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O futebol santa-mariense ainda respira: o lado alviverde

Desde pequeno fui instigado pelo lado extra-campo do futebol de interior, as figuras anônimas vistas ao fundo de uma transmissão de televisão ou ouvidas em uma transmissão de rádio. O futebol no interior é um raro espetáculo

É difícil ser mulher e falar de esporte

Foi durante a infância que criei relação com o esporte. Dentro de casa o assunto futebol sempre foi muito presente, no entanto, nunca tive influência familiar por qual time torcer, ou por qual esporte me interessar.

Futuro promissor para dupla Grenal

Estudo liderado pelo economista e consultor em finanças e gestão do esporte Cesar Grafietti projetou as receitas do Brasileirão 2019: cerca de R$ 2 bilhões. No ano que vem, os 20 clubes da Série A conhecerão

Inter-SM vence e segue firme na copinha

Após o início de competição não muito chamativo, devido ao baixo rendimento, o Inter-SM conseguiu se recuperar na fase final. Depois de vencer o Juventude neste domingo (21), pelo placar de 2 X 0, partida válida pela

Brasil rumo à Rússia

A Seleção Brasileira de futebol já está reunida em Porto Alegre para os preparativos para as duas próximas rodadas das Eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia de 2018. O primeiro confronto desta etapa será no

Futebol santa-mariense: a derrota fora das quatro linhas

Pelotas. Estádio Boca do Lobo. Quando o árbitro pelotense Geovane Luis da Silva, por volta das 16h45min apita para encerrar a partida, ele não somente decreta o final da fase classificatória da Divisão de Acesso do

O torcedor reviveu os velhos momentos no estádio dos eucaliptos. Ao fundo da foto, a arquibancada onde ficava localizada a torcida Ferroviários 78. ( Foto : Isadora Ruas/ especial )

Desde pequeno fui instigado pelo lado extra-campo do futebol de interior, as figuras anônimas vistas ao fundo de uma transmissão de televisão ou ouvidas em uma transmissão de rádio. O futebol no interior é um raro espetáculo onde as principais estrelas aparecem em segundo plano.

Quem são estes torcedores? Por que não seguem o fluxo em um estado dominado pela dupla GreNal? Como certa vez disse o compositor uruguaio Canário Luna a respeito dos torcedores de times pequenos:  “Se a razão discute com eles, eles discutem com a razão”.

Para tentar entender um pouco deste sentimento, fui ao encontro de dois torcedores fanáticos pela dupla RioNal: pelo lado alviverde falou o torcedor Leonardo Pezzi

Fui até o estádio dos eucaliptos para encontrar o estudante de Educação Física com 21 anos e uma longa trajetória ao lado do clube ferroviário. Ele passou grande parte da sua vida entre a Ferroviários 78, barra brava do clube, e as atividades administrativas da diretoria jovem do Periquito.

Se a estrutura do estádio já demonstra os primeiros sinais de deterioração pela inatividade, na memória do torcedor as lembranças deste tempo permanecem intactas.

Caminhando pelas arquibancadas do estádio, o torcedor não esconde a emoção causada pelas lembranças.  Começamos a nossa entrevista no pavilhão social.

 

Agência Central Sul – Qual foi o seu primeiro contato com o Riograndense?

Leonardo Pezzi –  Na minha infância, eu acompanhava as partidas ao lado do meu pai e do seu grupo de amigos. Acabei transformando o Riograndense na minha segunda família, fui membro da diretoria jovem do clube na gestão da Lisete Frohlich.  Passei muitos finais de semana limpando e pintando o estádio, participando de reuniões periodicamente, tudo isso como trabalho voluntário, jamais fui remunerado pelo clube.

 

ACS – O que você sente ao voltar aqui nos Eucaliptos depois de tanto tempo?

LP – São várias emoções. A primeira é a lembrança de vários momentos felizes que eu passei aqui, momentos tristes também.  Porém, a emoção mais atual é a tristeza de ver como estão as coisas hoje. Esse estádio tinha um clima muito família. A acústica permitia ouvir os chutes na bola e os gritos dos jogadores. Em alguns casos, podíamos presenciar situações inusitadas, como uma mãe que estava discutindo com o treinador porque o seu filho estava no banco de reservas. Esse lugar tem muita história, aqui no canto esquerdo do pavilhão fica a estátua da Medianeira, padroeira do clube. Às vezes quando marcávamos gols os jogadores e torcedores agradeciam para ela. Também entre os torcedores mais antigos tem o folclore de que os gols vão sair sempre no sentido em que a locomotiva está passando.

