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O Desapego de Francisco vai até os jovens

Uma oficina de futsal, de artesanato, de inclusão digital ou a apresentação de uma peça de teatro tem um significado muito maior do que parece. O CEDEDICA dá o sentido de que todos têm a mesma

A ressocialização por meio de medidas sócio-educativas

Quando se pensa em infância, é costume lembrar das brincadeiras, da diversão, do futebol na rua, das escaladas de árvores e, também, o fato de viver despreocupado e longe das grandes responsabilidades. A liberdade e a

Os óculos da sociedade

Incluir “os invisíveis”, captar as diferenças sociais, identificar forças e não fragilidades que as diversas situações de vida impõem. Esses são alguns dos tópicos levantados e discutidos pela  Política Nacional de Assistência Social (PNAS), que tem

Ediane Oliveira, psicóloga do CEDEDICA. Crédito: Zé Gonçalves/LABFEM

Uma oficina de futsal, de artesanato, de inclusão digital ou a apresentação de uma peça de teatro tem um significado muito maior do que parece. O CEDEDICA dá o sentido de que todos têm a mesma importância, escuta e fala. É o que explica a psicóloga do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ediane Oliveira: ”O CEDEDICA é uma organização não governamental, que executa as medidas socioeducativas em meio aberto, medidas essas que são determinações do Juizado da Infância e da Juventude e os adolescentes que estão em conflito com a lei, são encaminhados para o Centro”.

Entre as medidas socioeducativas, estão as atividades que contam com diversas oficinas, entre elas oficina de futsal, cujo  objetivo é buscar reinserção social do adolescente por meio da prática de esporte, a oficina de artesanato que instiga no adolescente a capacidade criativa na confecção de artesanato com materiais recicláveis, a oficina de inclusão digital que possibilita  o acesso a práticas de informática, estimulando a inserção nas ações socioeducativas integrais e também a oficina de culinária, que possibilita- o a expandir práticas que possam facilmente ser reproduzidas em seu contexto familiar ou social. Entre uma oficina e outras atividades, na tarde ensolarada de quinta-feira, 5 de dezembro, o espetáculo O Desapego de Francisco fez sua última apresentação em 2018.

A história  é sobre um jovem  muito apegado aos seus bens materiais, e uma vida fútil. Tudo se modifica quando conhece uma ONG e outra realidade. Francisco  dá uma reviravolta em sua vida e se torna uma outra pessoa.

 

Alexandre Menezes, interpretando Francisco. Crédito: Zé Gonçalves/LABFEM

O Desapego de Francisco, chegou no CEDEDICA, através do estudante de Direito e ator que interpreta o Francisco na peça, Alexandre Menezes Xavier: ”conheci o projeto em uma aula de Direito da Criança e do Adolescente” Ele lembra que a coordenadoranfoi na sua faculdade explicar como era o CEDEDICA.  Isto serviu para que ele tomasse conhecimento – como Francisco – de outra realidade: “os jovens são menos abastados, moram mais afastados do centro, têm problemas na família, então como o nosso roteiro aborda diversas questões presentes no nosso cotidiano e no dessas pessoas achei bem pertinente para nós nos apresentarmos aqui, e como o projeto é levar o teatro para pessoas que não têm contato, isso torna muito bacana e funciona, é muito gratificante”.

Os olhares curiosos dos pais e filhos se transformaram em emoção no final da peça. As lágrimas caíam dos olhos da mãe de um jovem, Silvana 37 anos: ”é interessante o trabalho, por mais extensa que a peça seja, ela foi muito agradável, a história prende, esse tipo de trabalho é muito importante, o teatro ajuda bastante essa questão da ansiedade, seria interessante até oficinas com essa temática”. Já seu filho L., 17 anos, frisou a importância da história: ”a peça fala sobre questões atuais, mostrando que as vezes as pessoas não sabem de nada em relação ao seu futuro, veem algo e muda tudo”.

 

Atores interpretando na apresentação da peça O Desapego de Francisco. Crédito: Zé Gonçalves/LABFEM

Já a  jovem V, de 17 anos, assistiu uma peça de teatro pela primeira vez: ”foi muito emocionante, nunca tinha visto uma peça tão pertinho de mim, todo mundo prestou atenção, e por mais que a gente passe muitas dificuldades na vida pra tá aqui, tudo na vida dá pra tirar uma coisa boa é só prestar atenção”. Então foi assim! Francisco cumpriu sua missão enquanto  projeto de extensão da UFN em busca de seus propósito de levar a arte a  cultura a quem não tem acesso, contando para isso com o financiamento da  Lei Municipal de Incentivo à Cultura da Prefeitura de Santa Maria, sempre com entrada franca.

