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Empreendedorismo na enfermagem é tema de workshop na Unifra

O Grupo de Estudos e Pesquisa em Empreendedorismo Social da Enfermagem e Saúde (Gepeses) promoveu a 8º edição de seu workhop nesta sexta-feira, 20, no Centro Universitário Franciscano (Unifra). O workshop que acontece a cada final

Os caminhos do empreendedorismo

No dicionário, empreender significa conseguir ou tentar fazer algo, colocar em desenvolvimento. Seja por necessidade, sonho ou para mudar de vida, cada vez mais pessoas se tornam donas de seu próprio empreendimento. Em Santa Maria, cerca

Jovens empreendedores e propostas inovadoras

Os jovens estão cada vez mais sendo empreendedores de seus próprios negócios, de suas vidas e carreiras. Se, há alguns anos, a principal opção de emprego para os jovens eram os concursos públicos, hoje muitos deles

A mudança por trás da crise

Andrielle Hoffman e Keila Marques Se o famoso “cofrinho de porquinho” era tão utilizado pelas crianças, agora é a vez dos adultos recorrerem ao método. Para os economistas, este é o momento certo para a tradição

Novas formas de empreender

Na tarde desta quarta-feira, 15, na sala 606 do prédio 14 do Centro Universitário Franciscano, ocorreu a oficina “Canvas: Criando modelos de negócios inovadores”.  A terceira oficina do 13º Fórum de Comunicação iniciou às 14h e

Empreendedorismo na Saúde e na Enfermagem em debate na Unifra. Fotos: Aline Gonçalves/Labfem

O Grupo de Estudos e Pesquisa em Empreendedorismo Social da Enfermagem e Saúde (Gepeses) promoveu a 8º edição de seu workhop nesta sexta-feira, 20, no Centro Universitário Franciscano (Unifra). O workshop que acontece a cada final de semestre reúne estudantes da enfermagem, entre outras áreas.

O tema desta edição é o empreendedorismo na saúde e enfermagem,  ideia que surgiu através de uma das organizadoras do evento, Lenise Dutra da Silva, e é uma questão trabalhada pelo Gepeses.

“Trouxemos profissionais para mostrarem para os alunos que não existe apenas uma linha de trabalho na enfermagem, mas que existem outras possibilidades, principalmente dentro do empreendedorismo, que é um campo amplo as vezes não explorado por falta de conhecimento no assunto”, declarou Lenise Dutra.

Os palestrantes são professores e mestrandos do curso de enfermagem, pessoas que são casos de sucesso do empreendedorismo e as intercambistas Ana Beatriz e Ana Filipa de Escola de Enfermagem de Coimbra (Portugal)

A convidada Kelen Pompeu contou sobre sua experiência empreendedora na área obstétrica. Kelen é enfermeira, está no mestrado profissional saúde materno infantil da Unifra e é empreendedora na equipe da Ambra, equipe que trabalha com partos domiciliares.

Luisa Dal Ben, enfermeira paulista, gravou um vídeo para ser transmitido no workshop. Luisa é precursora do empreendedorismo na enfermagem no Brasil por ser a primeira pessoa a abrir uma homecare no país.

Empreendedores interessados em participar da Oficina InovAtiva Brasil podem se inscrever para a atividade que ocorre nesta quinta-feira, 29 de junho, às 14h, no Prédio 8 (sala 301 da Incubadora). Durante a oportunidade, representantes do Sebrae farão a apresentação do edital e responderão dúvidas dos participantes a respeito do Programa.

O Programa InovAtiva Brasil oferece mentoria e capacitação gratuitas para empresas e está com inscrições abertas para o segundo ciclo de aceleração. Para se candidatar, os interessados precisam se inscrever no site do programa até 10 de julho.

Informações: http://www.inovativabrasil.com.br/plataforma/desafio/16

No dicionário, empreender significa conseguir ou tentar fazer algo, colocar em desenvolvimento. Seja por necessidade, sonho ou para mudar de vida, cada vez mais pessoas se tornam donas de seu próprio empreendimento.

Em Santa Maria, cerca de 10.600 microempreendedores individuais já atuam formalmente. A cidade ocupa o sexto lugar no ranking estadual, atrás de Porto Alegre, Caxias do Sul, Canoas, Pelotas e Gravataí, conforme os dados do Perfil do Microempreendeor Individual . Desde 2011 o programa do microempreendedor individual atua na formalização de empresas, por meio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

De acordo com Rômulo Machado, gestor de projetos do Sebrae, não há dados estatísticos em relação ao impacto econômico dos microempreendedores individuais (MEIs) na cidade. Porém, por mês, no momento em que o empreendedor paga seu boleto, cinco reais são destinados ao município. Se for levado em consideração que Santa Maria abriga cerca de 10 mil MEIs, são em média 53 mil reais designados à cidade.

 

Microempreendedor Individual (MEI), Microempresa e Pequena empresa
  • Faturamento: O MEI pode faturar até 60 mil reais por ano, a microempresa pode chegar até 360 mil e a pequena até 3.600 milhões.
  • Funcionários: O MEI trabalha sozinho e pode ter no máximo um funcionário. Os outros portes permitem atuação como uma empresa individual ou uma sociedade limitada, com dois ou mais sócios.

