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Foto de capa da página Agora é que São Elas no facebook.

Com as manifestações no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, de milhões de mulheres contra o Projeto de Lei 5069/2013, do deputado Eduardo Cunha (PMDB – RJ), que retira o direito das vítimas de estupro à atendimento emergencial do Sistema Único de Saúde, criminaliza médicos que realizarem o aborto em casos de gravidez (consequente de estupro), surgiu a campanha da cientista social Manoela Miklos, #AgoraÉQueSãoElas, no último domingo, 1. As mulheres hoje estão enfrentando uma luta para manter os direitos que conseguiram com luta e dificuldade, como o aborto em caso de violência sexual no SUS e a pílula do dia seguinte, que Eduardo Cunha também quer proibir a circulação.
A campanha “pela vida das mulheres” sugere que homens, jornalistas e escritores, sedam seus espaços nos jornais e revistas à mulheres, dando voz à elas, em vez de falar por elas. Um ponto importante que o movimento feminista destaca, a protagonização deve ser das mulheres, que lutam contra a violência sofrida pelo seu gênero.

O primeiro a aderir a campanha foi o escritor Gregorio Duvivier, que cedeu seu espaço na Folha de S. Paulo (matéria exclusiva para assinantes) para a criadora da campanha, na segunda-feira, 2. Nesta terça-feira o Estadão publicou o texto de Manoela, Pela vida das mulheres, no espaço do colunista Marco Aurélio Nogueira. O deputado Jean Wyllys também cedeu seu espaço na revista Carta Capital para a feminista Antonia Pellegrino, com o texto Ou enganam, ou são enganadas. O cientista social, Juca Kfouri, cedeu seu espaço no blog para a filha Camila Kfouri, que publicou o texto O gol é masculino. A bola é feminina. E se move.

“Homens convidam mulheres para escrever no seu lugar e se colocam nesse lugar do ouvinte. Dando voz e vez a uma mulher. Reconhecendo a urgência da luta feminista por igualdade de gênero e o protagonismo feminino nesta luta”, trecho do texto de Manoela publicado no Estadão.

 

(Imagem: divulgação/MEC)
(Imagem: divulgação/MEC)

Mulheres que lutam contra a violência de gênero e contra a submissão na sociedade atual comemoraram com fervor o tema de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ocorrido nos dias 24 e 25 deste mês. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) divulgou no início da tarde de domingo, após o fechamento dos portões dos locais de prova, o tema da redação “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. Contendo dados estatísticos sobre a violência e abusos sofridos pelas mulheres e a consistência dos mesmos, a cartilha com as informações foi compartilhada nas redes sociais, com alegria, por feministas e militantes.

A professora do laboratório de redação do Curso e Colégio Objetivo Maria Aparecida Custódio afirmou ao G1 que o tema não deixou dúvidas e opções para defender a violência, visto que vai contra as normas dos Direitos Humanos e do edital da prova. “No ano em que o Enem propôs movimento migratório, ele dividiu os candidatos. Alguns foram mais a favor, outros acharam que ia ter falta de emprego no Brasil. No ano passado, com o tema da publicidade infantil, os candidatos também ficaram um pouco divididos. Por um lado, a publicidade ajuda a aquecer a economia, estimula o consumo, gera empregos. E tem o outro lado, o do estímulo ao consumo desenfreado, de não contribuir para a formação de cidadãos conscientes”.

(Imagem: divulgação/O Roubo da Pitangueira)
(Imagem: divulgação/O Roubo da Pitangueira)

