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UNIARTES, uma conexão da Universidade com as artes

O UNIARTES, atividade bimestral que une arte com a universidade ocorreu neste sábado, 20, no Conjunto III da Universidade Franciscana (UFN). Com uma programação intensa das 14h às 17h, o UNIARTES ofereceu ao público música, dança, leitura de poesias,

Dismorfofobia: compulsão pela beleza

Na manhã desta terça-feira,  ocorreu o segundo dia da Jornada Interdisciplinar de Saúde (JIS), na UFN, com a Palestra: Dismorfofobia: a imagem distorcida, com a  Psicóloga da Prefeitura de São Vicente do Sul, Laise Marim Zanini.

Como escrever artigos científicos de alto impacto

Num mundo cada vez mais competitivo,  publicar artigos em revistas de alto impacto é imprescindível para quem quiser seguir a carreira científica.  A afirmação é de Valtencir Zucolotto,  em palestra realizada na tarde de hoje, 21,

Ainda há tempo para se inscrever no XVIII Sepe

As inscrições para o XVIII Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão, Sepe, foram prorrogadas para até amanhã, 26 de agosto. Com o tema “Ciência e Interação pela Vida”, o simpósio propõe integrar as ações desenvolvidas em

A ciência fora dos muros das escolas

Antigamente apenas locais de armazenagem de objetos históricos, hoje os museus são vistos com olhos bem diferentes.  As exposições, dos mais diversos tipos de objetos e públicos, consegue atrair o público para suas dependências e afastar

Professor Fausto Neto está entre os finalistas do Prêmio Jabuti

O livro “Midiatização da ciência: cenários, desafios, possibilidades” concorre à 55ª edição do Prêmio Jabuti, prêmio que reconhece e destaca os melhores livros do Brasil. A obra organizada pelo professor Antônio Fausto Neto, professor no Centro

A divulgação científica vista por eles, os pesquisadores

A divulgação científica, também chamada de “popularização da ciência” envolve as atividades que buscam fazer a mediação de informações produzidas na academia para a comunidade em geral, de forma a difundir o conhecimento científico para públicos/leitores

UNIARTES no hall do prédio 15 do conjunto III da UFN. (Foto: Emanuely Guterres)

O UNIARTES, atividade bimestral que une arte com a universidade ocorreu neste sábado, 20, no Conjunto III da Universidade Franciscana (UFN). Com uma programação intensa das 14h às 17h, o UNIARTES ofereceu ao público música, dança, leitura de poesias, exposição de artesanato e cientista aprendiz, espaço destinado às crianças com uma exibição de experimentos científicos. Também houve feira de orgânicos, venda de alimentos e distribuição de água para o chimarrão.

A programação foi voltada para a figura de São Francisco, como explica o professor Carlos Alberto Badke, do curso de Jornalismo e integrante da Pastoral da UFN, responsável pela organização. A referência estavam na bênção dos cães, ação que ocorre somente em outubro, nas crianças tocando e nas senhoras dançando.

O UNIARTES tem espaço para exibição e venda de artesanato e alimentos, inclusive orgânicos. Segundo Badke, para participar era necessário possuir vínculo com a Universidade. Alguns expositores eram ex-alunos ou familiares de alunos. No entanto, a programação é aberto à toda comunidade de Santa Maria. Patrícia Soares esteve presente pela primeira vez no UNIARTES e gostou da experiência. “Eu achei ótimo, repleto de atividades pensadas para todas as idades, com muita música e alegria”. 

Produzido para as disciplinas de Jornalismo I e Jornalismo Digital I sob a orientação dos professores Sione Gomes e Maurício Dias 

 

Abertura da  I Expo Ecoinovar. Foto: Deise Fachin

Ciência, Tecnologia e Inovação para a redução de desigualdades sociais e impactos ambientais é o tema da I Expo Ecoinovar, que está relacionada à XV Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. O evento que ocorre no prédio 74C da UFSM, teve abertura ontem, terça-feira,16, e seguirá até sexta-feira,19. Segundo a secretária Municipal de Educação, Lúcia Madruga, o objetivo é a apresentação de projetos e soluções para um futuro mais sustentável.