Fonte: Sebrae

Ser seu próprio patrão tem suas vantagens e desvantagens. Assim como trabalhar com produto, serviço ou atividade que goste e determinar seu ritmo de trabalho, ser empreendedor também requer mais responsabilidades. Os investimentos são importantes e podem determinar o sucesso do projeto. Além do fator econômico, tempo e disposição também contribuem muito para a consolidação do negócio.

A franquia Delivery Much é um exemplo de investimento. Com menos de três anos de mercado, a marca já está em mais de 100 cidades do país. Carlos Henrique Busatto atua na franquia de Uruguaiana e  destaca que ter autonomia e liberdade de criação são os principais pontos positivos de ser empreendedor. “Todo dia é diferente do outro quando se está empreendendo, logo essa adrenalina aguça a vontade de fazer dar certo”.

Parte da equipe que atua em Uruguaiana. Foto: Delivery Much – Arquivo pessoal/ Carlos Henrique Busatto.

A escolha da área em que se pretende trabalhar  também é muito importante. Saber qual mercado e público atender garantem vida longa aos projetos. “Nosso crescimento tem sido dentro do planejado. Além disso, todo negócio é gerido por pessoas e o bom relacionamento com parceiros (restaurantes) e clientes (usuários) é fundamental, principalmente na área de serviços”.

O que, atualmente, é uma franquia de sucesso, com colaboradores e marca reconhecida em 14 estados do Brasil, começou dentro de uma sala da Incubadora Tecnológica de Santa Maria (ITSM), com base em projetos de pesquisa dos cursos de Engenharia e Ciência da Computação, em 2011.

A ITSM é um dos quatro ambientes de inovação instalados em Santa Maria, que oferecem suporte físico e serviços para auxiliar projetos a transformar ideias em negócios. A Incubadora Tecnológica do Centro Universitário Franciscano (Itec), Incubadora Pulsar e Santa Maria Tecnoparque são outros espaços que apoiam empreendimentos ainda em fase inicial.

Mas afinal, o que são incubadoras?

Quando alguém tem uma perspectiva de mudar algo, seja no mercado ou na comunidade em que vive, é necessário um apoio para tornar concreto aquilo que estava apenas no planejamento. Os espaços de inovação, que podem ser incubadoras tecnológicas, ambientes colaborativos, coworkings ou grupos de pesquisa, atuam como elos entre ideia e negócio. De acordo com uma pesquisa realizada em 2016 entre a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec)  e o Sebrae, no Brasil existem 369 incubadoras em operação, que abrigam 5.125 empresas, dispostas em diferentes níveis de gradação.

O diretor da  Incubadora Tecnológica do Centro Universitário Franciscano (Itec), Lissandro Dalla Nora, explica que as incubadoras estão um passo à frente em relação ao contexto dos demais ambientes de inovação.  Esses espaços, segundo Dalla Nora, atendem projetos que já possuem uma estrutura pensada, em que os membros já sabem o mercado em que irão atuar, seu público, seu produto/serviço, mas ainda não sabem como se posicionar no mercado.“A incubadora é esse recorte do momento de um empreendedor. A incubadora é o ambiente que vai fornecer essa relação com o mercado, no aspecto administrativo, jurídico, contábil, e psicológico, no caso da Itec”, explica Dalla Nora.

A Itec é um ambiente ligado à Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão(PRPGPE) do Centro Universitário Franciscano e atua desde 2011 no suporte à projetos da comunidade santa-mariense e ligados à instituição. Hoje, 19 empresas compõem o espaço, em diferentes ramos. “O entendimento é que a diversidade de projetos no mesmo ambiente gera um poder competitivo para esses integrantes muito maior do que nós termos um ambiente focado”, afirma Dalla Nora.

Na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), além da ITSM, a incubadora Pulsar também presta serviço no auxílio de novos empreendimentos. Ligada à Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (AGITTEC), a Pulsar atende projetos com base tecnológica, em que os membros tenham alguma ligação com a universidade.

Coordenador fala sobre a criação da Pulsar e sua relação com a AGITTEC. Foto: Pedro Gonçalves/ Laboratório de Fotografia e Memória.

A incubadora é um projeto de desenvolvimento institucional de fomento ao empreendedorismo. Ela faz parte de uma das coordenadorias da AGITTEC, que é um órgão ligado ao gabinete da reitoria. Conforme Gustavo Parcianello, coordenador da incubadora e um dos integrantes da AGITTEC, a agência nasceu da necessidade de atender as demandas relacionadas às tecnologias desenvolvidas dentro da instituição. “Além de ter evoluído de um órgão que auxilia na proteção e patenteação das tecnologias desenvolvidas aqui dentro, também se agregou a transferência dessas tecnologias e o fomento ao empreendedorismo”, esclarece Parcianello em relação a criação da AGITTEC.  

 

Para além dos números

O crescimento no número de micro e pequenas empresas geram impactos na economia da cidade, mas, principalmente, promovem mudanças de pensamentos e atitudes.

Para Parcianello, o impacto que as novas empresas e os ambientes de inovação produzem na cidade só será percebido a longo prazo, pois ainda é necessário  fomentar empresas e criar uma cultura empreendedora, embora, alguns resultados já sejam perceptíveis. “Vejo pessoas mudando, mais capacitadas, preparadas, disseminando uma cultura. Empreender é muito mais que abrir um négocio, é uma atitude a longo prazo na vida”, define.   