 

ACS – Conta algumas histórias que tu viveu aqui nesse estádio.

LP – São várias histórias, a mais cômica foi durante um alagamento do gramado em um RioNal. A arbitragem queria encerrar a partida e então tivemos que enxugar a água com colchões velhos que estavam guardados no clube.  A ideia inusitada deu certo, o gramado teve condições de jogo e acabamos vencendo por 2×1.   Saiu em rede nacional e viramos um “meme” do futebol raiz no Brasil.  Outro caso inusitado e que teve repercussão nacional foi quando um cachorro da brigada militar mordeu um jogador da equipe adversária na lateral do gramado.  São histórias que marcam muito, assim como a eliminação sofrida frente ao Brasil de Pelotas na semi final da Divisão de acesso em 2013.  Precisávamos de uma vitória simples e não conseguimos sair do 0x0, perdemos um pênalti naquela partida.

 

ACS – O Riograndense vinha fazendo boas participações na divisão de acesso, beliscou a promoção em diversas ocasiões.  Porém, em 2016 houve o rebaixamento, e em 2017 a equipe abandonou o futebol profissional.  Como você descreve essa queda em um espaço tão curto de tempo ?

LP –  Eu, particularmente, coloco como problema de gestão. Os problemas de infraestrutura se agravaram e também pesou o lado financeiro. O clube foi perdendo quadro social, foi perdendo excelentes profissionais, que as vezes colocavam o amor acima de tudo pelo clube.

 

ACS – Existe a visão por parte dos santa-marienses, de que o clássico Rio-Nal acaba sendo um pequeno Gre-Nal dentro de Santa Maria. Pelo nome, o Internacional carrega a metade vermelha e o Riograndense acaba carregando a metade azul.  Você concorda?

LP –  Concordo em partes. Ambos os clubes tem torcedores próprios e identidades próprias muito fortes. O Riograndense sempre incentivou o público a vir ao estádio com a camisa do Riograndense, mas se ele viesse com camisa de Grêmio ou Inter também não haveria problemas.

 

ACS – O que te motiva a torcer para o clube da sua cidade ?

LP –  Essa é uma pergunta difícil. Mas acredito que seja o vínculo. Aqui você tem voz, embora muitas vezes, como na situação atual, você não seja ouvido.  Você ajuda o clube a crescer, você tem uma visibilidade de bastidores muito diferente e isso te leva a ter vínculo muito forte com o clube.

 

ACS – Qual a importância do Internacional de Santa Maria e do RioNal para a história do Riograndense?

LP –  Uma importância total, não apenas para o Riograndense como para a cidade.  Santa Maria precisa continuar tendo o RioNal, é algo sadio para a cidade, aumenta a competitividade. Nada como ter um clube para competir e crescer junto, se eles ganharam, nós também temos que ganhar e por ai vai.

 

ACS – Como você vem lidando com a ausência do Riograndense na sua rotina ?

LP –  Nunca mais os domingos foram iguais. Eu posso traduzir o Riograndense como uma família, segue sendo uma família, mas hoje os membros estão bem afastados.  Aquele domingo era sagrado para nós, se girava toda a semana pensando naquela partida, o churrasco com os amigos antes da partida, poder esquecer todos os problemas durante 90 minutos.  Hoje isso faz muita falta, não apenas para mim, como para toda a torcida do Riograndense e até mesmo para Santa Maria.  O Riograndense nunca vai deixar de existir. Assim como o meu pai me levou no estádio quando criança, eu tenho o sonho de levar os meus filhos e os meus netos no futuro.

 

 

 

 

Foi durante a infância que criei relação com o esporte. Dentro de casa o assunto futebol sempre foi muito presente, no entanto, nunca tive influência familiar por qual time torcer, ou por qual esporte me interessar. Percebia uma certa resistência ao falar de futebol por parte dos homens com os quais eu convivia e escutava coisas do tipo:

– O que que tu sabe? Me diz a escalação do time então!