A atividade sediada pela Universidade Federal de Santa Maria e apoiada pela Prefeitura, tem participação de Estudantes dos ensinos Fundamental, Médio, Técnico e superior, e também empreendedores.

Na manhã desta terça-feira,  ocorreu o segundo dia da Jornada Interdisciplinar de Saúde (JIS), na UFN, com a Palestra: Dismorfofobia: a imagem distorcida, com a  Psicóloga da Prefeitura de São Vicente do Sul, Laise Marim Zanini.

Laise Marim Zanini. Foto: Thayane Rodrigues

De origem grega a palavra dismorfofobia trás como significado: feiura. O distúrbio, conhecido como Transtorno Dismórfico Corporal, apresenta uma preocupação excessiva com a beleza corporal, principalmente com os cabelos, os olhos, a boca,o nariz, as acnes, as rugas e as manchas, o que a diferencia de transtornos alimentares.

“A mídia, o mercado hoje em dia, a globalização da internet nos meios de comunicação tem nos levado a busca do corpo perfeito. A gente vê essas imagens que normalmente são retocadas e quando a gente vê esse ideal de beleza, a gente começa a olhar para o nosso corpo e vê que não somos assim”, questiona a Psicóloga. Segundo Laíse a dismorfofobia não tem uma causa específica, mas é influenciada  pelo mercado que oferece as pessoas uma falsa ideia de beleza. “Nós não temos que buscar igualdade no corpo do outro”, aconselha.

Conforme a psicóloga a doença é mais perceptível nas mulheres, porque o sexo feminino tem mais cobrança em relação ao corpo,  uma procura maior  pela cirurgia plástica, massagens e outros métodos de satisfação. Zanini apresentou um trecho do documentário  Embrace, que mostra histórias reais de portadores do distúrbio.

O transtorno mental causa um prejuízo no convívio social, profissional e em outras áreas da vida. Segundo  Zanini é um dos sintomas é o fato das pessoas passarem de uma a oito horas em frente a um espelho procurando um defeito.” Passam cutucando o corpo, procurando comprova essa deformidade”, afirma. As pessoas que apresentam esses tipos de problemas costumam ter pensamentos obsessivos contra elas mesmas. “Esse transtorno leva a 80% dos casos de suicídio”, comenta a psicóloga.

Diagnóstico geral dos pacientes com o transtorno:

  • Apresentam excesso de preocupação com um defeito mínimo no corpo
  • Demonstram sofrimento e prejuízo social
  • Pode apresentar outras doenças, como a depressão
  • Apresenta tanto os pensamentos obsessivos a respeito de supostos de feitos corporais, quanto comportamentos compulsivos
  • Obs: não é uma anorexia, bulimia ou outro transtorno compulsivo

Tratamento

Para a Psicóloga é importante o tratamento psiquiátrico com o uso de medicações, normalmente antidepressivos. “Na terapia a gente busca descontruir esses conceitos dertupados do paciente, procura quebrar aquelas crenças que eles tem de inferioridade e procura com que ele consiga em cima disso construir uma nova identidade, uma nova visão de sí mesmo”, explica. O monitoramento do pensamento e a fiscalização do tempo que fica em frente ao espelho também fazem parte do tratamento.

Zanini  apresentou o áudio de uma mulher de 38 anos, de Santa Catarina, cujo nome não foi revelado, que apresenta o problema desde os 14 anos de idade. Ela contou que só descobriu a doença através da internet, quando pesquisou os sintomas da doença. “Esses dias eu fui no shopping e quando voltei para a casa tinha menos vontade de viver do quando eu sai”, revela a paciente.

 

Trecho do documentário Embrace: https://www.youtube.com/watch?v=JS5RpVG73Qo

 

 

 

 

Valtencir Zucolloto. Foto: Amanda Souza . Lab. Fotografia e Memória.
Prof. Valtencir Zucolotto. Foto: Amanda Souza . Lab. Fotografia e Memória.