Além do indicador financeiro, o impacto social que uma empresa gera na comunidade em que está instalada também é importante.

 

Prof. Lissandro Dalla Nora, diretor da Incubadora Tecnológica da Unifra. Foto: Arquivo pessoal.

“Hoje nós temos o envolvimento de mais de 70 pessoas no nosso ambiente de inovação. Criamos uma rede de colaboração, que transpassa a questão financeira. Essa relação entre diversas ideias diferentes, de áreas do conhecimento diferentes vai capacitar todas essas pessoas que estão inseridas aqui com diferencial competitivo de mercado e isso vai dar um retorno muito mais social do que econômico a curto prazo e a longo prazo, não tenho dúvidas, vamos ter um retorno econômico para nossa região, porque teremos um ecossistema colaborativo e não mais exclusivo”, relata Dalla Nora.

Desenvolver uma ideia a partir de uma pauta social atual. Esta é a CLEO, que está instalada no Santa Maria Tecnoparque e atua desde maio de 2016. A empresa está desenvolvendo uma rede de relacionamentos focada no empoderamento feminino.

Criada  durante a Startup Weekend Santa Maria, a empresa busca criar uma rede, em que as mulheres se sintam protegidas e possam escolher com quem vão desenvolver uma conversa, sem a necessidade de exposição.

Formada por quatro pessoas, Tatiana Massarollo, Maicon Luiz Anschau, Lidiane Bertê e Andressa Stocchero, o projeto foi desenvolvido a partir da motivação da temática do empoderamento feminino. “Acreditarmos que através da nossa ideia e do nosso negócio, podemos contribuir para a reflexão social sobre o papel da mulher e seus direitos. A CLEO está sendo desenvolvida para atender as demandas das mulheres modernas, de mulheres reais e mulheres atuais”, destaca Maicon Luiz Anschau, web desenvolvedor da CLEO .

Maricota e seu pão de mel

Fora dos ambientes de inovação, em um dos cômodos de sua  casa, Cicenair Mendes – ou a Ciça – é uma MEI que atua motivada por um importante fator, o amor.

Quando ficou desempregada, em julho de 2016, Ciça pensou em ficar um tempo parada, mas apenas pensou. Durante um almoço, ao comentar que queria fazer algo para vender, uma amiga sugeriu que ela produzisse pão de mel.  A amiga então passou a receita, mas Ciça perdeu a anotação. Após perguntar a outras pessoas e pesquisa na internet, Ciça encontrou alguém que pudesse lhe ajudar..

Mirian tinha uma receita de família e decidiu compartilhar com Ciça, desde que o segredo da fórmula não fosse revelado. No mesmo período, Ciça levou sua filha, Maria Clara, a mais uma consulta médica em Porto Alegre.

Maria Clara é uma menina de nove anos, que nasceu com um problema congênito chamado CIA(Comunicação Interatrial). A CIA ocorre quando existe um orifício entre as duas câmaras do coração chamadas  átrios. Dessa forma, há  um hiperfluxo de sangue para os pulmões. A cirurgia para correção desse problema deve ser feita ainda durante a infância, preferencialmente até os quatro anos de idade. Contudo, a família de Maria Clara descobriu a CIA há cerca de dois anos.

Mãe iniciou seu trabalho para alcançar o valor necessário para cirurgia de Maria Clara. Foto: Pedro Gonçalves/ Laboratório de Fotografia e Memória.

A família viajava à capital do estado periodicamente, para o controle da doença. Porém, em outubro do ano passado, em uma das consultas, o médico informou aos pais de Maria Clara que a cirurgia deveria ser feita o quanto antes.

A notícia que já havia preocupado a família se intensificou com a informação de que os custos não são arcados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e o valor da cirurgia estava orçado em 40 mil reais. “O médico disse que era para se preparar com 10 mil a mais, porque havia os pré operatórios, hospedagem, etc. Aquilo me caiu o chão, eu pensei ‘e agora, o que que eu faço’”, relembra Ciça.

Nesse momento, aquilo que antes havia ficado apenas como uma possível atividade, se tornou a possibilidade de pagar a cirurgia da Maria Clara, os pães de mel.

Inicialmente, Ciça e Maria Clara saíam com uma caixa – que suportava cerca de 80 pães – e vendiam no centro da cidade, em clínicas e na universidade. “Comecei a olhar na internet, e disse ‘Maria, vamos enfeitar esses pães para chamar a atenção, porque as pessoas comem pelos olhos’. Comecei a comprar umas decorações, forminhas diferentes”, recorda.

Enquanto mostra os materiais com os quais trabalha, Ciça narra os momentos em que começou a experimentar novas formas de fazer e decorar os doces e os caminhos que os pães de mel a levara.  Em janeiro deste ano, Ciça passou a destinar um terço da venda de cada pãozinho à cirurgia de Maria Clara e desde dezembro do ano passado, uma campanha lançada na internet buscava ajuda para alcançar o valor necessário para a cirurgia.

Maria Clara ajuda na produção e venda dos pães. Foto:Pedro Gabriel/ Laboratório de Fotografia e Memória.

Ao formalizar a microempresa, após conversas entre maria Clara e Ciça, ficou decidido que o empreendimento ganharia o nome de Maricota Pão de Mel, já que o apelido de Maria Clara é Maricota. O apelido nasceu de uma junção entre o nome da menina e de sua avó, Cota. “O apelido nasceu porque as duas não param de conversar quando estão juntas”, explica Ciça.

