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Atendimento medico

Atendimentos de saúde durante o vestibular

Uma estudante do curso preparatório Fleming, que realizava vestibular para Medicina na tarde desta segunda-feira no Conjunto III da Universidade Franciscana, teve que ser retirada da sala de aula. A aluna passou mal após uma crise

SUS: saúde à mercê da espera

“ O maior pronto atendimento de urgência e emergência da cidade”. Assim foi descrita a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), inaugurada em Santa Maria em 4 de abril de 2014, durante o governo do então Prefeito, Cezar

Socorro no vestibular. Foto: Lucas Link

Uma estudante do curso preparatório Fleming, que realizava vestibular para Medicina na tarde desta segunda-feira no Conjunto III da Universidade Franciscana, teve que ser retirada da sala de aula.

A aluna passou mal após uma crise de vômito e foi auxiliada por um professor do curso de Medicina. Logo após, a equipe de técnicos de enfermagem da Cauzzo a encaminharam ao hospital da Unimed. Ela estava acompanhada de duas amigas.

Conforme relato de Paulo Roberto, socorrista e técnico de enfermagem, atendeu a vestibulanda. Segundo ela, estava com vômitos constantes desde a noite passada e não havia consumido nenhum alimento antes de realizar a prova. De acordo com o técnico, provavelmente o mal-estar deve ter sido ocasionado pela não ingestão de alimentos, pressão baixa, associado ao nervosismo do momento.

A equipe de técnicos de enfermagem da Cauzzo segue de prontidão nos Conjuntos I e III da UFN para eventuais atendimentos médicos.

Confira a seguir vídeo do Laproa sobre o tema

O maior pronto atendimento de urgência e emergência da cidade”. Assim foi descrita a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), inaugurada em Santa Maria em 4 de abril de 2014, durante o governo do então Prefeito, Cezar Schirmer. A UPA, abriu as portas ao público de forma parcial no dia 21 de março de 2014. Na época, os atendimentos eram realizados a partir de encaminhamentos feitos por profissionais dos Pronto Atendimentos (PA) do Patronato e da Tancredo Neves.

Como consta no site da prefeitura, a Unidade ocupa uma área total de 1,4 mil m², com estrutura para atender a população com salas de consultórios para diagnósticos, tratamento terapêutico, observação, atendimento de urgências e emergências. O funcionamento é de segunda-feira a domingo, inclusive feriados. A UPA também oferece serviços laboratoriais, raios-X e pequenas cirurgias.

Foto: João Alves publicada em 26/06/2012 no site da Prefeitura de Santa Maria

No dia 26 de maio, sábado, por volta das 16h, fomos até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Maria, que fica em anexo à Casa de Saúde, no Bairro Perpétuo Socorro, na região norte da cidade. Em conversa com quem estava no local – entre pessoas que aguardavam a consulta e familiares que acompanhavam os pacientes – fomos informados de que o atendimento naquela tarde demorava em média três horas.

Às 17h30, usuários que haviam preenchido a ficha na recepção antes das 14h ainda esperavam pelo atendimento médico. Não havia muitos pacientes na unidade, porém fomos informados de que, além da falta de médico no plantão da tarde, o recepcionista responsável por fazer o cadastro se demonstrava impaciente com o público. “Estão chamando só agora o pessoal das 14h. Deus o livre isso aí, para mim o atendimento é péssimo. Deus que me perdoe, ainda bem que eu tenho meu plano. Chego lá e marco consultas e exames direto. É a segunda vez que trago alguém aqui, na primeira foi a minha filha, até que não demorou tanto. Hoje que trouxe minha companheira, tá demorando demais. Para piorar, o PA está fechado e o posto da Tancredo também”.

Outro homem, que também aguardava seu familiar ser atendido, comentou sobre a falta de educação do funcionário da recepção. “Aquele cara não era para estar ali trabalhando. O rapaz que atende ali é péssimo. Vai tratar a mãe dele assim lá no meio do mato, do jeito que trata as pessoas. Falta ele ser mais educado. Chegou uma mulher ali e disse que estava demorando, ele falou: quer assim quer, não quer esperar vai embora”.

