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Dançar para ser feliz

Dançar não se resume apenas à aquisição de habilidades. Além de descontração, desenvoltura, disciplina e uma notável melhora na postura do bailarino, ela contribui para a formação cultural da sociedade e auxilia em processos terapêuticos. Como

Dois campeões na 19º edição do Santa Maria em Dança

Em Santa Maria, o domingo era de temperaturas baixas, mas dentro do ginásio do Clube Recreativo Dores, o clima era outro. Torcidas, aplausos e emoção marcaram a última noite do 19º Santa Maria em Dança, no

19º Santa Maria em Dança começa hoje em Santa Maria

Diferentes ritmos, movimentos e expressões farão parte do cenário no ginásio do Clube Recreativo Dores durante cinco dias. O 19º Santa Maria em Dança é, hoje, um dos maiores eventos desta categoria no Estado e iniciará

Para dançar ballet é necessário disciplina e dedicação. Foto: Fabrício Campos

Dançar não se resume apenas à aquisição de habilidades. Além de descontração, desenvoltura, disciplina e uma notável melhora na postura do bailarino, ela contribui para a formação cultural da sociedade e auxilia em processos terapêuticos. Como prática pedagógica, a atividade favorece a criatividade, a construção de conhecimento e a sociabilidade.

As danças em grupo surgiram através de rituais religiosos e depois, passaram a aparecer em jogos olímpicos, nas comemorações sociais, em festas da nobreza e também como recreação. Aos poucos foi se transformando em atividade social acessível a todos, como por exemplo, as danças de salão.
No Brasil, a dança sofre influência de diversas culturas, como a africana, a europeia, a mourisca e a indígena. São ritmos diversos que variam de acordo com cada região brasileira e aptas a atender todos os gostos.

Para a professora de dança do ventre Clarice Garibaldi, 44, a dança é fundamental para a manifestação dos sentimentos através da expressão corporal e, assim como qualquer outra manifestação artística, traduz o universo íntimo do bailarino. “Quanto à dança como cultura, todos os órgãos mantenedores da educação deveriam ser patrocinadores da atividade para que mais pessoas tivessem acesso às múltiplas modalidades de dança e fossem beneficiadas pelas vantagens que ela traz, tanto físicas quanto psicológicas”, destaca.

Dança do ventre auxilia na recuperação da auto estima. Foto divulgação.

Em Santa Maria, há três estúdios que oferecem dança do ventre. Segundo Clarice, crianças a partir de cinco anos podem participar, além de jovens e adultos de todas as idades. “A dança do ventre é recomendada especialmente para mulheres que já trataram câncer, pois além de melhorar a autoestima, é uma atividade lúdica e prazerosa”, assegura a professora.

Levar dança clássica à população carente é um desafio para a professora Gisela Mendonça, 32. Ela explica que esta arte é restrita às elites, portanto, poucas pessoas têm a oportunidade de praticá-la. “A sociedade civil tem se organizado para tomar este espaço que é pouco explorado ao proporcionar aulas de balé em algumas ONGs (Organização Não Governamental), pois somente escolas particulares oferecem essa modalidade aos seus alunos”, ressalta.

A característica elitizada do balé vem desde a sua origem, pois se investia nesta cultura para a manutenção do status quo dos reis e das rainhas. O balé se perpetua através dos tempos, pois peças que eram dançadas no século XVI são dançadas até hoje. Dessa forma, essa arte tem o poder de perpetuar a cultura e passar valores de geração em geração por intermédio da história e dos credos, pois as pessoas acreditavam que as coreografias enfatizavam as mulheres como deusas e traziam os espíritos da época. Assim como a literatura, o balé carrega características das fases do modernismo, do romantismo e do barroco e assim, acompanha os ideais de acordo com cada época.

Segundo Gisela, tem que haver muita disposição do professor para alcançar a população desprovida economicamente. “Em primeiro lugar tem que fazer acontecer, se dispor e só depois pedir apoio da Prefeitura ou Secretaria de Cultura da cidade. Além disso, Santa Maria tem apenas uma escola de balé com alto nível técnico”, enfatiza.