A organização online Think Olga, que visa o empoderamento feminino, comemorou com seus seguidores a escolha do tema. “Neste momento, são 7,7 milhões de pessoas discorrendo sobre um tema essencial, mas sempre tratado como uma questão menor. Quem acompanha a Think Olga já estava preparada (o) – não apenas para tirar boas notas, mas para criar um país mais igualitário e justo”. Bem como a página O Roubo da Pitangueira, que postou dados sobre a violência doméstica contra a mulher, e depoimentos de meninas que fizeram o Exame Nacional. A repercussão do tema está gerando vários debates online, nas páginas e grupos feministas.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça, Departamento Penitenciário Nacional e Secretaria de Políticas para as Mulheres, dos 332.216 mil casos de denúncia de violência delatados às varas especializadas de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, apenas 33,4% desses casos foram julgados.
Em um país onde o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, restringe os direitos da mulher vítima de estupro ao atendimento emergencial do Sistema Único de Saúde e ao procedimento de aborto em caso de gravidez, o tema foi uma pequena vitória. 7,7 milhões de pessoas pensando e argumento sobre essa realidade tão assustadora e com dados alarmantes. O Mapa da Violência 2013: Homicídios e Juventude no Brasil revela que, de 2001 a 2011, o índice de homicídios de mulheres aumentou 17,2%, com a morte de mais de 48 mil brasileiras nesse período.

Laura ressalta as discussões que o tema está gerando nas redes sociais (foto: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)
Laura ressalta as discussões que o tema está gerando nas redes sociais (Foto: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)

A feminista Laura Lena Bastos, estudante de Artes Visuais da UFSM, considera que o tema tem de ser discutido com urgência. “Acredito que, antes de mais nada, foi um tema muito próximo da vida dos participantes do Enem. E convenhamos, é uma realidade horrenda que vivemos todos os dias, foi de extrema importância tratar deste tema, já que muitas escolas e famílias se recusam a tratar. Foi um incentivo a todos e todas de enfrentar o assunto. A repercussão que ele deu foi ótima para a discussão de gênero”, comemora.
A universitária Júlia Fleck, do curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano, afirma que temos hoje um Congresso completamente conservador no comando do nosso país – o qual aceitou a proibição da venda de pílulas do dia seguinte, o que deveria ser direito de todas as mulheres. Isto, somado ao fato de que mulheres ainda continuam sendo mortas apenas por serem mulheres, o tema veio a calhar e se encaixou perfeitamente na atual situação do país. “O feminismo é algo que tem que ser discutido, ao passo que as pessoas, em sua grande maioria, têm uma ideia errada do que o movimento realmente se trata. O machismo mata. O feminismo pode salvar vidas”.

A luta das mulheres por direitos civis e sociais iguais aos dos homens, a luta contra o assédio nas ruas e contra a violência de gênero se fortalece cada vez mais em Santa Maria. A Marcha das Vadias tomou força na cidade e ganhou apoio de vários grupos sociais locais.
Porém, algumas feministas declaradas sofrem ataques de homens que não aceitam o empoderamento e a união feminina. A força que as mulheres estão ganhando assusta alguns homens que partem para a agressão – via online e fisicamente.
Um grupo de feministas fez uma manifestação em repúdio à violência no dia 5 de setembro. A mobilização teve como  motivo repudiar a agressão que uma menina sofreu em frente à boate Macondo Lugar, no estacionamento do outro lado da rua.

Laura já foi assediada em uma discussão sobre a hipersexualização de mulheres em vídeo-games (foto por: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)
Laura Lena Bastos acredita que os homens que criticam feministas nunca leram sobre o movimento (Foto: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)

Na página do protesto, muitas meninas foram atacadas verbalmente, expostas e assediadas por dois meninos que entraram no grupo para menosprezar o movimento. E infelizmente, muitas mulheres feministas sofrem isso todos os dias.
“Eles te chamam de vadia, qualquer coisa que venha na cabeça, e criticam com tudo que podem o movimento. É muita desinformação. Em primeiro lugar, muita carga que vem do início da luta feminista. Os homens que nos atacam nunca leram sobre o movimento e carregam o machismo, que está impregnado”, nota Laura Lena Bastos, estudante de Artes Visuais da UFSM, que já foi assediada algumas vezes nas redes sociais por sua militância. Ela também foi assediada em uma discussão sobre a hipersexualização de mulheres em vídeo-games.

