmaniose visceral desde 2011. A equipe da prefeitura entra em contato com o proprietário do animal, após receber notificações de casos feitas por médicos veterinários do setor privado, para que uma inspeção zoosanitária seja feita. Nela é coletado o sangue do suspeito e dos outros cães que convivem no mesmo local. Orientações e informações relacionadas à enfermidade e à forma como deve ocorrer o tratamento são oferecidas, como a necessidade de encoleiramento (com coleiras impregnadas de inseticidas) dos cachorros.  Foram realizados 107 coletas de testes para leishmaniose em 44 residências pela Prefeitura de janeiro a junho de 2021, em que 10 resultados positivaram e os outros 92 foram descartados. Em seres humanos apenas dois casos foram registrados na cidade.

Mesmo com as buscas da Prefeitura, no ano de 2022 não foram divulgados dados sobre o aumento de casos na cidade. De acordo com Thais Cesar,  do Projeto Akiles, que resgata e procura lares para animais em situação de rua, desde janeiro nota-se o crescimento de animais com a doença. Hoje a protetora de animais está com três positivados em tratamento continuo. O processo de diagnóstico é feito através de um exame de sangue e um teste de leishmaniose. Após positivado o animal passa por tratamentos com medicação manipulada e exames periódicos.

Cachorro resgatado pelo Projeto Akiles. Imagem: Thais Cesar

Maria, (codinome, pois a fonte não quis ser identificada) do Projeto Quatro Patas, também notou que os casos de leishmaniose tiveram um aumento significativo nos últimos meses. Médicos veterinários da cidade também relatam o aumento no número de casos. Segundo Liselene Seixas, médica veterinária, o crescimento é enorme e constante, porém os casos são subnotificados.

A infecção é dada através da picada do mosquito palha. O aumento registrado pode estar relacionado com o mal cuidado dos locais em que transitam os animais, já que o mosquito se prolifera em localidades com grande acúmulo  de lixo, umidade e fezes.

Colaboração: Vitória Oliveira

ONGs e Protetores Independentes dos Animais reunidos hoje, na Câmara dos Vereadores. Crédito: Camila Porto Nascimento

Na manhã desta quarta-feira ,05, a Comissão Especial que analisa o Projeto de Lei Complementar 8765/2018, que inclui a definição de animal comunitário no Código de Posturas, reuniu-se com ONGs e Protetores Independentes de Animais a fim de obter o posicionamento a respeito da proposição em tramitação na Câmara de Vereadores.  A Comissão Especial que analisa o projeto é formada pelos vereadores Adelar Vargas/Bolinha, Juliano Soares/Juba e Jorge Trindade. “Hoje, não existe a figura de animal comunitário no Código de Posturas. Queremos fazer a inclusão”, explicou Bolinha, o autor do projeto.

A médica veterinária Marlene Nascimento, do Clube Amigos dos Animais, reconheceu a importância do projeto ao formalizar a definição de animal comunitário no Código de Posturas, alertando que os cuidadores desses animais devem ser ajudados, não responsabilizados.  “Há a necessidade de estabelecer direitos e deveres dos cuidadores de animais comunitários”, ponderou.

No dia 10 de dezembro, às 14h, no Plenarinho, acontece audiência pública para análise do projeto. De 11 a 25 de dezembro, está aberto o prazo para emendas e sugestões à proposição.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Câmara de Vereadores 

Os  parâmetros de toxicidade e a legislação para o manejo de animais de laboratório, foi tema da palestra da professora Liliane de Freitas Bauermann, do departamento de Fisiologia e Farmacologia da UFSM, nesta terça-feira, 11, no Workshop em Biotecnologia e Nanociências, na UFN.  

A professora de fisiologia procurou fazer um link entre dois temas: legislação e manejo de animais. Essas informações são.importantes, pois desta forma o aluno chega atualizado no laboratório, explicou. Ela informou que esse conhecimento será cada vez mais exigido. A professora falou sobre as leis  Arouca, Consea e normativas institucionais no uso de animais para pesquisa.

Bauermann também abordou os testes de toxidade, pois muitos foram renovados ou revalidados. A professora mostrou os testes mais comuns e deu orientações de sobre a melhor maneira de fazer, como número de doses aplicáveis, observação e alimentação. Ela ainda alertou sobre os cuidados precisos com os animais. “Eles não podem ficar estressados ou com medo. É preciso prezar pelo bem star do animal para a realização dos testes” aconselhou.

A professora falou outros estudos para práticas complementares.  “O pessoal precisa ficar atento a todos os cuidados, tanto na legislação quando no manejo do animal”, afirma Liliane.

 

 

 

 

Os macacos estão entre os alvos dos traficantes de animais. Foto: Vitória Fernandes/ UFRN/IBAMA

 

Confinados na escuridão, amarrados, sem comida, queimados ou dilacerados. Centenas de animais já foram vítimas de maus tratos e tráfico no País. Um grito que muitas vezes não é escutado por ninguém, mas quando a polícia flagra, as cenas que chocam pela crueldade.

