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A terra de ninguém

Desde o surgimento de grandes sociedades na história, diversas bases legais foram estabelecidas pelo homem, tendo como exemplo, a Lei de Talião no oriente, a Lei das Doze Tábuas utilizadas no período da soberania romana, a

Redes sociais: vilãs ou mocinhas?

Quando surgiu, em meados dos anos 90, a internet revolucionou a forma de comunicação entre as pessoas. Com o aprimoramento dessa ferramenta tecnológica de informação e para facilitar ainda mais a conexão entre usuários, em 1995 surgiram

Quanto custa acompanhar a tecnologia?

As mudanças no mundo da tecnologia acontecem de modo cada vez mais acelerado. Há bilhões de pessoas hiperconectadas entre si em uma rede global de informação sem limites. Na sociedade em que informação significa poder, estar conectado

Santa Maria já tem App para compra de gás e água mineral

Dispositivos e apps já invadiram a vida cotidiana dos cidadãos. Em Santa Maria, o aplicativo Gás Connect, uma nova ferramente para a compra coletiva de gás de cozinha e água mineral, vem ganhando adeptos. Desde abril,

Geração Bad: a gíria e o sentimento

“Hoje eu estou na bad”. “Estou na maior bad do mundo”. “Que bad”. “Hoje eu só vou curtir a bad”. “Essa música é boa para curtir numa bad”. Se você tem o hábito de utilizar a

Pesquisa estuda os “memes” como forma atual de expressão

O advento da internet e a globalização proporcionaram novas perspectivas de conexões entre os seres humanos. Uma dessas distintas “novas maneiras” de se comunicar e transmitir conhecimentos e informações são os “memes”. Oriundos da internet, começaram como

Empreendedorismo debatido durante o XVIII SEPE

Empreendedorismo foi o tema da palestra da primeira noite, 1º de outubro, do XVIII Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão (SEPE). O bate-papo foi conduzido pelo administrador Lissandro Dorneles Dalla Nora. O palestrante dialogou com estudantes

Desde o surgimento de grandes sociedades na história, diversas bases legais foram estabelecidas pelo homem, tendo como exemplo, a Lei de Talião no oriente, a Lei das Doze Tábuas utilizadas no período da soberania romana, a lei divina que regeu a Idade Média e os complexos sistemas jurídicos projetados na Idade Moderna.

Com a chegada da Idade Contemporânea, a humanidade finalmente se depara com a morte da justiça. Mesmo esta intricada esquematização de direitos e deveres, que regeu o homem por milênios, acabou encontrando seu fim frente a uma sociedade que se vangloria pelo seu acesso às informações, capaz de fornecer conhecimento de forma nunca antes visto, enquanto exibe uma ignorância sem precedentes.

Imagem: Emanuelle Rosa

No século XXI, a justiça se tornou moldável, capaz de ser adaptada a diferentes situações. Nós abandonamos a justiça coletiva e aderimos à justiça individual, onde as punições vem antes do julgamento, onde todos obtiveram a voz que tanto queriam e acabaram sufocando de tanto falar.

A internet, principal meio de propagação da nova “justiça virtual”, tornou-se um campo de batalha, talvez o único modo de combate que o ser humano virá a conhecer no futuro. O conflito físico se tornou crime capital, afinal, a violência é tida como algo muito grave, exceto quando praticada por meio de um desconhecido na internet, que apesar de sua covardia, tornou-se capaz de se colocar em uma condição quase tirânica; tudo pode, nada deve.

Como pode haver respeito em ambientes virtuais onde as pessoas gozam de sua “liberdade de expressão” e, simultaneamente, não estão dispostas a enfrentar os resultados de suas ações? Não ironicamente, estas redes sociais se apresentam como um retrato digno dos valores morais adotados na atualidade. Que justiça pode haver em um julgamento onde o acusado já fora previamente declarado culpado e punido, sem direito a defesa? Bem-vindos a Idade Pós-contemporânea, onde é proibida a prática de hostilidades físicas, entretanto, discussões na internet, com direitos a ofensas e ameaças, são tidas como recreação e o termo ‘consequências’ nada mais é que um conto de fadas que outrora fora respeitado pela humanidade.

A Casa de Memória Edmundo Cardoso oferece uma oficina gratuita sobre Como usar a Internet: Redes Sociais e Serviços de Streaming no próximo dia 19 de abril, terça-feira, das 14h30 às 16h30. A oficina ocorre como parte das comemorações pelos vinte anos de existência da Casa e tem como facilitadores Bruna Rodrigues, Gabriel Leite e Matheus Meller. São ofertadas 20 vagas e as inscrições podem ser feitas pelo e-mail aacasamemoriaedmundocardoso@gmail.com ou pelo telefone e whatsapp 55.99972.1504. Cada participante deverá levar seu celular ou notebook no dia da oficina, que será realizada no auditório Cláudio Cardoso, que fica na rua Pinheiro Machado, 2712, em Santa Maria.

A internet se consolidou, ao longo do tempo, como um espaço social que permite interações e trocas que alcançam os mais variados âmbitos da vida pública e privada. O ambiente online ainda possibilita um debate a partir de diferentes ideias e posições, o que coloca em destaque o papel que as ferramentas digitais desempenham em sociedades democráticas. Porém, apesar dos avanços das tecnologias de informação e comunicação, a internet também se tornou um terreno fértil para muitas violações, censura e desinformação.

É nesse contexto, tanto de benefício quanto de risco, que a internet tornou-se um instrumento político para muitos governos, que buscam cortar o acesso às plataformas digitais ou realizar apagões totais de conexão. Em 2021, 20 países interromperam o sinal da internet e bloquearam as mídias sociais. Veja abaixo:

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O que são os cortes à internet?