(foto por: Tabata da Cruz/Laboratório de Fotografia e Memória)
Ana Carolina Bragança discutiu nas redes sociais com homens que atacam o feminismo (Foto: Tabata da Cruz/Laboratório de Fotografia e Memória)

No grupo online, estava Ana Carolina Bragança, que discutiu com os meninos por comentários num post. “Quem participa do movimento está exposta a sofrer esse tipo de violência. E mesmo quando não ocorre diretamente contigo, tu te afetas porque eles atacam o feminismo. Quem nos agride geralmente procura o porquê que lutamos e transformam em deboche ou menosprezam”, nota Ana Carolina. “Me senti violada,, como se nenhuma mulher pudesse votar, como se nós não tivéssemos que fazer isso, não tivéssemos que lutar por nossos direitos e nossas reivindicações. Temos que desvincular o feminismo do ódio, as pessoas acham que o feminismo é como o machismo, mas na verdade é igualdade que queremos e não excluir o gênero masculino”, explica a estudante.

Agressões físicas praticadas por desconhecidos

Thays já foi atacada na rua por um grupo de meninos (foto por: Roger Haeffner/Laboratório de Fotografia e Memória)
Thays já foi atacada na rua por um grupo de meninos (Foto: Roger Haeffner/Laboratório de Fotografia e Memória)

“Esse poder de diálogo com os homens só acontece quando eles sabem respeitar e param de atacar o movimento. As mulheres não gostam de falar sobre a causa com pessoas que só as atacam e criticam a luta. Hoje em dia a gente vê muito mais o empoderamento feminino do que diálogos com os homens. As mulheres estão percebendo o universo de privilégios masculinos e sabem que o patriarcado precisa ser derrubado. Elas enxergam muito mais disso do que aberturas para conversas com homens”, argumenta Thays Campagnol, que revela ter sido atacada várias vezes. Para a estudante de Direito, os ataques vêm de pessoas que não têm conhecimento da causa e de quem está no meio político.

Segundo a acadêmica Thays, são microataques que passam despercebidos, como participar em debates políticos e ser silenciada. “O fato que ocorreu, por exemplo, no grupo do Facebook ”Não Passarão! Manifestação em Repúdio à Violência Contra a Mulher! foram dois meninos que assediaram e ofenderam (além de expor) mulheres que participavam do protesto. Um deles tem 16 anos, e claramente não entende o movimento. Temos artefatos para processá-lo, mas sabemos que a Justiça não nos ajuda! Ele também fez uso do slut shaming, que é quando a sexualidade da mulher é reprimida, ela só é bem vista quando é para o homem. E eles usam isso na rua e fazem a gente se sentir violada”, desabafa a moderadora do grupo.

A feminista conta que no meio político existe uma rixa, pois as pessoas diminuem a causa, e eles atacam as mulheres que lutam chamando-as de ‘feminazi’, o que é absurdo, comparar a luta feminista com o nazismo, absurdo e ignorante.”São coisas que tem que haver uma compreensão. Os homens que estão no movimento estão lá para apoiar, e não para se colocar no lugar da vítima ou silenciá-la. Tu deves apoiar e entender, mas em momento nenhum ele deve apontar o dedo para uma de nós e atacar. Eles teriam que entender os privilégios e fazer essa desconstrução com eles mesmos, mas isso não ocorre, então é desconfortável para ambas as partes”, destaca a estudante.

Como Thays, outras feministas também já sofreram ataques físicos inclusive, na rua, por homens desconhecidos. Uma menina de 17 anos, feminista, que não quis se identificar (justamente por conta da violência), contou sobre a violência que sofreu no mês de abril deste ano. “Eu estava voltando do Parque Itaimbé, estava na rua Serafim Valandro, eram seis horas da tarde, tinham quatro meninos vindo na minha direção. Eles me viram e conversaram entre si, eles vieram e me colocaram contra a parede, passaram a mão em mim, me xingaram, eles sabiam que eu era feminista não sei como. Eles diziam ‘é isso que feminista precisa, você tem sorte por não te estuprarmos aqui mesmo’. Depois eles me empurraram e saíram e enquanto caminhavam me mandaram ‘ter cuidado’. Eu fiquei em estado de choque, fui pra casa e no dia seguinte fui na delegacia da mulher (DEAM) e tentei fazer uma ocorrência, mas por alguns desentendimentos não consegui registrar”, contou a menina.

