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jornalismo ambiental

Desequilíbrio do planeta: precisamos falar sobre isso

  Escrevendo um artigo sobre jornalismo ambiental com o tema de como a vida selvagem de Chernobyl prospera na região, percebi a ausência de importância para um assunto “ilógico” e positivo, como é a onipotência da

Unifra realiza coleta de lixo eletrônico

Nos dias 2 e 3 de junho, o Centro Universitário Franciscano realiza a campanha ‘Pra quê tanto lixo?‘ com o objetivo de colaborar com as pessoas que têm celulares, computadores, entre outros aparelhos eletrônicos dispensados ou substituídos. Segundo

Fórum de Comunicação: jornalismo ambiental em debate

A Oficina Jornalismo Ambiental, ministrada no segundo dia do 11º Fórum de Comunicação pela jornalista Bárbara Henriques, atraiu a atenção dos inscritos do começo ao fim. Sob o título “Percepção e sensibilidade para a produção de reportagens”,

 

A natureza se recompõe na cidade de fantasma de Chernobyl. Foto: Денис Резник / Pixabay

Escrevendo um artigo sobre jornalismo ambiental com o tema de como a vida selvagem de Chernobyl prospera na região, percebi a ausência de importância para um assunto “ilógico” e positivo, como é a onipotência da natureza. O recado foi dado: em meio ao caos, a natureza, o ecossistema daquela região se adaptou, conseguindo resistir e se desenvolver sem a ajuda do homem. Uma situação bem diferente a do homem que precisa da natureza para sobreviver. Com isso, podemos fazer uma reflexão sobre o quão nocivos somos ao nosso planeta. Será que estamos no caminho certo? Populações de animais  selvagens prosperam, atingem resultados muito melhores em um ambiente extremamente hostil, longe de nós, seres humanos. A radioatividade “protege” a vida selvagem de Chernobyl, cria um muro, nos afastando dela. Não que essa proteção seja boa, que não cause algum dano, mas incrivelmente para a fauna daquele lugar, é melhor que do lado de cá do muro.

O homem, desde o início da história, está numa infinita e cansativa busca pelo conhecimento. Desde o fogo à roda, as curas para as doenças e as novas tecnologias. Estamos em um ritmo frenético, não conseguimos parar, respirar, olhar ao nosso redor e perceber, como nosso planeta é frágil. Os veículos de comunicação têm a capacidade de nos instigar a pensar, de sensibilizar a sociedade em diferentes esferas sociais. O tema ambiental precisa ser mais explorado. Atualmente o jornalismo é pautado mais no lucro e menos na qualidade. E se o jornalismo atual está se reinventando, podemos fazer uma analogia com a vida selvagem de Chernobyl que se reinventa para conseguir sobreviver.

No Brasil a imprensa costuma se preocupar com questões ambientais em ocasiões que envolvem catástrofes naturais ou acidentes ambientais. Geralmente com bastante repercussão nas primeiras semanas, que vão perdendo a força e, em pouco tempo, quase caem no esquecimento completo. O que não difere muito das coberturas jornalísticas no resto do mundo. Com esse panorama podemos fazer a pergunta: o jornalismo ambiental está sendo bem feito, a ponto das pessoas realmente se importarem com as questões ambientais do planeta?

Hoje com os inúmeros meios de comunicação e tecnologias midiáticas, a informação se propaga na velocidade da luz, e o jornalismo ambiental precisa chegar a todas as camadas sociais, desde o mais pobre até os lideres das nações. Uma revolução de pensamento, uma mudança na maneira que encaramos a questão ambiental é necessária, tanto social quanto cultural. Precisa acontecer uma transformação na qual animais selvagens não precisem de ecossistemas radioativos para viver.

Por Fabian Lisboa é acadêmico de jornalismo na UFN 

 

 

 

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Unifra incentiva o descarte consciente do lixo eletrônico
Unifra incentiva o descarte consciente do lixo eletrônico

Nos dias 2 e 3 de junho, o Centro Universitário Franciscano realiza a campanha ‘Pra quê tanto lixo?‘ com o objetivo de colaborar com as pessoas que têm celulares, computadores, entre outros aparelhos eletrônicos dispensados ou substituídos. Segundo o assessor de Comunicação da Unifra, Carlos Spall, a ação compõe o posicionamento da instituição que é Viver 2015 Sustentável e dá continuidade ao tema do SEPE, Olhares sustentáveis em favor da vida. “Os dois temas norteiam todas as nossas ações de sustentabilidade”. A campanha Pra quê tanto lixo é organizada pela Assessoria de Comunicação com o apoio dos departamentos da Unifra engajados com a preservação do meio ambiente.