Num mundo cada vez mais competitivo,  publicar artigos em revistas de alto impacto é imprescindível para quem quiser seguir a carreira científica.  A afirmação é de Valtencir Zucolotto,  em palestra realizada na tarde de hoje, 21, na Unifra. Doutor em Ciência e Engenharia de   Materiais pela USP, professor associado no Instituto de Física de São Carlos – IFSC, da Universidade de São Paulo (USP), onde coordena o Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia GNano/IFSC/USP -, Zucolotto é membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências (ABC),  presidente da comissão do Portal da Escrita Científica da USP São Carlos e membro titular do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC). Também trabalha com foco em Técnicas de Escrita Científica em Inglês, e desenvolve DVDs e Cursos online sobre Escrita Científica.

Na Unifra, Zucolotto deu coordenadas sobre como escrever artigos científicos para revistas científicas de projeção, ressaltando a dinâmica do mundo da ciência em busca do impacto. Segundo ele, a recusa de artigos é algo comum nesse universo, o que faz com que o pesquisador precise desenvolver estratégias para tornar seu paper “aceitável” aos olhos do editor e ser encaminhado aos pareceristas. Para ele, o Brasil precisa investir na divulgação de sua produção de ciência, considerando o nível da concorrência da produção internacional. Nessa direção, ressaltou que mais vale um artigo publicado anualmente em  revista internacional de renome, com indexadores legitimados, do que muitos artigos em revistas que seguem o padrão qualis. E, sem descartar a importância e o esforço do sistema de pesquisa nacional,  explica que este padrão, válido do Brasil, não o é para outros países.

As inscrições para o XVIII Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão, Sepe, foram prorrogadas para até amanhã, 26 de agosto. Com o tema “Ciência e Interação pela Vida”, o simpósio propõe integrar as ações desenvolvidas em Ensino, Pesquisa e Extensão no âmbito acadêmico e na comunidade, além de possibilitar a troca de experiências. Poderão participar alunos, professores, profissionais e pesquisadores. O Sepe acontece entre os dias 1 e 3 de outubro.

A manhã de abertura do evento conta com a conferência “O que interessa às pessoas: ausência de doença mental ou ampliação do bem estar psíquico?”. O responsável pela discussão é o conferencista, Professor Titular de Psiquiatria – UFRGS, Luis Augusto Paim Rohde. Serão abordados os seguintes tópicos: a) Por que é importante estudar os elementos da chamada Psicologia Positiva; b) Determinantes de bem-estar e felicidade; c) Neurobiologia do bom-estar; d) Intervenções para ampliar o bem-estar; e) Exemplos de estudos a serem desenvolvidos na área. A explanação ocorre no Salão de Atos do Prédio 1, Conjunto I do Centro Universitário Franciscano, às 9h.

Para realizar a inscrição e verificar programação completa, acesse o site do XVIII Sepe.

Museu de História Natural de Londres. Fonte: http://jovenscientistasdabahia.files.wordpress.com/
Museu de História Natural de Londres. Fonte: http://jovenscientistasdabahia.files.wordpress.com/

Antigamente apenas locais de armazenagem de objetos históricos, hoje os museus são vistos com olhos bem diferentes.  As exposições, dos mais diversos tipos de objetos e públicos, consegue atrair o público para suas dependências e afastar o velho senso comum de que Museu é lugar de coisa velha.

De acordo com um estudo da publicação The Art Newspaper, o Brasil teve quatro das 20 exposições mais populares de 2013. Este foi o terceiro ano que o país entrou neste ranking mundial. Ainda em 2013, apenas nos 30 museus federais que compõem a rede do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC) receberam cerca de 1,1 milhão de visitantes.

Mais do que estatística e números, estes dados colaboram para afirmar o papel dos museus na atualidade. Não apenas um local de acumulação de objetos, mas uma fonte de conhecimento, que preserva expõe a realidade de uma determinada época. E, quando falamos de museus de ciência, uma oportunidade de tornar mais próximo e prazeroso o que é ensinado dentro das salas de aula.

As ciências naturais nos museus

Entendem-se ciências naturais como os campos da ciência que buscam estudar a natureza em seus aspectos mais gerais e fundamentais. São dividas em cinco grandes grupos: Astronomia, Biologia, Física, Geociências e Química. Diferem-se assim das ciências humanas e sociais, que buscam estudar o comportamento humano e a sociedade por meio de métodos científicos, e das ciências formais, como a matemática e estatística.

