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música brasileira

Uma ode à música brasileira

A grade de programas da Rádio Web UFN conta com um novo programa, o Brasilidade. Produzido pelos acadêmicos de Jornalismo, Ian Lopes e Rubens Miola, o podcast aborda a música brasileira. A cada edição é abordado

Naquela mesa

Já não tenho mais certeza de que dia era aquele. Sexta-feira? Talvez sábado. Não tenho como lembrar, já fazia dias que não saia de casa ou sequer abria as janelas. Minha única obrigação e prazer naqueles

Santa Maria recebe “Tambor que habita meu peito”

 Até domingo, 30, uma experiência sonora e performática vai reverberar por diversos espaços culturais de Santa Maria. É o “Tambor que habita meu peito”, realizado pelo Programa de Extensão em Percussão (Pepeu) da Universidade Federal de

A grade de programas da Rádio Web UFN conta com um novo programa, o Brasilidade. Produzido pelos acadêmicos de Jornalismo, Ian Lopes e Rubens Miola, o podcast aborda a música brasileira. A cada edição é abordado um músico diferente.

Segundo o estudante Rubens Miola “a ideia surgiu no começo do semestre. Eu já vinha há um tempo pensando em fazer parte das produções da faculdade. Eu sempre gostei de música, sempre tive muita facilidade para falar e pesquiso bastante. A ideia inicial era fazer um programa de música internacional. Mas certo dia, escutando o Flow Podcast, fizeram uma citação ao músico Chico Science, que dizia que a gente devia fazer músicas que remetam ao Brasil. A partir disso, a gente quis fazer um programa que exalte a música brasileira e a nossa cultura”.

O primeiro artista comentado no programa foi Tim Maia. Imagem: Banco de Dados. Adaptada por Emanuelle Rosa

Conforme o estudante Ian Lopes “Eu não tinha muita confiança na minha habilidade de falar sobre o tema. Eu demorei a aceitar o convite por causa disso. Mas acredito que o programa tenha ficado muito bom. Eu me sinto melhor localizado dentro do curso desde que aceitei este convite.”

Na primeira edição, o artista comentado foi Tim Maia. Os apresentadores pretendem trazer convidados nos próximos programas. Entre os cantores que serão abordados, se encontram Elis Regina, Ney Matogrosso, Jorge Ben Jor e Cazuza. O programa é postado quinzenalmente no Spotify da Rádio Web Ufn.

Já não tenho mais certeza de que dia era aquele. Sexta-feira? Talvez sábado. Não tenho como lembrar, já fazia dias que não saia de casa ou sequer abria as janelas. Minha única obrigação e prazer naqueles dias era pesquisar e escrever sobre qualquer tema que eu fosse capaz de pensar. Eu lembro que entre um texto e outro, começou a tocar a música “Naquela Mesa” na rádio, a eterna representação de uma perda tão dolorosa e, ao mesmo tempo, tão natural. Comecei então a pesquisar sobre a música, ia ser meu novo tema pelos próximos dias.

Minha primeira descoberta já foi uma desilusão, a canção não foi escrita por Nelson Gonçalves. Na minha ignorância musical, que vezes se apresenta como uma dádiva, vezes como uma maldição, eu sempre imaginei o cantor sentado sozinho em uma mesa de um bar lotado, acompanhado apenas de um copo de whisky onde os gelos já derreteram, vestindo um casaco que não saia do armário há décadas e uma calça muito comprida. Ele mexia impaciente em um velho relógio de pulso, que a esta altura não funcionava mais, o que não era um problema, afinal, o tempo já não importava, enquanto ajustava os óculos que compensavam a falta de visão, consequência dos anos passados, e escrevia suas lástimas em um guardanapo sujo.

Eu nunca me aprofundei muito nesse assunto, mas tenho certeza que se eu me envolvesse um pouco mais, só poderia chegar a uma conclusão daquela noite. Conhecendo a grandiosidade de Nelson Gonçalves, imagino que após abraçar o luto, o cantor provavelmente acenderia um cigarro, pegaria um violão e exporia os seus pesares para todos os presentes, interpretando a mais bela canção que os brasileiros tiveram o privilégio de escutar. Por consequência, não haveria homem, mulher ou criança no recinto que fosse capaz de contemplar tamanha obra e não se encontrar em prantos.