Os cortes, bloqueios ou apagões se caracterizam como uma interrupção intencional da internet, com o objetivo de tornar o serviço inacessível e inutilizável para a população de uma cidade, região ou país. De forma geral, os governos costumam ordenar essas medidas para controlar o fluxo de informações.

Os cortes podem ser totais (apagão), o que compromete toda a conexão da internet, e parciais (bloqueio), ou seja, restritos a tipos específicos de conexão (internet à cabo, móvel ou fibra ótica), ou às mídias sociais e aplicativos de mensagem (Whatsapp, Telegram, Twitter, Facebook, Instagram, Snapchat, etc). A redução da velocidade da conexão também é considerada uma ferramenta de restrição ao acesso à internet.

Cortes na internet, violação de direitos humanos e impactos na democracia

Os bloqueios à internet e às mídias sociais têm impacto em diversos direitos humanos assegurados por declarações e tratados internacionais. O Advogado e Professor de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), João Pedro Seefeldt Pessoa, explica que o direito ao acesso à internet, à informação e à inclusão digital são comprometidos quando ocorrem os cortes. “A restrição do acesso à internet compromete a própria democracia, especialmente quando limita o exercício dos direitos de cidadania pelos usuários”, comenta Pedro.

A população ainda pode ficar vulnerável em diversas frentes, como esclarece a Pesquisadora Júnior de Direito e Tecnologia do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio, Celina Carvalho: “A interrupção do acesso à internet impede o pleno gozo de uma série de direitos e liberdades fundamentais, especialmente o direito à liberdade de expressão e opinião, acesso à informação e liberdade de reunião e associação”.

O Professor Universitário, Advogado e Doutor em Diversidade Cultural e Inclusão Social – FEEVALE/RS, Luciano de Almeida Lima, ainda destaca que a liberdade de expressão é um dos principais direitos violados pelos cortes à internet e às mídias sociais. “Não podemos ignorar que o direito de liberdade de expressão integra a concepção de dignidade da pessoa humana, representando, de outra parte, fundamento necessário à sobrevivência do Estado e da própria democracia”.

“Um bloqueio total da internet pode refletir uma atmosfera de repressão política, censura, violação dos direitos humanos ou a ausência de um Estado Democrático de Direito. Essas restrições podem representar um impacto à democracia justamente porque a ideia de democracia vem acompanhada do reconhecimento de direitos fundamentais de liberdade que tornam possível uma participação política guiada por um senso de agência do indivíduo”, afirma Celina.

Apesar disso, os apagões continuam em curso e atingiram o ápice em 2021. Neste ano, foi registrado o mais longo período de corte na internet em uma democracia. Durante quatro meses, entre 4 de agosto de 2020 e 5 de fevereiro de 2021, o povoado de Jammu e Kashmir, na Índia, ficou sem acesso à internet. De acordo com o governo, os cortes foram feitos durante períodos de operações militares como uma “medida de precaução” e uma forma de “restaurar a ordem” diante de ações terroristas no povoado.

Os cortes na internet são comuns na Índia. Na foto, protestos no país em 2019. Foto: Anushree Fadnavis/Reuters

Apenas neste ano, a Índia já realizou 25 bloqueios à internet e às mídias sociais. Além de Jammu e Kashmir, outras medidas de restrição no país acontecem durante os Protestos dos Agricultores, que se concentram em Nova Délhi e nas cidades ao redor da capital. O governo afirmou que os cortes são realizados para evitar desinformação sobre os movimentos sociais. Porém, especialistas afirmam que é uma tentativa de barrar a organização de novas manifestações.

Jordânia, Senegal, Rússia, Cuba e Bangladesh também empregaram bloqueios à internet e às mídias sociais em períodos de protestos. O governo de Cuba, por exemplo, fez dois cortes neste ano: em janeiro, quando realizou o bloqueio, por duas horas, ao acesso às mídias sociais e aplicativos de mensagem em meio a manifestações contra o governo; e, em julho, quando impôs um apagão no dia do início de novos protestos. Whatsapp, Facebook, Instagram e alguns servidores do Telegram ainda estavam restritos em Cuba, na data de término da reportagem.

De acordo com a organização Access Now, “os governos estão usando interrupções na rede como uma ferramenta não apenas para impedir e desarticular o protesto em si, mas também para ocultar as violações dos direitos humanos comumente associadas aos protestos”. Caso do Irã, que nos meses de janeiro e fevereiro cortou o acesso ao aplicativo Signal e à internet móvel para, supostamente, esconder a repressão às manifestações sociais em alguns locais do país.

20 países cortaram a internet em 2021. Imagem: Picture Alliance.

“Em países onde a democracia não é uma realidade, o bloqueio da internet é utilizado como forma de reprimir essas manifestações sociais, mantendo as pessoas dominadas por essa repressão política. Assim, além de violar direitos, esse bloqueio tem a capacidade de impedir, ou ao menos dificultar muito, a organização da sociedade para os movimentos sociais – que são essenciais em uma democracia, mas não são bem-vistos em países repressivos e autoritários”, relata a Professora, Advogada e Doutoranda em Direito, Bruna Bastos.

Esse é o caso de Mianmar, país do sudeste asiático que é governado por uma Junta Militar, desde o golpe de Estado em fevereiro de 2021. Logo que chegaram ao poder, os militares estabeleceram um “toque de recolher” da internet, que era bloqueada durante toda a madrugada e voltava a funcionar perto das nove da manhã. Em março, a Junta Militar baniu o uso do Twitter, do Facebook e do Instagram. Apenas em abril, a internet à cabo e a fibra óptica foram reestabelecidas. Porém, a internet móvel, usada pela maior parte da população no país, continuava bloqueada.