Ela afirma que esse incômodo dos homens com a luta é por eles não estarem acostumados com isso, com mulheres se emponderando e tentando alcançar o lugar em que eles estão. Para a jovem, feminismo ganhou muita força agora, e as meninas os enfrentam e sabem que têm vez e voz para lutar, e eles ainda enxergam as mulheres como submissas.

A desinformação sobre o atendimento às vítimas

Débora Dias fala sobre a importância de registrar qualquer crime contra o corpo da mulher (foto por: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)
Débora Dias fala sobre a importância de registrar qualquer crime contra o corpo da mulher (Foto: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)

A delegada da Delegacia de Polícia para Mulheres, Débora Dias, afirma que é muito importante que se faça a ocorrência para criar antecedentes criminais, pois, quem faz esse tipo de violência contra a mulher geralmente fará de novo ou já fez outras vezes. E depois da segunda ocorrência de assédio ele cumpre uma pena, segundo Débora geralmente ele cumpre serviço comunitário. “Quando ocorre o estupro, que é um ato violento, com ou sem penetração, com ações libidinosas no corpo da vítima, o homem é preso imediatamente após a comprovação das investigações”, explica a delegada.

Assista ao depoimento captado pelo Laboratório de Produção Audiovisual (Laproa)
[youtube_sc url=”https://youtu.be/hGcUHuVbf8g”]

11873617_684531898347419_681395522311792939_n“Sororidade: pacto de mulheres reconhecidas como irmãs, que se unem para lutar por seus direitos”. Essa é dimensão que o movimento feminista traz, além do emponderamento de mulheres, a luta por igualdade socioeconômica, a luta contra a inferioridade da mulher perante o homem e contra a misoginia.
Uma dessas vertentes que inspirou a jornalista Babi Souza a começar o projeto Vamos Juntas?, hoje conhecido pelo país todo, foi a colaboratividade entre as mulheres, a união de pessoas para tornar o mundo um local harmonioso.

"É muito emocionante. Posso ver um sinal de que o futuro do mundo realmente é mais bondoso e colaborativo", diz Babi.
“É muito emocionante. Posso ver um sinal de que o futuro do mundo realmente é mais bondoso e colaborativo”, diz Babi (Foto: Arquivo Pessoal)

“Nesse sentido, vinha pensando muito sobre a relevância que eu tinha, não tanto como jornalista, mas principalmente como ser humano. Foi quando comecei a estudar e pesquisar sobre colaboracionismo e empreendedorismo social”, conta Babi. A jornalista relata que há muito tempo pensava sobre a ideia, pois ela refletia sobre a importância de união para sermos felizes.
Babi tomou para si a velha ideia de que a união faz a força e, de que ao invés de reclamar dos poderes, começou a pensar sobre as pessoas se empenharem a fazer o mundo um pouco melhor. Ela teve o despertar para o movimento quando estava voltando para casa com sua amiga Vika, designer do projeto, ela montou um texto com as ideias do Vamos juntas? e então postou para suas amigas, mas afirma que não imaginava ter essa repercussão toda. Hoje a página do movimento no Facebook tem 124.139 mil curtidas, também há um grupo para as meninas que moram no sul.