De acordo com a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais (Renctas), o Brasil é um dos principais alvos dos traficantes da fauna silvestre. O motivo é sua grande biodiversidade. A organização não-governamental foi fundada em 1999 e desenvolve ações pelo Brasil. De acordo com a Entidade, o tráfico pode movimentar até 20 bilhões de dólares no mundo com comércio ilegal, e só fica atrás do tráfico de drogas e armas. Temos uma participação ingrata de 15% nesse montante, conforme a Renctas. Em terras brasileiras, a movimentação chega a 900 milhões de dólares. O valor alto se justifica pela raridade do animal ou grau de ameaça de extinção. Com mais de um 1,4 milhão animais catalogados no mundo, a ONG contabiliza 10% do montante no Brasil, principalmente primatas, borboletas e anfíbios. O país já conta com 218 espécies ameaçadas de extinção.

ROTAS DO TRÁFICO

O comércio ilegal de animais não é algo do século XXI. Animais silvestres eram vendidos por exploradores europeus no tempo das caravelas. Animais exóticos ou pouco conhecidos eram levados das terras tupiniquins para o velho continente. Com o passar das décadas, a prática foi virando uma forma de lucro e o crescimento ligou um sinal de alerta tardio. Assim, foi necessária a criação de leis para proteger os animais. Contudo, a primeira iniciativa veio somente em 1967 com a Lei de Proteção à Fauna. Mais de 20 anos depois, a Lei de Crimes Ambientais considerou os animais e seus ninhos de propriedade do Estado. Assim, a compra e a criação de animais silvestres são consideradas crimes inafiançáveis.

O Brasil está entre os principais exportadores, como Peru, Paraguai, Argentina e África do Sul. Mas para ocorrer a comercialização é preciso ter compradores. Os principais consumidores são: Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e Bélgica.

Um estudo da Renctas aponta a maioria dos animais vítimas desse tipo de crime proveniente das regiões norte, nordeste e centro-oeste do Brasil. O caminho deles, na maioria das vezes, é a parte fronteiriça do País. As estradas brasileiras são as rotas mais procuradas, mas há quem arrisque levar por aeroportos, em pacotes ou em jatos particulares. Entre as cidades brasileiras onde os animais passam ilegalmente está uma cidade do Rio Grande do Sul. Uruguaiana, com 125 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatísticas (IBGE) de 2010, faz fronteira com Argentina e fica próxima do Uruguai, sendo um ponto atrativo para os traficantes. A BR 472 é um caminho comum usado pelos criminosos.

Mapa mostra as rotas do tráfico de animais no Rio Grande do Sul e suas ligações com Santa Catarina e outros países vizinhos. Fonte: Renctas

A última grande apreensão de animais registrada em solo gaúcho, ocorreu na própria cidade de Uruguaiana. Dois homens argentinos foram flagrados transportando 634 pássaros. Ambos vinham de São Paulo, onde participaram de uma competição. Na fiscalização, a polícia identificou que mais da metade dos animais não tinham a guia de transporte exigida. Mais de 30 pássaros morreram no transporte.

Santa Maria, na região central, é um ponto forte de ligação. No dia 4 de junho, o Comando Rodoviário da Brigada Militar apreendeu na região, em Caçapava do Sul, 37 pássaros silvestres na ERS 357. Na ocasião, duas pessoas foram presas. No coração do estado gaúcho, as BRs 158, 290 e 287 se encontram no município, o que facilita o deslocamento. Distante 138 quilômetros, a cidade de Cachoeira do Sul é apontada pela Renctas como um local de venda de animais.

Engana-se quem pensa que o tráfico tem como foco apenas animais de estimação. A fauna silvestre é alvo dos mais variados fins:

  • Animais para zoológicos e colecionadores particulares;
  • Animais para fins científicos;
  • Animais para comercialização internacional em “pet shops”.

No ano de 2013, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul realizou uma campanha para combater à prática. As aves são os principais alvos. Conforme o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), esse tipo de animal corresponde a quase 80% do comércio ilegal. Curiós, canários da terra e trinca-ferros, por exemplo, são alguns dos alvos prediletos. Conforme o Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna Silvestre, 60% dos animais são vendidos no mercado irregular para consumo interno e os outros 40% para o exterior.

MANTENEDOURO DE FAUNA SÃO BRAZ, UM RECANTO PARA 600 ANIMAIS

Muitos animais apreendidos no Rio Grande do Sul vêm para Santa Maria, mas não por causa da localização da cidade, e sim, pois aqui, entre o verde da zona rural está situado o Mantenedouro de Fauna São Braz. Erguido no distrito de Boca do Monte, o local conta com mais de 30 hectares. Em 1995, o coordenador do projeto, Santos de Jesus Braz, veio como uma luz para dar uma oportunidade de vida tranquila e segura aos animais apreendidos pelo tráfico e maus tratos.

