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Santa Maria, RS, Brazil

Manifestação

Greve geral: trabalhadores e estudantes em luta

No início da tarde da última sexta-feira, dia 14 os professores da rede municipal de ensino se reuniram entre a Prefeitura Municipal, em uma manifestação pública para solicitar um encontro com o prefeito Jorge Pozzobom. A

Dia de protestos pela educação, apesar das chuvas

Quinta-feira, 30 de abril,  mais um dia de protestos em defesa da educação em todo o país. Em Santa Maria apesar da chuva, estudantes e professores de instituições públicas de ensino  foram às ruas para mostrar

Estudantes e professores vão às ruas em defesa da educação pública

Apresentações culturais, intervenções artísticas e muitos cartazes coloridos encheram de vida a Praça Saldanha Marinho na tarde da última quarta-feira, dia 15. Segundo levantamento da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Santa Maria (Sedufsm), cerca

Ato por Marielle Franco movimenta Praça Saldanha Marinho

No dia 14 de março de 2018, Marielle Franco, vereadora carioca pelo PSOL, foi assassinada a tiros, juntamente com Anderson Gomes, motorista do veículo em que ela se encontrava, após participar de um evento na Casa das

Ato contra o racismo mobiliza estudantes e população

Desde às 07 horas da manhã da última segunda-feira, dia 18, alunos ocuparam a frente do prédio da antiga reitoria da Universidade Federal de Santa Maria, na rua Floriano Peixoto, 1184. O motivo da mobilização foi um ataque

Santa-marienses protestam contra a reforma da previdência

Na tarde de hoje, quarta 15,  Santa Maria integrou as cidades que participam da manifestação  nacional contra a Reforma da Previdência. Marcada para acontecer na praça Saldanha Marinho, a manifestação foi organizada e teve a presença dos

Policiais e professores ocupam Câmara dos Vereadores

Na tarde desta terça-feira (8), trabalhadores da Policia Civil e integrantes do sindicato Cpers (centro dos professores do Rio Grande do Sul) ocuparam a Câmara dos Vereadores em Santa Maria. Eles estão em busca de seus direitos, pois

75% das escolas municipais aderiram a greve geral. Fotos: Mariana Olhaberriet/LABFEM

No início da tarde da última sexta-feira, dia 14 os professores da rede municipal de ensino se reuniram entre a Prefeitura Municipal, em uma manifestação pública para solicitar um encontro com o prefeito Jorge Pozzobom.

A coordenadora de Organização e Patrimônio do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm), Martha Najar, explica que entre as pautas do ato está o descongelamento do auxilio alimentação, que permanece o mesmo valor desde 2014, e a garantia do tempo de planejamento para os educadores. “Nossas condições de trabalho não são respeitas, esse tempo de planejamento está no nosso plano de carreira, no mínimo 20% da carga horária deve ser destinada ao planejamento e isso não acontece em todas as escolas”, conta Martha.

Já sobre a questão salarial, os professores receberam uma reposição de 3,75% atrasada e parcelada, e não receberam o aumento de salário referente ao piso nacional.

“Não podemos aceitar que um governo eleja a educação e os educadores como os inimigos da nação”, diz Martha Najar.

Entre as professoras municipais aposentadas que se uniram a causa, Eva Bastianello esperava por mais colegas presentes. “Esperamos, com este ato, um retorno do prefeito que até agora não nos recebeu”, afirma Eva. Ao solicitarem a presença do prefeito, foram convidados a formar uma comitiva para entrar e conversar com ele, porém, após uma votação, decidiram que manteriam suas exigências de que todo o grupo de manifestantes fosse recebido. Porém, o prefeito Jorge Pozzobom não concordou com a decisão, se negando a ir receber os professores.

Eloiz Guimarães Cristino, coordenador da Central Única do Trabalhador.