E sem me dar conta do que realmente estava acontecendo, dizia toda a escalação da dupla Gre-Nal, como se eu tivesse que provar, principalmente, para os meus colegas de escola, que eu sabia sobre o assunto e só assim eles iriam me respeitar. Todos os dias eu buscava informações e lia sobre a temática. Me informar era uma das maneiras de mostrar que o esporte não era apenas um mero interesse, mas a minha futura profissão.

Desde o início da vida acadêmica me interessei por uma das editorias que é composta majoritariamente por homens. Não foi fácil e não é fácil. O meu lugar de fala sempre foi abafado pelos meus colegas ou homens em que discutia esporte, principalmente futebol.

No país pentacampeão mundial no futebol masculino, o respeito e o reconhecimento para o público feminino tem muito a amadurecer. A presença de mulheres no futebol, seja praticando ou comentando, ainda busca uma maior afirmação no país do futebol. E uma das maiores dificuldades, dentre tantas, é desconstruir aos poucos o machismo tão predominante na nossa cultura.

Dentro da história do futebol mundial um ponto que chama atenção é primeira edição da copa do mundo feminina, que teve início 61 anos depois início do torneio masculino.

A falta de incentivo, de apoio e o preconceito presente na sociedade, vindos da cultura machista construída ao decorrer das décadas dificulta a vida de inúmeras mulheres que buscam seguir a carreira profissional dentro do futebol e de tantos outros esportes.

No Brasil,  a falta de visibilidade e patrocínio prejudicam o crescimento do futebol feminino. Sem falar na desigualdade de gênero presente no esporte e no jornalismo esportivo. Não será de um dia para o outro que o preconceito vai acabar, mas diariamente a luta por espaço e reconhecimento ajudam a desconstruir a ideia machista de que mulheres não podem gostar, praticar ou comentar esportes.

Um fato curioso e triste ao mesmo tempo aconteceu nas Olimpíadas de Londres, em 2012, ano em que pela primeira vez na história tivemos a participação de mulheres em todas as modalidades olímpicas.
As mulheres são diminuídas, criticadas, questionadas e suas opiniões e conhecimentos são colocados à prova diariamente. A união e a sororidade dentro do esporte sustentam a luta por igualdade de espaço, de fala e de direitos.

Meu interesse pelo esporte não diminui a cada questionamento ou preconceito que sofro, seja como jornalista ou torcedora, mas sim, aumenta cada vez mais. É claro que as brincadeiras e piadinhas que nos diminuem incomodam e causam repulsa por desconhecidos, colegas e até amigos. No entanto, precisamos cada vez mais refletir e debater dentro da sociedade o machismo e a conduta de inúmeros jornalistas e atletas que tentam esconder por trás de suas imagens a desigualdade de gênero presente em suas falas e atitudes.

[dropshadowbox align=”center” effect=”curled” width=”auto” height=”” background_color=”#ffffff” border_width=”1″ border_color=”#dddddd” ] É difícil ser mulher, em todas as esferas da sociedade, é difícil ser mulher no esporte, é difícil ser mulher no jornalismo esportivo.[/dropshadowbox]

As equipes femininas precisam de espaço apropriado para treinar e desenvolverem seus trabalhos. O futebol feminino precisa de uniformes específicos e feitos sob medida para elas e não ficar com os restos dos times masculinos. As mulheres precisam de salários equivalentes aos homens para se manter e viver do esporte.

E foi pensando nisso que a Nike apresentou na última quinta-feira (14) em São Paulo, em um evento no Estádio do Pacaembu, um uniforme completo, desenvolvido especialmente para a seleção feminina de futebol…pela primeira vez na história. E além disso, a marca mostrou que se preocupa com o público feminino e anunciou suas principais iniciativas para romper barreiras e elevar o desenvolvimento do futebol feminino no Brasil.

O projeto chamado Nike Futebol Clube, idealizado pela marca esportiva irá reunir jogadoras amadoras de futebol com três encontros semanais no Parque do Ibirapuera, com jogos e treinos para as atletas e amantes do esporte. E uma vez por mês, a empresa usará o Pacaembu para fazer a ação. O projeto é gratuito, todas estão convidadas e as inscrições poderão ser feitas através do site Nike.com/SP.