Outro período recorrente de cortes na internet é em época de eleições. Neste ano, Uganda, Níger, Congo e o Chade realizaram bloqueios durante o pleito. Na Uganda aconteceu um apagão de todos os serviços digitais por quatro dias. O acesso à internet no país já é limitado desde 2018, quando foi criada uma taxa diária para uso das mídias sociais, chamada Over the Top (OTT).

Os objetivos e os efeitos dessa medida em período eleitoral são diversos, como explica o Advogado João Pedro: “Os apagões da internet em época de eleições podem levar à desinformação, quando o usuário não consegue ter acesso a uma diversidade de informações para escolher ou criticar um candidato, bem como, ao desmantelamento de manifestações políticas, com o fim de impedir a liberdade de expressão e silenciar opiniões dissonantes ou contra hegemônicas. Os apagões acabam sendo utilizados por aqueles que querem se manter no poder, de forma ilegítima, e promover uma campanha de desinformação e confusão no povo”.

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Pandemia e cortes na internet: vácuo de informações, assistência e cidadania

A pandemia do coronavírus intensificou o uso da internet e das mídias sociais. Logo, seu bloqueio dificulta que a população tenha acesso a informações durante esse período. “Apagões ou limitações à internet podem interferir no comércio eletrônico, em aplicativos de reserva de vacina, em videoconferências ou mesmo no acesso a informações vitais sobre o vírus da covid-19”, aponta Celina Carvalho.

Os bloqueios em Jammu e Kashmir, na Índia, por exemplo, impediram o trabalho de organizações de assistência humanitária. “Nossos voluntários não conseguiram identificar quem precisava de ajuda”, relatou Bilal Khan à Fundação Thomson Reuters. Khan é membro da Athrout, equipe que fornece ajuda médica e alimentação ao povoado de Jammu e Kashmir.

Além disso, outros impactos de cortes à internet no período atual podem ser observados. Para Bruna Bastos, os bloqueios durante a pandemia tornam-se mais graves, pois violam e adentram em outros direitos além da liberdade de expressão e acesso à informação.

Luciano de Almeida Lima também se posiciona nesse sentido: “Tente imaginar se você ou seus filhos não pudessem ter acesso a aulas online, a serviços públicos digitalizados ou à possibilidade de continuar suas atividades de trabalho como reuniões e vendas. A resposta é muito simples. Você não ficaria excluído simplesmente da internet, você ficaria excluído completamente da cidadania”.

Com a consciência disso, governos utilizam a internet como uma ferramenta para silenciar a população e promover um apagão não somente nas redes, mas em todos os direitos humanos e fundamentais. Entre contradições e tendências autoritárias, os cortes na internet colocam em evidência as democracias em xeque no mundo.

Texto produzido pela acadêmica Laura Gomes na disciplina de Jornalismo Internacional, do Curso de Jornalismo da Universidade Franciscana (UFN). Orientação: Profª Carla Torres.

Quando surgiu, em meados dos anos 90, a internet revolucionou a forma de comunicação entre as pessoas. Com o aprimoramento dessa ferramenta tecnológica de informação e para facilitar ainda mais a conexão entre usuários, em 1995 surgiram as redes sociais. Já nos anos 2000, as redes sociais começaram a ser conhecidas como “sites de relacionamento”, onde visavam a conexão entre pessoas que tinham interesse em se relacionar virtualmente. Hoje, as redes sociais servem para manter uma estrutura relacional seja a partir de pessoas, empresas ou qualquer tipo de serviço. Assim, as redes tem a função de ser uma ligação social e de conexão entre pessoas. 

As redes sociais estão cada vez mais presentes em todo o mundo, e no Brasil isso não é diferente. Cerca de 66% — 140 milhões de pessoas — da população brasileira pertence à esse mundo virtual. Entre as mais utilizadas estão Instagram, Facebook, Youtube e Twitter. O Relatório Digital In 2019, feito pela We Are Social em parceria com a Hootsuite, aponta que a rede social com mais usuários ativos no país é o Facebook, com cerca de 2,271 milhões de pessoas.

As redes sociais mais utilizadas e a porcentagem de internautas que utilizam cada plataforma. Fonte: We Are Social 2019.

Vida real X Vida virtual

As redes sociais já viraram “acessórios” das pessoas, visto que hoje servem para muitas coisas além de conectar uns aos outros. O principal uso é como de fonte de informação, não apenas a partir de meios de comunicação, mas também via perfis de pessoas famosas. Uma rede social é como um amplo espaço que reúne pessoas com ideias, gostos e opiniões diferentes e, com isso, há a ação de ser “influenciado digitalmente”. Vive-se em um momento em que conceitos como “vida real” e “vida virtual” se misturam quase que por completo. 

Segundo a psicóloga Carla Storck, o perigo se encontra em conteúdos que não passam por algum filtro próprio do que é certo ou errado. “O que antes uma pessoa pensava, fazia ou acreditava ser certo, pode ser escanteado sem pensar duas vezes, tomando aquilo que aquela pessoa importante – como um influenciador digital – disse como verdade. Se um conteúdo vai trazer benefícios ou malefícios para alguém, vai depender do que é passado e como é passado por quem produz, e também como a pessoa que recebe esses conteúdos vai lidar com o que leu/ouviu”, ressalta Carla. 

Usuários em redes sociais crescem a cada ano. Foto: Denzel Valiente/LABFEM

Se de um lado o uso das redes sociais é importante para estreitar relações, por outro é responsável pela criação de diversas síndromes. Segundo dados disponibilizados pelo site TechTudo, 41% dos jovens brasileiros sentem sintomas como tristeza, ansiedade ou depressão ao usarem as redes sociais. Os números são do Indicador de Confiança Digital (ICD) (2019), levantamento contínuo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) que avalia as perspectivas dos brasileiros em relação à tecnologia. 