Ambos entrevistados não quiseram se identificar. Até o momento em que saímos do local, cerca de 18h, nenhuma das pessoas com quem conversamos havia sido atendida.

Os atendimentos do UPA são realizados por ordem de gravidade e risco, conforme protocolo estabelecido abaixo:

Na Unidade, as informações do quadro estão fixadas na entrada.

Também nos foi dito que, na sexta, 25 de maio, a unidade estava sobrecarregada. Um homem de 36 anos, que não quis se identificar, deu entrada pela manhã desse dia com fraturas no tórax, em decorrência de um acidente de trânsito. O rapaz foi encaminhado para análise médica e exames de Raio-X, que confirmaram fraturas nas costelas do lado direito e também na escápula.

O ortopedista da UPA recomendou a transferência do paciente para o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Durante o tempo de espera, o rapaz permaneceu desacompanhado, mesmo sem condições de se mover. Na ocasião, sua esposa, que estava no local, foi retirada da sala sem nenhuma explicação. Quando pediu para retornar, foi informada de que o médico precisaria da permissão do médico da Unidade. O atendente ligou para o médico, que não estava presente no local, e a permanência da mulher foi admitida por apenas cinco minutos, mais uma vez sem explicação. Não foram prestados esclarecimentos e também não foram entregues os exames de raio-x realizados. O homem aguardou a transferência até às 20h, quando enfim foi levado para o HUSM.

A espera pela transferência levou várias horas, pois, segundo o atendente do UPA, o médico responsável por cirurgias torácicas atende na Unidade de segunda a quinta-feira, e portanto seu retorno seria apenas na segunda pela manhã. Com a superlotação do hospital, não seria viável receber mais um paciente. Era sexta-feira, e o rapaz – com fraturas – teria que aguardar mais três dias para ter algum encaminhamento. O paciente, afinal, foi internado por uma semana e aguardou até a quinta-feira do dia 31 de maio para ser informado de que passaria por cirurgia. Apenas submetido a exames de Raio-X e tomografia, ele acabou não passando por cirurgia, nem teve imobilização das partes fraturadas, de acordo com o médico, decorrência de serem na parte superior do corpo, onde seria impossível a colocação de gesso ou tala. Junho chegou, e o rapaz ainda se recuperava em casa, fazendo uso de medicamentos para dor e fisioterapia.

Em outro relato sobre o atendimento da Unidade de Pronto Atendimento a um paciente acidentado, o serviço prestado também foi ineficiente. Em outubro de 2017, um homem de 28 anos procurou a UPA após ter caído de moto. Ele relata que foram mais de três horas aguardando o atendimento a ser realizado por uma clínica geral. A médica o encaminhou para o raio-x. Após retornar à sala da médica, o rapaz foi atendido enquanto a profissional conversava com uma amiga pelo WhatsApp. “Tô aqui respondendo uma amiga que tinha me mandado uma mensagem mais cedo e eu não vi”, disse a médica enquanto ria e mostrava o celular para o paciente.

A doutora também comia biscoitos de um pacote que estava em sua mesa. Errou duas vezes ao procurar o raio-x que havia requisitado. Em um primeiro momento, encontrou o exame de um paciente que havia fraturado o dedo indicador. Surpreendido, o rapaz indicou que o exame realizado havia sido no pulso, onde permaneceu com a mão fechada não havendo condições para diagnosticar se um dedo estivesse quebrado. A médica, então, encontrou outro exame, mesmo as pastas dispondo claramente os nomes dos pacientes. O rapaz então foi até o outro lado da mesa, olhou para o computador e encontrou a pasta do exame com o seu nome escrito.  Durante todo o atendimento, a clínica geral mostrou-se indisciplinada e antiética. De acordo com o rapaz, mesmo ele relatando que sentia dores fortes no joelho em decorrência da queda de moto, não foi pedido nenhum tipo de exame para a região. Os machucados que sangravam no braço e na perna direita também não foram considerados. Ele não recebeu nenhum tipo de medicação no local, saiu da unidade com alguns medicamentos receitados e a doutora não sabia nem mesmo pronunciar o nome do medicamento que havia prescrito.