O pesquisador George Ellis Burcaw, no artigo “Aprendizagem Não Formal/Formal das Ciências: Relações Entre os Museus de Ciência e as Escolas”, de Isabel Chagas, afirma que existem dois tipos de museus de ciência: os de história natural e os de ciência e indústria (ou ciência e tecnologia). O primeiro grupo – que trata dos ramos da zoologia, botânica, geologia e antropologia – desfrutava de grande prestígio social no passado, devido principalmente às contribuições prestadas à comunidade científica. Por causa disso, seu público era mais restringido a cientistas e estudiosos, já que não havia um cuidado de contextualizar e explicar os conceitos por trás dos objetos. No século passado foi ampliado o esforço de reformulação na abordagem dos museus, procurando equilibrar o valor das coleções e a qualidade dos serviços educativos.

Já o segundo grupo, os museus de ciência e tecnologia – que tem por objetivo ensinar princípios de física, química e matemática, além de artefatos frutos do trabalho humano – nasceram com a revolução industrial, para formar operários adequados às novas condições de trabalho. A essa função primária, acrescentou-se a necessidade de entretenimento dos visitantes, devido à influência das grandes feiras internacionais de tecnologia – feiras estas que também forneciam coleções aos museus. Estes locais deram origem aos centros de ciência e tecnologia atuais, que tem como objetivo ensinar não só as ciências da natureza, mas também engenharia, tecnologia e saúde, de uma forma mais agradável ao público leigo.

Os museus de ciência natural em Santa Maria e Região

Fósseis em exposição no Museu Vicente Pallotti. Foto: Daiane Spiazzi
Fósseis em exposição no Museu Vicente Pallotti. Foto: Daiane Spiazzi

Entre os mais de 16 museus de Santa Maria, dos mais variados acervos e propostas, dois de Ciências Naturais funcionam como importantes locais de expansão do conhecimento ensinado nas salas de aula.

O Museu Vicente Pallotti funciona na Avenida Presidente Vargas, no bairro Patronato. O museu foi fundado em 1935, e funciona com um esquema de agendamento. A entrada é gratuita, e as visitações devem ser marcadas por telefone previamente. O tempo de visitação tem duração média de uma hora, contemplando grupos de no máximo 50 alunos (grupos maiores são subdivididos).Atualmente, o museu possui cinco salas de exposições no seu espaço de dois quilômetros quadrados, sendo uma para geologia, outra para paleontologia e outra para demais ciências naturais. As outras duas salas são de artes visuais e arqueologia.

De acordo com Daniele Sanches, diretora técnica do local, o museu não tem convênio com nenhuma instituição, mas fica a disposição de todos os colégios. “Nós recebemos em média 12 mil visitantes anualmente, de escolas de todos os níveis de ensino. Todo nosso museu foi pensado para o ensino fundamental e médio – as exposições foram planejadas nesse sentido. Qualquer pessoa que vier ao museu terá facilidade de identificação, porque ele foi feito para esse público.’’

A diretora não soube especificar cada escola, mas de acordo com ela, a grande maioria dos colégios de Santa Maria visita o museu anualmente. “Não só de Santa Maria, de fora do Rio Grande do Sul também. De Santa Cantarina recebemos bastantes alunos. Algumas escolas de São Paulo também nos visitam”.

Uma estação do Museu Interativo de Astronomia. Fonte: página oficial do Museu no Facebook
Uma estação do Museu Interativo de Astronomia. Fonte: página oficial do Museu no Facebook

Outro local disponível na cidade para as escolas levarem os alunos é o Museu Interativo de Astronomia – Mastr. O local se encontra no segundo andar do Planetário da Universidade Federal de Santa Maria. Fundado em 1998, o museu também funciona com visitas guiadas, que devem ser agendadas por telefone. O tempo médio de cada tour é de 50 minutos, e as turmas funcionam com até 25 pessoas. Um diferencial é que os monitores responsáveis pela condução dos grupos são alunos da UFSM, dos cursos de História, Geografia, Física e Engenharias.