Ás 16 horas, o ato se encaminhou para a Praça Saldanha Marinho, onde estudantes e trabalhadores se reuniam para protestar contra a reforma da previdência proposta pelo governo federal. Uma das frentes organizadoras deste ato foi a Central Única dos Trabalhadores (CUT), da qual Eloiz Guimarães Cristino é coordenador. Ele alega que, neste dia, a classe trabalhadora do país inteiro luta para mostrar ao presidente que irão resistir até o fim e que não querem a aprovação do projeto da reforma da previdência.

Segundo Franciéli Barcellos de Moraes, coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFSM, a greve geral é uma paralisação apoiada por mais de uma categoria usada para parar a geração de capital e para parar o comércio, afim de mostrar as pautas pelas quais estão lutando e dialogar com a população que passa pelo centro comercial da cidade. Sobre o projeto da previdência, Franciéli diz que “não é uma reforma, mas um desmonte que vai atacar os mais pobres” e que o DCE se reuniu aos trabalhadores “porque a gente também é filho de trabalhador, vai ser da classe trabalhadora, também quer se aposentar com qualidade e entrar no mercado de trabalho com dignidade”.

Tânia Lopes, professora estadual aposentada.

Já o estudante de filosofia da UFSM, Arthur de Oliveira Machado, manifesta que a proposta da previdência “vai fazer com que o trabalhador trabalhe mais e ganhe menos, recebendo apenas 60% do salário médio”. Participando também da manifestação, a professora aposentada do estado e escritora infantil, Tânia Lopes afirma que “se a gente cala, a gente se submete ao que o poder central disser, mas nós temos que ter voz e vez, é isso que a nossa presença deve representar”. Além disso, os estudantes do Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (CTISM) se fizeram presente na manifestação, o aluno Kassio Ventura conta que “nesse momento histórico para o povo brasileiro, nós devemos nos unir para lutar pelos nossos direitos e que para que nossas vozes sejam ouvidas”.

Foi às 17h que a manifestação tomou seu rumo pelas ruas de Santa Maria, saindo da Praça Saldanha Marinho, descendo a Avenida Rio Branco até a Rua Silva Jardim, voltando para passar embaixo do Viaduto Evandro Behr. Logo, seguiu na Rua do Acampamento até a Avenida Nossa Senhora das Dores, entrando na Rua Riachuelo e subindo a Rua Ângelo Uglione até a Praça novamente.

Cartazes, banners e sinalizadores coloridos deram vida as ruas de Santa Maria neste 14 de junho.
30M:Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Quinta-feira, 30 de abril,  mais um dia de protestos em defesa da educação em todo o país. Em Santa Maria apesar da chuva, estudantes e professores de instituições públicas de ensino  foram às ruas para mostrar o descontentamento perante as decisões tomadas pelo novo governo.

O coordenador geral do DCE da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Rodrigo Foletto, ressaltou a importância dos atos que estão acontecendo no país, porque a população não está contente com os cortes na educação e a reforma da previdência, e afirma que as pessoas não vão aceitar nenhum direito a menos. “É importante estarmos nos mobilizando para mostrar que não é esse o projeto que a gente quer para o Brasil”, finaliza.

Outro tema levantado foi a importância da pesquisa para novas descobertas que levam melhorias à população e também aos formandos. Segundo a professora de Políticas Públicas da UFSM, Glades Félix, essas pesquisas cobram políticas do Estado que não cumprem seu papel, tanto na área da saúde, quanto na da educação.

Santa Maria, ontem.Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Elizete Tomazetti, professora de Filosofia na UFSM, também aponta a importância dos movimentos para mostrar a indignação do povo devido aos cortes em pesquisa e e em manutenção das instituições. “É mostrar que não estamos aceitando essa situação e de alguma forma manifestar”, complementa.