A iniciativa tem como sede a cidade de São Paulo, mas em todo o país mulheres praticam o esporte e lutam por espaço e igualdade. Esperamos que este seja o pontapé inicial para o crescimento do futebol feminino no país, junto do apoio de grandes empresas para a difusão do esporte no Brasil.

Agnes Barriles é jornalista egressa da UFN. Foi monitora e repórter da Agência Central Sul durante a graduação e atuou no MULTIJOR. Tem o jornalismo esportivo como referência em pesquisas e reportagens desenvolvidas. É engajada com causas sociais e busca dar espaço e visibilidade às minorias.

 

Wander Schlottfeldt é acadêmico de jornalismo na Universidade Franciscana e tem um talento nato para a charge! É dele a ilustração do texto de hoje.

Estudo liderado pelo economista e consultor em finanças e gestão do esporte Cesar Grafietti projetou as receitas do Brasileirão 2019: cerca de R$ 2 bilhões. No ano que vem, os 20 clubes da Série A conhecerão um novo formato de divisão de cotas pela transmissão de 380 jogos. A Rede Globo recompensará os clubes em diferentes etapas: cota fixa, audiência, questão técnica e desempenho no Pay Per View. Por direitos de uso de imagem, Grêmio e Inter receberão cerca de R$ 108 milhões nesta temporada.

Atualmente a dupla conta com R$ 60 milhões. Já por outro lado Corinthians e Flamengo contam com R$ 170 milhões. Vasco, anualmente na série A do brasileirão fatura R$ 100 milhões. O modelo atual considera dois contratos diferenciados: TV aberta e fechada, placas de publicidade dos estádios e direitos internacionais, o que é negociado clube a clube; e um contrato global de Pay Per View, cuja distribuição dos recursos se dá a partir de uma pesquisa de torcedores feita em nove capitais brasileiras.

O novo modelo prevê ainda mais contratos. Um será para TV aberta e fechada, cuja divisão de valores se dará da seguinte forma: 40% dividido igualitariamente entre os 20 clubes, 30% de acordo com a quantidade de jogos transmitidos no ano e 30% pelo desempenho ao final do campeonato, do campeão ao 16º colocado. Onde por exemplo a dupla, a dupla neste ano 2º e 4º colocados receberia mais que R$ 60 milhões.

Audiências ajudarão à medida que 30% do valor serão distribuídos por exposição ou quantidade de jogos transmitidos.<>Não está claro como será a divisão, mas certamente audiência e desempenho na competição nortearão a decisão por transmitir algum clube em detrimento de outro, favorecendo a cota anual dos únicos clubes gaúchos que disputam a série A do Campeonato Brasileiro.

Produzido para a disciplinas de Jornalismo Digital I sob a orientação do professor Maurício Dias

A primeira partida válida pela semifinal do Estadual Juvenil B ficou no empate em 1 x1 entre Inter SM e Oriente, na tarde de sexta feira (19/10) em Canoas. O jogo, no Complexo Esportivo Santos & Schein, foi marcada pelo equilíbrio das duas equipes, deixando em aberto a vaga para a final, que acontecerá em Santa Maria.

Quem abriu o placar, aos 10 minutos da primeira etapa, foi Eduardo Tanque do Inter SM. Logo após o zagueiro do time alvirrubro lançar a bola para a área do Oriente, Eduardo dominou no peito, girou e bateu, a bola ainda desviou e entrou no gol.

Mas a alegria do Inter durou pouco, logo em seguida o Dragão empatou o jogo. O gol foi após escanteio, marcado por Ilie Gonçalves. Na segunda etapa, as redes não balançaram e a decisão ficou mesmo para o próximo final de semana.

O autor do gol da equipe Alvirrubra, Tanque falou que a expectativa para o próximo confronto é fazer um ótimo jogo, assim como no primeiro, sabendo aproveitar bem a vantagem de jogar em casa e contando com o apoio da torcida. O jogador Ilie, do Dragão, acredita que o jogo será difícil, e já que deixaram a desejar em casa e agora terão que vir em Santa Maria em busca de um gol para levar o Oriente à final do campeonato.

