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Santa Maria, RS, Brazil

Consumo de Carne

Santa-marienses estão mais cuidadosos na compra da carne

Nas últimas semanas, um dos pratos principais na mesa dos brasileiros – a carne-,  deixou todos assustados. A produção está sendo investigada a partir da Operação Carne Fraca, que visa apontar irregularidades em frigoríficos,  desde a

O número de pessoas que optam por uma alimentação à base de vegetais vem crescendo bastante, porém ainda é comum a dieta que contém carnes e alimentos de origem animal. Segundo a estudante de Nutrição, Eduarda Nogueira, o consumo de legumes, frutas e verduras pode não ser suficiente para a absorção de certas vitaminas e minerais, além de não suprir as calorias necessárias. A falta de carne não causa riscos à saúde, “se a escolha por não comer vier acompanhada da conscientização de que outros alimentos precisam ser ingeridos para suprir os nutrientes que ficariam em falta, por conta da carne”, completa Eduarda. 

Vegetariano ou carnívoro. O que ser?

Isadora Hoff é vegetariana há três anos. De acordo com ela, a decisão de optar pela dieta à base de vegetais foi motivada pela “causa ambiental, principalmente pela exploração cruel dos animais”. A estudante ainda afirma que financeiramente a dieta trouxe benefícios, além de melhoras na digestão, disposição e saúde, já que começou a ingerir mais fibras e se preocupar mais com sua nutrição.

Já Carine Furlan segue uma dieta baseada no consumo de carne, realizando duas refeições diárias com carne e salada. Segundo ela, “a dieta de proteína, gordura e saladas não permite o ganho de peso, posso comer o quanto quiser, ligada a um jejum de 16 ou 18 horas”.

Ambas as práticas alimentares podem ser relacionadas à questões culturais, onde diferem de ideais, costumes e princípios. No Brasil cerca de 30 milhões de pessoas são vegetarianas, segundo a pesquisa realizada pelo Ibope no ano de 2018.

Fotos: Juliana Brittes
Açougues de Santa Maria confiam em frigoríficos locais. Fotos: Juliana Brittes

Nas últimas semanas, um dos pratos principais na mesa dos brasileiros – a carne-,  deixou todos assustados. A produção está sendo investigada a partir da Operação Carne Fraca, que visa apontar irregularidades em frigoríficos,  desde a compra de etiquetas de conformidade junto a órgãos de fiscalização, até a produção de alimentos com carne estragada. São vários os frigoríficos no país que estão sob investigação, entre eles, BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, e JBS, dona das marcas Seara, Big Frango e Friboi.

Segundo Edson Arruda Fernandes, 46 anos, proprietário do açougue Casa de Carnes, a venda de carne ao invés de diminuir, aumentou. Porém, as pessoas estão sempre perguntando sobre a procedência, pedem a nota e inspeção. Em relação aos cuidados na hora de comprar as carnes, o açougueiro declara que só compra de frigoríficos de Santa Maria, pois nesses ele confia.

Foto: Juliana Brittes
População está mais cuidadosa ao comprar a carne.

José Telmo, 51 anos, responsável pelo açougue do Supermercado Copetti, afirma que a venda de carne no estabelecimento diminuiu um pouco, mas nada que seja alarmante. “A carne que vem para nós é somente da região Sul, porque são as melhores e mais confiáveis. Os nossos clientes são muito rigorosos na hora de escolher, sempre procuram saber a procedência”, relata José.

Para a empregada doméstica Márcia Ebling, 32 anos, as notícias sobre as carnes assustaram bastante. “Desde que essas notícias saíram, nossa família não compra carne no mercado, mas somente de vizinhos e conhecidos, pois sabemos como é realizado o tratamento. São pessoas da nossa confiança e que vendem carne de qualidade”, comenta a doméstica.

De acordo com Gelson Redin, subgerente do Restaurante e Churrascaria Churrasquito, não houve nenhuma queda significativa no consumo de carne. “O que mudou é que agora os clientes perguntam: “É Jbs? É Friboi? Mas em tom de brincadeira”, já que nossas carnes são dessas marcas, porém, de nenhum frigorífico envolvido. Quando saiu as notícias, procuramos saber se o frigorífico onde compramos tinha algum envolvimento, mas descobrimos que não.” Ele observa que antes ninguém perguntava sobre a procedência da carne, mas nas últimas semanas isso acontece com mais frequência.

Procurada três vezes pela equipe da ACS, a Vigilância de Saúde de Santa Maria alegou não estar autorizada a falar sobre o assunto, e não quis se manifestar.