Mas, por que eu não devo guardar lixo eletrônico? 

Geneticista Michele Sagrillo alerta para os riscos do lixo eletrônico

A geneticista e professora do curso de Biomedicina da Unifra, Michele Sagrillo, explica que o contato contínuo com objetos eletrônicos é prejudicial à saúde. “As pessoas que ficam muito tempo expostas aos componentes químicos liberados por celulares, computadores, televisões, entre outros objetos eletrônicos, correm o risco de desenvolver várias doenças, inclusive câncer”, alerta.  O coordenador do curso de Engenharia Química do Centro Universitário Franciscano, Rodrigo Salazar, acrescenta que os equipamentos eletrônicos apresentam potencial dano ao meio ambiente e à saúde humana por  conterem inúmeras substâncias químicas. “Chips, materiais poliméricos e outros eletrônicos carregam elementos como antimônio, arsênio, cádmio, chumbo, cromo, mercúrio, zinco, entre outros, de alta toxicidade, portanto, prejudiciais ao ecossistema”, explica.

Lâmpadas queimadas na Unifra tem destino certo
Na Unifra, lâmpadas queimadas  têm destino certo

Descarte consciente

O diretor de patrimônio do Centro Universitário Franciscano, Carlos Rui Robalo, explica que não basta jogar fora os objetos eletrônicos sem uso e que estes não devem ser jogados em qualquer lugar, mas em núcleos comprometidos com o destino correto destes elementos. “É dispendioso se livrar do lixo eletrônico. As pessoas têm que pagar para se livrar dele e muitos não podem fazer isso. Por isso, é importante aproveitar campanhas como essa”, esclarece.

"Dar o destino certo ao lixo é fazer a nossa parte com o meio ambiente" Carlos Robalo
“Dar o destino certo ao lixo é fazer a nossa parte com o meio ambiente”. Carlos Robalo

A Unifra, uma vez por ano, envia de 3 a 5 mil lâmpadas queimadas para Santa Catarina para serem recicladas. O diretor conta que o material é embalado de 20 em 20 unidades e que o custo de envio, por lâmpada, chega a R$ 2,00. “Parece contraditório termos que pagar para dar o destino certo ao lixo eletrônico, mas fazemos a nossa parte. Ainda não há, aqui no Rio Grande do Sul, empresas de reciclagem que comportem as lâmpadas”, explica.

Entre as iniciativas da instituição, está a troca de equipamentos antigos por outros que consumam menos energia. Segundo Robalo, computadores que reduzem em 1/3 o consumo de energia vão substituir, aos poucos, aparelhos antigos. “Hoje em dia, não vale a pena insistir no uso de objetos antigos, grandes consumidores e prejudicais ao ecossistema”, ressalta.

Com o  perigo do lixo eletrônico, o que fazer com o celular antigo jogado na gaveta?

Ainda dá tempo de fazer uma triagem em casa e dar destino correto aos aparelhos aposentados. Você pode pegar o celular e outros objetos eletrônicos sem utilidade  e descartar no Centro Universitário Franciscano, nesta terça e na quarta-feira, dias 2 e 3 de junho. Os pontos de coleta estarão nos estacionamentos da instituição, dos Conjuntos I (rua Silva Jardim) e III (rua dos Andradas) . A saúde e o meio ambiente agradecem.

Fotos: Francine Antunes (Laboratório de Fotografia e Memória)selo sustentabilidade

 

 

 

"Não há outro planeta. Não há plano B. Ou usamos com inteligência o que temos, ou perecemos." André Trigueiro (Foto: Divulgação)
“Não há outro planeta. Não há plano B. Ou usamos com inteligência o que temos, ou perecemos.” André Trigueiro (Foto: Divulgação)

No dia 8 de maio, às 19 horas, a Conferência de Abertura do XIX Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão, SEPE, contará com a presença do jornalista André Trigueiro, editor chefe do programa Cidades e Soluções.