Sem perder qualquer oportunidade, a família foi a uma excursão de veraneio e levou os pães para serem vendidos na praia. Durante a viagem, a família conheceu um senhor, que residia em Santa Maria, e sugeriu que eles tentassem vender durante os rodeios da Estância do Minuano.

Após acertar os valores para conseguir vender durante o rodeio, Ciça e Maria Clara passaram a transitar entre os acampamentos das invernadas e as arquibancadas, oferecendo os doces. O final de semana chuvoso não trouxe muitas esperanças as duas, mas após os anúncios feitos através dos alto falantes sobre  a história de Maria Clara, a venda dos pães superou as expectativas.

Ao final, Ciça e Maria Clara haviam vendido todos os doces, e durante todo o rodeio a família conseguiu reunir mais de 30 mil reais – entre  vendas e doações “A gente não tava acreditando no que estava acontecendo naquele final de semana. Deus fez o milagre da multiplicação dos pães”, afirma Ciça.

O produto é a esperança para garantir a saúde de Maricota. Foto: Pedro Gpnçalves/ Laboratório de Fotografia e Memória.

Após o rodeio, Ciça passou a trabalhar com encomendas, muitas delas, de pessoas que estavam no rodeio. Com duas horas de sono, indo dormir às 3h e  levantando às 5h, Ciça atendia aos pedidos de pão de mel.

O valor quase atingido se mostrou longe, novamente, no último orçamento feito ao final de março. De 40 mil a cirurgia teve um salto para 65.700 reais. “O SUS não cobre em nenhum lugar do país. Entramos na justiça para tentar conseguir”, salienta Ciça.

Já quando Maria Clara, ou melhor, Maricota, está em casa, Ciça lembra que, segundo a filha, ela é sócia do negócio e Maricota a dona do empreendimento. Maricota confirma e ainda afirma que  os clientes também são dela. Com bom humor e agilidade, Maricota mostra como são os processos de produção dos pães e como os vende com a mãe.

Sem perder as esperanças, Ciça e Maria Clara mantém a campanha aberta para doações e a empresa a espera de pedidos. “Vamos tentar fazer coisas novas. E depois da cirurgia, vamos seguir”, frisa Ciça.

Muito mais que números, tabelas e documentos, um empreendimento pode ser o caminho para uma mudança de vida ou investimento de impacto social. Além do fator financeiro, investir em dedicação e trabalhar naquilo que satisfaz é  melhor método de se obter sucesso.

 

Esta reportagem foi produzida durante a disciplina de Jornalismo Especializado, do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano, no primeiro semestre de 2017.  

Os jovens estão cada vez mais sendo empreendedores de seus próprios negócios, de suas vidas e carreiras. Se, há alguns anos, a principal opção de emprego para os jovens eram os concursos públicos, hoje muitos deles investem em suas ideias como fonte de renda. Segundo a pesquisa “Global Entrepreneurship Monitor”, de 2015, 24 a cada 100 brasileiros, com idades entre 18 e 64 anos, possuem o próprio negócio ou estão envolvidos com a criação de um.

Em Santa Maria, temos exemplos de jovens que estão inovando e sendo donos de seus negócios. É o caso da dupla de publicitários, Rodrigo Silveira e Lívia Vieira, proprietários do “Espaço 42”, uma mescla de café e bar com temática nerd, que funciona no Centro da cidade. Ambos trabalharam em agências de publicidade logo após a formatura, mas decidiram depois de um tempo trocar de emprego e de área. Foi assim que eles se conheceram e iniciaram uma amizade, que resultou na abertura de um negócio. O conceito do lugar não foi proposital, muito menos planejado minuciosamente; a intenção era de ter um local onde as pessoas e eles se sentissem em casa. Tanto deu certo, que grande parte da decoração do Espaço é composta por objetos dos proprietários.

O conceito nerd do Espaço 42 não foi proposital, ele surgiu a partir da composição de objetos de gosto pessoal dos proprietários. Foto: Maria Luísa Viana / Lab. de Fotografia e Memória
O conceito nerd do Espaço 42 não foi proposital. Ele surgiu a partir da composição de objetos de gosto pessoal dos proprietários. Foto: Maria Luísa Viana / Lab. de Fotografia e Memória

Para começar o negócio, Rodrigo e Lívia precisaram consultar o SEBRAE, onde foram orientados sobre quais seriam os primeiros passos. Lá eles perceberam que a primeira ideia não era viável; foi então que, com uma mudança de planos, o projeto levou oito meses e R$60.000 para se concretizar. Hoje, o Espaço já tem clientes fiéis, que se encontram lá e interagem com as propostas do lugar. Os sócios dedicam-se exclusivamente ao negócio e têm planos de crescimento para o bar, mas ainda não sabem exatamente o que será.

Para iniciar o projeto, Lívia e Felipe consultaram o SEBREA. Hoje já pensam no crescimento do negócio. Foto: Maria Luísa Viana / Laboratório de Fotografia e Memória
Para iniciar o projeto, Lívia e Rodrigo consultaram o SEBREA. Hoje já pensam no crescimento do negócio. Foto: Maria Luísa Viana / Laboratório de Fotografia e Memória

No Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o SEBRAE, os futuros empresários e empreendedores podem buscar auxílio na hora de desenvolverem seus projetos e colocá-los em prática. O SEBRAE é um agente de capacitação e de promoção ao desenvolvimento, que trabalha desde 1972 para estimular o empreendedorismo. O serviço atua em educação empreendedora, capacitação dos empreendedores e empresários, articulação de políticas públicas que criem um ambiente legal mais favorável, acesso a novos mercados, acesso a tecnologia e inovação, orientação para acesso aos serviços financeiros. Todos os brasileiros podem buscar atendimento no SEBRAE, mesmo aqueles que já são proprietários de negócios.