O técnico do Inter SM, Lucas Fossati, comentou que a partida foi bastante equilibrada. Diz que saiu de Canoas com um sentimento de frustração, pois poderiam ter voltado com uma vitória, ainda mais no segundo tempo, onde o Inter SM deve várias chances de gol. Agora será um jogo difícil em que ambas as equipes tem chance de classificar.

Para o técnico Jéferson Valvassori, do Oriente, foi uma partida muito disputada entre duas grandes equipes. “Tivemos o azar de perder nosso camisa 10 logo no inicio do jogo por lesão e, nesse momento que estávamos com um a menos, sofremos o gol. Mas mantemos a cabeça no lugar, e conseguimos o empate com o Lilo”, avaliou.

Jéferson ainda falou que o próximo jogo será novamente equilibrado, no qual um detalhe pode ser decisivo. “Não há como prever o placar, mas ambas as equipes têm qualidade, e o vencedor chegara em alta pra final”.

Após o jogo, o Inter SM contabilizou nove vitórias, sete empates e uma derrota. Já o Oriente tem oito vitórias, quatro empates e duas derrotas. O próximo jogo esta marcado para sábado (27/10) as 15h30, no Estádio Presidente Vargas. Na outra partida das semifinais, Saturfa e Estância Velha ficaram no 0 x 0, em Marau.

Texto: Luana Giacomelli

Produzido para a disciplina de Jornalismo I sob a orientação da professora Sione Gomes

Após o início de competição não muito chamativo, devido ao baixo rendimento, o Inter-SM conseguiu se recuperar na fase final. Depois de vencer o Juventude neste domingo (21), pelo placar de 2 X 0, partida válida pela 13ª rodada, o alvirrubro permaneceu na zona de classificação e segue para as oitavas de final da copa Wianey Carlet.

Com essa atuação, considerada uma das melhores do clube na competição, o Inter-SM teve mais posse de bola e oportunidades de ataque, o que ajudaram para o resultado positivo.

A Copa Wianey Carlet está em sua reta final, e o adversário do colorado para a disputa nas oitavas de final será decidido nas próximas semanas.

Produzido para as disciplinas de Jornalismo I e Jornalismo Digital I sob a orientação dos professores Sione Gomes e Maurício Dias

Moradora de Santa Maria costurou bandeira de 45 m². Fotos: Dartanhan Baldez Figueiredo/Especial

Passavam das 13h30 quando um grupo com cerca de 20 pessoas se reuniu na rua Augusto Ribas, região leste de Santa Maria, na tarde do último sábado (9). O encontro ocorreu devido à grande bandeira tricolor que teria sua primeira aparição. Tratam-se de 45m² de tecidos nas cores azul, preto e branco, uma homenagem ao clube gaúcho Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

A bandeira foi confeccionada pela colorada Gainor Paim Righi, que atendeu ao pedido do irmão Luiz Paim. Os panos tricolores se transformaram em uma grande bandeira feita à máquina de costura da mãe já falecida, Leopoldina Castagna Paim. O símbolo foi hasteado na antiga pedreira da construtora Olienge, às margens da BR 158.

Grupo de cerca de 20 santa-marienses comemorou a vitória do Grêmio na Libertadores com uma bandeira gigante

A motivação surgiu da conquista do título de tricampeão da Libertadores da América pelo Grêmio e, também, por familiares colorados terem hasteado uma bandeira vermelha e branca em homenagem ao Internacional, em 1979.

Além de demonstrar amor ao Grêmio, a família Castagna Paim homenageou os gremistas que já não estão mais aqui. A matriarca, Leopoldina, deixou claro ao longo dos seus 99 anos, que o tricolor gaúcho era o seu time do coração, apesar de agradar os familiares colorados vestindo a camiseta do Internacional. Grande parte dos netos são gremistas devido ao fanatismo do também já falecido vô Euclides Pereira Paim. Uma paixão que passou de geração para geração. Além do casal, foram homenageados Joelci Castagna Paim, Andrielle Righi da Silva e demais gremistas que partiram.