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Amanda acredita que ainda falta muito investimento na segurança pública para mulheres (Foto: Arquivo Pessoal)

Como Babi, a estudante de direito da Fadisma considera necessário a reprodução do projeto na internet, devido ao grande alcance. Amanda Dias chegou até o movimento através de suas amigas que compartilham informações sobre a luta das mulheres, hoje ela faz parte da página e do grupo Vamos juntas? Sul no Facebook e acompanha os relatos e imagens do projeto. No momento que se compartilha as imagens do Vamos Juntas?, todas as suas amigas visualizam a importância de nos unirmos e protegermos umas as outras, como a idealizadora do movimento profere. “Infelizmente, não são raras as oportunidades em que mulheres são perturbadas de alguma forma na rua quando estão sozinhas. Conheço várias amigas que já foram incomodadas, mais de uma vez, e também já passei por mais de uma situação em que me senti amedrontada. Se conhecesse o movimento (ou ele existisse) antes, provavelmente teria me aproximado de alguma outra mulher para que caminhássemos juntas”, nota Amanda. A estudante ainda não “utilizou” o movimento, nunca voltou junta com uma menina para proteção, mas afirma com certeza que está disposta a ajudar e a se unir com mulheres quando tiver a oportunidade ou precisar.
“Em relação à segurança pública para mulheres, não creio que tenham acontecido mudanças significativas nessa área, o que é lamentável. Além de, claro, os movimentos feministas, os quais são grandes difusores de boas ideias”, alega a estudante.
[dropshadowbox align=”none” effect=”lifted-both” width=”250px” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”1″ border_color=”#dddddd” ]Segundo a delegada da Delegacia de Polícia para Mulheres (DM) alerta que todos os crimes que envolvem violência doméstica, lesão corporal, ameaças, crimes contra a honra da mulher, injúria, difamação e estupro devem ser denunciados.[/dropshadowbox]

(Foto por: Diego Garlet/laboratório de Fotografia e Memória)
Carol acha horrível tudo o que nós, mulheres, sofremos atualmente (Foto: Diego Garlet/laboratório de Fotografia e Memória)

O emponderamento de mulheres que o feminismo difunde conquistou Carol Ribas, bailarina, que chegou ao movimento devido às páginas feministas que faz parte no Facebook, e então entrou em contato com o grupo do Vamos Juntas?.
“Quando eu tinha 12 anos estava caminhando indo para o balé e um homem veio atrás de mim e começou a falar coisas muito indecentes, eu corri e entrei na escola de balé, eu me senti muito sozinha e vulnerável naquele momento, então acho importante não nos sentirmos sozinhas ou desprotegidas”, relata a estudante.
Ela diz que teve muitas discussões familiares com relação ao machismo. Então, percebeu a necessidade de entrar para o movimento e aderir ao projeto Vamos Juntas?. “Coisas simples como tarefas de casa, limpar a cozinha, eu percebo isso e então falo que isso não está certo, converso com minhas amigas sobre o feminismo e a violência contra a mulher para tentar trazer elas para o movimento e também convido elas para o grupo no Facebook”.

(Foto por: Victoria Martins/laboratório de Fotografia e Memória)
(Foto: Victoria Martins/laboratório de Fotografia e Memória)

“Acho muito preocupante para as mulheres andarem sozinha. A violência só aumenta. Um dia eu estava com uma amiga minha procurando um táxi de noite e estávamos com muito medo mesmo juntas. Mas a insegurança é muito grande ainda”, relata Andressa, estudante de Direito do Centro Universitário Franciscano. Ela viu as imagens do movimento através do compartilhamento de sua amiga nas redes sociais, no dia em que a polícia faria paralisação, elas estavam preocupadas com sua proteção nas ruas. Andressa ressalta a importância desse movimento, para ela voltar para casa ela sobe uma rua muito escura, e o medo de andar sozinha é grande, conta. Para a estudante de Direito, a iniciativa é maravilhosa, pois quanto mais mulheres souberem mais mulheres se unirão. “É uma forma melhor de tentar lidar com essa violência, é muito válido que esse movimento cresça e seja conhecido cada vez por mais mulheres”.

Confira a reportagem sobre a violência contra a mulher, do Laboratório de Produção Audiovisual (Laproa), com relatos de meninas que foram atacadas e a fala da delegada da DM: [youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=umigOc-4PaI&feature=youtu.be” title=”Violência%20contra%20a%20mulher”]