“Somos uma das instituições mais antigas do Rio Grande do Sul. Comecei por um gosto próprio pela vida selvagem. Fizemos um trabalho público, sem ajuda governamental. A única ajuda que temos é o da vigilância sanitária, quando se tem alguma apreensão de alimento impróprio. O desafio maior foi ganhar a empatia da sociedade para provar que fazemos um trabalho sério e isso levou mais de 10 anos”, declara.

Manter 600 animais, de 122 espécies, em um local devidamente estruturado e com qualidade não é um custo baixo. São necessários por mês mais de quatro toneladas de alimentos, sendo mil quilos de carnes. Algumas empresas da região ajudam como podem.

“Temos doações como de uma empresa Bahia que nos doa mamão e banana. Temos uma que nos dá recorte de frango. Uma vez que tem apreensão no estado eu nunca me neguei a receber. Veio um urso para cá. O animal estava sob custódia de um circo há 10 anos”, afirma Braz.

Erra quem pensa que os animais de maior porte são os que dão mais trabalho aos cuidadores. Pequenos e arteiros, os micos-prego, uma espécie de macaco, são os que mais necessitam de atenção. Segundo Braz, eles já fugiram 43 vezes, pois desatam as telas dos viveiros. Os animais mais velhos do local são os bugios, os micos-prego e algumas araras do antigo parque Oásis de Santa Maria. De acordo com coordenador, as araras podem viver até 80 anos.

“É bom ressaltar que não recebemos animais da mão da sociedade. Tem que ser de algum órgão ambiental. Recebemos animais oriundos de apreensão, maus tratos, circo (que agora não tem mais no estado) e do tráfico de animais. O comércio ilegal é o terceiro negócio ilícito do Brasil”, revela.

Mantenedouro criou o projeto adote um animal, no qual empresários pode ajudar a manter a alimentação dos bichos. Imagem: Divulgação/São Braz

Ele ainda conta que o Mantenedouro tem animais próprios da Amazônia e estão em Santa Maria, em função do tráfico. São papagaios e periquitos sem condições de devolvê-los à natureza. O estado de crueldade em que os animais são encontrados no momento da apreensão choca. “Nesses 35 anos com animais selvagens, eu já vi retina de olhos queimados, macacos embriagados com cachaça, aves com as asas cortadas (…) são inúmeros casos. Tenho aqui caixas minúsculas apreendidas pela Polícia Federal, que iam em voos pressurizados para fora do país e armadilhas. Impressionante o que o homem faz, por isso que o nosso planeta pede socorro”, desabafa.

Nessas décadas de trabalho, Braz revela que no sul do Brasil o animal mais comercializado é o Cardeal. Depois vem Canário da Terra, Trinca Ferro e Azulão. “Eles são retirados da natureza porque existe o comprador. Jamais se coloca um animal na gaiola. Na grande maioria dos pássaros conseguimos o devolver. O animal nasceu para ser livre, mas existem aqueles humanizados, que estão reféns do homem na gaiola. Aí posso citar papagaios que cantam e falam. Isso é um crime ambiental. Tenho aqui animais que cantam o hino do Grêmio e do Inter. Esses jamais voltam para a natureza, pois não vão conseguir se defender e buscar o alimento próprio”, enfatiza o coordenador do Mantenedouro.

Braz lembra de um episódio perplexo, quando ficou sabendo que um dos tigres que está no local era alimentado com cães e gatos. “Os tigres chegaram muito debilitados. Me chocou saber de depoimentos de donos de circo que um tigre ou leão comiam cães. Isso é inaceitável”, declara.

Com um grande número de equipamentos para transporte legal e seguro dos animais, o Mantenedouro é chamado constantemente pelos órgãos de proteção para auxiliar no trabalho. O espaço tem autorização para ser um zoológico, mas Braz afirma que esse não é o foco. Ele assegura que os animais não são artistas, nem astros de cinema para serem aplaudidos. O local recebe apenas visitas ambientais educativas de escolas e empresas.

NÚMERO DE APREENSÕES E SOLTURAS IMPRESSIONAM

Conforme o IBAMA, os dados disponíveis quanto a apreensões e solturas são relacionados aos animais que foram recebidos pelos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do instituto. Em 2017, os Cetas receberam 30.902 animais que foram apreendidos. No mesmo período, 30.359 foram devolvidos à natureza, o que inclui animais que já estavam nos Cetas em anos anteriores. Se compararmos com os dados de 2010, houve uma redução drástica. Naquele ano, houve uma apreensão de 60 mil animais, sendo que cerca de 54 mil foram devolvidos. Já em Porto Alegre, o Cetas recebeu em 2017, 1.815 animais de apreensões e devolveu à natureza 410 animais.

Os Centros são unidades responsáveis pelo manejo dos animais silvestres recebidos de ação fiscalizatória, resgate ou entrega voluntária de particulares. Eles têm a finalidade de receber, identificar, marcar, triar, avaliar, recuperar, reabilitar e destinar esses animais. Nesses locais, os bichos desenvolvem uma reeducação alimentar, locomotora e outras habilidades próprias de cada espécie para voltar a natureza. Há muitas etapas até a soltura:

– Conhecer o lugar de origem ou a área de ocorrência;

– Classificar o animal, a que espécie pertence;

– Realizar marcação adequada de cada espécie;

– Verificar a capacidade de suporte da área a ser realizada a soltura;

– Liberar o animal em seu habitat, respeitando as suas condições ecológicas;

– Monitorar a evolução e a adaptação pós-soltura;

– Desenvolver todas as etapas, cumprindo a legislação vigente.