 

 

 

A greve geral está prevista para o dai 14 de junho. Fotos: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Apresentações culturais, intervenções artísticas e muitos cartazes coloridos encheram de vida a Praça Saldanha Marinho na tarde da última quarta-feira, dia 15. Segundo levantamento da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Santa Maria (Sedufsm), cerca de 10 mil pessoas, entre elas estudantes e professores, protestaram contra as contingências feitas no orçamento das universidades públicas e contra a reforma da previdência propostas pelo governo. O ato saiu da Praça Saldanha Marinho e percorreu a Avenida Rio Branco, seguindo em direção à Rua do Acampamento. Enquanto o início da caminhada passava a Rua Pinheiro Machado, o final ainda cruzava a Venâncio Aires.

O coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Rodrigo Poletto, afirma que os cortes de orçamento e a reforma da previdência não representam o que os estudante precisam nesse momento: “Precisamos do aumento dos nossos direitos e não da retirada deles”, defende Rodrigo.

Estefane Dias, acadêmica de Dança na UFSM.

No Brasil, o orçamento da educação é dividido, basicamente, em dois: uma parcela para gastos obrigatórios e outra para os discricionários, sendo que 88% desse orçamento vai para os obrigatórios, que incluem salários, aposentadorias, entre outros. Já os 12% restantes são para gastos discricionários, que é direcionado conforme critérios de cada universidade. Os 30% cortados do orçamento da educação, são dentro dos 12% de gastos discricionários, ou seja, restando cerca de 3,5% para estes gastos das universidades públicas. Sabrina Somacal, pós-doutoranda do Programa de Alimentos da UFSM, conta que esses cortes afetam manutenções básicas da universidade e que “vai chegar um momento que vão ser inviáveis os trabalhos e a gente vai ter que parar”. Ela também traz à tona que “a comunidade santa-mariense esquece que o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) está ligado à UFSM, e que se a universidade fechar vai afetar diretamente o atendimento”.

“A programação é que a verba da universidade acabe até setembro e a gente não sabe como vai continuar o nosso curso”, conta Laura Marques, estudante de História na UFSM. Já Estéfane Dias, que cursa Licenciatura em Dança, afirma marcar presença na manifestação “para manter o nosso curso e nossos benefícios, lutando por aquilo que a gente acredita”.

A coordenadora de comunicação do Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (SINPROSM) e professora de português, Celma Pietczak, explica que os cortes feitos no orçamento da educação, independente do nível, afeta todo mundo. “A maioria dos professores municipais se formaram na UFSM, fizeram pós-graduação lá e recebem projetos em suas escolas que são desenvolvidos pela universidade”, conta Celma.

Celma Pietczak, coordenadora de comunicação do SINPROSM.

A professora também expõe sobre a luta contra a reforma da previdência, em que as mulheres professoras serão as mais prejudicadas se o texto for aprovado como está hoje. As mudanças na previdência preveem um aumento na idade mínima para se aposentar e também no tempo de contribuição.

Atualmente, a idade mínima para se aposentar é de 60 anos para mulheres e 65 para homens (anteriormente era de 55 e 60, respectivamente). A proposta do governo propõe que a das mulheres aumente para 62. Já por tempo de contribuição, atualmente o mínimo é de 15 anos para quem se aposenta por idade; já para quem se aposenta por tempo de contribuição são 35 anos para homens e 30 para mulheres. Após a reforma, serão 20 anos de contribuição para todos, e para receber 100% da aposentadoria será preciso contribuir por 40 anos.

A professora do curso de Educação Física da UFSM, Márcia Morschbacher, avalia  que o cenário que a reforma da previdência coloca é extremamente complexo, se aprovado. “Agora é um dia para aglutinarmos todos os trabalhadores para lutar contra a retirada de direitos que o governo atual vem tentando realizar, rumo à greve geral de 14 de julho”, afirma a professora. Ela complementa que os impactos da inviabilização das atividades da universidade afetam para além dos muros da universidade, considerando que ela representa para o município e toda a região, não só em termo de formação profissional, mas também em termos de atendimento de saúde e educação.