Gabrielle Righi

Símbolo tricolor foi hasteado em pedreira

“Bola na rede pra fazer o gol, quem não sonhou em ser um jogador de futebol?” Se tornar jogador de futebol, como diz a música Partida de Futebol, da banda Skank, é um sonho para inúmeras crianças, e este desejo pode estar mais perto de se tornar realidade em Santa Maria.

Mazarópi foi uma das presenças ilustres do jantar e bateu um papo com os torcedores (Foto: Larissa Bilo / LABFEM)

Na noite desta terça-feira, 12, um jantar no Restaurante Vera Cruz deu a largada para a inauguração da Escola de Futebol do Grêmio, a pioneira na região Central do Estado. O projeto que atende mais de 13 mil crianças em 90 unidades pelo Brasil e no mundo tem o objetivo de reunir cerca de 150 crianças entre 5 e 15 anos na cidade.

A iniciativa do projeto tem como incentivador Robson Centurião, ex-meia revelado pelo Inter-SM e campeão da América com o Tricolor de Porto Alegre. O campeão da América de 1983 tem como parceiro no projeto o amigo Fábio de Castro Ribas, preparador físico e filho do ex-técnico do Inter-SM, Tadeu Menezes.

Centurião explica que não é apenas futebol o foco da escolinha, mas também a questão social e de caráter, a formação como indivíduo é um dos objetivos do projeto.

Centurião explica que não é apenas futebol o principal foco da escolinha, mas também a questão social e de caráter (Foto: Larissa Bilo / LABFEM)

“Espero que eu e o Fábio tenhamos a capacidade de fazer esse trabalho, que a gente consiga reunir todos aqueles fatores que levam um menino a trilhar o sonho de ser jogador de futebol, porque a realidade da maioria das crianças é bem diferente”, observa Centurião.

As aulas serão todos os dias, pela manhã e pela tarde, no campo do Imembuy, na Avenida Hélvio Basso.



Campeões de 83 estiveram presentes no jantar

O goleiro de 1983, conhecido como Mazarópi, Geraldo Pereira de Matos Filho, foi um dos convidados de destaque. Outra presença ilustre no jantar foi o volante China, destaque no Grêmio na década de 1980 e companheiro de Mazarópi.

As inscrições para escolinha podem ser feitas no Consulado do Grêmio em Santa Maria, que fica Avenida Nossa Senhora Medianeira, 1321, no Trevicenter do Nacional.

Mais informações pelos telefones (55) 99733-5078 ou (55) 99675-0013.

 

Grêmio foi eliminado pelo Cruzeiro. Foto: Lucas Uebel/Grêmio

Grêmio tem mais uma eliminação no ano. Dessa vez, nas quartas da Copa da Primeira Liga. A equipe gaúcha teve poucas chances de gol e viu o adversário dominar a partida, porém, só abrir o marcador aos 44 minutos da segunda etapa com Raniel e dois minutos depois com Arrascaeta.

Como esperado, as duas equipes vieram com times reservas. O Cruzeiro começou com alguns reservas de “luxo” como Robinho, Arrascaeta e Rafael Sóbis. Já o Grêmio contou com vários jovens a campo, tendo na dupla de zaga os mais velhos, Bruno Rodrigo e Thyere.

O jogo começou meio morno. Até que Lucas Silva quase marcou aos 21 minutos, de cabeça, mas parou no goleiro Léo. O time gaúcho respondeu logo em seguida com o jovem meia Patrick, que arrancou pela direita, passou pelo marcador, mas chutou fraco para a defesa do goleiro Rafael.

No final da primeira etapa, a equipe da casa chegou bem outra vez. Cruzamento da direita para Arrascaeta que bateu firme de dentro da área, obrigando o goleiro Léo a fazer grande defesa. No rebote, o camisa 10 concluiu para fora.

O panorama da segunda etapa continuou como a primeira. O Cruzeiro continuou pressionando, forçando a equipe gremista ao erro e buscando o gol. O tricolor tentou sair um pouco mais que no primeiro tempo, mas com muitas dificuldades em manter a posse de bola, e por isso continuou sem criar perigo.

