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Operação tapa-buracos em Santa Maria prossegue em 2019

A responsabilidade de manter as ruas da cidade  conservadas e sem buracos é do poder público, porém, esse assunto é pautado em Santa Maria com frequência. A agência Central Sul, publicou a matéria “Santa Maria dos

Cemitério local sem coveiro nos finais de semana

O vereador Luciano Guerra (PT) protocolou na tarde de terça-feira um pedido de informações referente ao serviço prestado pela administração do cemitério Santa Rita. Segundo relato de famílias, não há coveiros no local durante os finais

Infraestrutura municipal: agendamento social e midiático

     Caroline Comassetto, Larissa da Rosa, Natalia Zuliani, Tayná Lopes e Thayane Rodrigues As discussões cotidianas são diretamente influenciadas pela prática jornalística, por meio de construções de realidades pautadas pela mídia. Desde a hierarquização das

A responsabilidade de manter as ruas da cidade  conservadas e sem buracos é do poder público, porém, esse assunto é pautado em Santa Maria com frequência. A agência Central Sul, publicou a matéria “Santa Maria dos buracos de monte” em 2017, onde conversaram com o secretário de Infraestrutura e Serviços públicos da Prefeitura Municipal, Paulo Roberto de Almeida Rosa, que no dia 23 de novembro oficializou sua saída da secretaria. O vice-prefeito Sergio Cechin assumiu a secretaria.

Desde o início de seu mandato em 2017, o atual prefeito de Santa Maria Jorge Pozzobom, realizou poucas melhorias na infraestrutura das vias públicas que já estavam em péssimo estado devido ao descaso, não somente do governo, mas também de seus antecessores.

No plano de governo de Pozzobom, a restauração, revitalização, renovação e manutenção da infraestrutura são temas tratados. As propostas incluem: programa de gradual da infraestrutura urbana; estudo para garantir constante manutenção das estradas de acesso aos distritos; Fortalecimento e nova estrutura do Departamento Municipal de Trânsito e monitoramento da execução do Plano Municipal de Mobilidade Urbana.

Segundo o Instituto de Planejamento (IPLAN), o Plano Diretor de Mobilidade Urbana é um projeto com o objetivo de melhorar, de forma sustentável, o fluxo das pessoas e transportes nas vias urbanas da cidade. As linhas estratégicas básicas incluem: Fazer do pedestre o principal protagonista da mobilidade; incentivar o uso de transporte público; favorecer o uso de transportes alternativos como a bicicleta; Empreender de forma que ajude na circulação de veículos.

Somente no final de 2018, o prefeito Jorge Pozzobom começou com a Operação tapa buracos que dá prioridade a avenidas e ruas em situação crítica, mas também está ocorrendo em bairros fora do centro da cidade. Este projeto só foi possível devido ao contrato oficializado no início do mês de novembro pela prefeitura e a Caixa Econômica Federal que garante o empréstimo de R$ 28 milhões, conquistados através do programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa). O recurso será utilizado para a repavimentação e manutenção das vias urbanas, recuperação de estradas rurais além de compra de equipamentos e renovação das paradas de ônibus. O empréstimo é apenas uma das partes dos valores, a segunda parte de até R$ 50 milhões é disponibilizada pelo programa Avançar Cidades do Governo Federal. Do empréstimo da Caixa, R$ 21 milhões serão usados para recuperação de ruas pavimentadas e não pavimentadas. Em agosto deste ano, o Diário de Santa Maria noticiou que seria feito um diagnóstico de 64 ruas da cidade, um estudo feito por uma empresa contratada e com orçamento de R$ 1,25 milhão. O estudo foi bancado com dinheiro federal, do programa Avançar Cidades e levaria seis meses para ser concluído. O diagnóstico levou em consideração a circulação de ônibus, fluxo de veículos e condições do asfalto. Saiba quais foram as ruas escolhidas para participar do estudo:

 

Arte: Mariana Olhaberriet

As ruas Euclides da Cunha e Serafim Valandro (entre a rua Bozano e Venâncio Aires), já foram asfaltadas, e  também a avenida Nossa Senhora da Medianeira, restaurada para 75ª Romaria Estadual de Nossa Senhora da Medianeira de Todas as Graças.

Todos esses gastos poderiam ser evitados se houvesse a manutenção constante do asfalto, que é um processo de baixo custo, em que se usam retardadores de trinca, agentes rejuvenescedores e drenagem, também sendo necessário a avaliação para o uso de materiais precisos e de qualidade que garantem a sua durabilidade, já que há muitos agentes externos responsáveis pelo seu desgaste. Outro problema no asfaltamento das vias públicas, causador dos famosos buracos, é a terraplanagem incorreta ou a falta dela.