Mais de 4 mil horas na espera por um exame

Noite de uma quinta feira, 10 de maio. Cristiana Andrade, 40 anos, deu entrada no UPA com dores no corpo, enjoos e febre. Após uma 1h30 de aguardo na sala de recepção, foi transferida para a sala de medicações, onde ficou sentada em uma poltrona até a noite do domingo, 13 de maio. Durante os dois dias na sala de medicações, onde aguardava o resultado dos exames de sangue que constatariam o motivo de estar ali, o atendimento que recebeu por parte das enfermeiras, segundo ela, foi de despreparo e descaso com o seu estado de saúde. Cristiana relata que na madrugada do sábado, 11 de maio, diversas vezes foi convidada a se retirar da sala para se direcionar a sala de oxigênio ao lado. Porém esta sala estava lotada, não tinha nem mesmo uma poltrona para que pudesse acomodar-se. Ela teria que ficar sentada em uma cadeira simples e sujeita a se sentir ainda pior. Cristiana recusou-se a sair do local e ouviu das enfermeiras frases do tipo “você não está pensando nos outros” ou “você tem que sair daqui para dar lugar a outro paciente”, além de cochichos e olhares de irritação umas com as outras.

A noite fria de outono parecia ser mais longa do que o normal. A espera era a palavra que lhe mais doía, e não sabia se o pior sintoma era esperar pelo médico, pelos resultados dos exames ou pela sua transferência para um leito onde pudesse pelo menos espichar suas pernas e deitar a cabeça sobre um travesseiro. Durante a madrugada, quando precisava ir ao banheiro, tinha de pedir que chamassem algum de seus familiares que aguardavam pelo lado de fora da sala, ou até mesmo pelo lado de fora da Unidade – pois não era permitido acompanhantes na sala de medicações.

Já eram quase 80 horas sentada sobre uma poltrona azul, que parecia ser a mais desconfortável de todos os tempos. Já eram mais de três dias aguardando resultados de exames que pareciam que nunca chegariam. “Por causa do surto, os exames estão demorando mais do que o normal em todos os hospitais da cidade, mas logo vai sair o teu”, era a desculpa que ouvia do médico e das enfermeiras que entravam e saiam da sala e às vezes nem lembravam do motivo dela estar há tanto tempo ali. Cristiana explica que a orientação que recebeu na primeira noite “internada” era de que ela não podia ser transferida para um leito antes que os médicos soubessem que doença ela tinha. As suspeitas principais eram toxoplasmose, hepatite ou leptospirose.

Na noite do domingo, 12 de maio, os exames ainda não tinham ficado prontos. No entanto, por meio do contato de uma amiga com a diretoria do UPA, a paciente finalmente foi transferida para um leito na própria Unidade. Pôde, enfim, tomar um banho, descansar e humanamente aguardar pelos resultados, agora acompanhada de um familiar. Na segunda-feira, 14 de maio, enquanto se alimentava aos poucos com o auxílio do marido, recebeu a visita da médica plantonista que passava de leito em leito para ver o estado dos pacientes. Em poucos minutos de conversa e avaliação, a médica decide que Cristiana já estava em condições de ir para casa. “Você já está até comendo, não há motivos para ficar aqui. Pode ir para casa e aguardar lá o resultado dos exames”, foi o que ouviu em castelhano da médica apressada. Seu marido não aceitou, disse à médica que a esposa não tinha condição nenhuma de ir para casa, onde doente ficaria junto aos seus filhos e sua família, enquanto não soubesse que doença tinha e que males poderia causar aos que se aproximavam dela.

