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O Dia dos Finados para jovens ateus e agnósticos

O Dia dos Finados deste ano reuniu um grande número de pessoas nos cemitérios para prestar homenagens a amigos e familiares falecidos. Em Santa Maria, o forte sol e o calor da tarde do dia 2

A 4 ª edição do projeto Fé e Café em especial ao Setembro Amarelo ocorre na próxima quarta, 13 de setembro, na sala 108 do prédio 16, conjunto III da UFN. O encontro será mediado pelo padre Alison Valduga, mestre em Psicologia, e contará com a participação do professor de Medicina da Universidade Franciscana e médico psiquiatra Fábio Pereira. A iniciativa tem como objetivo conversar com o público de diversas faixas etárias sobre assuntos que estão em alta na sociedade. Fé e Café é um projeto da Arquidiocese em Santa Maria com a Pastoral UFN.

O projeto tem sua origem em Caxias Do Sul, quando o Arcebispo Dom Leomar realizava reuniões após a missa com os jovens, com o intuito de aprenderem sobre temas que eles gostariam de ouvir dentro da igreja. Após a vinda do Arcebispo para Santa Maria, ele percebeu a necessidade de cuidar da espiritualidade dentro do ambiente acadêmico, segundo nos relata Marielle Flores, da Pastoral Universitária.

Marielle ressalta que o tópico desta edição foi sugestão dos alunos que trouxeram a ideia de falar sobre o suicídio. No entanto, preferiu-se trazer o foco na esperança: ” O projeto busca trazer sempre na roda professores da instituição que atuam na área e pessoas ligadas a fé. A ideia é falar sobre espiritualidade, não como uma religiosidade em si”.

Para o padre Júnior Lago, líder dos jovens na Arquidiocese de Santa Maria, o projeto é um momento de comunhão entre os jovens e serve para a construção de diálogos espontâneos e integrativos: ” É compreensível que nas primeiras edições os participantes estejam se acostumando com o método e a dinâmica, mas a ideia é cada vez mais ouvir os jovens “.

O padre pontua que esta mudança de ambiente da igreja para a faculdade auxilia a compreensão do aluno sobre a fé através de debates que abordem diferentes temáticas e pontos de vistas: ” Quando abordamos temas como felicidade, luto, esperança ou mesmo fé e razão dentro de um ambiente universitário temos a oportunidade de enriquecer o diálogo. Em um ambiente agradável, com boa música, bom café e muita fé e diálogo esperamos a todos na próxima edição do Fé e Café na UFN”.

O Dia dos Finados deste ano reuniu um grande número de pessoas nos cemitérios para prestar homenagens a amigos e familiares falecidos. Em Santa Maria, o forte sol e o calor da tarde do dia 2 não espantaram o público que lotou os espaços com flores, velas e orações. Apesar de um grande número de religiosos ser adepto ao feriado, há uma parcela de pessoas, principalmente jovens, que não se identifica com a data.

Atualmente estima-se que 19,3% dos jovens do Brasil sejam ateus, e 6% agnósticos. O número de jovens que não creem em Deus só é menor que a porcentagem dos mesmos que se denominam católicos, 34,3%, segundo pesquisa realizada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

A estudante Victoria Maciel, 21 anos, intitula-se como agnóstica e relata não ter o costume de participar dos eventos desta data, considerando apenas um dia normal. Apesar disso, a futura publicitária comenta que o feriado tem um certo peso por se tratar do dia em que sua avó fazia aniversário, por isso respeita e participa esporadicamente quando necessário, pois representa algo importante para a sua família.

A estudante Helena Martins Longhinotti, 18 anos, identifica-se como ateia e diz não participar com frequência das atividades do dia. “Meu avô morreu já faz 2 anos, porém eu nunca visitei o túmulo dele. Não por falta de respeito nem nada disso, mas porque eu sei que ali só tá o corpo dele em decomposição. Eu prefiro lembrar só das memórias que eu tenho com ele”, conta.

Já o soldado Túlio Guilherme Bastos, 19 anos, considera-se agnóstico. O militar diz ter um enorme respeito pelas pessoas que seguem o feriado porém, o trata como um dia normal, indiferente em seu cotidiano.

Divergindo dos jovens que dizem não possuir religião ou crença, a universitária Luíza Dotta Scarrone, 19 anos, tem grande carinho pelo Dia dos Finados. Ela costuma visitar com a família os túmulos dos parentes falecidos para prestar homenagens. Além disso, a jovem se identifica como católica e participa de diversas cerimônias da igreja.