O Museu foi planejado como um laboratório, onde os monitores apresentam visitas guiadas por um conteúdo pré-estabelecido, de acordo com a turma e o desejo dos professores. De acordo com o diretor do Planetário, Francisco Mariano da Rocha, “todos os dispositivos do Museu são sobre determinada área curricular que usa astronomia. Tem desde a origem do universo à explicação de fórmulas de física, passando pelas estações do ano, meteoritos e instrumentos de astronomia. Embora os monitores passem por todo o acervo, ele vai se focar naquilo que é interessante para a disciplina que o professor deseja”.

O Museu conta com mais de três mil visitantes anualmente. Sobre as escolas que utilizam o espaço, o diretor conta que “o Colégio Marista (Santa Maria) vem todos os anos. O Colégio Riachuelo também. Da região, escolas privadas de Ijuí e Cruz Alta também comparecem todo ano”.
Quando o assunto são as escolas públicas, depende bastante dos professores de cada instituição. Francisco conta que são eles que decidem levar ou não as turmas, por isso não há uma constante. “A (Escola Estadual de 1º Grau) Marieta D’Ambrosio veio nos últimos três ou quatro anos, e não vinham antes, apenas esporadicamente. Varia bastante de acordo com os professores que estão ocupando o cargo. Alguns deles assumem e decidem que preferem dar os conteúdos apenas na sala de aula”.

Exposição Ciências do Espaço e da Terra em São Martinho da Serra. Fonte: Divulgação Observatório Bioastronômico Cosmos
Exposição Ciências do Espaço e da Terra em São Martinho da Serra. Fonte: Divulgação Observatório Bioastronômico Cosmos

Há mais uma iniciativa na região que merece ser destacada. Funcionando desde 2003, o Museu & Observatório BioAstronômico COSMOS, de Itaara, realiza um projeto chamado Astronomia na Escola. O projeto percorre todo o Rio Grande do Sul, levando palestras, oficinas de Astronomia e atividades como construção de foguetes e sessões de cinema.

O objetivo desta iniciativa itinerante é, além de complementar as disciplinas do currículo escolar, estimular o interesse dos alunos pela Astronomia e Ciências afins. O grande diferencial do projeto é levar o Museu até as escolas, de maneira a possibilitar o contato nos municípios que não possuem Museus dessa categoria.
O projeto deve ser agendado por telefone, e necessita de um auditório ou ginásio esportivo (ou semelhante) para acomodar os alunos sentados durante a palestra e a exposição escolhidas, além das observações astronômicas. O evento tem a duração de um dia inteiro. De acordo com dados do site do Museu, de 2003 à 2013 280 mil alunos e professores foram atendidos, em 135 municípios do Estado.

As oportunidades de ensino em museus

O crescimento que os museus encontram nas últimas décadas reforça a oportunidade de discutir e redefinir o aprendizado de diversas disciplinas escolares, principalmente as que não encontram conexões tão óbvias com o dia a dia dos alunos.

Atividades sendo realizadas pelo projeto no Colégio Objetivo, em Santa Maria. Fonte: divulgação
Atividades sendo realizadas pelo projeto no Colégio Objetivo, em Santa Maria. Fonte: divulgação

Estes locais, que muitas vezes eram vistos como superficiais, possibilitam aos alunos compreenderem que o que é ensinado nas salas de aula se reflete em diversos aspectos da natureza. Também é uma oportunidade de despertar o gosto por áreas até então desconhecidas (ou apenas superficialmente), auxiliando na escolha de uma profissão dentro do campo científico no futuro.

O poder público, em colaboração com os museus, possuem em suas mãos uma oportunidade de fortalecer o currículo escolar, tirando das mãos dos educadores o papel de promover esta ferramenta de aprendizado.

Em dias que uma educação pública de qualidade ainda engatinha no país, é uma alternativa enriquecimento curricular que ainda tem potencial para ser muito mais desenvolvida.

Por Gustavo Pedroso.
Reportagem produzida para a disciplina de Jornalismo Especializado II.

"Midiatização da Ciência: cenários, desafios, possibilidades" concorre a 55ª edição do Prêmio Jabuti.