A estudante de Radiologia da UFN, Marianne Menezes, 18 anos, que utiliza as redes sociais desde os 10 anos de idade, conta que é bem seletiva quanto a conteúdos publicados na internet. “Procuro me deixar influenciar por aquilo que acho que irá acrescentar. Acredito que, se não for visto com cautela, o conteúdo pode ser prejudicial àqueles que se deixam influenciar em qualquer âmbito. Por vezes se vê influencers ditando padrões e “apoiando” uma vida não real. Deve ser visto com cuidado aquilo que vale ou não a pena se “deixar influenciar””, relata. 

O contraponto da comunidade virtual

Mas nem tudo são más notícias. Há possibilidade de criar e compartilhar informação, expor opiniões, criar movimentos sociais, de forma que não ofenda as individualidades e subjetividade de cada um. A psicóloga Ana Luiza Toniazzo comenta sobre a internet estar abrindo muitas portas para o acesso a novas fontes de informações, o que pode ter facilitado a muitas pessoas se aproximarem de certos conteúdos de seu interesse. “Nem sempre todos têm recursos financeiros para pagar por certas informações. Nesse sentido tem-se, por exemplo, pessoas que produzem e divulgam tutoriais ou cursos, conteúdos educativos, conteúdos relacionados à saúde e bem-estar, dentre outras informações que circulam nesse meio e que podem ajudar muitas pessoas que não têm acesso a isso de outras formas”, explica a psicóloga. 

Há influenciadores digitais que divulgam conteúdos sobre ideias e gostos que não são como uma verdade única. É a disseminação de opiniões, priorizando a liberdade que o público tem e quebrando padrões já impostos nas redes sociais. É o caso da digital influencer Tayla Francine, 19 anos. Tayla conta que começou no ramo em 2016, quando ainda fazia vídeos para o Youtube. Em 2018 ela migrou para o Instagram, e hoje oferece dicas sobre maquiagens, cabelo, moda, voltadas mais para o público feminino. Segundo ela, a prioridade é trazer dicas com bom custo benefício, para que todos os seus seguidores possam usar ou fazer. Para ela, o maior incentivo é trazer conteúdos que possam ajudar as pessoas que possuem interesse nesses assuntos, colaborando no crescimento do bem estar físico e mental dos seus seguidores. 

Tayla usa o Instagram como Digital Influencer desde 2018 e possui quase 2.700 seguidores.

A responsabilidade para avaliar o quanto se conhece sobre determinado assunto, para repassar a outras pessoas que acompanham o conteúdo, é um ponto importante citado pela Ana Luiza Toniazzo. Segundo ela, muitas pessoas não possuem propriedade suficiente para falar sobre determinados assuntos, divulgando muitas vezes informações errôneas. “O trabalho dos influenciadores digitais é bom até o ponto em que leva informações genuínas e de forma responsável a quem os acompanha”, esclarece a psicóloga. 

Dicas para fazer bom uso das redes sociais

É inegável o crescimento das redes sociais no âmbito digital. Podem ser usadas de forma benéfica, para facilitar a comunicação entre usuários, assim como seu uso excessivo pode desencadear síndromes como ansiedade e depressão. Com isso, a psicóloga Luciana Ruffo, do Núcleo em Pesquisa em Psicologia e Informática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (NPPI-PUC/SP), criou recomendações para o bom uso das redes sociais:

Monitore seu uso de rede sociais

Observe quando e com que frequência você acessa as redes sociais; entenda quanto elas tomam do seu tempo e como afetam sua vida pessoal.

Preste atenção nos alertas dos amigos

Ouça quando pessoas ao seu redor – sejam amigos ou familiares – te dizem que você dedica mais tempo às interações digitais que às interações reais.

Observe suas mudanças de humor

Note o seu estado emocional antes, durante e depois de usar suas redes sociais; elas geram bem-estar ou são gatilhos para angústia e ansiedade?

Lembre-se: nas redes, a realidade é editada

Entenda que todas as postagens são recortes – geralmente positivos – das vidas das pessoas e que, por isso, não faz sentido fazer comparações.

Evite se expor e se poupe de discussões

Atente sobre o quanto você expõe a sua vida online; se você não quer ouvir opiniões ou comentários, evite postagens que deem margem a isso.

 

Texto produzido na disciplina de Jornalismo III, no 2º semestre de 2019 e supervisionado pela professora Glaíse Palma.

Image by Gerd Altmann from Pixabay

As mudanças no mundo da tecnologia acontecem de modo cada vez mais acelerado. Há bilhões de pessoas hiperconectadas entre si em uma rede global de informação sem limites. Na sociedade em que informação significa poder, estar conectado às novidades é mais do que um convite, é quase uma imposição, é o que define se você está “dentro” ou “fora”.

Mas como fazer para acompanhar tudo isso? Iphone, Android, Ipad, Tablet, Smartphones… Isso sem falar em Netflix, Spotify, Facebook e Instagram. Sim, as redes sociais vieram para ficar. A variedade de opções é tão grande, que ficamos atônitos. Mas, de fato, quanto tudo isso custa ao consumidor? Vale à pena? Realmente é tão necessário? A verdade é que o “fenômeno da mobilidade” é uma realidade inseparável do ser humano do século 21.

A invasão tecnológica está alavancando conectividade, efeitos de rede, inteligência artificial e escala sem precedentes para criar plataformas globais com as quais é quase impossíveis de competir. De acordo com os números do International Data Corporation (IDC), foram vendidos cerca de 334,4 milhões de smartphones no mundo apenas em 2018. Uma variação de 8% em relação ao ano anterior, independente dos valores praticados.

A grande lacuna que fica é a relação custo x benefício. No site da Apple, uma das gigantes mundiais em smartphones, um celular na versão mais “simples” custa a partir de R$ 1.699,00. Isso representa cerca de 2x o salário mínimo nacional. “Eu adoro estar sempre na última onda da tecnologia. Mas admito, nos últimos anos está muito difícil acompanhar”, comenta Alex Mascarenhas de 23 anos e universitário.