A médica, então garantiu verbalmente que, se Cristina fosse diagnosticada com toxoplasmose, hepatite, leptospirose, ou a doença que fosse, poderia dar  baixa no mesmo leito que deixaria na noite da segunda. Porém, seu marido insistiu mais uma vez e propôs uma prescrição onde a médica se responsabilizasse pela decisão tomada. Não foi o que aconteceu. Após sete dias internada sem saber o motivo, na quinta-feira, 17 de maio, os exames de Cristiana ficaram prontos. Toxoplasmose foi a doença diagnosticada. Na noite da mesma quinta-feira, a mulher deixou a Unidade reclamando de dores nas costas, com uma receita na mão, e a certeza de que o atendimento naquele local se resumia a uma palavra: despreparo. O tratamento da toxoplasmose foi realizado em casa, sem acompanhamento médico e sem Cristiana ter voltado à Unidade para reavaliação.

As Unidades de Saúde dos bairros de Santa Maria

Segundo informações disponibilizadas no site da Prefeitura Municipal de Santa Maria, existem 22 Unidades Básicas de Saúde na cidade (UBS), distribuídas entre 11 bairros e vilas:

  • Vila Oliveira;
  • Bairro Centro;
  • Bairro Medianeira;
  • Cohab Santa Marta;
  • Bairro Itararé;
  • Bairro Salgado Filho;
  • Vila Shirmer;
  • Vila Lorenzi;
  • Bairro Passo das Tropas;
  • Residencial Dom Ivo Lorscheiter,
  • Bairro Camobi;
  • Cohab Fernando Ferrari;
  • Cohab Tancredo Neves.

Além das Unidades, há os locais de atendimento especializado, como o Centro de Diagnóstico Nossa Senhora do Rosário (antigo Cedas). A única notícia encontrada no site da Prefeitura sobre o local foi publicada em julho de 2013, e afirma que o Centro de Diagnóstico oferece aos usuários da rede pública municipal – encaminhados pela Central de Marcação – especialidades médicas, exames de ultrassom, eletrocardiograma, fisioterapia, fonoaudiologia, saúde da mulher e laboratório municipal. Na cidade também há o Pronto Atendimento Municipal (PA) do Bairro Patronato. No site da Prefeitura, consta que no PA há a unidade de Pronto Atendimento Infantil (PAI), e o Pronto Atendimento Adulto (PAA), ambos funcionando 24 horas por dia. Além disso, cita-se o Pronto Atendimento Odontológico (PAO), que atende de segunda a sexta-feira, das 19h às 7h da manhã do dia seguinte, e aos sábados, domingos e feriados, atende 24 horas. Além disso, existe a Policlínica Rubem Noal, no Bairro Tancredo Neves, e a Casa 13 de Maio, no bairro Centro – uma unidade de saúde especializada, com foco no atendimento de infecções sexuais transmissíveis (ISTs), HIV/Aids e hepatites virais (B e C).

Em Santa Maria, também existem 14 Unidades Estratégia Saúde da Família (ESF), espalhadas por bairros, vilas e distritos:

  • Distrito Arroio do Só, junto à Subprefeitura;
  • Distrito Bela União, na Rua Cruz Alta;
  • Distrito de Santo Antão, próximo à Escola Int. Manoel Ribas;
  • Distrito de Pains, junto à subprefeitura;
  • Vila Bela União;
  • Bairro Alto da Boa vista, na Rua 25 de Abril junto à escola Adelmo Simas Genro;
  • Bairro Parque Pinheiro Machado, na Rua Boa Vista;
  • Vila Caramelo;
  • Vila São João, na Rua Palestina;
  • Bairro São José, na Rua Antônio Gonçalves Do Amaral;
  • Vila Lídia, rua Maestro Ribas Barbosa;
  • Vila Maringá, na Rua João de Barro;
  • Vila Santos, na Rua Antônio Foletto;
  • Vitor Hoffman, na Rua Distrito Federal;
  • Vila Urlândia, na rua Valdir C. da Silva.