O livro “Midiatização da ciência: cenários, desafios, possibilidades” concorre à 55ª edição do Prêmio Jabuti, prêmio que reconhece e destaca os melhores livros do Brasil. A obra organizada pelo professor Antônio Fausto Neto, professor no Centro Universitário Franciscano e na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos),  reúne trabalhos de  pesquisadores, cientistas e comunicólogos do Brasil. Neste ano, o Prêmio Jabuti premiará as melhores obras em 27 categorias, entre elas a de Comunicação, na qual concorre o livro.

Pesquisador de midiatização da ciência há bastante tempo, Fausto Neto desenvolveu um projeto de um seminário sobre o tema e enviou ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), que aprovou e financiou o seminário. Esse foi realizado em 2010, em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, na Unisinos, e reuniu pesquisadores do norte ao sul do país.

O seminário gerou um relatório com as discussões sobre os trabalhos apresentados. Os relatos tratam sobre a contribuição que as mídias prestam ao aprimoramento da compreensão e ao compartilhamento da ciência enquanto atividade social. O professor Fausto esclareceu que midiatização da ciência é reconhecer que a ciência não é uma atividade que está apenas nos laboratórios e que é necessário encontrar fórmulas para que os pesquisadores possam compartilhar dos seus dados com a sociedade.

Antonio Fausto Neto concorre ao Prêmio Jabuti na categoria Comunicação.Foto: arquivo Argex

O professor organizou e ofereceu os relatos à Editora da Universidade Federal da Paraíba (EDUEPB) que publicou o livro. Para o responsável pela editora, Cidoval Sousa, não há no mercado coletânea mais completa. “Pelo menos cinco fatores estimularam a EDUEPB a publicar o livro Midiatização da Ciência: o rigor acadêmico da organização e da seleção dos textos, o caráter inovador da obra, a representatividade acadêmica de seu organizador e equipe, a possibilidade de abrir mercado editorial para um tema pouco explorado e a oportunidade que tivemos de agendar discussões e experiências sobre a dinâmica do fazer científico a partir do olhar da mídia”, argumentou.

 Ao tratar da participação no Prêmio Jabuti, o professor Fausto afirmou que vai fazer disso mais um estímulo do que fonte de vaidade. “Eu creio que todo o pesquisador que vê o reconhecimento do seu trabalho se sente estimulado a prosseguir. Esses prêmios nos investem de maior responsabilidade, por um lado porque reconhece a singularidade do trabalho desses colegas e, por outro, por nos impor mais exigências, no sentido de aprimorar os processos”, assegurou.

A lista dos vencedores será divulgada no dia 17 de outubro, no site do Prêmio Jabuti.

A Mostra Científica do 3° Salão Nacional de Divulgação Científica já começou a receber inscrições de trabalhos. O evento será realizado dentro da programação da 65ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no período de 22 a 26 de julho de 2013, na Universidade Federal de Pernambuco.

O tema deste ano é “Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Soberania Nacional”, e a Mostra visa receber trabalhos acadêmicos reflexões e relatos de experiência relacionados ao fomento da inovação científica, social, artística e cultural e a estas enquanto produto ou processo.

Na Mostra serão apresentados trabalhos na modalidade sessão coordenada, considerando sete eixos temáticos: Inovação de processos e/ou produtos; Políticas e ações de fomento à inovação; Experiências exitosas em inovação; Inovação: conceito e crítica nas ciências humanas; Experiências e propostas em divulgação científica; Inovação e desenvolvimento sustentável; Inovação: conceito, crítica e processos de criação em arte e linguagem.

Podem participar estudantes de graduação, pós-graduação e pesquisadores de todos os estados e instituições de ensino e pesquisa do país, com estudos diversos em andamento ou concluídos, reflexões e relatos de experiência relacionados ao fomento da inovação científica, social, artística e cultural, como produto ou processo.

A submissão de resumos deve ser feita pelo e-mail (mostrasanpg@gmail.com) e a data limite para o envio de trabalhos é o dia 3 de junho.

Os detalhes sobre o processo de submissão de trabalhos podem ser acessados no Edital.