Os indígenas também aderiram à manifestação, segundo Rodrigo Mariano, estudante de Direito que pertence ao povo Guarani. “A gente está há muito tempo nessa cobrança do poder público pelos nossos direitos, e agora não é diferente”, explica Mariano. Os cortes na educação afetam as comunidades indígenas desde sempre, e a reforma da previdência vai atingi-los diretamente. “Acho que estamos cumprindo mais do que um dever, uma luta que é de costume já dos povos indígenas. E […] com o pessoal se mobilizando junto, a gente sabe que tem força; é um inicial para mostrar do que somos capazes”, enfatiza Mariano.

No turno da manhã, os estudantes da UFSM fizeram um ato dentro da universidade. A coordenadora geral do DCE, Franciéle Barcellos, diz que foi muito proveitoso ver tanta gente apoiando a luta e ainda conta que a marcha deve ser não só contra os cortes de orçamento, mas também pela reforma da previdência. “Não dá para escolher só uma pauta, as duas são direitos e esses direitos devem ser garantidos”, afirma Franciéle.

Com colaboração de Emanuely Guterres.

Estudantes, professores e trabalhadores contra os cortes de orçamentos na educação e contra a reforma da previdência.

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) estão abertas até amanhã, dia 17 de maio. Mesmo que a incerteza seja algo muito presente nas provas de vestibular, esse ano ela ronda mais que vestibulandos e atinge desde os estudantes da pré-escola até mestrandos e doutorandos das universidades públicas do Brasil. O Enem é atualmente a prova que permite o ingresso de alunos ao ensino superior e, no ano passado, teve o menor número de inscritos confirmados desde 2011 – o que já é assustador refletir sobre a redução de 18% do número de participantes, e se torna ainda mais preocupante diante dos cortes de verbas da educação pública no país.

Protesto contra os cortes do governo federal que atinge universidades federais mobilizou milhares de pessoas no centro de Santa Maria ontem. Foto: Julia Trombini

No final de abril, o Ministério da Educação anunciou um corte de 30% nos repasses de verbas destinadas às universidades federais, em razão de um contingenciamento de R$ 5,9 bilhões no orçamento. Essa medida, denominada pelo secretário de Educação Superior como “bloqueio preventivo”, vai ao encontro das decisões do governo Bolsonaro em relação aos professores e a ao projeto denominado Escola sem Partido. Além disso, o presidente já declarou que pretende retirar verbas dos cursos de Filosofia e Sociologia.

Com esse objetivo posto, segundo ele, seria possível focar em áreas que gerem “retorno imediato”, como veterinária, engenharia e medicina, por exemplo. “A função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta”, aponta o presidente em um segundo tweet.

Em um palco de muitas contradições, a educação não parece ser um assunto que vá para os bastidores. O Ministério da Educação (MEC) também cortou 36% da verba da única escola federal de ensino básico nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói e Duque de Caxias. O Colégio Pedro II, fundado em 1837 e que possui cerca de 13 mil alunos, teve um corte de 36,37% do orçamento de custeio previsto para este ano, o que ultrapassa R$ 18,5 milhões, e “terá implicações devastadoras”, segundo os diretores.

Aos se referir às universidades federais como balbúrdia, o Ministro da Educação desencadeou uma série de protestos em diversas cidades do país. Foto: JuliaTrombini

Mobilizar-se e ir para as ruas é o recurso último que a população tem para defender seus direitos e lutar contra retrocessos. Desta vez, a luta é pela educação. Sobretudo pela educação pública de qualidade! Um agente de transformação inegável. Por isso, não esqueçamos que a finalidade da educação é a de construção do ser social. Desde as criações humanas, das descobertas, das reflexões e dos aprendizados às gerações posteriores. Mais do que cortes que se apresentem como redução de gastos e não de investimentos, é provável que isso tudo custe caro em um futuro breve, em um país que diz não caber em seu orçamento algo tão primordial quanto a educação. Um país onde  115 milhões de brasileiros ainda não sabe ler e outros tantos milhões serão privados de estudar e de desenvolver as suas potencialidades. Afinal, diante do talho nas verbas do ensino público, talvez seja necessário um espetáculo de “balbúrdia” em âmbito nacional para que possamos conseguir lutar e garantir nossos direitos.