Mas não. Minha imaginação me enganou por todos estes anos. Na verdade o compositor é Sérgio Bittencourt, uma homenagem feita no dia do falecimento do seu pai, em um guardanapo; ao menos essa parte eu acertei. Por um breve momento, eu lembro de esboçar um sorriso, chegava a ser engraçado pensar como um sentimento tão terno, que sempre existiu e sempre existirá, foi retratado de forma tão simples, capaz de transcender gerações; afinal, a autoria pode ser de Bittencourt, mas o sentimento é universal.

Alunos do Programa de Extensão em Percussão, de Pelotas, se apresentam em Santa Maria neste final de semana. Foto: divulgação/PMSM

 Até domingo, 30, uma experiência sonora e performática vai reverberar por diversos espaços culturais de Santa Maria. É o “Tambor que habita meu peito”, realizado pelo Programa de Extensão em Percussão (Pepeu) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), sob coordenação do professor José Everton Rozzini. Atuante, o Pepeu já se apresentou em Uberlândia (MG), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS) e no Festival Internacional da Música de Londrina (PR), além de percorrer o interior do Rio Grande do Sul.

O ponto alto da programação é o “PsicoTambor”, que acontece no sábado (29), a partir das 10h, quando integrantes de escolas de samba e grupos de percussão vão percorrer o Calçadão Salvador Isaía, saindo da rua Floriano Peixoto até a Praça Saldanha Marinho. No local, o cortejo será recebido pelo Pepeu para uma grande apresentação no palco.

Na noite desta quinta-feira, 27 , o espetáculo é no Theatro Treze de Maio, onde acontece o concerto da Orquestra de Percussão da UFPel, às 20h. Na apresentação, além de alunos do Pepeu, se apresentam integrantes do grupo de percussão Cuica, criado em Camobi e fundado por Rozzini.

Os ingressos podem ser retirados no Sesc Santa Maria (Avenida Itaimbé, nº 66), mediante a entrega de 1kg de alimento não perecível ou, ainda, na bilheteria do Theatro Treze de Maio. A programação encerra no domingo, 30, com um encontro de baterias e apresentação da Orquestra Pepeu e convidados, com entrada franca, durante o Viva o Campus, na UFSM.

O projeto “Tambor que habita meu peito” faz parte das comemorações de cinco anos do Programa de Extensão em Percussão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), formado por alunos da instituição de ensino e por pessoas da comunidade que se encontram, semanalmente, em torno da música percussiva, desenvolvendo ritmos como baião, maracatu, samba, batuque e outros estilos.

A realização é do Pepeu/UFPel, com apoio da Prefeitura de Santa Maria, por meio das secretarias de Cultura, Esporte e Lazer e de Educação, SESC/RS,  Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Associação das Escolas de Samba de Santa Maria, Minami Motors, EXP – Produtora – Startup de Arte, Cultura e Tecnologia e Due Design Propaganda.

Fonte: Superintendência de Comunicação – Prefeitura de Santa Maria

A segunda edição do projeto cultural Medianeira Instrumental teve como atração inicial o grupo Atoque de Caixa no dia 20 de agosto.

Criado em julho de 2002 pelo professor de música Márcio Kbecinha, o grupo de 11 músicos apresentou dez canções de música brasileira como Asa Branca, Brasileirinho e Anunciação. O espetáculo teve duração de aproximadamente uma hora.

O projeto

O Medianeira Instrumental é um novo formato de projeto cultural realizado pela Arquidiocese de Santa Maria por meio do Banco da Esperança – Ação Social, que consiste em apresentações uma vez por mês e com transmissão pela rede televisiva Rede Vida. O projeto conta com a parceria de diversas empresas da cidade e conta com o auxílio do Governo Federal via Lei de Incentivo à Cultura, Lei Rouanet. O primeiro espetáculo aconteceu em agosto de 2016, com o Quinteto Canjerana.

A execução do projeto é de responsabilidade da Atlantis Cultura & Esporte. Gustavo dos Santos, um dos gerentes executivos da empresa, destaca a importância e o impacto do evento na sociedade santa-mariense: “O impacto é enorme e sólido. Pode ser medido em números: encerramos a primeira edição com 11 eventos, destes quatro apresentações foram de artistas locais, que tiveram a oportunidade de mostrar sua arte. O Projeto Medianeira Instrumental surgiu justamente para isso”.

A próxima apresentação está marcada para o dia 17 de setembro. A atração ainda não foi divulgada.

Texto Alam Carrion para a disciplina de Jornalismo Digital 1