A invasão tecnológica é tão grande, que o um dos mercados mais emergentes em Santa Maria são lojas especializadas em celulares. São lojas de conveniência, acessórios, manutenção e, claro, vendas de aparelhos. “Iniciei em 2015. Ainda pequeno, vendia um celular aqui, um tablet ali. Hoje temos 2 lojas no centro da cidade em franca expansão para um terceiro empreendimento até o final do ano”, conta o empresário Carlos Bianchinni. No setor, a chegada de novidades geralmente acontece em abril, mas o movimento das vendas é maior na época de Natal.

 

Texto produzido por Daniel Lima para a disciplina de Jornalismo Especializado, do Curso de Jornalismo da Universidade Franciscana, durante o 1º semestre de 2019. Orientação: professora Carla Torres.

Dispositivos e apps já invadiram a vida cotidiana dos cidadãos. Em Santa Maria, o aplicativo Gás Connect, uma nova ferramente para a compra coletiva de gás de cozinha e água mineral, vem ganhando adeptos. Desde abril, o aplicativo atua na cidade e conta com seis emprestas de fornecimento de gás de cozinha cadastradas: Jonatha GásNo Ponto GásRogério GásTaborda GásTavares Gás e Tchê Gás; e duas distribuidoras de água mineral: ACQUATEC Água e Pioneira Água.

A ideia do aplicativo surgiu em Bagé/RS através da Apus Digital, incubadora tecnológica especializada na criação e desenvolvimento de aplicativos. O objetivo é facilitar e agilizar a comunicação entre os fornecedores e o cliente final.

Totalmente gratuito, o usuário que quiser utilizá-lo, basta baixar no celular e fazer seu cadastro. Segundo os seus criadores, entre as vantagens, estão: vários fornecedores em um só lugar, descontos com base nas compras realizadas pelo usuário cadastrado e pelos membros de sua rede de compras, além do acompanhamento de todas as etapas da entrega do produto em tempo real.

Além de Bagé, o aplicativo já está funcionando em outras cinco cidades gaúchas: Porto Alegre, Santa Maria, Santana do Livramento, Gravataí e São Vicente do Sul. Em Santa Maria, a representação é da Systech Soluções em Informática, empresa do ramo de informática que trouxe uma nova alternativa ao setor de compras coletivas através da internet.

Foto: Juliano Dutra/ Labfem

“Hoje eu estou na bad”. “Estou na maior bad do mundo”. “Que bad”. “Hoje eu só vou curtir a bad”. “Essa música é boa para curtir numa bad”. Se você tem o hábito de utilizar a internet e frequentar as redes sociais, provavelmente já se deparou com alguma destas frases ou suas variantes. Tão provável quanto é que você já tenha publicado alguma bad em rede social ou usado a expressão para conversar com alguém próximo.

Mas afinal, o que é bad? Essa é uma pergunta difícil e complexa de ser respondida, pois a bad é um sentimento subjetivo e complexo em cada um, mas basicamente podemos dizer que é uma tristeza. Ter sentimentos é bom, normal e saudável, inclusive se sentir triste. A tristeza faz parte da vida, assim como, as alegrias. O problema está na proporção. Bad é um termo que ficou naturalizado na internet, mas que em diversos casos esconde sentimentos profundos e perigosos que necessitam de atenção.

“Na verdade, eu falo que estou na bad quando minha depressão aparece querendo arrancar minha porta. É quando meu corpo começa a doer por causa da minha dor psicológica. Mas as pessoas não gostam de ouvir pessoas com depressão, sobre a doença. É como se ao admitir nossos sintomas e sentimentos estivessemos deixando de lutar, sendo fracos (…). Chamo só de bad o que na verdade me coloca num chão de lama” – depoimento anônimo.

Em uma pesquisa online realizada com 200 participantes foi possível entender um pouco mais sobre o que é e como se manifesta a bad, os dados obtidos com ela serão utilizados em toda a reportagem. O questionário foi divulgado no Twitter e em grupos do Facebook, principalmente. Foram feitas treze perguntas, nem todas sendo obrigatória a resposta. Os participantes são residentes de mais de dezesseis estados e Distrito Federal, o que demonstra a pluralidade de pessoas alcançadas. As idades variam de “menos de 16 anos” (1,5%) até “mais de 25 anos” (18,5%), mas a maioria está na faixa etária que vai dos 19 anos aos 22 anos, sendo 40% dos participantes. Quando questionados quanto ao nível de escolaridade 53,5% afirmaram ter Ensino Superior Incompleto, ou seja, a maior parte está cursando a faculdade. Outros níveis de escolaridade também apareceram, como Fundamental Completo (0,5%), Ensino Médio Incompleto (5,5%), Ensino Médio Completo (11,5%), Ensino Superior Completo (22%) e Pós-graduação (7%).

Se sentir momentos de tristeza é normal, também é natural vivenciar situações de bad. Por isso, a pesquisa mostra que 98,5% têm bad, sendo este valor referente a 197 pessoas. Mas se é normal, por que problematizar a bad? O problema, como dito antes, está na proporção e também na frequência, já que 42,5% diz ter bad pelo menos uma vez na semana e 27% todos os dias. Para alguns, bad é somente uma gíria da moda, para outros é um problema real e uma forma de conseguir falar sobre os sentimentos.