Informações solicitadas às Unidades de Saúde  

Entre os dias 4 e 13 de junho, entramos em contato com Postos de Saúde, Unidades Básicas de Saúde(UBS) e Unidades Estratégia Saúde da Família (ESF) da cidade. As informações solicitadas foram referentes aos horários de atendimento, o serviço médico prestado, os exames realizados no local, entre outros. No entanto, em poucos casos obtivemos as respostas, e houve situações em que nem mesmo fomos atendidos. As Unidades com que entramos em contato foram as seguintes:

-Posto Dom Antônio Reis

  • Telefone: 3223-5588
  • Atendimento: de segunda à sexta das 7h às 16h sem fechar ao meio dia.
  • Coordenadora: Nilra
  • A unidade atende pela agenda médica e também faz o acolhimento.
  • Atendimento médico: 2 Clínicos gerais; 1 Ginecologista; 1 Dentista para adultos; 1 Dentista pediátrico e 1 Pediatra.

-ESF. Vila Santos

  • Telefone: 3211-8088
  • Karen (não identificou o cargo) informou-nos que tem ordens da Secretaria de Saúde para não passar nenhum tipo de informação referente ao atendimento prestado.

-Posto de Saúde José Erasmo crossetti

  • Telefone: 3921-1097
  • Enfermeira responsável: Letícia
  • Secretária: Vívian
  • Fomos informados por Letícia de que não são dadas informações por telefone para estudantes. A unidade não colabora com trabalhos acadêmicos.

-Posto de Saúde João Luiz Pozzobon

  • Telefone: 3212-8736
  • Atendimento: de segunda à sexta. das 7h30 às 12h e das 13h às 16h30.
  • Coordenadora: Lisiane.
  • Secretária: Priscila.
  • Atendimento médico: 1 Clínico geral, 1 Ginecologista obstetra, 1 Dentista que atende adultos e crianças
  • A unidade atende com demanda livre,  quando é feito o atendimento da agenda médica em conjunto com o acolhimento. Foi questionado sobre o número de atendimentos estipulado pela agenda médica, mas não obtivemos resposta. A informação que obtivemos foi de que as tardes das quintas-feiras são reservadas para o atendimento da saúde da mulher e de crianças. Nas manhãs da sextas-feiras há atendimento do clínico geral.

-UBS Waldir Mozzaquattro

  • Telefone: 3223-6608
  • Atendimento: de segunda à sexta das 7h às 12h e das 13h às 16h.
  • Coordenadora: Antonieta.
  • Secretária: Michele.
  • Atendimento médico: 3 Clínicos gerais; 2 Ginecologistas; 2 Dentistas; 2 Técnicos de enfermagem; 1 Pediatra e 1 Enfermeira.
  • A agenda médica é estabelecida nas quartas-feiras às 13h, quando são distribuídas 140 fichas para atendimento na semana seguinte. O acolhimento existe se for necessário.

-Posto de Saúde Rubem Noal

  • Telefone: 3214-1006
  • Enfermeira responsável: Gabriela
  • Responsável segundo a secretária: Rose  3214-2077
  • Tentamos contatos duas vezes no dia 4 de junho, na primeira delas a secretária passou o contato de Rose, como sendo a pessoa responsável para responder sobre o atendimento da unidade. Rose por sua vez pediu que retornasse ao primeiro telefone contatado para falar com a enfermeira Gabriela que seria a responsável por estas informações. Após quatro tentativas, no dia 5 de junho finalmente conseguimos contato com Gabriela. A enfermeira pediu para retornar em outro momento pois, não poderia passar estas informações naquele instante, mesmo dizendo no início da conversa que teria disponibilidade.

-ESF Maringá

  • Telefone: 3223-2158
  • Enfermeira responsável: Sharon
  • Em três tentativas de contato, não conseguimos falar com a enfermeira. As respostas foram que ela estaria em uma reunião. No primeiro contato realizado no dia 4 de junho, foi possível ouvir quando a secretária perguntou se a enfermeira poderia atender e a resposta foi que fosse informado que estava em uma reunião.

-ESF Bairro Passo das Tropas

  • Telefone: 3211-2202
  • Enfermeira responsável: não se identificou
  • Foi informado pela enfermeira da Unidade que não são prestadas informações por telefone, muito menos para estudantes. Segundo ela, para termos os esclarecimentos solicitados, seria necessário uma autorização e se tivéssemos a autorização, deveríamos ir pessoalmente na Unidade para conversar com a suposta enfermeira que em momento algum se identificou.