Uma pesquisa realizada em 2015 pela Confederação Nacional dos Jovens Empresários, a CONAJE, apontou em um relatório publicado em 2016 o “Perfil do Jovem Empreendedor Brasileiro”. A pesquisa foi desenvolvida por meio de um questionário online e teve a participação de 5 mil jovens, com idades entre 18 e 39 anos, residentes em 26 estados. O resultado apontou que 27% dos empreendedores buscam apoio do SEBRAE para abertura ou crescimento da empresa.

As amigas Carolina Peukert Lozza, advogada, Mariana Peukert Lozza e Carolina Mello Jacques, estudantes de Desenho Industrial, são as idealizadoras da Physalis Estúdio, um projeto que une o amor pela papelaria e a vontade de produzir a partir dos conhecimentos de estamparia aprendidos na faculdade. No estúdio elas desenvolvem estampas exclusivas que viram capas de cadernos artesanais, todos montados e costurados a mão. As ideias de estampas surgem dos interesses pessoais do trio e das sugestões dos clientes.

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Foi a partir de trabalhos da faculdade e do amor pela papelaria que surgiu a Physalis. Foto: Juliano Dutra / Laboratório de Fotografia e Memória

 No inicio elas não pensavam que a Physalis se tornaria um negócio, acreditavam que só amigos e familiares iriam se interessar pelos cadernos, mas hoje seu maior público é de jovens que elas nem mesmo conhecem. Em fevereiro de 2016, o trio começou a criar e contou com dinheiro emprestado pelos pais para a primeira produção. Com a primeira venda, que teve uma tiragem pequena de cadernos e aconteceu em um bazar da faculdade, elas já puderam pagar o empréstimo e desde então o negócio vem se mantendo sozinho. Hoje elas pensam em expandir o negócio e já trabalham com encomendas de empresas que procuram produtos para personalizados para festas de fim de ano, convites de aniversário e lembrancinhas.

POSSIBILIDADE PARA QUEM QUER EMPREENDER EM SANTA MARIA

 Além do SEBRAE, os futuros empresários de Santa Maria que precisam de ajuda para começar podem recorrer à Incubadora Tecnológica do Centro Universitário Franciscano. A ITEC é um ambiente de inovação que oferece suporte a projetos desenvolvidos por acadêmicos, graduados, professores e funcionários da instituição e comunidade em geral. Atua desde 2011, no auxílio e estímulo ao desenvolvimento das empresas com prestação de serviço nos setores jurídico, financeiro e de marketing.

FORMAS DE FINANCIAMENTO PARA QUEM DESEJA COMEÇAR UM NEGÓCIO

Na maioria das vezes, uma ótima ideia e a força de vontade para empreender não são o suficiente para começar, é preciso dinheiro. Uma das formas de financiamento que estão mais em alta é o Crowdfunding, ou financiamento coletivo. O crowdfunding é uma espécie de “vaquinha”, são pessoas que por meio de plataformas colaborativas contribuem para a realização de projetos. Com a internet esse tipo de financiamento tem mais alcance e existem diversos sites que atuam como mediadores das contribuições.

 

Esta reportagem foi desenvolvida na disciplina de Jornalismo Especializado, do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano, durante o segundo semestre de 2016.

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Entrevista com empresas incubadas  para coleta de dados. Foto: divulgação/Itec

 A Incubadora Tecnológica do Centro Universitário Franciscano (Itec) recebeu nesta terça-feira,13, Fernando de Souza Savian, mestrando em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Maria (USFM).

Savian compõe o Núcleo de Inovação e Competitividade(NIC) da instituição federal, que entre os projetos desenvolvidos, engloba a pesquisa de gestão de riscos organizacionais de empresas incubadas.

De acordo com Savian, a proposta é coletar as informações e dar retorno às empresas, por meio da apresentação de alterativas para evitar perdas. O processo de pesquisa seguirá até julho de 2017.

Além desse estudo, outras duas pesquisas ainda estão em execução – análise de competitividade e comportamento empreendedor. As pesquisas também abrangeram a Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), UFSM, Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) e Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). O objetivo é ainda coletar dados das incubadoras de Caxias do Sul e Lageado.

As análises de gestão de riscos organizacionais e de competitividade serão objetos de dissertações, e o estudo do comportamento empreendedor será objeto de tese de doutorado.

empreendedorismoNa próxima semana, nos dias 23 e 24 de novembro (quarta e quinta feira) acontece a 3ª edição da Rede Global do Empreendedorismo de Santa Maria. O evento acontece no auditório do Conjunto III do Centro Universitário Franciscano (Rua Silva Jardim, nº 1175).

Neste ano, o tema da RGE é “Seja o protagonista da mudança na sua cidade”. Através de palestras, workshops e rodas de conversa, o evento busca capacitar, inspirar e conectar os participantes. A proposta é incentivar as pessoas a colocarem suas ideias em prática e impactarem a sociedade em que estão inseridas.