Julia Trombini é jornalista, escorpiana, egressa da UFN. Fez parte da equipe do LabFem (Laboratório de Fotografia e Memória) como repórter fotográfica. Trabalhou também com diagramação, assessoria de imprensa e produção de conteúdo. Tem interesse em fotografia, audiovisual e temas de resistência política.

Ato no centro de Santa Maria lembra um ano do assassinato da vereadora Marielle Franco. Foto: Mariana Olhaberriet.

No dia 14 de março de 2018, Marielle Franco, vereadora carioca pelo PSOL, foi assassinada a tiros, juntamente com Anderson Gomes, motorista do veículo em que ela se encontrava, após participar de um evento na Casa das Pretas, no bairro da Lapa, no centro do Rio de Janeiro. Após passado um ano sem resoluções, muitas pessoas ainda esperam por respostas.

Por isso, a última quinta-feira, 14, foi marcada por vários atos em memória de Marielle Franco pelo Brasil e em diversas cidades do mundo. Um desses eventos ocorreu na Praça Saldanha Marinho, organizado pelo PSOL de Santa Maria, e reuniu dezenas de pessoas que manifestaram o desejo de justiça e de responsabilização dos culpados pelo crime.

Maira Couto, 31 anos. Foto: Mariana Olhaberriet.

Uma das pessoas presentes foi a professora de 31 anos, Maira Couto, a qual falou um pouco para nossa equipe sobre a importância do ato. ”Isso tudo é para dar um alerta de basta. Porque todos os dias matam jovens, negros, e [esse ato] é  para não deixar  passar em branco. Tem um dado que fala que matam mais em favelas do que em guerras, então, na verdade, não é só pela Marielle, mas por todas essas mortes. É importante que isso não se transforme em algo habitual”, destacou.

Vinicius Moraes, 35 anos. Foto: Mariana Olhaberriet.

Vinícius Moraes, 35 anos, educador físico, também participou da manifestação. Ele trabalha com serigrafia em camisetas de movimentos ativistas com o intuito de expressar mais uma voz através da arte. Segundo ele, o caso da morte de Marielle é mais um em meio a tantos outros ativistas que são mortos por apenas expressarem suas vozes e buscarem por direitos iguais na sociedade. Ele destaca a importância do ato para mostrar que ninguém irá se calar para atrocidades como o caso do assassinato da vereadora carioca.

A equipe ACS entrou em contato com o PSOL de Santa Maria que não quis se pronunciar.

 

Desde às 07 horas da manhã da última segunda-feira, dia 18, alunos ocuparam a frente do prédio da antiga reitoria da Universidade Federal de Santa Maria, na rua Floriano Peixoto, 1184. O motivo da mobilização foi um ataque racista ocorrido na sala do Diretório Livre do Direito (Diretório Acadêmico do Direito da UFSM). Frases como “Fora Negrada” e “O lugar de vocês é no tronco” foram escritas junto aos nomes de dois alunos afrodescendentes do curso de Direito.

Manifestação contra o racismo em frente à antiga reitoria da UFSM. Foto: Juliano Duarte/LabFEM

Não foi o primeiro caso deste tipo de agressão no local. No mês de agosto apareceram símbolos suásticas nazistas, que motivaram outro ato de repúdio e denúncia por parte do diretório e, também, da professora Rosane Leal do grupo de Direito Institucional. No entanto, nada foi descoberto até o momento.

A estudante Isabella Gutierres, 19 anos, que cursa o 4º semestre de Direito, uma das organizadoras do movimento, afirmou que diante deste novo acontecimento foi decidido tomar atitudes mais drásticas. Sendo assim, o protesto tem o objetivo de reunir estudantes afros de todos os cursos da instituição para impedir que o delito caia no esquecimento.