 

No ano passado, 24.628 adolescentes estavam cumprindo medidas socioeducativas no país. Foto: arquivo

Quando se pensa em infância, é costume lembrar das brincadeiras, da diversão, do futebol na rua, das escaladas de árvores e, também, o fato de viver despreocupado e longe das grandes responsabilidades. A liberdade e a segurança que seus pais, você e seus irmãos tiveram na infância, pode não ser a mesma que os seus filhos terão. O cuidado é maior, tanto pelo perigo da rua, quanto pelo risco de fazer parte dela, e cometer algum ato infracional.

O artigo 228 da Constituição de 1988 prevê que um jovem a partir de 18 anos já pode responder criminalmente por seus atos. Para quem tem entre 12 e 17, são aplicadas as medidas socioeducativas e pedagógicas do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). A criança ou o adolescente nessa faixa etária que comete um ato infracional, a educação e a ressocialização devem vir antes da punição.

Crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade estão, cada vez mais, sendo inseridas em atos criminosos e, quando são pegas, passam pelas medidas socioeducativas do ECA. A aplicação varia de acordo com o caso apresentado.

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Por Larissa Essi, Luana Giacomelli, Natália Zuliane e Paola Saldanha

Incluir “os invisíveis”, captar as diferenças sociais, identificar forças e não fragilidades que as diversas situações de vida impõem. Esses são alguns dos tópicos levantados e discutidos pela  Política Nacional de Assistência Social (PNAS), que tem como objetivos prover serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social, contribuir com a inclusão e a eqüidade dos usuários e grupos específicos. Em instituições de Santa Maria, a PNAS é a base da prestação dos serviços realizados.

O Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cededica), a Casa de Passagem para Adultos Pousada Acolher e a Unidade de Saúde Casa 13 de Maio são exemplos dessas entidades. Elas recebem, acolhem e auxiliam pessoas que – em muitos casos – estão à margem da sociedade, que foram excluídas e sofrem da invisibilidade social.

Cededica e a prevenção da criminalidade

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Imagem: Divulgação

O Cededica é conveniado ao Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) e presta serviço de execução de medidas socioeducativas em meio aberto à crianças, adolescentes e jovens. A organização, que já conquistou o certificado de utilidade pública estadual, atua há 11 anos, e hoje conta com uma equipe formada por 20 pessoas – entre estagiários, psicólogos, assistentes sociais, instrutores de oficinas, enfermeiros e advogados.

Conforme Marcelo Peixoto Marques, professor da instituição, o adolescente ou jovem chega ao Cededica encaminhado pela Vara da Criança e do Adolescente para cumprir a medida determinada em audiência. Quando um ato infracional é cometido, um Boletim de Ocorrência é efetuado e o jovem é chamado para uma audiência, na qual poderá ser aplicada uma advertência, ou definida uma medida que deverá ser cumprida. Entre elas estão a Liberdade Assistida (LA) e a Prestação de Serviço à Comunidade (PSC).

Em conjunto com a LA ou PSC, oficinas e atividades são propostas. A oferta dessas oficinas acontecem, quase em sua totalidade, por projetos via Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica) ou Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), que lançam editais – semestral ou anualmente -, e desta forma os projetos são formulados. “Os projetos são constantes, até porque a demanda se renova. Eles duram no máximo um ano e, então, é necessário reescrever”, explica Marques.

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Equipe do Cededica. Foto: Arquivo pessoal

Ainda de acordo com Marques, para trabalhar no Cededica ou em qualquer outro lugar que aplique medidas socioeducativas é preciso ter perfil para trabalhar e atender às demandas dos adolescentes e jovens. “Com o tempo de atuação no Cededica, a gente adquiriu um perfil. Nós construímos uma metodologia, que até então, era desconhecida em Santa Maria e, hoje, tudo isso é normal”, considera.   

Marques destaca que o atual cenário político afetará o trabalho desenvolvido pelo organização. “Se a gente fosse analisar o contexto político do país e o tempo do Cededica, ele foi formado em um período onde as políticas sociais eram bem fortes. Estamos caminhando para um desmonte de tudo isso . O futuro é bem incerto”, pressupõe.

Outro ponto destacado é a necessidade de uma conscientização por parte da comunidade a respeito dos serviços prestados pelo Cededica. “É importante as pessoas saberem o que nós fazemos e de que forma executamos”, afirma. Marques observa que em comparação com alguns anos atrás, o preconceito diminuiu, mas há ainda um trabalho de conscientização sobre Cededica.”Investir em medidas para adolescente em conflito com a lei é investir em educação e no melhor para a sociedade também”.