A entrada é gratuita e as atividades iniciam às 18h em ambos os dias. A Rede Global é aberta ao público e as inscrições devem ser feitas através do fomulário disponível no evento Rede Global de Empreendedorismo (https://goo.gl/b2QlGZ). Mais informações sobre programação e convidados serão divulgadas na página Rede Global do Empreendedorismo – Santa Maria (facebook.com/semanaglobalsm).

A III Rede Global do Empreendedorismo de Santa Maria é organizada pela Federação das Empresas Juniores do Estado do Rio Grande do Sul (FEJERS), Núcleo de Empresas Juniores de Santa Maria (NEJSM),  Liga de Empreendedorismo e Diretório Central dos Estudantes da UFSM (DCE – UFSM) e vale 10h de Atividade Complementar.

Por Mariana da Silva Machado, Assessoria de Comunicação da Rede Global do Empreendedorismo

Polvo Louco
Logomarca da Polvo Louco. Foto: Divulgação

Uma empresa que oferece descontos em produtos e serviços pela internet. Atua há mais de cinco anos em Santa Maria. Já conta com mais de 100 mil cupons vendidos, três mil ofertas realizadas e 50 mil clientes. Assim pode-se apresentar o Polvo Louco, que desde 2010 oferece descontos em diversas áreas de lazer, entretenimento e serviços da cidade, que está em fase de expansão e com novos projetos saindo do papel. De acordo com Nareo de David, um dos sócios criadores e  diretor executivo do Polvo, a empresa evoluiu e passou por transformações ao longo dos anos. “Começamos em 2010 com ofertas, no boom de ofertas coletivas. Evoluímos o conceito, hoje somos shopping de ofertas”, relata.

Nascida em Porto Alegre e Itaqui, em 2010, por meio dos irmãos Eduardo e Eliezer Righi, o empreendimento só ganhou impulso em Santa Maria. De acordo com David, POA tinha um mercado muito amplo e era difícil investir na cidade, enquanto Itaqui era muito pequena. Por meio de um amigo em comum, Nareo conheceu Eliezer, que buscava por alguém que pudesse trabalhar na área comercial. “O Vinícius(amigo em comum) me conhecia, e sabia das minhas ideias, aí ele falou “Nareo, eu tenho um negócio que é a tua cara. Acho que é pra ti”. Ele me apresentou ao Elieser, marcamos um café e a partir daquele dia eu comecei a trabalhar”, relembra David.

O negócio começou com três pessoas, Nareo, Eliezer e Eduardo, mas atualmente, 15 pessoas integram a equipe – entre estagiários, terceirizados e sócios.  Entre os três sócios, cada um opera em um âmbito diferente: Nareo é responsável pela área comercial, negócio e comunicação, Eduardo atua no setor  financeiro e atendimento ao cliente, e Elieser trabalha com marketing, comunicação, identidade visual e layout do site. “Sozinho a gente não vai pra lugar nenhum. Cada um faz a sua parte e junto a gente faz o todo”, assegura David.

Expansão e Identidade Visual

Identidade visual
Antiga logomarca. Foto: Divulgação

A empresa, fixada em Santa Maria, já atua em Santa Cruz há dois meses. Um dos investimentos do Polvo Louco é a expansão na prestação de serviço em outras cidades. “Ano que vem estamos pensando em estruturar uma franquia do nosso negócio para poder otimizar nosso processo de expansão”, destaca David. Para que o projeto se estenda a outros municípios é preciso investimento, capital de marketing e pessoal. Conforme David, a organização está buscando por investidores e modelos de franquia que possam auxiliar neste processo.

A imagem do Polvo passou por mudanças estéticas. A mudança de imagem está relacionada com a mensagem que a empresa deseja passar. “Precisávamos de algo mais minimalista, sintético associado a tecnologia e também um pouco mais de profissionalismo e responsabilidade associada a nossa marcar”, explica David. O uso de cores diferentes é utilizado para representar cada serviço oferecido, além de contar com detalhes que diferem os polvos.

Polvo club O Polvo Club oferece descontos, de até 50%, em mais de 140 estabelecimentos. O cartão proporciona vantagens e garante que o convidado que possua o mesmo desconto possa usufruir dos benefícios
 Polvo ofertas Plataforma que oferece descontos e vantagens em produtos e serviços nas  empresas cadastradas.
 Polvo ticktes O Polvo Tickets é uma plataforma de compra e gestão de ingressos online. Também possibilita a criação, encontro e a participação de eventos – como show, palestras e festas.
 Polvo Spot Plataforma que será lançada no mês de novembro. O programa de fidelidade digital, irá trabalhar com acumulação de pontos em estabelecimentos da cidade.

 

Incubadora Tecnológica e Futuro do Polvo Louco

O Polvo Louco foi uma das primeiras empresas a compor o ambiente de inovação da Incubadora Tecnológica da Unifra (Itec).  Nareo de David, formado em Administração pela instituição, viu na Itec uma forma de concretizar o projeto que já estava em andamento. “Logo senti a necessidade de estar mais próximo, ter um ambiente físico  – trabalhávamos sempre em casa – e foi através da incubadora que a gente encontrou um meio de ter esse espaço para trabalhar em conjunto, com valor que fosse acessível pra nós”, explica. Além do espaço físico oferecido, a rede de contato estabelecido pelas empresas(networking) possibilita uma troca de experiências e conhecimento, de acordo com David.  