Crédito: Formulário Google/ gerado automaticamente

Para a psicóloga Gabriela Quartiero, as respostas dos questionário são parecidas ou remetem às mesmas situações. “Várias coisas são ligadas a redes sociais e como você vê a vida do outro bem”, esclarece. A psicóloga Natacha Ferrão acredita que o problema está na comparação que os sujeitos fazem da própria vida com a dos outros. “Na internet, com as redes sociais as pessoas se modificam, uma pessoa que está numa bad pode ver uma outra pessoa que está tudo lindo e maravilhoso, então há muita comparação e mascaramento do estado real”, destaca. “Às vezes alguém que está chateado e desanimado em um dia de chuva, por exemplo, tira uma selfie sorrindo e mostrando a tarde feliz que está curtindo. Outra pessoa, que está na mesma situação, de chateação e desânimo, pode ver aquela foto e achar que só ela está se sentindo daquela forma”, complementa Gabriela.

“As redes sociais me parecem vender uma realidade inexistente e inalcançável que promovem uma sensação de fraqueza e derrota. Além disso, perde-se mais tempo observando a vida ‘maravilhosa’ das pessoas do que se empenhando na própria. As redes sociais são incríveis ferramentas, mas bastante tóxicas quando usadas em excesso ou sem ‘filtro’. Talvez estejamos no momento mais profundo da Era do Espetáculo, em que mostrar vale mais do que viver. Essa sensação de ‘bad’ me parece ser, muitas vezes, um drops da depressão causada por uma sociedade bem desconexa, apesar de fortemente conectada.” – resposta anônima do questionário

Crédito: Formulário Google/ gerado automaticamente

“Esse negócio de comparação que é criado com certeza é um fator para que a gente não se aceite e não veja nossa vida como algo massa também. Obrigado pelo formulário, faz bem escrever sobre isso” – resposta anônima do questionário.

Sobre o uso da expressão bad, foi possível observar que são diversas as situações em que as pessoas utilizam o termo. “Algumas pessoas entendem como uma ‘situação bad’, mas muitas não tratam como um sentimento de depressão, outras utilizam a expressão para falar sobre a própria depressão”, explica Gabriela. “Tem pessoas que mostram uma angústia muito grande e que podem estar com uma bad mais voltada a depressão. Como pessoas que disseram não ter vontade de levantar da cama, que querem tomar remédio para dormir ou que ficam muito tristes em ver as outras pessoas felizes na rede social”, acrescenta.

“Sinto vontade de sumir, desistir de tudo o que faço porque nada faz sentido e nada vai dar certo. Fico desanimada” – resposta anônima do questionário.

Crédito: Formulário Google/ gerado automaticamente

Por dentro da internet

Para que frequenta Blogs, canais no Youtube, Instagram de diversas personalidades diferentes, a experiência é uma. Mas e para quem decide compartilhar sua vida em vídeo todos os dias?

Foto: Arquivo Pessoal

A Isabella Saldanha e o Felipe Luz são os youtubers do canal “Isabella e Felipe”, que antes se chamava “Fotografando a mesa”. Com mais de 500 vídeos e ultrapassando a marca de 3 milhões de visualizações totais, eles estão há um ano postando vídeos todos os dias. Em cada publicação diária eles compartilham sua rotina, mostram lugares para conhecer em São Paulo, as peripécias da vida adulta, viagens, aventuras capilares e todas as outras coisas que envolvem seus interesses pessoais e a vida que levam. Como todas as pessoas, eles tem seus momentos de bad e como não poderia ser diferentes, alguns destes momentos geram reflexões que estão nos vídeos.

Isabella contou que a frequência dessas bad é de aproximadamente uma vez por mês, mas não chegam a acontecer uma vez na semana. “Depois que tive depressão, eu evito muito ter esses momentos. Sei que é muito difícil sair, então tenho alguns truques para não entrar nessa bad”, comenta. Para ela o que desencadeia a bad é a falta de vontade de fazer as coisas e a facilidade em questionar a validade do próprio trabalho, pois é algo diferente. “Para a gente é muito fácil fazer isso, fazemos um negócio que não dá cem por cento certo”.

São incontáveis o número de bloggers e youtubers que trabalham hoje com a internet, porém é raro ver essas pessoas falando sobre os sentimentos. Para Isabella não é fácil falar sobre o assunto, por serem coisas muito íntimas e as pessoas julgarem, mas é melhor que a alternativa de fingir que está tudo bem. “Quando você opta por fazer o que nós fazemos no Youtube, seria necessário uma frieza muito grande para excluir os momentos de bad. Você tem que encarar só como um trabalho e nada mais. É mais fácil você sair de casa (para ir trabalhar) e esconder esses sentimentos. A gente começou a pensar no conteúdo que não consumimos, por que é tudo muito falso e feliz o tempo todo. Eu não concordo que a felicidade o tempo seja necessária, acho até que seja meio doentio”, revela a youtuber. “Quando você está na bad é importante saber que você não está sozinho”, completa Isabella.

Foto: Juliano Dutra/ Labfem

Como sair da bad?

Não existe uma fórmula mágica, pois cada pessoa vivencia os sentimentos da sua forma. Mas algumas coisa podem ajudar, como:

  • Ouvir uma música que te faça feliz. E dançar também, porque não?
  • Fazer exercícios. Você não precisa sair correndo para se matricular em uma academia. Uma caminhada pelo bairro já ajuda.
  • Conversar com os amigos.
  • Exercitar ou aprender um novo hobby.
  • Ler. Experimentar uma nova vivência, mesmo que através das páginas de um livro, pode ajudar a colocar os acontecimentos reais em uma nova perspectiva.

“A bad é desencadeada por diversos fatores, pessoas que tratam mal umas às outras, pressão para estarmos sempre perfeitos. E isso pode culminar em uma depressão. É perigoso. Nós precisamos estar mais atentos a pessoas que ficam constantemente na bad. Obrigada pela conversa.” – resposta anônima do questionário.


Reportagem produzida para a disciplina de Jornalismo Investigativo, do Curso de Jornalismo da Unifra, durante o primeiro semestre de 2017.
Edição: Professora Carla Simone Doyle Torres.

