Santa Maria, RS (ver mais >>)

Santa Maria, RS, Brazil

golpemilitar

DCE da Unifra faz exposição sobre 50 anos do Golpe Militar

Com a semana direcionada a informações, notícias e lembranças da data que marca os 50 anos do Golpe Militar, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) do Centro Universitário Franciscano, trouxe informações sobre a Ditadura Militar com

Professor Álvaro Larangeira. Foto Julia Machado - Laboratório Fotografia e Memória.
Professor Álvaro Larangeira. Foto Julia Machado – Laboratório Fotografia e Memória.

“Mídia é poder!” Essa foi a frase que deu início à palestra da noite de terça-feira, 26, sobre as relações entre a mídia e o Golpe de 64. Ministrada pelo professor e Álvaro Larangeira, da Universidade Tuiuti, do Paraná. Em 2013, ele realizou uma pesquisa sobre o Golpe de 64. Segundo o pesquisador, a singularidade da pesquisa é a relação com as cidades estudadas, que foram Rio de Janeiro, Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte, Juiz de Fora, Recife e Santa Maria, sobretudo, o posicionamento de Santa Maria durante a ditadura Militar.

Ao falar sobre os 50 anos do Golpe Militar e uma das motivações do estudo, Larangeira destaca “A mídia não se coloca como protagonista do Regime Militar, ela se coloca como intermediária em fazer a ligação entre público e a história”.

O profissional da comunicação trabalha com poder e deve ter consciência que o sentido de informar gira em torno de 20% a 30%, sendo todo o restante  determinado, tanto política, quanto economicamente. E foram esses aspectos que o professor Doutor Larangeira destacou durante a exposição do tema, dividindo a fala em quatro eixos: perspectiva econômica, perspectiva politica ideológica, perspectiva identitárias e projeções e questões.

Ao finalizar, o pesquisador coloca em pauta a seguinte questão: “Será o destino da mídia estar sempre do lado dos lobos?

Alunos e professores do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Franciscano acompanharam interessados à sessão de tema tão denso e relevante que ultrapassou às dez horas da noite, no Salão de Atos, e também pela cobertura instantânea da CentralSul no Facebook/centralsul, no twitter @centralsul e também na Fanpage especial do Fórum 2014.

Palestra marcou a primeira noite do 12º Fórum de Comunicação. Foto: Julia Machado - Laboratório de Fotografia e Memória.
Palestra marcou a primeira noite do 12º Fórum de Comunicação. Foto: Julia Machado – Laboratório de Fotografia e Memória.
Divulgação
Divulgação

Uma das atrações do 12º Fórum de Comunicação, com o tema “Mídia, Democracia e Novas Possibilidades, é o Cineclube. As sessões acontecem às 18h30min no Salão Acústico – Prédio 14 – Conjunto III.

O filme de estreia, na terça-feira, dia 26, é  “Cabra Marcado Para Morrer”, do renomeado diretor brasileiro Eduardo Coutinho, morto em  fevereiro de 2014. O documentário foi lançado em 1985, porém as filmagens começaram em 1964 e foram interrompidas devido ao golpe militar ocorrido no mesmo ano no Brasil. Vinte anos depois, foram reunidos os mesmos técnicos, locais e personagens reais para que o filme fosse retomado.

A obra é uma narrativa semidocumental da vida de João Pedro Teixeira, um líder camponês da Paraíba, assassinado em 1962.

Após a sessão, no Salão Acústico do Prédio 14 (Conjunto III da Unifra), haverá a Palestra “A Mídia e o Golpe de 64”, com o Prof. Dr. Álvaro Larangeira, da Universidade Tuiuti/PR, que vai continuar os debates apresentados no documentário do Cineclube.

Confira o  trailer de Cabra Marcado Para Morrer

Acompanhe a programação e confirme sua participação no Cineclube do Fórum 2014,  no link do evento do Facebook [clique aqui]

 

 

 

Faixa exposta no interior da instituição sobre os 50 anos do Golpe Militar. Foto: Pedro Lenz

Com a semana direcionada a informações, notícias e lembranças da data que marca os 50 anos do Golpe Militar, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) do Centro Universitário Franciscano, trouxe informações sobre a Ditadura Militar com faixas brancas, expostas no interior da instituição. Nessas faixas contém folhas coladas, as mesmas contam histórias de pessoas que foram torturadas e que presenciaram a tortura que era viver na época do regime militar.

Segundo o estudante de Direito e Relações Internacionais, Guilherme Pittaluga, presidente do DCE, a ideia de organizar a exposição surgiu em uma das reuniões do diretório, com o intuito de não deixar cair no esquecimento um fato tão importante e lamentável que foi o Golpe Militar, pois poderia ter sido com qualquer um que tenha vivido na época. “O ex-presidente João Goulart, derrubado com o golpe-civil militar, pretendia implantar uma reforma universitária, dando mais autonomia e poder decisório aos estudantes, uma dificuldade encontrada até hoje nas acadêmicas. Então não poderíamos deixar de trazer isso para o Centro Universitário Franciscano”, esclarece Guilherme.

Folhas coladas nas faixas e nos murais que contam a história de quem viveu na ditadura. Foto: Renan Mattos

“Acredito que esta é uma data que deve ser lembrada, e mais do que isso, deve ser discutida dentro da academia, ainda mais aqui no estado, que teve no mínimo dois atores importantes da historia nesse período, João Goulart e o Brizola”, declara o estudante e radialista, Fabiano Oliveira sobre os 50 anos do Golpe Militar.

De acordo com presidente do DCE, as pessoas que aparecem com suas histórias contadas nas faixas foram pesquisadas e encontradas a partir do contato com militantes do Comitê Santa-mariense pelo Direito à Memória e Verdade, que já tinham o material e repassaram ao DCE e ainda indicaram fontes para pesquisa na internet.

Por Laíz Lacerda