Secretaria da Saúde diz que informações não podem ser prestadas a estudantes

Em contato com a supervisora da Secretaria de Município da Saúde, obtivemos a informação de que as enfermeiras e secretárias dos postos de saúde da cidade, de fato recebem a orientação de não fornecerem informações  sobre o atendimento prestado à população. A coleta de dados e demais esclarecimentos sobre as unidades devem ser feitas na Secretaria, com a superintendente de Atenção Básica, Maria Suzana Lopes, que é responsável pelos postos de saúde da cidade. A orientação em não passar informações por telefone existe em função da grande demanda de atendimento que há nas unidades, já que as enfermeiras coordenadoras dos postos também prestam atendimento à população. Portanto, como método de prevenção, a a secretaria opta por fornecer os esclarecimentos referentes ao atendimento nas unidades de saúde, isentando os profissionais dos postos da função. Na tentativa de agendar um horário com a superintendente Suzana, encontramos grande dificuldade em conseguir transferir a ligação para sua sala. O telefone de acesso à superintendente não estava funcionando no dia 11 e 12 de junho. Quando entramos em contato com secretária, ela precisou se dirigir até o suposto local que estaria Suzana, porém, não a encontrou e por fim ainda  informou  que a doutora estava na unidade. Deixamos recado e pedimos que fosse retornada a ligação, no entanto, até o fechamento desta matéria, não recebemos o retorno da superintendente da Secretaria de saúde.

Demora no atendimento é a principal reclamação

A partir da pesquisa sobre o atendimento dos Postos de Saúde de Santa Maria, a conclusão que tivemos é que prestar informação é a maior dificuldade das unidades. Em alguns postos as pessoas responsáveis foram grosseiras e se mostraram incomodadas com o teor da ligação. A falta de preparo para lidar com indagações, se reflete na incompetência dos serviços prestados à população. Dentre as reclamações mais frequentes dos usuários, a demora no atendimento e a escassez de médicos e enfermeiros são as mais comuns.  A maioria dos postos da cidade funcionam somente até às 16h. Há casos em que os atendimentos que chegam aos postos são encaminhados ao clínico-geral já que, as unidades não possuem especialistas. O não cumprimento dos horários, a falta de medicamentos, a demora para conseguir realizar exames, a precariedade dos aparelhos e a falta de educação com que são tratados, são outras falhas que indignam os santa-marienses que dependem do Sistema Único de Saúde. Uma vez que os postos não possuem uma demanda de assistência médica de áreas específicas, as Unidades de Pronto Atendimento são sobrecarregadas.

BALANÇO FILA ZERO
– 64 mil pessoas aguardando por consultas e exames nos últimos cinco anos
– 48.226 agendamentos realizados
– 28.700 consultas realizadas
– 19.526 exames realizados
–7.410 óbitos
– 1.508 pessoas faltaram na consulta agendada
– 9.980 telefonemas na caixa postal até 28/07
– 30.154 ligações feitas até 28/07
– 4.018 pessoas não querem consultas/exames até 28/07

Comparativo população de Santa Maria/ Atendimentos na Rede SUS
– 277 mil habitantes
– 311.108 usuários na Rede SUS
– Sendo 140.325 homens e 170.217 mulheres
– Do total, menores de 12 anos correspondem a 43.924
– De 01/01/2017 a 31/07/2017: 16.044 novos usuários cadastrados no SUS

Comparativo de procedimentos nos pronto-atendimentos em 2016 e 2017
Pronto Atendimento do Patronato
– 2016 – 90.183 procedimentos em todo o ano
– 2017- 56.614 procedimentos apenas no primeiro semestre

Pronto Atendimento da Tancredo Neves
– 2016 – 50.971 procedimentos em todo o ano
– 2017 – 60.489 procedimentos apenas no primeiro semestre

*as informações acima foram publicadas no site do Diário de Santa Maria no dia o1/08/2017.

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A reportagem foi produzida pelos alunos Caroline Costa e William Ignácio, para a disciplina de Jornalismo Investigativo, durante o 1º semestre de 2018, sob orientação da profª Carla Torres.