Para corroborar com o tema do SEPE, Olhares Sustentáveis em Favor da Vida, o jornalista, que é pós graduado em Gestão Ambiental, além de criador do curso de Jornalismo Ambiental da PUC/RJ, falará sobre o papel do indivíduo na tentativa de construir um mundo melhor.

André Trigueiro é autor do livro Mundo Sustentável, lançado em 2005 pela Editora Globo. Na intenção de organizar a 2ª edição, nasceu outro livro, Mundo Sustentável 2: Novos rumos para um planeta em crise, em 2012. A obra reúne uma seleção de artigos, entrevista e comentários sobre consumo, lixo, biodiversidade, água, mudanças climáticas, entre outros assuntos sobre sustentabilidade, analisados por Trigueiro e  mais 35 especialistas e convidados, entre eles, Miriam Leitão e Cláudia Guimarães.

Contactado pela equipe da CentralSul, o jornalista conversou por telefone sobre a importância da mídia na construção de uma consciência ambiental e o papel que todos temos no cuidado com o planeta.

Em uma de suas palestras, Closet: o santuário do mundo moderno, o escritor confere ao hiperconsumismo o papel de culpado na depreciação do planeta. “Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Banco Mundial, além de outros órgãos defensores do meio ambiente, os maiores vilões ambientais do século XXI são os atuais meios de produção e de consumo”, afirma.

O jornalista cobriu a Rio 92 e, desde aquela data,  lembra o relatório final da organização que descrevia o modelo de desenvolvimento nos seguintes termos: ecologicamente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto. Ele ressalta que, até hoje,  este modelo de desenvolvimento promove o colapso dos ecossistemas, a escassez da água doce limpa, a desertificação do solo, a produção monumental de lixo, o agravamento do efeito estufa, acidificação dos oceanos, além de uma lista enorme de consequências do hiperconsumismo, as quais denomina como um ecocídio, cometido pelo ser humano. “O mundo oferece todas as condições pra gente ser feliz e repartir melhor os recursos naturais, renováveis e fundamentais à vida. Mas não é o que acontece, precisamos corrigir os rumos”, desabafa.

Como jornalista, André Trigueiro ressalta a função social da mídia na construção de um mundo sustentável. Para este assunto ele dedica um capítulo do livro Mundo Sustentável 2, onde destaca que os meios de comunicação têm a capacidade de gerar informações, influenciar hábitos, comportamentos e padrões de consumo, os quais podem colaborar com o meio ambiente. “A boa notícia é que temos em nosso favor o conhecimento, a tecnologia, além de recursos suficientes para apontar uma nova direção, reduzindo este nível de destruição e degradação do meio ambiente”, destaca.

“Tudo o que é feito no varejo é feito de pedacinhos da natureza”

De quem é a responsabilidade com o meio ambiente? Do governo? Das empresas? Da própria natureza? Por onde começar? Para onde os olhares sustentáveis devem estar voltados? André Trigueiro responde essas questões de maneira simplificada e ratifica que hiperconsumismo não é sinônimo de felicidade. Ressalta ainda que as pessoas precisam ter a clareza de que colecionar bens e objetos situa a humanidade na posição de um parasita que lota o planeta do que é desnecessário. “Colecionar relógios, sapatos, roupas, carros, telefones, não faz sentido. Tudo o que é feito no varejo é feito de pedacinhos da natureza: água, matéria prima e energia. Então, praticar o consumo consciente, o consumo ético, o consumo sustentável, é muito importante. Precisamos cuidar pra não faltar. É questão de legado”, reflete.

O merecido espaço midiático

Há uma progressão no espaço dedicado à sustentabilidade pela mídia, mas há muito que melhorar. As novas plataformas de comunicação permitem a revolução na forma como se pensa e faz notícia. A grande pulverização das mídias nos meios digitais é um fenômeno irreversível que permite a redemocratização da informação e abre caminho para uma bordagem diferenciada das causas ambientais. “A crise do meio ambiente impõe à mídia uma abordagem mais precisa e cuidadosa do assunto”, ressalta o jornalista da Globo News.