Isabella ainda disse que o sentimento é de “espanto por alguém se sentir confortável em fazer uma coisa assim em uma universidade federal”. E complementou, expressando que o sentimento dentre os alunos é de medo e que tomaram tais atitudes como ameaça.

Utilizando de panfletagem, intervenções artísticas, faixas, e até mesmo passando em salas de aulas de outros cursos – onde foram apoiados pelos professores-, os alunos queriam chamar a atenção e juntar forças para continuar denunciando, mobilizando e cobrando justiça.

Houve também um “trancaço” de uma hora na rua Floriano, onde de 15 em 15 minutos, carros eram liberados. Os organizadores contam que no inicio os motoristas se mostravam impacientes, mas que depois da panfletagem e conversas as reações mudavam completamente. Tudo ocorreu de maneira pacifica. Muitos passantes também paravam, pediam para tirar fotos e declararam apoio ao movimento.

Camila Cassiano Dias, 23 anos, no 9° semestre de Direito, também da organização, garantiu que suas exigências são estruturais e buscam demarcar o espaço dentro da instituição. Dentre elas estão uma melhor preparação dos professores para tratar o racismo, a possibilidade de cotas no Pós- Direito e, principalmente, a expulsão do culpado pelas manifestações racistas, quando for descoberto. O caso foi reportado à policia que já estava monitorando a situação desde o aparecimento das suásticas.

 

Protesto dos professores estaduais, hoje, 15, em Santa Maria. Fotos: Gabriele Bordin/ACS

Na tarde desta sexta-feira, 15, representantes do 2º Núcleo do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS) e vários professores de escolas estaduais de Santa Maria realizaram um ato público em frente à 8ª Coordenadoria Geral do Estado. A manifestação faz parte das programações do CPERS para mostrar a insatisfação dos professores estaduais para com o governo do RS. O principal motivo é o parcelamento do salário de agosto e a não previsão do pagamento da próxima parcela.
Vários membros do CPERS deram depoimentos. Rafael Torres, diretor do 2º Núcleo, afirmou que “se continuarem atacando nossos direitos, nós não terminaremos o ano letivo.”
Sem discordar dos colegas, José Luis Viera Eggres, responsável pela 8ªCRE, disse que na coordenadoria todos estão sempre de portas abertas, mas que nada podem fazer em função da hierarquia a qual estão submetidos.
Giane Schmaedeck Lara, membro da direção do 2° núcleo do CPERS e professora da escola Olavo Bilac, afirmou: “Desde que o governo Satori assumiu, estão nos levando a uma situação limite. É o 21º parcelamento. Essa greve foi deflagrada dia 5 de setembro e não há data para encerrar. A proposta para terminar a greve é que o governo se comprometa a não parcelar mais o salário. Enquanto não houver esse comprometimento a greve não acabará.”

Professores, em protesto, lotaram a 8ª coordenadoria de educação em Santa Maria na tarde de hoje.

Ontem, 14, o CPERS teve audiência com o governo do Estado que não fez nenhuma proposta e ressaltou que, para o fim do mês, a possibilidade do próximo parcelamento ser menor do que os atuais R$350,00, é real. E ainda, que o pagamento da primeira parcela correspondente ao salário de setembro só seria liberada no dia 15 de outubro.
Segundo o CPERS há possibilidade de não ser encerrado o ano letivo de 2017. A estimativa da entidade  é  de que, atualmente, 53 das 92 escolas do 2º Núcleo aderiram à greve.
A manifestação da tarde de hoje faz parte da programação de atos públicos organizados pelo CPERS. Na próxima terça-feira, 19, ocorrerá o Ato Público Estadual da greve em frente ao Palácio Piratini. Os professores querem uma audiência com os deputados  estaduais para mediar uma negociação com o governo. Os membros do CPERS estão fazendo visitas às escolas para falar sobre a situação atual.