O transporte ilegal desses animais, sem nenhum controle sanitário também é um problema de saúde pública, pois eles podem transmitir doenças graves e até mesmo desconhecidas para determinadas localidades. O veterinário e coordenador do setor de fiscalização do Conselho de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul, Matheus Lange, assegura que esses animais são traficados em condições muito precárias. “Existe expectativa de quase 90% dos animais retirados dos seus locais, acabam morrendo. Isso é um problema grave, pois ao serem retirados não sabemos seu estado sanitário, que pode causar doenças a outros animais e as pessoas”, relata.

Além disso, Lange reforça que após ser retirado de um determinado local, pode haver um desequilíbrio no meio ambiente, já que o animal silvestre tem grande probabilidade de virar um predador ou uma presa. O profissional garante que animais com lesões são difíceis de se fazer a reabilitação e viram alvos fáceis.

COMO TER UMA ANIMAL LEGALIZADO

Animais silvestres, em princípio, não devem ser domesticados, mas algumas pessoas podem ter em casa caturritas, papagaios, tucanos, micos e jabutis. A forma correta é comprar animais nascidos em cativeiros, em criadouros comerciais. Mas não basta comprar em um lugar em conformidade com a legislação. O animal tem que estar com anilha ou microchip. Anilha é um anel colocado nas patas, principalmente das aves. Já o microchip é implantado sob a pele do animal comprado. Esses equipamentos possuem um número de identificação, como um RG de uma pessoa. Também é obrigatória a disponibilização da nota fiscal da venda com nome científico, data de nascimento, sexo e número de identificação. O veterinário Matheus Lange orienta as pessoas na hora da compra.

“Primeiro sempre procure locais legalizados, se informem da maneira mais adequada de manter esses animais, pois o que pode ser bom para o ser humano, não é bom para eles, como alimentação, luz, descanso […] e ter um acompanhamento com veterinário para auxiliar na saúde, eventuais vacinas e manutenção da qualidade vida deles como ambiente. O acompanhamento com veterinário é fundamental”, ressalta.

PRIMEIRO E ÚNICO RELATÓRIO DE TRÁFICO

Não existe no país um número atualizado anualmente quanto a apreensão de animais do tráfico, sem ser dos Centros de Triagem de Animais Silvestre do país, vinculado ao IBAMA. O único relatório feito com todos os órgãos de proteção do Brasil foi divulgado em 2001 pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais (Renctas). “Após um ano de pesquisa, a entidade chegou a ter em posse 16 mil páginas”, conforme o coordenador geral Dener Giovanini. Segundo ele, em seguida foi feito um trabalho de análise das informações, separação das fontes e alimentação do banco de dados. Depois da publicação, não houve mais atualização.

O relatório apontou as aves como animais que mais sofrem com o tráfico. Além do animal vivo, um indeterminado número de aves é morta e suas penas, couros e outras partes são comercializadas. Os ovos também entram no comércio. Já os répteis entram pelo valor monetário e suas peles. Outros animais também são cobiçados pelas peles, como crocodilos e lagartos, utilizados para uma variedade de produtos: bolsas, sapatos, cintos e até malas. O documento mostra como é comum acharmos em feiras da Europa araras brasileiras por 4 mil reais.

O IBAMA estima que entre 45 e 60 mil, o número de animais apreendidos por ano no Brasil, em operações do próprio instituto e dos demais órgãos de fiscalização, mas não há um levantamento oficial atualizado, como o de 2001 do Renctas. Apesar de não existir esse levantamento, quem trabalha há décadas com o tema percebe uma diminuição nos casos de tráfico. O chefe da unidade técnica de 2º nível do IBAMA em Santa Maria, Tarso Isaia, constatou essa redução na região. “Efetivamente a gente pode concluir com as ações do IBAMA houve uma redução bastante significativa. Já tivemos no passado um volume muito grande. Esse crime ambiental já foi mais grave, as ocorrências diminuíram bastante pela ação de fiscalização dos órgãos como IBAMA e Brigada Militar”, conta.

Para Isaia, esse cerco do poder público foi um fator importante para a queda. Ele informa que o IBAMA atua de várias maneiras, por meio de denúncias, operações de rotina ao longo do ano e investigações. O chefe regional do instituto alerta para um problema que vem surgindo com a tecnologia. A migração do tráfico para a negociação pela internet. Conforme Isaia, o IBAMA faz um levantamento em redes sociais de questões relacionadas aos animais em cativeiro. “Já existe jurisprudência de que a rede social é um comprovante de pessoas que expõem essa ação. E elas estão sujeitas a todas as sanções”, esclarece. Ele ainda elucida, que o todas as infrações ambientais podem ser apuradas em três níveis: administrativo (multas); esfera cível e denúncia de criminal. As penas variam de multas, prestação de serviços à comunidade e até prisão. O IBAMA atua com multas administrativas, em valor financeiro estabelecido por decreto presidencial.