Quanto ao ofício de ensinar, a instrutora explica que a dança requer disciplina rigorosa. Isto se torna um desafio, pois a geração da pós-modernidade não quer resultados em longo prazo e sim imediatos. “O aluno não vai girar quatro piruetas na hora, isto pode demorar muito. Tem que ter rigor técnico e estudar, pois balé não é modismo, é uma arte clássica”, destaca Gisela.

Além dos benefícios físicos, a dança auxilia na formação cultural do bailarino. Foto: divulgação

Além de arte, a dança é terapia para a secretária Ester Barcellos, 29 que dança contemporâneo há nove anos. Essa modalidade conserva a postura do balé, porém é menos delicado, ou seja, os movimentos são mais naturais. Para ela, a dança ajuda a melhorar a postura e a qualidade de vida, já que cuidar da alimentação é pré-requisito para movimentar-se com eficiência.

A secretária conta que começou a dançar na igreja e a partir dali começou a se especializar, pois além da técnica, estudou a história do balé e do contemporâneo. Quanto às dificuldades, explica que o alto custo das mensalidades e o preço dos materiais impedem muitas pessoas de praticar essa belíssima arte. “Embora existam leis de incentivo à cultura, elas só funcionam na teoria. O professor de balé praticamente paga para dar aulas, é por amor mesmo”, desabafa

Ester, que dá aulas de dança para adolescentes no Parque Pinheiro Machado, incentiva a todos a dançarem, pois os benefícios são muitos, entre eles, vencer a timidez. “Gosto muito de repartir o que aprendi. Muitas pessoas estressadas e preocupadas encontram na dança alívio para seus problemas. Vale à pena”, conclui.

Quem quiser aprender dança deve matricular-se em uma escola especializada. As modalidades são muitas: balé, dança do ventre, jazz, contemporâneo, dança de salão, etc. Além do investimento financeiro, o bailarino deve dispor de tempo, dedicação e disciplina para desfrutar dos benefícios que a dança oferece. Calce as sapatilhas e comece hoje!

Reapresentações das coreografias vencedoras. Foto: Camila Lourenci

Em Santa Maria, o domingo era de temperaturas baixas, mas dentro do ginásio do Clube Recreativo Dores, o clima era outro. Torcidas, aplausos e emoção marcaram a última noite do 19º Santa Maria em Dança, no dia 15 de setembro.

A Noite dos Campeões começou às 21h e teve a premiação e reapresentação dos vencedores dos concursos Dança Estudantes, Dança Universitários, Dança Terceira Idade e Dança Gospel, além dos primeiros colocados nas nove modalidades de dança. A abertura da noite foi feita pelo grupo do Centro de Danças Urbanas Consequência do Som (CDUCS) com a coreografia “Charlie Brown: A juventude segue entre nós”.

“A banda Charlie Brown sempre foi considerada um representante da cultura jovem desde a década de 90 até hoje. Devido a tudo que aconteceu com na nossa cidade e a morte de dois componentes da banda. Encontramos assim uma forma de homenagear tanto o Charlie Brown quantos as vítimas da Kiss”, explicou Jean Mendes, 20 anos, coreógrafo da apresentação de abertura. O festival também teve a participação do grupo Marcando Presença que fez una homenagem à cidade de Santa Maria.

Grupos Integração e Arte - Col. Centenário/ Fames e Consequência do Som dividem grande prêmio do festival. Foto: Camila Lourenci

O prêmio de campeão geral do Santa Maria em Dança, categoria mais disputada no festival, ficou para os grupos Consequência do Som e o duo Integração e Arte – Col. Centenário/ Fames que dividiram o prêmio de R$ 5 mil.

Eleitos pela banca formada por seis jurados especialistas em dança e pela Secretária de Cultura de Santa Maria, Marília Chartune. O duo “Encaixe” do grupo Integração e Arte, ainda recebeu os prêmios de bailarina e coreógrafa destaque para Pâmela Ferreira.