Quando a partida estava tranquila, Mano Menezes reclamou muito para o bandeira, de uma falta não marcada. Pela atitude, o treinador foi expulso pelo árbitro, o que o deixou extremamente irritado, discutindo inclusive com o quarto árbitro ao sair de campo.

Os titulares Alisson e Sassá entraram para dar mais poder de fogo ao time mineiro que continuou pressionando com chutes de longa distância e cruzamentos para a área. Do lado do Grêmio, o meia Jean Pyerre tentou levar o time ao ataque, assim como Dionathã que veio do banco para imprimir mais velocidade a equipe.

Aos 42 minutos, Jean Pyerre teve liberdade na entrada da área e arriscou chute que saiu por cima do gol com muito perigo. No entanto, a pressão cruzeirense deu resultado aos 44 minutos. Sassá pegou a sobra de um cruzamento e bateu para o meio da área. Na confusão, o jovem Raniel armou uma meia bicicleta e encobriu o goleiro Léo, abrindo o placar. Três minutos depois, mais uma vez Sassá pelo lado direto, bateu forte para dentro da área, e Arrascaeta desviou para o gol, garantindo a classificação mineira.

A raposa pega o Londrina na semifinal da competição. O Grêmio joga suas fichas na Libertadores e no Brasileirão.

Texto: Bruno Bertulini

Disciplina: Jornalismo Digital 1

Professor: Maurício Dias

Fonte: CBF

A Seleção Brasileira de futebol já está reunida em Porto Alegre para os preparativos para as duas próximas rodadas das Eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia de 2018. O primeiro confronto desta etapa será no dia 31 deste mês, contra a seleção do Equador na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. O próximo jogo será na cidade de Barranquilla, na Colômbia, no dia 5 de setembro, no estádio Metropolitano Barranquilla.

Com 14 rodadas disputadas nas eliminatórias, o Brasil aparece disparado na primeira posição dentre as 10 seleções. A seleção soma dez vitórias, três empates e uma derrota, tendo 33 pontos no total. Com Tite no comando, o Brasil ainda não perdeu nas Eliminatórias. A única derrota foi contra a Argentina no Superclássico das Américas de 2017, realizado em Melbourne, na Austrália, em dia 9 de junho.

Pela primeira vez nas Eliminatórias, Tite não teve que cortar atletas antes dos jogos e contará com os 23 jogadores convocados. Caso o Brasil vença o Equador, já estará, de forma direta, matematicamente classificado para a Copa do Mundo do ano que vem com três rodadas de antecedência.


Texto: Guilherme Superti Piber da Silva

Disciplina: Jornalismo Digital 1

Professor: Maurício Dias 

Uma bola furada, uma chuteira surrada resumem a situação atual  Crédito: Lorenzo Seixas
Uma bola furada, uma chuteira surrada resumem a situação atual.
Foto: Lorenzo Seixas

Pelotas. Estádio Boca do Lobo. Quando o árbitro pelotense Geovane Luis da Silva, por volta das 16h45min apita para encerrar a partida, ele não somente decreta o final da fase classificatória da Divisão de Acesso do Campeonato Gaúcho 2016, mas também o rebaixamento do Riograndense à terceira divisão do futebol estadual. Um pesadelo para um clube que entrou na competição com orçamento limitado esperando justamente evitar o rebaixamento. Foi um golpe duríssimo para a história do futebol santa-mariense.

Por volta do mesmo horário em Santa Maria, no Estádio Presidente Vargas, o Esporte Clube Internacional consegue na última partida a oportunidade de se salvar do mesmo destino do coirmão, cravando a ponta dos pés na Segundona Gaúcha e lá permanecendo, uma “redenção” cruel se comparada ao cenário futebolístico de 8 anos atrás na cidade coração do estado.

Um dos templos do futebol da cidade, hoje a Baixa Melancólica carrega apenas melancolias. Crédito: Lorenzo Seixas
Um dos templos do futebol da cidade, hoje a Baixada Melancólica carrega apenas melancolias.
Crédito: Lorenzo Seixas

Dois meses mais tarde, o Inter SM estreava na Copa FGF Sub-19, esperando conseguir alguma conquista ainda este ano, com um time montado às pressas e financiado pelas famílias dos jovens atletas. Mas os gols não vieram. O time oscilou muito ao longo da competição, apesar de ter no elenco jogadores talentosos, e terminou como vice-lanterna. Uma fonte ligada ao clube afirmou “estávamos muito confiantes e focados no nosso objetivo. Erramos muito mais que acertamos e em um campeonato de base de nível alto como esse. Não era uma opção errar”.