Foto: Juliano Dutra
Praça Saldanha Marinho hoje à tarde. Foto: Juliano Dutra

Na tarde de hoje, quarta 15,  Santa Maria integrou as cidades que participam da manifestação  nacional contra a Reforma da Previdência. Marcada para acontecer na praça Saldanha Marinho, a manifestação foi organizada e teve a presença dos sindicatos de trabalhadores, movimentos sociais, estudantes e o funcionalismo público que se reuniram na defesa das garantias conquistadas pela classe trabalhadora. Contrários às medidas do governo federal, os manifestantes protestaram contra o governo Temer, a PEC 287 e as privatizações previstas com cartazes e placas  que pediam a saída do presidente Temer e o respeito à classe trabalhadora.

Sindicato dos Metalúrgicos
O metalúrgico Luis Mario, da comissão organizadora da manifestação. Foto: Maria Olhaberriet

Luís Mario, metalúrgico, 59 anos, é um dos integrantes da comissão organizadora do protesto. Ele afirma que o ato é importante para a população tomar conhecimento do que vem acontecendo no país e observar como isso tudo irá afetar suas vidas. “A ideia inicial era participar de atos que ocorreriam em Porto Alegre, porém decidimos esquematizar uma manifestação na nossa própria cidade. Após debatermos em conjunto com alguns sindicados da cidade em uma reunião que ocorreu na última sexta-feira, foi decidida a organização de um ato em Santa Maria. Nosso principal objetivo era chamar atenção com essa manifestação para que a população, que parece tão distante da realidade, preste mais atenção nas mudanças tão importantes e que pode impactar de diversas maneiras a vida do cidadão. Qualquer um é bem-vindo desde que entenda nossa mensagem e a necessidade de estar presente no ato”, diz.

Segundo Mario, outra reunião está programada para a próxima sexta-feira, 27,  com o objetivo de discutir e organizar novas manifestações contra as reformas do governo, e também para dialogar sobre o que mais irá agregar às manifestações.

Foto: Juliano
Manifestantes carregavam cartazes com as reivindicações. Foto: Juliano Dutra
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O  professor Fábio Martins. Foto: Maria Olhaberriet

 

Fábio Martins, professor, 32 anos, não faz parte de nenhum grupo específico de apoiadores, apenas incentiva a causa. Ele considera a Reforma da Previdência um ataque à classe trabalhadora. “Quando os trabalhadores se organizam é para buscar uma melhor qualidade dentro do lugar onde trabalham, quem não vier manifestar, está perdendo de lutar pelos seus direitos”, afirma.

Posição semelhante é a de Orizabete Aquino, 55 anos, também professora. Para ela, a reforma deve ser debatida entre as pessoas que serão diretamente atingidas. Orizabete afirma que o principal objetivo dos professores na manifestação é dizer não ao governo que consideram ilegítimo.

Professora Orizabete Aquino. Foto: Maria Olhaberriet
Professora Orizabete Aquino. Foto: Maria Olhaberriet

“Nós, professores das escolas públicas, temos que defender os direitos dos nossos estudantes, não consideramos uma reforma, mas sim, um desmonte da Previdência no Brasil”, conclui.  

O ato que estava marcado para às 16h se estendeu até o início da noite. Os repórteres-aprendizes da equipe da ACS/LabMEM estiveram presentes na cobertura da manifestação.

Por Gabriel Leão e Luísa Peixoto, equipe da ACS 

 

foto de Nathane Spencer, Laboratório de Fotografia
Integrantes do movimento da Policia Civil e do sindicato Cpers  (Foto: Nathane Spencer/Núcleo de Fotografia e Memória

Na tarde desta terça-feira (8), trabalhadores da Policia Civil e integrantes do sindicato Cpers (centro dos professores do Rio Grande do Sul) ocuparam a Câmara dos Vereadores em Santa Maria. Eles estão em busca de seus direitos, pois desde o mês de julho o governador José Ivo Sartori parcelou em quarto vezes os salários dos servidores públicos. A reunião na Câmara estava marcada para as 15h, mas em surpresa a todos antes do horário marcado, eles se reuniram de forma pacífica na sala de reuniões, para protestar.