O advento da internet e a globalização proporcionaram novas perspectivas de conexões entre os seres humanos. Uma dessas distintas “novas maneiras” de se comunicar e transmitir conhecimentos e informações são os “memes”. Oriundos da internet, começaram como pequenas “face reactions”– reações faciais -, evoluíram, tomando várias formas, e estabeleceram-se como símbolos globais.

Ines Brasil memes
Ines Brasil memes

De imagens engraçadas como, por exemplo, da Inês Brasil somada a frases aleatória e fora de contextos, até fenômenos “virais” como Grumpy Cat ou Chewbacca Mom, os memes se manifestam de diversas maneiras em várias mídias. Mas qual o real significado destes virais e como foram “criados”?
De acordo com o criador do termo, o biólogo Richard Dawkins que escreveu em 1976 seu livro “O gene Egoísta”, a melhor definição do gênero é como uma unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro ou entre locais onde a informação é armazenada como, por exemplo, na internet.  No que diz respeito à sua funcionalidade, o meme é considerado uma unidade de evolução cultural que pode de alguma forma auto propagar-se.
Com o intuito de ser objetivo e ter rápida percepção, as imagens “partem” de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais para serem transmitidos como unidade autônoma a exemplo de uma foto da Inês Brasil. O estudo dos modelos evolutivos da transferência de informação é conhecido como memética.

meme
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No Brasil é notável a extensão dos memes e sua influência indiscutível nas mídias, não se restringindo apenas ao Facebook e Twitter. Um fato que destaca esta afirmativa está no exemplo do “Olha ela!” da Ana Carolina, participante do BBB 2016, que depois de virar vinheta, agora apresenta um bloco no programa de televisão da rede Globo, Vídeo Show. O caso mais atual da força desses virais foi a “guerra memeal”: uma disputa entre a qualidade e a quantidade de memes “bons” que o Brasil tem em relação a Portugal. A “guerra” que aconteceu nas redes sociais ganhou “proporções mundiais” e, hoje, inclui países como Argentina e Espanha na luta para ver quem tem os melhores conteúdos.

Eduardo Biscayno de Prá e orientadora Michele Kapp Trevisan após apresentação no Salão de Iniciação Científica da Unifra
Eduardo Biscayno de Prá e a orientadora Michele Kapp Trevisan após apresentação no Salão de Iniciação Científica da Unifra

Com bases nesses estudos que o acadêmico de Publicidade e Propaganda, Eduardo Biscayno de Prá, com orientação da publicitária e professora universitária, Michele Kapp Trevisan, desenvolveu um artigo para o SIC (Salão de Iniciação Cientifica) da Unifra, sobre os memes, apresentando uma proposta de caracterização temática.
O objetivo da pesquisa é entender como ocorre a ressignificação das imagens, ou seja, que pessoas possam atribuir novo significado a acontecimentos através da mudança de sua visão de mundo, e textos através dos memes nas mídias digitais. A metodologia aplicada no trabalho foi a coleta de dados e a análise qualitativa de documentos.
O trabalho também contou com investigação das definições do termo e sua re-apropriação enquanto forma de expressão e linguagem, assim como levantamento de algumas das suas principais páginas. 

Critica social: caracterizados por conter uma mensagem implícita, ou explícita. Uma das páginas, por exemplo, é Memes Messiânicos, que doutrina suas publicações à esquerda política.

meme4Arte e Cultura: Apresenta algumas obras de arte personagem fictício ou celebridade já existente na cultura erudita ou popular seguida de mensagem textual com vários temas. A página Olha Só Kiridinha, sublinha este contexto, pois têm suas publicações atribuídas à atriz britânica, Audrey Hepburn. A “page“ apresenta uma linguagem sátira com tom de desabafo.

Institucionais: empresas, ONGS e entidades passam a aderir linguagem

A capivara é parte oficial dos memes da prefeitura de Curitiba.
A capivara é parte oficial dos memes da prefeitura de Curitiba.

dos memes para se promover ou gerar identificação ou interação com o público nas redes sociais. A Prefeitura de Curitiba é famosa por usar imagens com capivaras- símbolo do município- chamando a atenção para os problemas sociais da cidade. Os memes são a forma de comunicação e engajamento com a população.  

Segundo a pesquisa do acadêmico, Eduardo de Prá, Dawkins previu que a internet potencializa a propagação dos memes, mas a simbologia adquirida nas redes sociais seria inimaginável.  “As redes sociais estão repletas de memes, mas percebi também, que as mídias tradicionais passaram a dar enfoque, importância para estas repercussões de conteúdo. Então comecei a procurar e percebi que ali cabia um estudo”, destaca o estudante. O futuro publicitário ainda supõe que os virais da internet tendem a permanecer como “parte da cultura comunicativa brasileira”. Já o jornalista e pesquisador em mídias digitais, Maurício Dias,entrevistado pela reportagem, esclarece algumas dúvidas:

Professor Maurício Dias, do curso de Jornalismo da Unifra. Foto: arquivo ACS
Maurício Dias, jornalista e professor no curso de Jornalismo da Unifra, durante cobertura do vestibular de inverno 2016. Foto: arquivo ACS

ACS -Tudo pode ser um meme?
MD -Meme significa imitação tudo que possa ser imitado e também modificado. Portanto, uma paródia é um meme um bordão também, uma cena de um filme ou de um seriado que é reconhecida pelos fãs ou mesmo uma frase de um vídeo amador.

ACS -De que forma entende-se esses virais? Podem serem considerados uma forma de linguagem?
MD – Os memes ganham espaço ampliado na internet, embora existam antes da grande rede algumas características que propiciam isto, é a facilidade ao acesso a ferramentas que permitem criar ou modificar figuras, fotos, vídeos, gifs, tirinhas muitas delas são gratuitas, como o Gerador de Memes. Outra questão é a conversação em rede e a conexão. As pessoas estão conectadas em função de interesses e esses interesses incluem humor, diversão. As redes sociais permitem essa conexão à troca de mensagens e até de memes, bem como reações instantâneas, memes é uma “evolução” do modo de conversar, ou se expressar nas redes sociais.