O Polvo Louco tem a internet como ferramenta de trabalho e busca estar atualizado com as tecnologias e tendências. “As pessoas estão cada vez mais sem tempo, querem comodidade, valorizar cada vez mais seu dinheiro e querem ser reconhecidas pelas empresas”, declara David sobre como o modo de compra mudou. Um dos motivos para a criação de diferentes serviços da empresa, é o atendimento a diferentes públicos e suas demandas. “A ideia também é de educar as pessoas ,que elas têm essa possibilidade de facilitar a vida delas e proporcionar economia também nos serviços de vantagens.O grande diferencial nosso é que tu tem tudo no mesmo local, na mesma plataforma”, argumenta. 

Ao fazer um balanço dos quase seis anos de atuação do negócio, David conclui que o Polvo Louco já passou por mudanças e agora está estruturado para expandir. Segundo o diretor executivo, o que motiva a continuar o trabalho são os momentos em que são convidados a palestras, ver como o empreendimento é reconhecido, pois por ser digital, as pessoas não são vistas. Porém, observa que ser empreendedor não é fácil e que nem sempre as coisas saem como esperado, mas que a motivação e o legado deixado são gratificantes.   “Não é da noite pro dia que as coisas acontecem, ainda mais sem capital. Conseguimos sustentar toda a equipe. Foi uma outra graduação que eu tive, na prática”. 

itecNa tarde de hoje, uma visita integrou a administração central da Unifra e as empresas incubadas na ITEC, Incubadora Tecnológica do Centro Universitário Franciscano. Lissandro Dornelles, diretor da ITEC e professor de Administração da Unifra,  e  Solange Fagan,pró-reitora de Pesquisa e Extensão  da IES, trabalham juntos com 15 projetos empreendedores atualmente.

A Incubadora instalada em 2011, iniciou suas atividades no ano seguinte, com três projetos pioneiros. Ela dá suporte a projetos inovadores, como estrutura física, contábil, jurídica e tecnológica para o desenvolvimento e maturação das empresas.

O diretor afirma que a ITEC visa, diferente de apenas apoiar projetos já existentes, ajudar na maturação de ideias, auxiliar no caminho de criação dos empreendedores. “Toda e qualquer ação é uma forma de empreender, somos um ambiente de inovação e tecnologia, apoiamos e identificamos o que é inovador por trás das ideias, por trás das formas de colocar o produto no mercado de trabalho”, diz Dornelles.

A ITEC já apoiou eventos de empreendedorismo como a Semana Global de Empreendedorismo, o Congresso Software. Este ano teve a entrada do curso de psicologia dentro da Incubadora como apoiador, criou-se um ambiente de psicologia organizacional, com estagiários do curso.

Como funciona

A Incubadora conta com ambientes colaborativos, de fluxo de ideias. Se identifica o possível produto ou a ideia, analisa de que forma o Centro Universitário pode contribuir e interagir com o empreendedor. Após perceber a inovação e formalizar o produto,a ITEC passa a apoiar e dar todo o suporte à equipe. “Passamos informações jurídicas, tributárias e administrativas. Ficamos como co-responsável por essas áreas, para que o empreendedor dê toda atenção ao seu projeto”, explica.

As empresas residentes que já saíram da incubação, podem se manter dentro da estrutura, pois tem ligação direta com cursos de graduação e de pesquisa dentro do Centro Universitário, para  a atualização de seus produtos. A Polvo Louco é uma dessas residentes.

Os negócios empreendedores podem ficar incubados até 2 anos na ITEC. Hoje, a Incubadora já apoiou quatro empresas graduadas, que saíram para outras estruturas e para o mercado. Nos últimos três, 11 projetos inovadores adentraram na ITEC.

(foto: Juliano Dutra/Laboratório de Fotografia e Memória)
(foto: Juliano Dutra/Laboratório de Fotografia e Memória)

A Reitora Irmã Irani Rupollo considera um momento forte e propício para a criação de inovações. “Acreditamos que quando se estuda e se tem conhecimento, ele tem de ser colocado em prática, e com vocês (os alunos e egressos) está acontecendo, através da interação”, destaca a Reitora. A Irmã afirma que o estudo sempre deve continuar, e essa é a diferença da ITEC estar em um ambiente universitário, onde o conhecimento é a base. Ela também atentou para o sigilo de ideias, para a colaboração entre empreendedores, não estimular a competição e sim o compartilhamento de ideias e o respeito com os projetos alheios.  “Se alguém chegar próximo da ideia do outro, complementem-se com isso, vamos manter esse espírito da não-concorrência, pois a concorrência restringe e não constrói, e a colaboração pode transformar nossa realidade local, nacional, a partir do sucesso das ideias de vocês”, diz.

A Incubadora movimentou, no ano de 2015, 0,7 milhões na economia, a partir da captação de recursos, retorno e incentivos das empresas. A empresa Plátano, mais antiga no ambiente incubador, iniciou em 2012. Victor Bolzan, criador da Plátano, diz que conseguiram se ” estabelecer como empresa residente nesses quatro anos. E percebemos o potencial dos estudantes, dos cursos, de contratar estagiários, pois aprendemos com eles também. Também é importante termos uma cultura de educação empreendedora, para crescermos cada vez mais”.