DEZ AGENTES PARA MAIS DE 200 CIDADES

O órgão federal também sofre com a limitação de fiscais. Hoje, são dez servidores atuando na unidade Santa Maria, que abrange 237 cidades da região centro-oeste e noroeste do Rio Grande do Sul. O número alto de cidades justifica-se pelo fato da seccional de Passo Fundo ser fechada e cidade teve que incluir mais municípios no seu trabalho.

“São inúmeros os temas que a gente se envolve como: água, solo, contaminação, aplicação de venenos não autorizados, questões de mineração, fauna, flora […] trabalho é que não falta e às vezes o que não se tem é capacidade operacional. Trabalhamos com aquilo que é possível. Estamos trabalhando com a possibilidade de um concurso no ano que vem e estamos precisando, pois, o IBAMA está há cinco anos sem concurso”, finaliza o chefe da unidade de Santa Maria.

Em meio a todas essas dificuldades e situações, quem mais sofre nas mãos de pessoas mal-intencionadas são os animais, que gritam por socorro e, na maioria das vezes, podem estar passando ao seu lado em uma estrada, mas não são ouvidos.

CONTATOS PARA DENUNCIAR O TRÁFICO DE ANIMAIS

IBAMA/Santa Maria – (55) 3221-6843

2º Batalhão Ambiental Da Brigada Militar – (55) 3221 7372 

Brasil em números

517 espécies de anfíbios
468 de répteis
524 de mamíferos
1.622 de aves
3 mil peixes de água doce
15 milhões de inseto

Fonte: Ministério do Meio Ambiente, Relatório Nacional sobre a biodiversidade, 1998

 Animais mais procurados pelo tráfico:
 Papagaio de cara roxa
 Arara canindé
 Arara-vermelha
 Corrupião
 Curió
 Tie-sangue
 Saíra-sete-cores
 Tucano
 Mico-leão-dourado
 Macaco-prego
 Jaguatirica

Fonte: Renctas
Reportagem produzida durante o 1º semestre de 2018, na disciplina de Jornalismo Investigativo, do Curso de Jornalismo da UFN, ministrada pela professora Carla Torres.

Cerca de 20 casos estão sendo monitorados em SM. Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

A Central de Controle e Bem-Estar Animal da Prefeitura Municipal de Santa Maria diz estar monitorando cerca de 20 casos de Leishmaniose em cachorros na cidade.  Essa doença é uma zoonose grave, ou seja, pode ser passado para o ser humano através de um agente transmissor, neste caso, o mosquito-palha.

De acordo com diretor do Hospital Veterinário Universitário de Santa Maria, Daniel Curvello de Mendonça Muller, o tratamento da doença no cão é caro e para o resto da vida. Existem diversos protocolos de conduta conforme a fase que o animal se encontra e, em casos extremos, a eutanásia é a única opção para excluir a doença do ciclo onde o animal vive, pois para o ser humano ela é letal.

“A discussão da leishmaniose é bem difundida na veterinária, mas na comunidade ela é pouco discutida. Então, quando o proprietário do animal chega aqui e recebe o diagnóstico, é um choque”, diz Muller, “Mas ele tem que saber que aquele animal representa um risco para ele e para família dele”, conclui.

Entre os sintomas estão febre, ausência de apetite, vômito, diarreia, sangramento nasal, além de afetar os principais órgãos do animal como fígado e rim. Também há um crescimento exagerado das unhas, alterações rugosas na almofada das patas e lesões cutâneas.

Segundo o Ministério da Saúde, a Leishmaniose está entre as seis endemias prioritárias do mundo. Entre os anos de 2009 e 2013  foram confirmados 18 mil casos em humanos no Brasil. “A gente sempre tenta deixar muito claro para o proprietário do animal que ele tem um dever com a sociedade de tratar aquele cão, pois ele pode ser uma fonte de disseminação da doença”, explica Muller.

As fêmeas do mosquito-palha são as transmissores da doença, elas medem cerca de 2 a 3 centímetros e vivem em áreas arborizadas. A doença é tida como dos pobres e desnutridos, pois falecem aqueles com sistema imunológico fraco. Além disso, é mais comum em regiões afastadas dos grandes centros, mas mesmo nas cidades é preciso prevenir.

Repelentes em coleiras são os mais indicados para proteger o seu animal, além da única vacina contra Leishmaniose: Leish-tec.