A terraplanagem é a escavação ou preenchimento de terra em uma determinada área, fazendo com que o terreno fique nivelado. É um dos principais elementos da engenharia civil, é feita para obras de engenharia do solo, que é o caso das rodovias.

Outra medida aprovada pela prefeitura de Santa Maria e com parte da coordenação feita pela IPLAN, foi o projeto escolhido por votação popular, para revitalização da 2ª quadra da rua Dr. Bozano. O projeto vencedor é dos alunos de Arquitetura e Urbanismo da UFN, Caroline Silveira, Gabriela Cezar, Gabrielle Minuzzi, Maysson Carvalho e Simone Rubin. A ideia apresentada utiliza cores alegres para momentos de lazer e descanso, o projeto conta com “ilhas de refúgios” com cores frias, pallets, guarda-sóis e vegetação. Locais para Food Truck e com lixeiras de tambores de óleo de 200L, que serão disponibilizados para artistas grafitarem.

 

Prefeitura fará empréstimo para reparar ruas e estradas esburacadas (Foto: Matheus Jardim)

A solução para resolver o problema dos buracos nas ruas de Santa Maria está encaminhada. Por mais que a maioria dos vereadores, por meses vetavam o empréstimo para o conserto das ruas do município, foram convencidos pela calamidade das ruas da cidade. A Câmara de Vereadores aprovou, por unanimidade, o projeto que autoriza a prefeitura a contratar o empréstimo que soma R$ 78 milhões para fazer melhorias nas ruas, paradas de ônibus e estradas rurais de Santa Maria.  

Como já existe uma licitação em aberto para a recuperação do asfalto, a projeção do Executivo é que quando a primeira parcela entre nos cofres do município, as máquinas já comecem a trabalhar. Apesar de ter sido aprovado por unanimidade, o projeto enfrentou muita resistência dentro da Câmara de Vereadores.

Os empréstimos foram feitos em duas partes: R$ 28 milhões do Programa de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa), da Caixa Econômica Federal. Do total, 26 milhões devem ser investido nas piores ruas, R$ 1 milhão para fazer abrigos de ônibus e R$ 1 milhão para compra de maquinários e equipamentos. O prazo para pagamento do empréstimo é de dez anos.

Já, os outros R$ 50 milhões são do Programa Avançar Cidades, do Ministério das Cidades, se liberado, R$ 1,3 milhão do recurso será usado para contratação de uma empresa que vai fazer o estudo das necessidades para a recuperação de 64 ruas, que equivalem a 75 quilômetros. Os trâmites para este empréstimo são mais complexos. Assim, este recurso deve ter o primeiro repasse ao município em 2019, o prazo de pagamento é de 20 anos.

Produzido para a disciplina de Jornalismo Digital 1 sob a supervisão do professor Maurício Dias

 

O vereador Luciano Guerra (PT) protocolou na tarde de terça-feira um pedido de informações referente ao serviço prestado pela administração do cemitério Santa Rita. Segundo relato de famílias, não há coveiros no local durante os finais de semana e o sepultamento ocorre de forma improvisada até o próximo dia útil.

“Fui ao enterro de um familiar, que teve que ser sepultado de forma definitiva somente na segunda-feira, porque não tinha profissionais para trabalhar no cemitério. É obrigação da prefeitura saber o que está acontecendo, a quantidade de profissionais e tomar uma atitude, já que isso pode estar ocorrendo em outros locais também”, disse o parlamentar.

No documento enviado ao executivo, Guerra solicita que seja informado o número de coveiros e que o problema seja solucionado. “A perda de um familiar é um momento de muita dor e ninguém deveria passar por essa situação”, finaliza.

Fonte: Assessoria de Comunicação Luciano Guerra

Observatório da mídia CS-02

     Caroline Comassetto, Larissa da Rosa, Natalia Zuliani, Tayná Lopes e Thayane Rodrigues

As discussões cotidianas são diretamente influenciadas pela prática jornalística, por meio de construções de realidades pautadas pela mídia. Desde a hierarquização das informações apuradas até os critérios de noticiabilidade, define-se o que será discutido e comentado socialmente.

Segundo este raciocínio, da teoria do agendamento, as notícias pautam nosso cotidiano. Assim se forma a realidade social, baseada na dimensão valorativa que cada meio de comunicação carrega, influenciando na construção da subjetividade humana. Da mesma forma, a esfera social pauta o meio midiático. A opinião pública possui forte presença no jornalismo, mesmo com a hegemonia midiática estabelecida pelo monopólio das grandes empresas de comunicação.

Durante um mês – da primeira quinzena de maio à primeira quinzena de junho de 2016 -, realizamos uma sondagem com a população santa-mariense, semanalmente, para a disciplina de Políticas de Comunicação do curso de Jornalismo, contabilizando os dados e analisando de forma comparativa com a mídia local. O foco desta pesquisa foi a infraestrutura da cidade de Santa Maria, contemplando questões cotidianas da população, gestão municipal e abordagem midiática. No recorte analisado, o relacionamento público-mídia é movido pelas duas partes: a dinâmica social é influenciada pela prática midiática, assim como a mídia é guiada pelo viés da opinião pública.