César Larréa Alves, 22 anos, bailarino do grupo Consequência do Som, está feliz com o resultado: “É um prazer dividir o prêmio com a galera da Fames que tinha um trabalho muito bom”. Para ele, além do reconhecimento, a amizade formada entre os bailarinos é um prêmio aparte: “O que mais vale é a caminhada. Já ouvi falar que às vezes é melhor viajar do que chegar, é isto, a amizade e união que formamos até subir ao palco estão em primeiro lugar”.

Ao todo, o 19º Santa Maria em Dança pagou mais de R$ 20 mil em prêmios e recebeu mais de dois mil participantes.

 

Confira os premiados no 19º Santa Maria em Dança: 

 

Dança Estudantes – Fundamental 1:

1º — Grupo de Dança da E. M. E. F. Yrajá Luiz Barros de Moraes (Bom Retiro do Sul/RS)

2º — Grupo de Dança Infantil da E. E. Edson Figueiredo

3º — Escola Augusto Ruschi e Grupo de Dança da Escola Cícero Barreto

 

Dança Estudantes – Fundamental 2:

2º — Grupo de Dança Júnior Coronel Pilar

3º — Grupo de Dança Antônio Alves Ramos

 

Dança Estudantes – Fundamental 3:

1º — Escola Edson Figueiredo

2º — Grupo de Dança da Escola Cícero Barreto

3º — Grupo de Dança do Colégio Centenário

 

Dança Estudantes – Ensino Médio

1º — Grupo de Dança Cilon Rosa – Party

2º -—E.E.E.M. Professora Maria Rocha

3º — Grupo de Danças do Colégio Medianeira

 

Dança Terceira Idade:

2º — Grupo de Dança Sesc Maturidade Ativa

 

Dança Gospel:

1º — Candelabro

2º -—Cia. de Danças Marcella Rodrigues

 

Dança Universitários:

1º — Cia. Universitária em Movimento – Fames

 

Bailarino revelação: Vitor Dorneles (Cia Corpus — Santiago/RS)

 

Bailarina revelação: Vitoria Teixeira (Cia Balance — Montenegro/RS)

 

Bailarino destaque: Paulo Zanchi Jr (Pettit Ballet — Frederico Westphalen/RS)

 

Bailarina destaque: Pâmela Ferreira (Integração e Arte Fames – Santa Maria/RS)

 

Coreógrafo revelação: Lucas Lima (E.E.E.M. Cilon Rosa – Santa Maria/RS)

 

Coreógrafo destaque: Pâmela Ferreira (Integração e Arte Fames – Santa Maria/RS)

 

Melhor plateia organizada: E.E.E.F. Gen. Edson Figueiredo (Santa Maria/RS)

 

Prêmio melhor produção: Cia Balance (Montenegro/RS)

 

Campeões gerais: Centro de Danças Urbanas Consequência do Som (Santa Maria/RS) e Integração e Arte Fames (Santa Maria/RS).

 

Diferentes ritmos, movimentos e expressões farão parte do cenário no ginásio do Clube Recreativo Dores durante cinco dias. O 19º Santa Maria em Dança é, hoje, um dos maiores eventos desta categoria no Estado e iniciará na noite desta quarta-feira, 11 de setembro, a partir das 20h.

A abertura oficial do festival contará com a apresentação do grupo de terceira idade que inspirou a artista criadora da logo e, após, iniciarão as competições. Trinta coreografias participaram desta primeira noite em cinco competições: Dança Estudantes, Dança Terceira Idade, Dança Universitários e Dança Gospel.

“A noite que mais gosto é a de hoje porque reúne todos. Tu poderás ver o vovô de 80 anos e daqui a pouco a neta de seis, sete anos dançando para alguma escola da cidade”, comenta o presidente da Comissão Central Organizadora, Paulo Xavier.

O festival acontece até domingo, 15 de setembro, onde serão conhecido os grandes ganhadores das cinco categorias da noite de hoje e das nove modalidades de dança disputadas (estilo livre, dança de salão, jazz, urbanas, moderna, folclórico, clássico livre e de repertório, ventre) pelos mais de 2 mil participantes.