A população humana deve adotar medidas de proteção individual, como usar repelentes e evitar a exposição nos horários de atividades do vetor (crepúsculo e noite), recomenda o Ministério da Saúde. Limpar os quintais e terrenos para evitar o estabelecimento de criadouros para larvas do vetor, é uma das formas de manejo ambiental aconselhadas.

foto juliano dutra
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima haver mais de 30 milhões de animais abandonados no Brasil. Foto: Juliano Dutra

     Teorias apontam que a relação do homem com animal de estimação acontece desde cerca de 10 mil anos. Antes auxiliava na caça, hoje, costumam encantar e encher a casa de alegria. Porém, ter um pet em casa não é algo fácil. Muitas vezes, eles crescem mais do que o previsto, necessitam de cuidados, geram gastos. Às vezes, o temperamento não é exatamente como o planejado. Por esses e outros motivos, muitos cães e gatos acabam sendo abandonados diariamente.

     A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que existam mais de 30 milhões de animais abandonados no Brasil, entre 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Nas cidades de grande porte, para cada cinco habitantes, há um cachorro. E destes, 10% vivem nas ruas.

     Uma pesquisa on line realizada para esta reportagem entrevistou 150 pessoas na faixa etária de 16 a 50 anos. Os dados obtidos apontaram que 5,3% dos entrevistados já abandonaram algum animal e 48,7% dos que responderam às perguntas conhecem alguém que abandonou.

Motivos que contribuem para o abandono

Foto: Juliano Dutra
Foto: Juliano Dutra

“Na minha opinião, a falta de responsabilidade das pessoas está diretamente ligada ao abandono. Se tu não tens conhecimento dos prós e contras de ter um animal em casa, tu és uma pessoa que pode abandonar. Porque, às vezes, o animal cresce demais, fica doente ou as pessoas saem para viajar e não tem com quem deixar. Tudo isso pode levar ao abandono”, relata a estudante do Curso de Veterinária da UFSM e bolsista da clínica de pequenos animais do Hospital Veterinário Universitário (HVU), Valquíria Rodrigues Cortez, de 20 anos.

Além da questão da posse responsável, outra atitude que, na opinião da acadêmica, pode levar ao abandono é o comércio de animais. Em feiras de filhotes ou em pet shops, os animais viram mercadoria e são expostos em vitrines, exercendo fascínio entre adultos e crianças. Quem não se encanta com um filhote? Mas deixar-se levar pela beleza ou comportamento do animalzinho pode levar a uma aquisição por impulso. Assim, cachorros e gatos são comprados e, mais tarde, descartados como objetos que não servem mais. Além disso, filhotes destinados ao comércio normalmente são provenientes de uma reprodução em série – um alarmante número de ninhadas de uma mesma fêmea, que mal tem tempo de se recuperar fisicamente das crias anteriores. E isso pode trazer problemas comportamentais e de socialização. É o que afirmam as pessoas que são contra o comércio de animais.

gráfico 1Normalmente os animais destinados à venda são gerados a partir de cruzamentos consanguíneos, podendo originar filhotes fora do padrão, ou seja, agressivos, medrosos e antissociais. Isso acaba gerando insatisfações aos donos, que muitas vezes abandonam os animais por descobrirem que não era exatamente aquilo que eles esperavam de um pet de estimação. “Cruzamentos consanguíneos podem gerar filhotes com problemas. A gente não tem como prever, por isso se evita. Mas sabe-se que quanto mais esse cruzamento continuar, maiores serão as chances de os filhotes nascerem com problemas”, afirma Valquíria.

No ano passado, adotamos uma cachorrinha que no seu antigo lar era vítima de maus tratos e forçada a sempre dar cria para que pudessem vender seus filhotes, depois que ficou velha a largaram na rua, ficamos sabendo da história por uma vizinha. Infelizmente, a cachorrinha já estava doente e pudemos tê-la conosco por apenas um ano, mas vale para conscientizar as pessoas do quanto os animais sofrem nessa “indústria” de filhotes. ”

Relato anônimo, via pesquisa online.

A importância da castração

gráfico 2Além de evitar o abandono, a castração traz outros benefícios. Diminui drasticamente o risco de doenças nas vias uterinas, câncer de mama, útero, próstata e testículos; elimina a gravidez psicológica, comum em algumas fêmeas; ameniza o risco das fugas e brigas; entre outros. É possível fazer a castração de três maneiras: ovariohisterectomia (retirar o útero e ovários), orquiectomia (retirar os dois testículos) e vasectomia (interrupção da passagem dos espermatozóides, o animal acasala, mas não é fértil).

Ainda segundo  Valquíria Cortez, a reprodução indiscriminada contribui para o aumento do número de abandono.  E como mostra a pesquisa realizada, muitas pessoas acham importante a castração, mas na prática elas ainda tem resistência ao procedimento, por desconhecerem seus benefícios, pelo custo ou ainda por acreditarem que o animal castrado sofre.

Como mudar a realidade do abandono

A conscientização da população acerca da guarda responsável de animais domésticos é o primeiro passo para diminuir os altos números de animais abandonados.

“Acredito que deveria existir mais conscientização sobre a adoção de animais, mais projetos de castração, mais campanhas e eventos que chamem a atenção da sociedade”.

Depoimento anônimo, via pesquisa online.

grafico 3   Também faz parte da solução campanhas que visam a castração como uma medida efetiva para o controle populacional de cães e gatos. Deve-se também orientar quanto aos riscos da compra de filhotes, com estímulo à adoção, educando a sociedade em relação à responsabilidade que é ter um animal em sua casa.