Em diversos bairros da cidade coletou-se informações de 80 participantes, de 17 a 76 anos e profissões variadas. A maioria caracterizou como péssima e ruim a infraestrutura da cidade. Trata-se aqui da iluminação, acessibilidade, calçadas, asfalto e ciclovias. Foi apontado como maiores problemas o asfalto, o calçamento e a iluminação. O asfalto por causar danos aos carros, aumentar o tempo de percurso e gerar engarrafamentos e acidentes. As calçadas por interferir na acessibilidade e no percurso de pedestres. E a iluminação por provocar aumento da violência e sentimento de insegurança.

Os principais veículos de comunicação locais que os entrevistados consomem são o Diário de Santa Maria (online e impresso), A Razão (impresso) e o programa televisivo Jornal do Almoço local, que noticiaram sobre asfaltamento, calçadas, obras, acidentes e bloqueios/desvios. O grande número de jovens entrevistados, provavelmente por sua relação com a internet e as redes sociais, fez com que a sondagem trouxesse o Diário de Santa Maria online como principal fonte de informação local. Apenas 11 pessoas disseram não consumir nenhum tipo de notícia sobre esse assunto durante o tempo apurado.

Considerando que o agendamento se dá de vários modos, segundo o pesquisador Antonio Hohlfeldt, a influência do agendamento por parte da mídia depende do grau de exposição a que o receptor está exposto. Além disso, depende também do tipo de mídia, da relevância e interesse que este receptor venha a emprestar ao tema, sua necessidade de orientação ou sua falta de informação, ou, ainda, seu grau de incerteza.

Assim, analisando as respostas dos entrevistados de acordo com o que foi noticiado, nas semanas das entrevistas, nos meios de comunicação consumidos pelos mesmos, concluiu-se que, no caso da infraestrutura municipal, a teoria do agendamento acontece. Com exceção daqueles questionamentos que foram respondidos com base na experiência cotidiana dos entrevistados, que estavam menos expostos ao agendamento da mídia em função do não consumo ou consumo raso de notícias e/ou usavam do senso comum para afirmar tópicos negativos sem argumentação factual. Este senso comum é gerado pela falta de exploração e profundidade da mídia sobre a infraestrutura municipal – prova é que foram veiculadas mais notícias sobre estradas, de responsabilidade estadual/federal, do que sobre ruas da cidade, gerando uma abordagem que provoca a banalização das notícias sobre a infraestrutura municipal.

O processo inverso também ocorre: a opinião pública pauta a atividade jornalística. Podemos constatar isso em função da dinâmica organizacional das notícias veiculadas, nos meios analisados, que ocorreu posteriormente à análise das informações e apontamentos da população sobre a infraestrutura na sondagem realizada.

Assim, nossa sondagem e análise corroboram com a teoria do agendamento social, bem como indicam que o processo de agendamento midiático ocorre no âmbito local, pois as informações ouvidas na rua foram basicamente as expostas nos veículos, e vice-versa.

Como afirma João Pissara, a mola principal para a democracia é a opinião pública. A comunicação deve montar a agenda de discussão da sociedade de maneira menos valorativa e mais asséptica possível, afinal a coletividade se alimenta das impressões dos meios de comunicação de massa e é papel da mídia dar espaço à esfera pública, afinal a força da mídia está não só no que ela veicula, mas também – e principalmente – no que ela não veicula.

Jornalistas são agentes políticos com poder de construção de realidade. As mídias sabem criar o senso comum da sociedade e podem levar a opinião pública a reproduzir seus interesses particulares, e não necessariamente o interesse público. É preciso saber até onde vai a construção da realidade e onde começa o agendamento intencional do senso comum de acordo com a dimensão valorativa do veículo, até onde a mídia se pauta pela opinião pública e até que ponto ela pauta a opinião pública.

 

Thayane (1)
Thayane Rodrigues, 19 anos, adora leitura, música e se aposta na narrativa.
Tayná (1)
Tayna Lopes,18 anos estudante de jornalismo, amante dos livros e apaixonada por teatro.
Natália (1)
Natalia Zuliani, santa-mariense, 20 anos, ama ler e é apaixonada por Jornalismo Investigativo.

 

Larissa (1)
Larissa da Rosa,19 anos, santa-mariense, divide seu tempo entre jornalismo e ballet clássico. Apaixonada por arte e qualquer tipo de manifestação cultural, tem o insaciável desejo de conhecer o mundo.
caroline
Caroline Comassetto, 19 anos, estudante de Jornalismo, ama ler e é apaixonada pelo curso.