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crise política brasileira

Santa-marienses vão às ruas protestar contra o governo

     Aconteceu no final da tarde desta quinta-feira, 18, uma manifestação na praça Saldanha Marinho contra o governo do presidente Michel Temer. A partir das 17h reuniram-se professores, estudantes, servidores públicos, sindicalistas e militantes de

Tamareiras políticas

Existe uma máxima popular que diz: “Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras.” Isto porque, antigamente, as tamareiras levavam de 80 a 100 anos para produzir os primeiros frutos. Atualmente, com as altas tecnologias de produção, este

Protesto pede eleições diretas e o fim do governo Temer. Fotos: Juliana Brittes. Lab. de Fotografia e Memória

     Aconteceu no final da tarde desta quinta-feira, 18, uma manifestação na praça Saldanha Marinho contra o governo do presidente Michel Temer. A partir das 17h reuniram-se professores, estudantes, servidores públicos, sindicalistas e militantes de partidos de esquerda para protestar contra diversas medidas realizadas pelo governo, também pedir a renúncia de Temer e reforçar a realização de “Diretas Já”.

Os manifestantes, cerca de três mil, carregavam bandeiras e cartazes com dizeres “Fora Temer” e “Diretas Já”, trancaram o trânsito em parte da Avenida Rio Branco e logo após seguiram em direção a rua do Acampamento.

Protesto reuniu manifestantes na praça Saldanha Marinho.

Conforme Loiva Chansis, pedagoga na Universidade Federal de Santa Maria e integrante da comissão organizadora, a organização do manifesto foi feita de ontem para hoje, porque foram pegos de surpresa com a reviravolta no cenário político. O protesto tem como objetivo dar uma força para o presidente Temer cair, denunciar as reformas do governo e mostrar o quanto Temer está envolvido em corrupção. “Não vamos nos calar diante de uma notícia bombástica como essa, queremos “Diretas já”, do jeito que está não dá para continuar”, afirma Loiva. Ela enfatiza que o povo vai para às ruas protestar todas as vezes que forem necessárias, e que serão fortes para mudar esse cenário político que o país está enfrentando.

Cristofer Cardoso, garçom de 22 anos relata que é a primeira vez que participa de uma manifestação, e conta que veio à convite de um amigo que é militante de um partido político. Ele declara que não é envolvido em nenhum movimento político e salienta que todo cidadão consciente deve brigar pelos seus direitos. “Eu vim lutar pelo meu futuro e também dos meus filhos. Algo precisa ser feito, e não é ficando parado que a mudança vai acontecer”, conclui.

Foto: Juliana Brittes. Lab Fotografia e Memória

     De acordo com Gabriele Borges, 19 anos, estudante da UFSM, o futuro do país depende muito da juventude. “Se nós queremos um Brasil decente não podemos ficar calados, se não eles irão nos fazer de palhaços novamente. Temos que vir às ruas sim”, assegura a jovem. Ela garante que confia muito na juventude para fazer a diferença e não deixar que mais políticos corruptos voltem a assumir o poder.

Cobertura em vídeo foi feita pelo Laproa/Jornalismo/Unifra.

Observatório da mídia CS-02Existe uma máxima popular que diz: “Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras.” Isto porque, antigamente, as tamareiras levavam de 80 a 100 anos para produzir os primeiros frutos. Atualmente, com as altas tecnologias de produção, este tempo foi reduzido, mas, mesmo assim, o ditado é sábio.

Rezam as tradições orais que, certa vez, um senhor de idade avançada plantava tâmaras quando um jovem o abordou perguntando: “Mas por que o senhor perde tempo plantando o que não vai colher?” O idoso virou a cabeça e calmamente respondeu: “Se todos pensassem como você, ninguém colheria tâmaras”.

Provavelmente muitas tâmaras já foram colhidas desde que essa história foi contada pela primeira vez. Entretanto, ela me parece muito atual.

Nos últimos dias, algumas árvores foram substituídas em solo brasileiro. Uma delas, a de maior envergadura, foi condenada como improdutiva, justamente por aqueles que de sua sombra e frutos muito se beneficiaram. Ironicamente, a maioria destes arbustos que levaram aquela árvore à condenação, conserva, em sua raiz, um passado de erva-daninha. O argumento dos arbustos enraizados era “dar lugar para outras árvores promissoras de suculentos frutos”.

A tentativa de enxerto, como forma de florescer frondosas árvores, ocorreu pela terceira vez em solo brasileiro. É como dizem: “quem deste fruto prova jamais quer deixar de provar”. E ainda existem aqueles que acreditam ser esta a melhor forma de cultivo! Mas, de que adianta desejar a poda de grandes árvores se nós ainda nem plantamos as nossas sementes?

Continuamos caindo no erro de depositarmos nossas grandes sacas de esperança no jardim do vizinho, com a ilusão de que o dele será mais verde que o nosso.

É necessário lembrar que, se hoje eu posso comer tâmaras maduras, foi porque alguém as plantou em algum tempo em minha leiva de grama. Não esperemos o enraizamento daqueles que jamais farão sombra em nossas cabeças. Nossa terra adorada é fértil. Entretanto, precisa ser valorizada com adubo próprio. Afinal, o que estamos plantando para a colheita de nossas futuras gerações?

lucas

Lucas Amorim, 25 anos. É estudante de jornalismo. Eclético musical. Apaixonado por rádio. Eternamente agradecido pela vida. Reza para que jamais lhe falte a saúde, a família, os amigos e seus animais. Encantado pelo estudo da espiritualidade. Não consegue definir-se mais que isso. Em resumo: pensa muito, escreve pouco.

*Texto produzido para a disciplina de Legislação e Ética em Jornalismo