Todas essas medidas trariam resultados à curto e longo prazo. Trariam benefícios para milhares de cães e gatos que sofrem diariamente a realidade de viver na rua. Pois ao adotarmos um animal, não sentimos apenas a sensação de dever cumprido perante a sociedade, mas também ganhamos um companheiro leal e carinhoso que nos acompanhará sempre. Um amigo de verdade que nos trará felicidade e nos transformará em pessoas melhores e ainda mais humanas.

“Meu gato foi resgatado da rua. Encontrei ele em uma noite, estava miando e desesperado de fome. Era raquítico, pura pulga e muito assustado. Levei para casa, o alimentei, tratei as pulgas e hoje ele está cada dia mais lindo”. Depoimento anônimo, via pesquisa online.

Onde adotar?

foto arquivo clube dos animais
Foto: Arquivo Clube dos Animais SM

Pelo menos uma vez por mês acontece na cidade de Santa Maria uma feira de adoção promovida pelo Clube Amigos dos Animais. O Dia da Adoção Solidária acontece no segundo domingo de cada mês.

Para que os interessados em adotar possam levar os animais para casa, o clube faz uma série de exigências, entre elas, a de que o pátio onde o animal irá ficar seja fechado e tenha bastante espaço. No caso dos gatos, é exigido que se a pessoa mora em apartamento, as janelas e sacadas possuam redes protetoras.

“Verificamos as condições de bem-estar para o animal. Todos assinam um documento de adoção responsável. Fazemos, posteriormente, visitas no local para verificar se o animal não está sofrendo maus tratos e se o ambiente atende as exigências”, afirma a diretora do clube, Marlene Nascimento.

Além do Clube Amigos dos Animais SM, alguns outros projetos visam a adoção de animais na cidade de Santa Maria. São eles:

  • O.S – Animais para adoção / SM
  • Projeto Quatro Patas Santa Maria
  • SOS Bichos de Rua Santa Maria –RS
  • Projeto Somos Pet
  • Projeto Peludinhos de Rua

Por Juliano Dutra, acadêmico do Curso de Jornalismo – Unifra. Reportagem produzida na disciplina de Jornalismo I.

bençãoNa manhã deste sábado, dia 01 de outubro, a Unifra abrirá os portões do conjunto 3 para a Benção aos Animais, em celebração ao dia de São Francisco de Assis.  Dia 04 de outubro é a data de homenagem ao santo da Igreja católica, conhecido como o padroeiro dos animais e da natureza e, também, como o santo dos pobres.  Francsico de Assis faleceu em 04 de outubro de 1226, e foi sepultado na Igreja de São Jorge na cidade de Assis. Após dois anos da sua morte foi canonizado pelo Papa Gregório IX.

Quem quiser trazer seu animal de estimação para receber a benção, basta vir até a Unifra, no pátio do antigo educandário, entrando pelo portão lateral na Duque de Caxias, logo após a Silva Jardim.  A benção será ministrada pelo Frei Valdir  Pretto, às 10h30.

No dia 04, terla-feira, à tarde, às 17h30, haverá missa na Capela São Francisco de Assis, localizada na Duque de Caxias, também junto ao Conjunto III.

 

Pedro Corrêa
Animais abandonados, como o desta foto, são frequentes no Centro de Santa Maria (Foto: Pedro Corrêa)

O vínculo do homem com animais de estimação é de longa data. Estudos indicam que a relação homem-animal estimula o bom humor, propicia a diversão, combate a depressão, alivia a tensão e traz benefícios para a saúde física e psicológica. A psicóloga Suelem Silva constata todos esses benefícios e ressalta: “Percebo a relação do homem com um animal de estimação como uma relação que se obtém de diferentes formas significativas de afeto. Os animais de estimação também favorecem a aproximação entre as pessoas e promovem mais interação da família, despertando um lado mais sensível e carinhoso ”.

Contudo, há muitos casos de desrespeito e abandono aos animais, mesmo eles exercendo um papel fundamental na vida do homem. Nas ruas de Santa Maria, os casos de maus tratos e negligência aos bichos são visíveis em toda a parte da cidade. Nem sempre o amparo judicial – Lei Federal 9.605/1998 – evita que crimes sejam cometidos.

Iniciativas locais de combate ao abandono de cães e gatos

Na cidade, as Organizações Não Governamentais (ONG’s) como Clube Amigos dos Animas de Santa Maria, SOS Bichos de Rua e Projeto Quatro Patas buscam ajudar animais abandonados e procurar novos lares para eles. Junto com as entidades e projetos, em Santa Maria atuam diversos voluntários independentes, que contribuem para a proteção animal, como a contadora Tatiana Sarturi. “Eu comecei a participar mais ativamente da proteção animal em 2009. A partir de 2012, comecei a receber em minha casa, como lar temporário, animais que estavam na rua em situação de risco. De 2012 até hoje foram mais de 50 animais tratados, castrados e adotados com termo de responsabilidade. Eu acredito que a situação dos animais só vai mudar com a educação da posse responsável. Acredito na castração como ferramenta de controle da população de animais de estimação, mas sei que sozinha ela não é eficaz. As pessoas precisam aprender a serem responsáveis. E que cada um deve ter o espírito solidário e ajudar um animal em situação de risco”, comenta.