Como o clima ainda não é uma ciência exata, o aquecimento global ainda é um assunto frio nas redações. Estas não têm como saber quando e como os fenômenos ambientais podem acontecer, já que os jornalistas são reféns do factual. Os fenômenos podem ser próximos, com poucos intervalos, porém não são precisos. Assim, não têm o peso e a densidade do factual, embora sejam urgentes.

E o papel da Universidade?

As universidades de Jornalismo, assim como as de Geografia e Engenharia,  devem preparar profissionais que coloquem a sociedade a par do nível de crise ambiental existente. “Não podemos mais produzir uma geração de jornalistas analfabetos ambientais”, preocupa-se o professor de jornalismo ambiental. Embora afirme que  não se deve exigir de um acadêmico a informação de especialista, já que este papel é da fonte,  ressalta  a importância de um pacote mínimo de informações que ajudem o futuro repórter a definir o que cabe destacar como notícia ambiental.

O jornalista deve sair da faculdade sabendo o que são transgênicos, agrotóxicos, mudança climática, destruição da biodiversidade, produção monumental de lixo, agravamento da crise urbana,  colapso da mobilidade, os quais regulam a agenda da sociedade. Ainda que esta disciplina seja optativa, esses conteúdos devem ser ministrados para que o repórter tenha o mínimo de competência para dar o devido valor à sustentabilidade dentro de um noticiário, além de repercutir às necessidades do meio ambiente, com clareza.

Para saber mais sobre o assunto, participe da abertura do XIX Simpósio de Pesquisa de Comunicação e Extensão (SEPE), sexta-feira, 8 de maio, 19 horas, no Salão de Atos do Prédio I, Conjunto I do Centro Universitário Franciscano. O objetivo do SEPE é atrair os olhares da comunidade acadêmica para o bom senso ético no uso dos recursos da natureza, já que as cidades são ecossistemas artificiais, onde se recria a natureza com a readequação de um espaço de acordo com as demandas, necessidades e  idealizações estéticas do homem. Problemas ambientais não se resolvem apenas amarrando a sacolinha do lixo e jogando no caminhão para que o gari dê um fim. Quanto antes as pessoas se derem conta disso, mais cedo as atitudes terão efeito.

Oficina de Jornalismo Ambiental desperta interesse em ecologia. Foto: Laboratório Fotografia e Memória.

A Oficina Jornalismo Ambiental, ministrada no segundo dia do 11º Fórum de Comunicação pela jornalista Bárbara Henriques, atraiu a atenção dos inscritos do começo ao fim. Sob o título “Percepção e sensibilidade para a produção de reportagens”, a egressa do Curso de Jornalismo da Unifra destacou a necessidade de Santa Maria levantar uma bandeira em favor da preservação do ambiente.

O proposta da oficina da oficina era tornar os acadêmicos sensíveis às atitudes que podem ajudar na preservação da natureza, pois diante da crise ecológica a imprensa precisa, além de informar, educar. Segundo a jornalista, o repórter precisa saber aonde quer chegar com as matérias ambientalistas. “A ideia é informar para sensibilizar”, assegura.

A oficina, realizada na tarde de quinta-feira, foi dividida em dois momentos. O primeiro seguiu o percurso do interesse do jornalista pelo tema, o qual passa a ser uma causa a cada matéria. “É impossível sermos imparciais nas reportagens ambientais, pois é certo que tomaremos posição a favor da natureza. O jornalismo ambiental tem causa, levanta uma bandeira”, argumenta Bárbara. O segundo momento teve como objetivo conscientizar os alunos enquanto cidadãos.

A ministrante evidenciou a importância de o repórter não somente defender o que acredita e cobrar uma postura da audiência, mas também manter as pequenas atitudes que colaboram para preservação das cidades e de todo planeta.  Através de dicas simples, porém importantes, a oficina despertou nos ouvintes a consciência ecológica e o interesse de praticar cidadania através da comunicação. “Para sensibilizar a gente tem que conhecer. A gente tem que acreditar no que escreve. Se não pensarmos que a nossa matéria tem poder de transformar, não adianta fazer”, finaliza Bárbara.