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Desemprego no país preocupa

O desemprego é um dos grandes problemas deste século no mundo. Ele não aparece apenas nos países subdesenvolvidos, mas também engloba países da Europa e Estados Unidos. Com o trabalho cada vez mais escasso e as

Depois de dois anos, a quantidade de brasileiros empregados, em janeiro deste ano, se aproxima do número de trabalhadores no país antes da chegada do coronavírus, em 2020. De acordo com o levantamento realizado pelo instituto federal, atrelado à estrutura do Ministério da Economia, o primeiro mês de 2022 registrou um total de 94,1 milhões de empregados no Brasil. Em janeiro de 2020, antes do início da pandemia, esse contingente era de 94,5 milhões. Com relação a janeiro do ano passado, a situação atual é de que o número de trabalhadores ocupados cresceu 8,1%. Segundo o Ipea, o aumento foi o grande responsável pela queda de 3,3 pontos percentuais na taxa de desemprego. O índice passou de 14,7% em janeiro de 2021 para 11,4% no mesmo período deste ano. Em quatro estados da região, a taxa de desemprego caiu para 11,2% em janeiro de 2022, de 15,1% no primeiro mês do ano passado. Embora o estudo apresente um cenário mais favorável e sugira a volta aos níveis pré-pandemia, o Ipea destacou que as perdas de empregos continuam consideráveis.

Em 15 estados, menos da metade da população em idade de trabalhar estava ocupada. Foto: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias

Atualmente, 12,1 milhões de cidadãos estão desempregados. A agência também afirma que a maioria das novas vagas de emprego são criadas no setor informal. Ou seja, apesar de terem empregos, muitas dessas pessoas recebem muito pouco e não são protegidas por direitos trabalhistas. Entre as avaliações por idade, a mais jovem declinou mais. Embora a taxa de desemprego tenha caido para todos os grupos, a taxa de desemprego para o grupo mais jovem caiu 6,2 pontos percentuais. Do quarto trimestre de 2020 para o quarto trimestre de 2021, a queda nesse grupo foi de 29% para 22,8%. O contingente de ocupados com ensino fundamental incompleto também apontou crescimento de 16,2%, possibilitando uma queda de 5,1 pontos percentuais da taxa de desocupação, que passou de 23,5% para 18,4%, no período em questão.

Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por amostrar de domicílios continua mensal

A Catarina Silva Bandeira nos contou seu relato sobre a busca de emprego no meio da pandemia e como foi em comparação aos outros anos. Confira:

Desemprego é um problema mundial. Foto: pixabay.

O desemprego é um dos grandes problemas deste século no mundo. Ele não aparece apenas nos países subdesenvolvidos, mas também engloba países da Europa e Estados Unidos. Com o trabalho cada vez mais escasso e as vagas que surgem cada vez mais precárias, muitos trabalhadores e suas famílias são atingidos e assim acabam trabalhando em locais de maneira informal sem carteira assinada. Há ainda pessoas que não conseguem nem estes tipos de emprego e assim acabam vivendo nas ruas das grandes cidades, as vezes catando latinhas, papéis e plásticos recicláveis para assim conseguir sobreviver.

Em Santa Maria há pessoas que vivem em extrema pobreza, sobrevivendo com 150 à 400 reais por mês. Muitas tentam buscar vagas de emprego, mas não conseguem, seja porque há poucas vagas ou porque as vagas exigem qualificação.

A taxa de desemprego no Brasil está em 11,8% atingindo assim, 12,5 milhões de pessoas desempregadas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sua última avaliação, no mês de setembro. Ao se comparar com relação ao mesmo período de 2018, a taxa sofre uma pequena queda, diminuindo em 100 mil, com 12,6 milhões de trabalhadores brasileiros desempregados no ano passado, segundo dados do IBGE. 

Junto a este quadro, há muitos trabalhadores informais, com pessoas que trabalham por conta própria sem CNPJ ou carteira assinada. Mais de 38.806 milhões de pessoas hoje trabalham na informalidade no Brasil, com uma taxa de 41,4% dos trabalhadores na irregularidade.

Desemprego no Estado

 Santa Maria não apresenta dados exatos ou de aproximadamente quantos desempregados, mas o Rio Grande do Sul apresenta 8,8% da população sem emprego, ou seja, um aumento nos números, em comparação com o trimestre anterior que era 8,2% de gaúchos sem trabalho, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística do Estado.

Mas afinal quais são as causas para tantas pessoas sem emprego aqui na cidade? Segundo Airton Zanini, proprietário de um supermercado, a grande causa desse alto número é por conta de o mercado exigir cada vez mais pessoas com estudo, com qualificação profissional, que tenha algum curso de graduação ou noções básicas de internet.

Zanini comenta que “existe muita gente que não possui nem mesmo o ensino médio, e isso acaba acarretando em que estas pessoas acabem indo buscar emprego nos lugares que não exijam que eles sejam formados ou qualificados em nenhuma área. Com isso alguns conseguem emprego e vários outros não”.

 Número de trabalhadores autônomos aumenta

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, há ainda um número recorde de trabalhadores que trabalham por conta. São 24,4 milhões de pessoas nessa situação, o que representa assim uma alta de 1,2% em relação ao mesmo período de 2018.

O número de pessoas sem carteira assinada também é alarmante, são 11,8 milhões de pessoas, o que representa um crescimento de 2,9%. Já o número de pessoas com carteira assinada é de 33,1 milhões, o que segundo o IBGE representa uma estabilidade na comparação com o mesmo período do ano passado.

A falta de trabalho é muito grande em nosso País, são 27,5 milhões de brasileiros que não conseguem trabalhar ou trabalham menos horas do que gostariam. A taxa de pessoas nessa situação é de 24% a mais em relação ao mesmo trimestre de 2018, ou seja, isso significa que se tem mais 300 mil pessoas a mais que há um ano.

No País, são em torno de 12,5 milhões de pessoas desempregadas, 4,7 milhões de pessoas que desistiram de procurar emprego, 7 milhões que trabalham menos do que gostariam e 3,1 milhões que não podem assumir uma vaga por algum motivo.

Pedro Machado, de 26 anos, diz que desistiu de procurar emprego, pois já vem procurando há oito meses e até agora não conseguiu nada. Pedro fala que, embora more com seus pais, gostaria de ajudar em casa: “todas as vezes que vou tentar buscar uma vaga de emprego em algum lugar, as lojas, as empresas, elas sempre me questionam por não ter experiência, por eu não ter trabalhado antes em nenhum lugar”. Machado conclui: “Essa realidade é dura, você sair todos os dias nas ruas, batalhar para se ter um emprego e as pessoas não te darem esta oportunidade, porque simplesmente você não ter experiência, mas como vou ter experiência alguma se não me derem oportunidade”.

O Brasil tinha uma população de 4,700 milhões de pessoas na situação de desalento, ou seja, pessoas que estavam fora da força de trabalho, porque não conseguiam trabalho, ou por não possuírem experiência alguma, ou por serem muito jovens ou idosos. Este é um dado da pesquisa do Pnad Contínua feita pelo IBGE e fechado em agosto deste ano. Além disso houve também muitos cortes de vagas em determinados setores, como por exemplo, na administração pública, seguridade social, educação, saúde humana, serviços sociais, construção civil, comércio, serviços domésticos e indústria.

Texto produzido na disciplina de Jornalismo III, no 2º semestre de 2019 e supervisionado pela professora Glaíse Palma.