 

A divulgação científica, também chamada de “popularização da ciência” envolve as atividades que buscam fazer a mediação de informações produzidas na academia para a comunidade em geral, de forma a difundir o conhecimento científico para públicos/leitores não especializados.
Aos cientistas cabe o papel de pesquisar, tentar transformar o conhecimento acadêmico em prática, em uma forma de conhecimento “palpável” que a população possa usufruir e se beneficiar de alguma forma. Afinal, é a sociedade que financia, indiretamente, os estudos realizados nas universidades, e deve receber o retorno deste investimento. Já ao jornalista, cabe o papel de divulgar os resultados destas pesquisas da ciência. Porém, durante este processo são identificadas algumas zonas de tensões entre jornalistas, os mediadores do processo, e cientistas, os responsáveis pelas descobertas. Mas, por que isso acontece? Quais as principais dificuldades de se transmitir a ciência à sociedade? Com a palavra, eles: os pesquisadores.
José Airton Brutti, pesquisador. Foto: Divulgação.

Para o economista, professor adjunto horista do Centro Universitário Feevale Coordenador do Polo de Inovações Tecnológicas e Sociais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), José Airton Brutti, a mídia divulga o que é do interesse de seu público e que este segmento do jornalismo não é muito popular. “Dá para contar as vezes que os resultados de pesquisas são divulgados na mídia.  Isso só ocorre quando é algo bizarro ou, então, muito inovador. Trata-se do que é interesse e o que não é para aquele meio”. Ainda segundo Brutti, o Brasil produz milhares de artigos científicos por ano, mas o conhecimento científico acaba ficando restrito às academias por falta de interesse editorial e profissionais capacitados para fazer esta transição de conhecimento e linguagem.

“Gostaria que houvesse maior divulgação na mídia do que é realizado nas universidades, é o meio de repassar o conhecimento à comunidade”, afirma Melânia Palermo Manfron, doutora em Ciências Biológicas pela UNESP, professora de Farmacognosia no Curso de Farmácia da UFSM e chefe do Departamento de Farmácia Industrial da UFSM. Segundo Melânia, o tratamento jornalístico dado às pesquisas carece de alguns critérios, mas ela reconhece e ressalta a importância desta divulgação. “Quando fui convidada para divulgar trabalhos realizados, conversamos um pouco sobre as perguntas que seriam feitas e tudo transcorreu normalmente. O resultado da divulgação foi positivo”, afirma.
            O farmacêutico e doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas da UFSM, Ritiel Corrêa da Cruz, traz um questionamento diferente em relação ao tratamento jornalístico dado às pesquisas científicas. “Em pesquisa, se gera muito resultado negativo. Mas, um dos principais problemas que eu identifico é que o atual modelo de divulgação científica só foca no positivo”, afirma o doutorando. Para ele, isto é muito equivocado. Afinal, o resultado negativo faz descobertas tão boas quanto ao resultado positivo, pois ajuda outros pesquisadores a excluir possibilidades e, de certa forma, poupa tempo e recursos financeiros, que seriam investidos de forma equivocada. Cruz faz outra crítica em relação aos critérios jornalísticos de publicação. “A mídia procura os resultados positivos, pois são mais impactantes. Podendo ser tratados de forma mais sensacionalista”.
Dirce Stein Backes (esquerda), doutora em enfermagem pela UFSC,diz que o jornalismo é fundamental para o avanço da ciência. Foto: divulgação

Já a professora de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano (Unifra) e doutora em Enfermagem pela UFSC, Dirce Stein Backes, acredita no jornalismo como uma ferramenta fundamental para a evolução e popularização da ciência. “O principal papel do jornalista é ajudar a desenvolver essa nova cultura de conhecimento acadêmico, para desenvolver ainda mais a pesquisa. Para isso, precisamos de algo impactante, e o jornalismo é algo extremamente, impactante. Precisamos, nós enquanto pesquisadores, saber aproveitar e usar destas possibilidades de divulgação”.

