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Licenciatura

Letras é um dos cursos mais antigos da Unifra

O curso de Letras é um dos mais antigos da Unifra e se destaca por seu papel importante na formação de professores em Santa Maria e região. Com a duração de quatro anos, o curso oferece uma dupla licenciatura

Roda de conversa organizada pelo curso de Design de Moda da UFN. Foto: Beatriz Ardenghi/LABFEM

Nesta quarta-feira, 20 de novembro, é comemorado o Dia Nacional da Consciência Negra e, por conta disso, a Universidade Franciscana preparou algumas atividades para debater sobre o tema com os alunos e professores. As atividades tiveram início pela tarde e irão se estender até a noite.

Atividade reuniu alunas e interessadas na estética negra. Foto: Beatriz Ardenghi/LABFEM

Durante a tarde, o Diretório Acadêmico do curso de Design de Moda da instituição promoveu uma roda de conversa que tratou do tema “Criolando: Estética negra e moda afro”. A roda de conversa foi guiada pela designer de moda Flávia Nascimento, que também é criadora da marca Criolando, uma empresa de confecções de peças exclusivas e afro-brasileiras, que trabalha com o movimento negro, a reafirmação pessoal e a descolonização. Embora Criolando trabalhe com a linguagem de estética negra, a empresária conta que atende o público de todas as cores e prioriza a valorização da cultura muito mais do que a estética.

Flávia ministrando a roda de conversa com base nos seus estudos. Foto: Beatriz Ardenghi/LABFEM

A roda de conversa foi composta por discussões e muito conhecimento. Flávia trouxe não só sua trajetória como designer mas também deu uma aula de história sobre as mudanças que ocorreram ao longos dos anos sobre a vestimentas das mulheres negras. Com o apoio de vídeos com depoimentos de pessoas interligadas neste assunto, a designer trouxe a história dos turbantes e das jóias de crioulas, explicando o que elas significam até hoje e seus respectivos valores.

Flávia, proprietária da Criolando. Foto: Beatriz Ardenghi/LABFEM

Flávia terminou o debate com a frase dita por Angela Davis, “Não basta não ser racista, temos que ser antirracista”. Com isso ela encerrou com o pensamento de que não precisamos de consciência humana, o que se precisa é a descolonização das mentes, reconhecimento dos privilégios e o combate às estruturas racistas existentes. A atividade do curso da Moda ainda realizou oficinas de amarras de turbante e confecção de abayomis.

Durante todo o mês de novembro, o curso de Design de Moda estará expondo peças produzidas pela egressa Flávia. A peças estarão expostas na Teciteca, no Hall do Prédio 16, Conjunto III da UFN. A exposição preserva a linguagem estética da cultura afro-brasileira e apresentará roupas de cultura africana, com tecidos de Senegal, além de turbantes, pulseiras e colares.

Painel preparado pelos cursos de Licenciatura da UFN

Painel organizado pelos cursos de Licenciatura da UFN. Foto: Divulgação UFN

Outa atividade programada ocorre às 18h30 no Salão Azul, que fica no Conjunto I. Os cursos de Licenciatura da instituição realizam o painel “O epistemicídio de intelectuais negras e negros na academia”. Essa atividade terá a participação da cientista social e mestranda em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Maria, Andressa Mourão Duarte que irá falar sobre “O apagamento da intelectualidade negra nos cânones acadêmicos”.

O painel dos cursos de Licenciatura, também contará com a presença da professora Marta Regina do Santos Nunes que mediará o bate-papo “De Enedina Alves Shuri: como mulheres negras das Ciências têm sido (não) representadas na história, na academia e no cinema”. E também a professora Louise da Silveira que falará sobre “Por que pesquisar feminilidades negras na universidade? Questão de lugar de fala”. Junto ao Painel, será realizado um momento cultural, com a participação do Grupo Atoque.

RádioWeb UFN

Também voltado para o mês da Consciência Negra, a RádioWeb UFN preparou um programa especial. Para discutir sobre o tema, a Pedagoga e Cientista Social, Maria Rita Py Dutra e o acadêmico de Ciências Sociais e integrante do Movimento Negro de Santa Maria, Gustavo Rocha, marcaram presença na bancada da rádio. Acompanhe a live do programa pela página do facebook.

 

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Estande do curso de Letras na 6ª Mostra das Profissões. Foto: Bibiana Iop/Lab. Fotografia e Memória

O curso de Letras é um dos mais antigos da Unifra e se destaca por seu papel importante na formação de professores em Santa Maria e região. Com a duração de quatro anos, o curso oferece uma dupla licenciatura – português-inglês.

Para  Najara Ferrari, coordenadora do curso, o estudante que ingressa em Letras é imediatamente inserido em atividades relevantes para sua formação enquanto professor. Durante todo o curso ele terá práticas pedagógicas constantes e desenvolverá atividades em escolas, não limitando essas práticas ao período do estágio obrigatório.  Atualmente o curso tem 40 bolsistas dentro do PIBID -Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – todos vinculados à Capes – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, desenvolvendo atividades nas escolas da rede pública e supervisionados por três professores.

Segundo a coordenadora, trata-se do fomento da relação universidade-escola, e onde os cursos de licenciaturas se destacam enquanto formadores. ” Se nós não olharmos para a licenciatura em Letras como um um curso que nos habilita a sermos melhores na e para a sociedade, estaremos fazendo um mínimo”, afirma.

A opinião é compartilhada pela professora do curso Nilza Barin, para quem é necessário haver um maior reconhecimento do papel das licenciaturas. Presente na estande do curso, a professora Nilza diz que  “as alunos que chegam aqui, querem descobrir um pouco mais sobre o curso. Nós procuramos explicar o que é efetivamente a área da linguagem e quais as habilitações que o curso oferece”, acrescenta.

O curso oportuniza ainda o envolvimento dos estudantes em atividades de pesquisa.  É quando a construção do conhecimento sobre a linguagem, feita  de modo diferenciado ao da sala de aula, desperta nos acadêmicos a vontade de saber mais.