Santa Maria, RS (ver mais >>)

Santa Maria, RS, Brazil

LiberdadeDeImprensa

Dia do Jornalista é comemorado hoje

O Dia do Jornalista, comemorado em 7 de abril, foi instituído em 1931, por decisão da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), como homenagem ao médico, jornalista e proprietário do jornal Observador Constitucional, um dos principais motivadores da liberdade de imprensa

O Dia do Jornalista, comemorado em 7 de abril, foi instituído em 1931, por decisão da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), como homenagem ao médico, jornalista e proprietário do jornal Observador Constitucional, um dos principais motivadores da liberdade de imprensa Giovanni Battista Líbero , morto por inimigos políticos em 1830.

Segundo o professor do curso de Jornalismo Bebeto Badke “O jornalista tem um papel de alerta, aquele que toca o sinal vermelho.”  Para ele, a formação de um jornalista tem de ser contínua, “o bom jornalista tem de se bombardear não só de notícias, tem que se bombardear de bons livros, boa música, bons filmes. Não basta só trabalhar a notícia, tem que saber o que está acontecendo no mundo e fazer com que a sua mente se liberte. Faz-se necessário uma formação intelectual, cultural, além da faculdade”.

Os jornalistas são pessoas que tem como trabalho divulgar os acontecimentos do mundo para a população da forma mais diversa possível. O profissional é um prestador de serviços para a comunidade, desta forma ele incentiva a formação de opiniões sobre determinados assuntos ajudando a compreender melhor a realidade em que se vive. Para isso é nescessário um trabalho feito com seriedade e ética, sempre alerta para o mundo ao seu redor. Buscando respostas para o povo, o acesso a informação é um direito de todos e liberdade de imprensa é um direito de todo jornalista.

Imagem: Andy Leung por Pixabay

O Dia Internacional da Liberdade de Imprensa foi comemorado no começo do mês, dia 3 de maio. No entanto, o Brasil não tem nada a comemorar. O país caiu, pelo terceiro ano seguido, no ranking de liberdade de imprensa, ocupando a posição 111 de 180, na lista elaborada pela organização Repórteres Sem Fronteira (RSF) sobre a Classificação Mundial da Liberdade de Imprensa. A organização afirma que o país entrou na zona vermelha, e passou a integrar a parcela classificada como “difícil” do Ranking. 

  “Insultar, desmoralizar, estigmatizar e humilhar jornalistas no momento em que são divulgadas informações contrárias aos seus interesses ou aos de seu governo”: eis o método implementado pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro desde sua posse, em janeiro de 2019. Os ataques são sistematicamente repercutidos por familiares, que também ocupam cargos eletivos, alguns de seus ministros e um exército de apoiadores mobilizados nas redes sociais”, afirma a ONG. 

De acordo com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), no período eleitoral, foram pelo menos 24 casos de censura de reportagens e de pedidos, por parte dos candidatos, de remoção de conteúdo de sites e de redes, o que resultou no aumento de processos judiciais abusivos contra a imprensa.

  Em 2020, foram registrados 580 casos de ataques contra a imprensa no monitoramento realizado pela RSF. Entre eles, ataques sexistas e misóginos, a hostilidade nas comitivas no Palácio da Alvorada, e a difícil disputa entre a imprensa e o presidente em publicar informações sobre a crise do coronavírus. No dia 5 de junho, o presidente ordenou que os boletins diários do Ministério da Saúde fossem transmitidos para a mídia às 22h, para evitar que informações fossem divulgadas nos noticiários de TV noturnos de maior audiência. “Acabaram as notícias para o Jornal Nacional”, disse ele, referindo-se diretamente à rede Globo, um dos alvos favoritos da família Bolsonaro. 

  O Brasil já registra mais de 400 mil vítimas do coronavírus e, na medida em que aumentam as notícias sobre a pandemia da Covid-19, o presidente do país segue atacando a mídia. “Não é nem lixo, porque lixo é reciclável”, essas foram as palavras de um dos primeiros ataques de 2021 do presidente Jair Bolsonaro contra a imprensa que, ainda segundo ele, “não serve para nada, só fofoca, mentira o tempo todo”.

Os principais veículos de comunicação do país, UOL, Folha de S.Paulo, G1, GloboNews, O Globo, Extra e O Estado de S.Paulo se uniram para mobilizar a sociedade em prol da vacinação e assinaram a campanha “Vacina, Sim”, que foi lançada em janeiro deste ano, durante o Jornal Nacional, e simultaneamente nos sites e redes sociais. O objetivo é conscientizar a população sobre a importância da vacina contra a Covid-19. Em contraponto com o presidente Jair Bolsonaro, que ressalta que a vacina não é obrigatória.

Em 7 de abril, Dia do Jornalista, uma carta aberta registrada por oito organizações ligadas às liberdades de imprensa e de expressão foi destinada aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O documento pede o compromisso dos líderes do Congresso Nacional com a liberdade de imprensa e a segurança dos jornalistas e comunicadores do país. Em informações enviadas às lideranças do poder legislativo, as organizações citam pesquisas que indicam o agravamento da situação de comunicadores no Brasil. As entidades fazem 7 recomendações:

  • Garantir que todos os projetos de lei que tenham impacto sobre o acesso à informação, o trabalho jornalístico e a liberdade de imprensa sejam amplamente debatidos com a sociedade civil, organizações de liberdade de imprensa, jornalistas e especialistas nos respectivos temas.
  • Garantir a posse dos/das conselheiros/as do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional e o seu pleno funcionamento, ainda que de forma remota, para que os projetos de lei que tratam dos temas da comunicação sejam apreciados pelo referido Conselho, antes de serem submetidos à votação final.
  • Garantir a lisura dos procedimentos legislativos internos na apreciação de projetos de lei, bem como a transparência e a devida divulgação das informações em tempo adequado para a garantia de análise técnica e debate externo com a sociedade
  • Garantir que qualquer projeto de lei aprovado estará alinhado com os compromissos assumidos pelo Brasil internacionalmente em relação ao direito de acesso à informação e à liberdade de imprensa.
  • Garantir que qualquer projeto de lei aprovado estará alinhado com as garantias constitucionais que vedam a censura e protegem a liberdade de imprensa e o direito à informação, respeitará as normas internacionais e será um instrumento de fortalecimento da democracia e dos direitos humanos.
  • Adotar um discurso público que contribua para prevenir a violência contra comunicadores e para a construção de um ambiente favorável para o livre exercício do jornalismo e da liberdade de expressão.
  • Condenar de forma pública, inequívoca e sistemática qualquer forma de violência contra comunicadores e encorajar as autoridades competentes a agir com a devida diligência e rapidez na investigação dos fatos e na punição dos responsáveis.