” Essa vinda antes do horário para a Câmara foi como uma tentativa de levar a voz dos servidores além da cidade de Santa Maria e também como uma cobrança aos vereadores da base do governo em Santa Maria uma interlocução com o governo, pois já faz oito meses que o governador assumiu e ainda não tivemos diálogo aberto, um debate sobre os assuntos que são de extrema importância tanto aos servidores quanto a população do Rio Grande. Então, essa ocupação da Câmara é uma tentativa de dar visibilidade, e para as pessoas verem o quanto é preocupante esse plano de metas que o governo está pondo em prática”, comentou o líder do Movimento da Policia Civil, Pablo Mesquita.

A cidade de Santa Maria está sem policiamento nas ruas, pois as famílias dos trabalhadores estão bloqueando a saída da policia de seus quarteis.

“Pressão política aos partidos da base aliada. Nós entendemos que estivemos reunidos na sessão passada, a uma semana atrás quando vários vereadores se mostraram a favor da nossa causa. Mas muitas vezes o vereador se manifesta da boca para fora. Então, viemos aqui cobrar dos vereadores e do partido a coerência que eles cumpram com a verdade”,  disse o professor e também participante do sindicato Cpers Gilmar Corrêa.

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Manifestantes cantando o hino do Rio Grande no final da reunião (Foto: Nathane Spencer/Núcleo de Fotografia e Memória)

Após a reunião, os manifestantes cantaram o hino do Rio Grande do Sul e se reuniram em frente à Câmara de Vereadores, e partiram em direção à Praça Saldanha Marinho, onde estava marcado para as 17h uma entrega de folhetos para os que passassem por lá.

Confira o protesto no vídeo produzido pelo Laboratório de Produção Audiovisual do curso de Jornalismo da Unifra.

Cerca de 70 pessoas foram às ruas reivindicar a revogação imediata do aumento da tarifa no transporte público nesta última terça-feira. Os manifestantes reuniram-se na praça Saldanha Marinho as 19 horas  e prosseguiram pela Avenida Rio Branco até a frente da Associação dos Transportes Urbanos de Passageiros de Santa Maria.

Manifestantes passam embaixo do Viaduto Evandro Behr. Fotos: Luiz Gustavo Mousquer

O ato organizado pelo Bloco de Lutas de Santa Maria  seguiu até a  frente do ATU, e retornou até a  Rua do Acampamento. O trânsito ficou momentaneamente interrompido. No cruzamento entre a rua Vale Machado e a Avenida Rio Branco,  manifestantes sentaram-se  no chão e repetiram em coro a memória da repressão policial que aconteceu naquele mesmo local, no dia 20 de fevereiro. Naquela ocasião , a polícia atirou balas de borracha, bombas de efeito moral  e prendeu dois manifestantes. O caso ainda está sendo apurado pelos Órgãos responsáveis.

O protesto seguiu por baixo do  Viaduto Evandro Behr, indo pela Rua Floriano Peixoto e  Calçadão Salvador Isaías. No trajeto, moradores demonstraram apoio à causa ,piscando a luz de suas casas e cantando, junto, os gritos de ordem: “Que covardia. Eu tenho as fotos daquele dia.”, ” Não adianta vir com repressão, da rua eu não saio não”.

Além das exigências pela revogação imediata do aumento da passagem, os manifestantes  também protestaram contra a criminalização dos movimentos sociais. O batalhão da Polícia de Choque foi acionado para acompanhar os manifestantes durante o trajeto. Não houve confronto, nem registro de depredações. O desfecho foi no ponto inicial da manifestação, na Praça Saldanha Marinho , aonde , depois de uma hora de caminhada o ato se encerrou e as pessoas se dispersaram.

Tropa de Choque foi acionada durante a manifestação.