Os negócios incubados hoje na ITEC são: Tec Synthesis, Fisalis, GCB Drone, Enterprise Produtora, Cube 3D, Polvo Louco, Depósito, Esporte Sul, Mercateria, Enovative, Joalheria Artesanal, Veste Assim, Plátano, Café Inteligência.

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Andrielle Hoffman e Keila Marques

Se o famoso “cofrinho de porquinho” era tão utilizado pelas crianças, agora é a vez dos adultos recorrerem ao método. Para os economistas, este é o momento certo para a tradição tornar-se um hábito. O que parece ser um momento difícil, pode se tornar em uma mudança benéfica de comportamento. A prática de economizar e poupar são essenciais para não ter gastos desnecessários e adquirir um reserva de dinheiro no final do mês.
A crise econômica trás retração e estagnação nas vendas do comércio, afetando a população como um todo, gerando dentre outros malefícios o desemprego. Contudo esta é a hora das empresas procurarem uma nova alternativa e focar em um planejamento eficaz.
Para Rodrigo Schiavo, técnico de atendimento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), não existe momento certo para abrir um negócio, mesmo em tempos de crise, basta planejar e buscar um diferencial. “O primeiro passo é buscar informações do setor desejado, entender a necessidade do mercado e do público alvo, e a partir de ajuda técnica, montar um plano de negócios para saber se é viável economicamente abrir a empresa’’, destaca..
A crise atinge todas as áreas, em diferentes setores, mas a dica é procurar identificar onde está a retração do cliente e trazer uma alternativa. “Umas das possibilidades são as promoções, produtos com valor agregado, em que o comerciante consegue expor produtos de qualidade com um preço mais baixo”, ressalta.
Outra aposta é em no atendimento com horários diferenciados. Caso do empreendedor Manoel da Cruz, lojista há mais de 12 anos em São Pedro do Sul. “O foco da minha loja de calçados é oferecer preços acessíveis, promoções e liquidações’’, comenta. O comerciante começou a abrir a loja em horários alternativos como no domingo, feriados além de permanecer aberto mais tempo em dias úteis. Manoel Cruz conta que sofre muito com a falta de pagamento. “Nós estamos dispostos a negociar, e entrar num acordo para receber e não perder o cliente’’, comenta.
De acordo com Dagomar Pfluck, presidente da Associação Comercial e Industrial de Toropi, a inadimplência é um dos principais resultados da crise no comércio. “ Quem tem contas a pagar, está priorizando o pagamento de suas necessidades básicas, deixando de lado as demais dívidas’’ constata.
O coordenador do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário Franciscano, Mateus Frozza, relata que a crise tem feito com que muitas pessoas abram negócios por necessidade e não por planejamento, trazendo risco para o empreendedor. O professor explica que a crise está fazendo com que muitas pessoas pensem antes de gastar, causando uma mudança de comportamento.
Frozza explica que o empreendedor precisa se reorganizar, planejar e se readequar ao momento para atingir o público especifico. O momento pode ser difícil, mas é na dificuldade que começa a mudança.

Assista à entrevista com o professor Mateus Frozza sobre empreender na crise

 

Oficina Canvas: Criando modelos de negócios inovadores. Foto: Vanessa Alves / Laboratório de Fotografia e Memória
Oficina Canvas: Criando modelos de negócios inovadores. Foto: Vanessa Alves / Laboratório de Fotografia e Memória

Na tarde desta quarta-feira, 15, na sala 606 do prédio 14 do Centro Universitário Franciscano, ocorreu a oficina “Canvas: Criando modelos de negócios inovadores”.  A terceira oficina do 13º Fórum de Comunicação iniciou às 14h e foi ministrada pelo professor Marcelo Pimenta – natural de Santa Maria, que vive, atualmente, em São Paulo.

A proposta da atividade era ensinar aos participantes como desenvolver modelos inovadores de negócio. Conforme Pimenta, canvas é uma espécie de mapa que facilita a visualização, discussão e avaliação dos modelos de negócio, além de possibilitar a criação de novas formas de investir.

A atividade se alternou entre explicações, bate-papo e atividades praticadas entre Marcelo Pimenta e os participantes. Os exercícios foram desenvolvidos em grupos, o que promoveu o trabalho em equipe, a troca de ideias e a interação entre os componentes do workshop. De acordo com Pimenta, não se cria negócios, mas modelos de negócios,  e que a inovação também se dá em pequenos aspectos – nos quais os detalhes podem fazer a diferença. “O modelo de negócio está relacionado ao comportamento da empresa dentro do segmento em que atua”, explica Pimenta.

Marcelo Pimenta foi um dos professores e palestrantes do Fórum de Comunicação. Foto: Vanessa  Alves / Laboratório de Fotografia e Memória
Marcelo Pimenta é um dos professores e palestrantes do 13º Fórum de Comunicação. Foto: Vanessa Alves / Laboratório de Fotografia e Memória

Após a finalização da oficina, Marcelo Pimenta avaliou o desenvolvimento da oficina e do Fórum de Comunicação. ”

A prática possibilita a solução de problemas reais, não ficamos apenas na teoria”, comenta. A próxima atividade está programa para às 18h30, e consiste em um bate-papo com Edson Kan – da Rádioweb Armazém. Acompanhe a cobertura do Fórum de Comunicação  pela Agência Central Sul.