13 não é azar

A Casa 13 de Maio é uma unidade de saúde ligada à Secretaria Municipal de Saúde. Os atendimentos realizados estão relacionados ao acolhimento, aconselhamento, orientação e encaminhamento de exames a pessoas que contraíram algum tipo de Doença Sexualmente Transmissível (DST). O nome da unidade está relacionada ao nome da rua em que se localiza há oito dos 17 anos em que presta serviço.

A equipe formada por médicos infectologista, ginecologista, nutricionista, assistente social, clínico geral e psicólogo presta, entre outros serviços, aconselhamento as pessoas que buscam a Casa 13 de Maio. “Aconselhamento serve para desmitificar a cerca das infecções sexuais, principalmente do Vírus da Imunodeficiência Humana(HIV), e poder conversar sem tabu sobre sexualidade”, explica  psicóloga da unidade Cláudia Magalhães.

A Casa 13 de Maio também realiza testes rápidos – que entre 30 e 50 minutos, já apontam o resultado –  para o diagnóstico de DST’s, entre elas o HIV. O exame confirmatório, que deveria ser feito também na unidade, é realizado em laboratório, pois falta material.

A procura pelo centro de especialidade pode ocorrer de duas maneiras: encaminhadas por unidades de saúde ou por livre demanda. De acordo com  James Pizarro, assistente social, as pessoas buscam mais  pela Casa 13 de Maio do que outras unidades de saúde por não sofrerem nenhum tipo de julgamento e preconceito. “Não se faz juízo de valor. Não trabalhamos com a perspectiva de certo ou errado. Nós tratamos como uma doença qualquer e, por isso, talvez, eles buscam a unidade” , explica Pizarro.

Andréa Lenz
Andréa Lenz destaca os principais motivos para o aumento no número de infecções sexuais. Foto: Rodrigo Savian/ Laboratório de Fotografia e Memória

Em relação ao número de infecções, apenas na Casa 13 de Maio foram diagnosticados 120 novos casos – desde o começo de 2016 até o início do mês de novembro do mesmo ano. Para a enfermeira Andréa Lenz, um dos principais motivos para o alto número, além da banalização, é a falta de informação e divulgação de informações a respeito de sexualidade e DST’s. “Falta equipe que trabalhe com educação sexual no ensino médio e superior. Recebemos muitos universitários, jovens sem informação”, alerta.  Pizarro também acredita que há necessidade da realização de um trabalho nas escolas. “É preciso de um corpo forte e capacitado dentro das escolas que consiga replicar isso com os professores”, destaca.

Ainda sobre a falta de espaço para a discussão da temática, Pizarro e Andréa concordam que  programas educativos permanentes e planejamento de abordagens são uma forma de  prevenção. “Não conseguimos fazer algo em conjunto com a assistência e a educação, essa fragmentação dificuldade a integração”, considera Pizarro. Além disso, Andréa destaca que mesmo realizando um trabalho de aconselhamento, a Casa 13 de Maio presta um serviço assistencial e oferece apoio de psicólogos e assistentes sociais, mas que é necessário um trabalho específico no âmbito da educação.

Pizarro
Para Pizarro, falta espaço para debate sobre sexualidade e programas educativos relacionados a prevenção. Foto: Rodrigo Savian/ Laboratório de Fotografia e Memória

Embora qualquer tipo de DST seja carregada de preconceitos, quem contrai HIV sente esse preconceito ainda mais forte. “Nos tornamos interlocutor de pessoas que não são escutadas por ninguém”, ressalta Pizarro. O tratamento para retardar a progressão da doença possibilita que se viva normalmente. Conforme a enfermeira, não há mortes causadas diretamente pelo HIV, a menos que o paciente abandone o tratamento – que é gratuito –  e seja acometido por doenças oportunistas.

De acordo com Andréa, a partir dos 14 anos ou quando se inicia a vida sexual, é recomendada a busca por orientação e exames. “O vírus é democrático, não escolhe idade, cor, condição econômica, peso. É uma questão comportamental”, explica. Como exemplo, a enfermeira cita o caso de duas senhoras, com mais de 60 anos, que contraíram o vírus.

A Casa 13 de Maio oferece espaço para a realização de testes, aconselhamentos e orientações. Porém, esse espaço não é o adequado. Segundo Pizarro e Andréa, não há capacidade para receber as pessoas que procuram pela unidade. “Eu não tenho sala. Uma equipe multidisciplinar  precisa dividir o mesmo local”, explica Pizarro. Há necessidade de um local mais apropriado, um espaço para o paciente.

