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IMAS recebe a história da Quarta Colônia

“Design como expressão da capacidade humana: estudo sobre os Artefatos presentes na Quarta Colônia de Imigração Italiana, a partir de suas origens, particularidades e significados”, tese de doutorado da professora Daniele Dickow Ellwanger, tem como objetivo

Foto: Andressa Rodrigues / Laboratório de Fotografia e Memória

“Design como expressão da capacidade humana: estudo sobre os Artefatos presentes na Quarta Colônia de Imigração Italiana, a partir de suas origens, particularidades e significados”, tese de doutorado da professora Daniele Dickow Ellwanger, tem como objetivo “analisar os artefatos trazidos, confeccionados ou adquiridos pelos imigrantes e como eles fazem-se presentes na vida de seus descendentes”.

O trabalho de doutorado da coordenadora do curso de Design do Centro Universitário Franciscano foi orientado por  Lucy Niemeyer e concluído em dezembro de 2016. Além disso, é o ponto de partida para a exposição “Os Artefatos presentes na Quarta Colônia” que iniciou ontem,25, na  Sala de Exposições Angelita Stefani. As peças fazem parte do acervo pessoal de alguns descendentes que participaram da pesquisa. São ferramentas utilizadas em manufaturas, móveis, utensílios de cozinha e de utilidades domésticas.

A ideia da pesquisa surgiu durante a dissertação de mestrado de Daniele, que estudou sobre o design na produção moveleira da serra gaúcha. “Na época, fiquei muito curiosa com o que tinha acontecido na Quarta Colônia, que é uma região central e separada”, conta a professora. Ela diz que a partir daí passou a conversar com algumas pessoas. Uma dessas pessoas foi uma ex-professora dela que trabalhou e escreveu sobre a história do local e informou que o material era muito rico quanto a artefatos. Daniele acabou se interessando pelo assunto e quis transformá-lo em uma pesquisa de doutorado.

Em um primeiro momento estes artefatos tinham um propósito bem diferente do que tem hoje, que é contar a história dos imigrantes italianos na região central do Estado. São peças que tem grande valor afetivo para os descendentes por mostrar, de alguma forma, tudo o que seus antepassados passaram para sobreviver depois da imigração.

Profª Drª Daniele Dickow Ellwanger – Foto: Andressa Rodrigues / Laboratório de Fotografia e Memória

Ao todo, Daniele catalogou e estudou 318 peças durante a pesquisa. Todo este contato com os descendentes de imigrantes proporcionou, de forma natural, que a exposição se tornasse realidade. “Eles entenderam minha proposta de retirar estes artefatos do fundo do galpão e mostrar para o público como aconteceu a imigração e o que veio na sequência”, comemora Daniele. Os artefatos expostos foram escolhidos de forma minuciosa, seguindo a linha do tempo na evolução tecnológica.

A coordenadora do curso de Design acredita que existe condição de levar a tradição da cultura afetiva adiante na área do design para as próximas gerações, mesmo com os apartamentos ficando cada vez menores. “É um material tão rico, cheio de conhecimento e deve ser conhecido por todos. Acho que vale a pena levar uma parte da história adiante. É importante manter isso vivo”, finaliza.

 A mostra pode ser visitada de 25 de abril a 15 de maio, de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h, e nas terças e quintas-feiras, das 9h ao meio-dia, no Conjunto III da Unifra (Rua Silva Jardim, 1175).