Thiago Rizzatti, 20 anos, jogador que atuou no profissional do Riograndense e depois foi um dos destaques do Inter SM na Copa FGF Sub-19, ponderou “Santa Maria nunca foi um centro do futebol. Existem pessoas muito boas por trás do esporte aqui, mas continuam sendo preciso mais investimentos fortes”.

motivo do momento atual

 

Uma pesquisa online realizada para esta reportagem, que ouvidas 109 pessoas, mostra que o torcedor santa-mariense concorda com Thiaguinho. Na enquete, a opção “a falta de investimento no esporte” foi selecionada 67 vezes, evidenciando assim a grave situação do desporto de Santa Maria.

acompanha futebol a nivel nacional internacional acompanha o futebol santamariense

De qualquer forma, a popularidade do esporte local já foi maior. Dos entrevistados, 67% acompanham futebol em nível nacional/internacional. Quando a pergunta é sobre os times de Santa Maria, o percentual cai para 33%, mostrando o desinteresse de uma porção dos apreciadores do esporte pelo futebol local.

Em 2008, contando com o constante apoio de sua torcida, o Esporte Clube Internacional de Santa Maria foi o 3º colocado no Campeonato Gaúcho Série A, e teve o direito de disputar o Campeonato Brasileiro Série C, em que foi eliminado na 1ª fase em um grupo com quatro times, estando a 1 ponto de distância do segundo colocado, o Marcílio Dias, de Santa Catarina. Foi o ápice do futebol da Cidade Coração do Rio Grande nos últimos anos, culminando com o rebaixamento do colorado a Divisão de Acesso em 2011, quando permaneceu de 2012 em diante brigando campeonato a campeonato com o Riograndense, que em 2010 havia encantado Santa Maria na mesma série B do Gauchão, fazendo bons dois primeiros turnos e sendo eliminado no terceiro após uma decaída drástica.

O professor e jornalista Gilson Piber fez sua análise dos últimos anos dos clubes. “O Inter-SM passa por uma recuperação financeira. Então, o investimento no futebol não é o ideal, ao menos por enquanto. O ano de 2016 foi ruim, mas ao menos o clube se manteve na Divisão de Acesso. Para o futuro, a tendência é pagar todas as dívidas e ter uma equipe de futebol competitiva, lutando por vaga para a Série A”. A respeito do Riograndense, Piber acrescentou: “O Riograndense teve um ano de 2016 péssimo. Foi rebaixado para a Terceirona e vai precisar lutar muito, em 2017, para voltar à Divisão de Acesso. O clube necessita, efetivamente, fazer as correções administrativas necessárias, alavancar recursos financeiros e ter um time competitivo para subir outra vez”.

Muito graças ao retrospecto recente dos clubes, existem muitas visões pessimistas sobre o futuro, mas Thiaguinho garante “Internacional e Riograndense são clubes muito conhecidos, acho que por chance não estão na elite do futebol gaúcho”. O meia, que passou junto com seu companheiro de Inter, Júlio Araújo, por um período de testes na base do Internacional de Porto Alegre em outubro frisa “Os clubes tem a tendência a crescer bastante, basta ter investidores. A falta de dinheiro nos clubes de Santa Maria é o principal agravante do desempenho”.

O time da cidade mais do que nunca precisa daqueles que o guardam no coração. Crédito: Lorenzo Seixas
Um dos times da cidade que mais do que nunca precisa daqueles que o guardam no coração / Foto: Lorenzo Seixas

Quando a nova temporada para os maiores de Santa Maria recomeçar em 2017, crescerão também os sonhos de milhares de torcedores e dezenas de atletas que irão fazer parte da campanha das equipes, e voltarão determinados, após anos e anos no ostracismo, a fazer renascer um único sentimento: o orgulho do santa-mariense.

Por Leonardo Machado e Lorenzo Seixas para o Jornal Abra