A unidade presta um serviço delicado e participa de momentos frágeis e decisivos.“É um processo de escuta”, acrescenta Andréa. Pizarro destaca que a  Casa 13 de Maio acolhe todas as pessoas, e estas buscam a Casa por se sentirem à vontade e não serem condenadas. “Atendemos a  todos da mesma maneira. Não deixamos ninguém”.

Saiba a localização das instituições:

 

Acolher e dar passagem para o melhor

A Casa de Passagem Pousada Acolher atende pessoas em situação de rua, em trânsito ou que vem até a cidade para a realização de tratamento. Com um grupo formado por um gestor e equipe técnica – psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais e monitores -, a casa tem capacidade para prestar serviço até 50 pessoas. Até o final de 2016, 42 pessoas estavam instaladas no local.

Conforme Araceli Santos de Paula, enfermeira da casa de passagem, o atendimento realizado é ininterrupto, e a Pousada Acolher atende 24 horas por dia. “A equipe técnica se reúne e começam os encaminhamentos e a busca por um lugar para eles ficarem”, explica Araceli sobre o processo de acolhimento.

Pousada Acolher
Casa de Passagem para Adultos Pousada Acolher. Foto: Juliana Brittes/ Laboratório de Fotografia e Memória

A Pousada Acolher oferece refeições – café, almoço e janta -, atendimento psicológico e médico e oficinas.  Os investimentos recebidos para a manutenção do local são de responsabilidade do governo. “O município repassa a verba, e  a casa precisa gerenciar entre alimentação, infra-estruturar e gasolina”, explica Ana Carla Goulart, coordenadora da instituição.

A casa não é de longa permanência. As pessoas podem ficar até 30 dias na pousada, mas em alguns casos, quem procura a Acolher não tem outro lugar para ficar e acaba permanecendo meses na casa de passagem. “Temos pessoas que já estão aqui há seis meses. São pessoas que têm conflitos familiares, que já não tem mais nenhum vínculo com a família”, exemplifica Ana. A coordenadora explica que em alguns casos, o uso de drogas e álcool pode ser o motivo para o rompimento com os laços entre parentes.

Segundo Araceli, o ideal seria se houvesse residenciais terapêuticos gratuitos para atender algumas pessoas que buscam a casa de passagem, pois há clínicas particulares, mas quem busca pela Acolher não tem condições econômicas para se manter nesses lugares. Em alguns casos, a Acolher busca o Ministério Público para conseguir benefícios e curador para a pessoa, contudo, o processo é lento, já que não há um lugar especializado para esse tipo de atendimento. “Também fazemos encaminhamentos, como para o Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), para que possam receber atendimento psicológico, fazemos visitas nas famílias para tentar reinseri-los”, conta a enfermeira.

Os acolhimentos de ruas também são realizados. Quando há a informação de pessoas em situação de rua, a casa de passagem faz abordagens, com o intuito de levar a pessoa até a Pousada Acolher. Porém, conforme Ana, há resistência por parte de alguns. “Às vezes as pessoas estão no frio, mas não querem vir. Eles dizem que tem liberdade. Aqui eles podem ir e vir, mas tem regras, horário para as refeições”, explica. Após o período de estadia, a casa ainda acompanha as pessoas por seis meses.

Casa de passagem
Ana Carla Goulart fala sobre o vínculo criado com as pessoas que passam pela casa de passagem. Foto: Juliana Brittes/ Laboratório de Fotografia e Memória

De acordo com a coordenadora e a enfermeira da Pousada Acolher, é necessário ter perfil e gostar do trabalho. “Eu procuro me colocar no lugar deles, temos que ter empatia. Cada um tem uma história pra contar. Eles têm confiança na gente”, afirma Araceli. Entre as pessoas que passam pela casa de passagem, há diversas histórias e  personagens que a partir da Acolher conseguem se restabelecer. “A maioria chega na  casa de passagem porque é o último recurso. Eles criam um vínculo com a gente. Adoro poder ajudar o próximo, eles precisam de qualquer coisa, até de um sorriso”, conclui Ana.

Acolher, ouvir, atender, cuidar. Pequenos gestos que podem ser importantes para pessoas que são “invisíveis” na  sociedade. Instituições como Cededica, Casa 13 de Maio e Pousada Acolher são os óculos que permitem que esses sujeitos sejam vistos pelos demais, e assim possam ser  reconhecidos, atendidos e terem suas necessidades sanadas.

 

CONTATO

Cededica

  • Telefone(s): (55) 3027-4007/ (55) 3025-4007
  • E-mail: santamaria@cededica.org.br
  • Site: www.cededica.org.br

Unidade de saúde Casa 13 de Maio

  • Telefone(s): (55) 3223-7038

Casa de Passagem

  • Telefone(s): (55) 3015-1518