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Vereadora Deili Granvile Silva (PTB) apresenta projeto IPTU Solidário (Foto: Francine Antunes/Laboratório de Fotografia e Memória)

Além de organizações independentes, o projeto de lei chamado “IPTU Solidário”, protocolado no dia 18 de março pela vereadora Deili Granvile Silva (PTB), busca incentivar a adoção de animais de rua. As pessoas que se candidatarem para a adoção responsável poderão obter descontos no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

“A intenção do “IPTU solidário” não é estimular a adoção de cachorro para você ter um desconto, mas sim ser recompensado pela redução deste imposto. Isto seria um estímulo as pessoas de bem”, explica a vereadora. Deili observa ainda que é necessário um estudo da situação do animal após a adoção pela família. “Como fiscalizar? É a grande pergunta das pessoas. Teria de ser formada união entre ONGs, comunidades e poder executivo, para implantar a fiscalização efetiva”, complementa.

A população de animais de estimação cresce proporcionalmente ao número de pessoas. O Brasil tem a segunda maior população de cães e gatos do mundo, que conquistam espaço nos lares das famílias. Isto ocorre porque o perfil da família brasileira já não é mais o mesmo, e com as mudanças, os bichinhos ganharam um lugar cativo dentro das casas.

Quem mais ganha com esse novo cenários são as “pet shops”, lojas que oferecem atendimento veterinário a animais de estimação. O Brasil é o segundo maior mercado mundial de itens pet. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o setor faturou 15,2 bilhões de reais em 2013, um crescimento de 7,3% em relação a 2012. A meta para 2014 é ultrapassar a casa dos R$ 15 bilhões atingindo o patamar de R$ 20 bilhões até o ano de 2020.

Tabela 2

 

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O boom do mercado pet

O crescimento do setor teve sua explosão há alguns anos. Dezenas de “pet shops” foram abertos só em Santa Maria para atender a demanda de novos animais, especialmente nos serviços em alta no mercado: banho, tosa, hospedagem, medicamentos veterinários, sistema de busca e entrega dentre outros. Os produtos campeões de vendas são rações, ossinhos, bifinhos, palitinhos e biscoitos indicados para os pets.

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A veterinária e proprietária de uma clínica no Km3, Anelise Requia, 39 anos, evidenciou o grande salto  que o mercado pet deu nos últimos anos, deixando para trás as agropecuárias que detinham a exclusividade sobre este segmento. “A cidade de Santa Maria tem uma infinidade de profissionais e Pets especializados em banho e tosa”. Há quase 15 anos no mercado de trabalho, Anelise nos relatou que quando abriu seu negócio quase não aviam “pet shop” na cidade.

Outro segmento que vem se destacando é a hospedagem para cães e gatos. A veterinária nos relatou como teve esta ideia, “eu fui viajar e precisei de um lugar para deixar meu cachorro. Não encontrei nem um, foi então que na volta da viagem, veio a ideia de abrir um espaço para receber os bichinhos de estimação.

“Temos clientes que vão viajar durante 20, até 60 dias, e durante todo este tempo seus bichinhos ficam sob nossos cuidados”, conta Anelise.

Para os donos ficarem sabendo como seu animalzinho está sendo cuidado, algumas empresas enviam até fotos do animal no período. “Oferecemos via Facebook um contato com seu Pet, através de foto”, explica a veterinária.

Serviços mais procurados são banho e tosa

Felipe

É no segmento de serviços que o casal de empresários de Santa Maria, Felipe Zanella e Camila Garcia Bolzam, atua há quase 3 anos. Segundo Felipe, para abrir um “pet shop” não basta só ter dinheiro, mas sim gostar de animais, pois esta função requer um zelo e muita paciência do profissional. “A dedicação e o cuidado com os animais foram determinantes para impulsionar o nosso negócio”, conclui o empresário.

 

Como escolher a pet shop certa

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Maria das Graças, 57 anos usuária deste tipo de serviço nos da dicas de como escolher um bom lugar para levar seu bichinho de estimação.

“Uma visita como quem não quer nada, converse com os funcionários, com a equipe, veja como eles te recebem, como eles promovem seus serviços e, claro, a pesquisa de mercado é fundamental. Converse com clientes que já estão levando seus animais no pet e pergunte o que eles estão achando. Procure saber se a loja possui mais de um tratador, para que seu bichinho seja atendido por um de cada vez para se adaptar melhor”, enfatiza Maria das Graças.

Apesar do crescimento acelerado no ramo dos serviços prestados pelos Pets, a alimentação ainda corresponde por mais da metade do faturamento anual deste mercado.

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 Por Róger Haeffner, para a disciplina de Jornalismo Online