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Senado faz emendas à proposta sobre apps

Hoje, terça-feira, 31, foi para votação no Senado, o PLC28/2017,  projeto de lei que regulamenta os aplicativos de serviço particular, tais como os executivos Garupa, 99, Cabify, entre outros. O projeto de autoria do deputado federal Carlos

Desde 2007, quando Steve Jobs lançou os primeiros Iphones em Cupertino nos Estados Unidos, a popularidade desses pequenos dispositivos alcançou índices nunca antes previstos. O fato é que, independente da marca, tamanho, modelo ou geração, os smartphones, como são chamados, atingiram a soma de 220 milhões de exemplares apenas no Brasil, segundo uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Esse índice já é maior do que o número de brasileiros e provoca inúmeras mudanças no comportamento e nas relações humanas.

Tecnologia oferta possibilidades de mobilidade na palma da mão. Foto: Denzel Valiente

Uma dessas modificações é o surgimento de aplicativos de mobilidade nas cidades. Entre eles estão o Uber, o 99Pop e os santa-marienses Garupa e Urmob.city. A universitária Patrícia Turchetti, 25 anos, usuária desses aplicativos, comenta que os utiliza, ao menos, duas vezes por dia. Para a acadêmica de Medicina da Universidade Franciscana (UFN), entre as vantagens desses suportes estão a comodidade, praticidade e o respeito dos motoristas.

A estudante do ensino médio do Colégio Marista, Mariana Vidal, 15 anos, relata que faz uso tanto do Garupa quanto do Uber para se locomover no trajeto entre casa e escola. Mariana conta que opta pelos apps por causa da agilidade dos motoristas e pela segurança. Para Kelvin Marques, 20 anos, estudante de Enfermagem na UFN, o Garupa e o 99Pop são os meios de locomoção mais usados seja para ir a faculdade ou até mesmo para voltar do mercado. Mas, para além dos que optam pelo uso de apps de carros particulares, os usuários das linhas de ônibus também contam com uma alternativa que facilita a sua locomoção.

Em 2018, a I3 Tecnologia lançou o aplicativo Urmob.city. Desenvolvido em Santa Maria, o Urmob auxilia no transporte público e na mobilidade urbana, como conta a gerente de mídias sociais Gabriela Werner, de 20 anos: “surgiu com essa ideia de rastrear os ônibus e com uma demanda da ATU (Associação dos Transportadores Urbanos de Passageiros de Santa Maria) que, pra ter o aumento da passagem tinha que oferecer como contrapartida um aplicativo ou algo que ajudasse os usuários.”

Responsável pelo marketing do app, Gabriela descreve que a principal funcionalidade do aplicativo é  rastrear as linhas dos ônibus, mostrando em tempo real a movimentação deles e todas as rotas que eles fazem. Além disso, Gabriela revela que começarão a serem disponibilizadas novas rotas semanalmente dentro do app, que, até janeiro contava apenas com a linha até a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Outro dado importante é a aderência rápida do público ao Urmob.city, que já conta com cerca 10 mil usuários em 6 meses de funcionamento.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do aplicativo Garupa e até o final desta edição não obtivemos retorno.

Aplicativo de executivos. Foto: Larissa Biló

Hoje, terça-feira, 31, foi para votação no Senado, o PLC28/2017,  projeto de lei que regulamenta os aplicativos de serviço particular, tais como os executivos Garupa, 99, Cabify, entre outros. O projeto de autoria do deputado federal Carlos Zaratinni (PT) foi aprovado pela Câmara dos Deputados em abril deste ano, e visa mudanças nas regras e regulamentos para os motoristas de transportes particulares. Após a reunião com os líderes no Senado, o projeto voltará para a Câmara de Deputados onde passará por emendas.  As principais mudanças previstas nas emendas são o fim da obrigatoriedade da placa vermelha para os carros de aplicativos e o fim da exigência de que o motorista seja proprietário do veículo. A proposta original do projeto previa que o motorista deveria ter uma licença específica, os carros com o uso das placas vermelhas e por vistorias periódicas, o condutor não poderia atuar em cidades vizinhas, ter o veículo no nome do motorista e estar escrito como contribuinte do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, um dos aplicativos utilizados pelos moradores da cidade é o Garupa. O aplicativo foi desenvolvido em março do ano passado e, de acordo com o representante Bruno Marcondes, foram várias as reuniões com os motoristas do Uber e outros executivos para entender mais a ferramenta e obter conhecimento do negócio. “No total foram sete meses de projeto e, em junho de 2017 colocamos o Garupa APP para rodar. Para isso tínhamos que escolher cidades com algumas características: médio porte, grande número de universitários que usam muito o mobiel e resposta rápida”, declarou Marcondes.

O aplicativo ainda conta com ferramentas tecnológicas  vinda dos Estados Unidos, Google, Heroku e Amazon. Para Bruno, o projeto de lei é um equívoco, pois tira o brilho do formato de aplicativo de mobilidade. “Placa vermelha não podemos aceitar. Você imagina classificar como motorista profissional um cidadão que só liga o aplicativo para dar uma carona a outro colega de faculdade?”, questiona.

Para Eduardo Englert, de 35 anos, dono do grupo Santa Maria Executivos, que atua há cinco anos no ramo e conta com 10 carros na frota, a PLC é negativa. “Hoje em dia com a evolução tecnológica, o intuito é ser mais fácil a mobilidade urbana e, realmente, os aplicativos que vem com esse propósito estão ajudando a cidade a melhorar, principalmente Santa Maria que é uma cidade universitária e que também tem a parte militar”, afirma.

Os relatos são positivos por parte de quem usa os aplicativos. A estudante de Direito, Aura Beatriz Sabogal, 22, contou que sempre teve problemas com os táxis, desde  mau atendimento até assédio. “Só uso o Garupa, o Uber e outros aplicativos quando vou para Porto Alegre. Pelo menos com eles você sabe quem é o motorista, a placa, a cor do veículo e o número de contato” mencionou a estudante.

Para o  estudante de enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria, Bernardo Moro, o objetivo do aplicativo é fornecer um preço mais em conta, e um serviço melhor que oferece opções de pagamento. “Sabemos que com a aprovação dessa PLC, essas vantagens vão estar em perigo, já que os autores do projeto alegam que os aplicativos não contribuem em nada” respondeu o estudante que além de utilizar os serviços dos carros particulares,  também trabalha como motorista do aplicativo Garupa. “A oportunidade surgiu por meio de uma rede social. Vi o anúncio para ser motorista e me cadastrei. Comecei a trabalhar para conseguir uma renda extra e estou gostando do trabalho, pois posso interagir com as pessoas ouvindo sobre o cotidiano delas” , disse ele.