ACS – Eles caracterizam uma evolução?
MD -Não acredito que seja uma evolução, mas uma forma pela qual as pessoas conseguem expressar sentimentos. Não eliminamos as demais formas de expressão e comunicação só temos outras, mais diversificadas, se a gente parar para pensar, o ser humano imita o outro desde que começa o seu desenvolvimento.

ACS -De que forma essa “nova linguagem” interfere no jornalismo?
MD – O jornalismo se apropria da linguagem das redes para promover a participação, e engajar o público. As editorias usufruem desse potencial massificador para midiatizar conteúdo. É um acréscimo na produção das notícias. 

ACS – Como ser um coprodutor de conteúdo e criar um meme?
MD – Usar a criatividade ao seu favor. Utilizar temas, imagens em voga na sociedade e soltar a imaginação. Estas podem ser a “receita” para um novo meme.  Quem tem interesse em se “aventurar”, bastar fazer uma busca rápida na loja virtual dos seus smartphone com as tags: gerador e memes. Baixar, instalar e divertir-se. Há muitas plataformas e alguns sites também disponibilizam o serviço de forma gratuita como  IMGURLIVEMEMEQUICKMEMEMEMEDADIMGFLIPGERADOR DE MEMESMEME FUN.

Por Lorenzo Franchi, Petterson Lucas Vieira e Victor Mostajo. Matéria produzida para a disciplina de Jornalismo Especializado II

   

Foto: divulgação
Foto: divulgação

No último sábado, 28 de março, a segunda sessão do espetáculo ‘Say Hello para o Futuro’, do Teatro Por Que Não?, lotou a sala do Espaço Cultural Victorio Faccin, a qual tem capacidade para 90 pessoas. A peça, que conta com quatro atores, atraiu público de todas as idades e teve duração de, aproximadamente, duas horas. As cenas abordaram o tema Redes Sociais e Tecnologias, além das expressões mais usadas na internet, como selfie, hashtags, ‘curtidas’, ‘cutucadas’, entre outros.

O diretor do espetáculo, Felipe Martinez, 26, formado em Artes Cênicas pela (UFSM) Universidade Federal de Santa Maria, mencionou que a ideia do espetáculo surgiu a partir de relatos e vivências dos próprios atores e dele mesmo. “Queríamos fazer algo independente já que todas as peças anteriores tinham parceria com a UFSM. Esse foi o primeiro espetáculo feito totalmente fora da Universidade, no qual todos os atores já estão formados”, conta.

A partir de brincadeiras e conversas sobre as relações nas redes sociais surgiu o tema do espetáculo. Antes dos ensaios, os atores pesquisaram sobre o assunto e começaram a juntar materiais e perfis de pessoas que se destacavam na internet, além dos próprios perfis deles.  Além disso, queriam algo mais dinâmico, sem início, meio e fim – por isso as inúmeras cenas isoladas. Martinez relata que o grupo pretende atualizar as cenas ao longo do ano, para mais apresentações, já que a internet evolui rapidamente. “O tema Redes Sociais e Tecnologia proporciona liberdade para inserir novos assuntos e excluir alguns, caso fiquem ultrapassados”, destaca.

Segundo o diretor, conforme o espetáculo é apresentado, ele tem a ideia de como o público o recebe e o quanto atrai a atenção. Nesta edição, eles ficaram impressionados com o grande número de expectadores e como se identificaram com as cenas. Prova disso, foi a reapresentação, a qual foi realizada devido a grande procura. “Muita gente não conseguiu entrar na primeira sessão. Isso nos levou a programar uma nova data a fim de atender o público”, relata.

A atriz Juliet Castadello, 24, destaca que o roteiro foi criado e escrito durante os ensaios. Muitas cenas eram improvisados e inspiradas tanto na vivência dos atores, quanto nos perfis das redes sociais. Ela conta que a estreia foi no dia 1º de março, na comemoração de 5 anos da companhia. “Em janeiro os ensaios foram intensificados. Criamos a estrutura do espetáculo e a ordem das cenas, todas ligadas pela temática da internet e com diversos personagens”, explica.

Na companhia, os atores compartilham aulas de encenação. A direção enfatiza que o objetivo das aulas é compartilhar experiência com quem pretende começar a atuar ou tem curiosidade. Logo, o curso não é profissionalizante.

A Companhia’Por que Não?’ vai se apresentar no Teatro 13 de Maio, sem data definida. Para saber mais sobre as próximas sessões acesse: na página do grupo e no site.

DSC_0011Empreendedorismo foi o tema da palestra da primeira noite, 1º de outubro, do XVIII Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão (SEPE). O bate-papo foi conduzido pelo administrador Lissandro Dorneles Dalla Nora. O palestrante dialogou com estudantes de diversas áreas e os encaminharam definições de “ideias”.

Nora define empreendedor como elaborador de ideias, “criar algo que não existe ou algo que dê rentabilidade”. “Precisamos que os brasileiros e os alunos que estão na faculdade gerem novas oportunidades, tenham ideias, pensem nas possibilidades de ter o próprio negócio que empreendam e modifique a realidade econômica e social”, explica o administrador.

No início, a internet era vista, pelo administrador, como um problema que mais atrapalhava do que ajudava. “Hoje nos novos negócios percebe-se que a internet é um dos maiores aliados e quebra barreiras de possibilidade de estarmos inseridos no mundo de uma forma geral, captar e abduzir informações e testar se as ideias tem mercado. A internet é uma das grandes aliadas dos novos empreendedores”, garante Nora.