Katia Barreto, doutora em Ciências Biológicas pela UFRGS e professora do Departamento de Fisiologia da UFSM, acredita que tudo depende do “alvo” da mídia e considera que o jornalista deve passar a informação de forma que ela seja entendida pelo maior número de pessoas. “Por exemplo, é compreensível que uma notícia do resultado de uma pesquisa muito importante, publicado em uma revista igualmente importante, tenha que ser ‘traduzido’ para um contexto mais próximo do público-alvo”, declara Katia. Quando questionada em relação à linguagem e as discrepâncias evidenciadas pelos pesquisadores nos textos jornalísticos de ciência, a professora acrescenta que não ocorrem distorções graves no sentido de desqualificar a informação original passada pelo pesquisador.
O fato é que cada um dos pesquisadores ouvidos tem um ponto de vista diferente. Alguns meio parecidos, outros, divergentes. Entretanto, todos convergem quando aceitam a mídia como um ótimo espaço de circulação e popularização da ciência.O que importa, realmente, é ter-se identificado, ainda que de forma primária, os acertos, os erros e os preconceitos que existem entre as classes e,principalmente, a leitura que a mídia faz dos resultados das pesquisas científicas.

Muito pouco se ouve falar em processos de hemoterapia, que nada mais é do que o emprego terapêutico do sangue. Em torno dele muitos mitos são criados, diminuindo assim o número de doadores. Antigamente, a transfusão sanguínea era feita sempre através do sangue integral. Novas pesquisas foram feitas e o processo se tornou mais eficaz. O receptor não precisaria receber todos os hemocomponentes de um sangue, ou seja, os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, plasma e plaquetas, mas sim apenas aquele componente que o paciente necessita.

Dalnei Pereira, médico hemato-oncologista e professor adjunto na UFSM.

O médico hematologista e oncologista, Dalnei Pereira, professor adjunto de hematologia e oncologia da UFSM afirma que com a evolução da medicina a complexidade da transfusão se tornou maior. “Não só no sentindo de fazer a transfusão daquele componente que o individuo necessita, mas também potencializar a quantidade do hemocomponente do que aquelas relacionadas à transfusão de um sangue total, contendo todos esses elementos”.

Atualmente, a prioridade é sempre pela transfusão de hemocomponentes, jamais de sangue total, só usado em raras exceções como, por exemplo, quando o indivíduo teve uma hemorragia aguda, ou num processo cirúrgico onde o paciente tem uma perda significativa de sangue. A terminologia médica também mudou. O antes chamado “sangue integral” é o atual “sangue total” na semântica médica.

Menos riscos na coleta e  transfusão

Santa Maria, sempre foi pioneira nos processos de hemoterapia. Em 1975 o Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo, HCAA, já contava com a Hematerese – nome dado à máquina que faz o processo de transfusão de sangue, permitindo separar as plaquetas do plasma, e do sangue. Nesse processo, as plaquetas são separadas e o sangue retorna ao paciente. Esse processo tem o nome de “doação por Aférese”, e exige critérios para que seja feita a doação. O candidato à doação tem que ter um número de plaquetas suficientes para fazer a filtragem pela máquina. A coleta é feita através de duas punções venosas, sendo uma em cada braço, com o tempo de duração de 1h aproximadamente. Todo esse processo só veio a favorecer, pois na doação de sangue habitual um doador só consegue doar uma unidade de plaquetas, já na Aférese pode chegar até oito unidades. Segundo a Coordenadora do Hemocentro Regional de Santa Maria, Carla Coelho, a doação por Aférese é bem melhor para os pacientes. “Esse tipo de coleta é interessante já que um doador pode nos render oito unidades, sendo benéfico para o receptor. É que ele estará recebendo uma menor quantidade de antígenos, anticorpos de pessoas estranhas enquanto você faz um pool de plaquetas de oito pessoas diferentes, com a aférese dá a possibilidade de uma pessoa só, expondo menos o paciente a riscos.”

Santa Maria atualmente conta com uma unidade móvel de coleta de sangue, um ônibus com todos os equipamentos necessários. Facilitando o acesso para as pessoas que não tem como se deslocar até o Hemocentro. Para maiores informações pelo telefone (55) 3221-5262.

Leia a matéria completa no blog Noticiência

Por Aline Schefelbanis e Jéssica Padilha, acadêmicas de jornalismo da Unifra.