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A coletividade sob as lentes da TV OVO

O que encontramos quando saímos a procurar? A resposta para essa pergunta é muito particular, afinal, quando observamos o mundo através das lentes de uma câmera tomamos decisões. Apesar da subjetividade contida em cada uma das

Feminino substantivo: mulher, luta e resistência

Mulheres, idades, etnias, raças, pensamentos, ideologias, todas com um mesmo foco: lutar e resistir.  A integrante da TV OVO e professora da UFN, doutora em Comunicação, Neli Mombelli assina a direção do documentário Feminino Substantivo, que

Livro infantil explora patrimônio histórico e arquitetura

O lançamento do livro infantil Lelé João-de-Barro: arquiteto de histórias, que carrega o selo do Sobrado Centro Cultural, projeto de restauração do imóvel centenário que abriga a sede da TV OVO, se estendeu por mais de três horas

O que encontramos quando saímos a procurar? A resposta para essa pergunta é muito particular, afinal, quando observamos o mundo através das lentes de uma câmera tomamos decisões. Apesar da subjetividade contida em cada uma das pessoas que estão ou passaram pela TV OVO nos mais de 26 anos de existência, o coletivo eterniza a história de Santa Maria e sua gente. 

Petrius Dias entrevistando Marcos Borba. Imagem: Neli Mombelli

Marcos Borba, convidado do quinto episódio do Provoc[A]rte da temporada Arte Coletivo, tem uma história que se cruza, separa e se complementa com a da TV OVO. De oficinas de audiovisual à produções documentais, o coletivo registra o presente, lembra o passado e ajuda na construção do futuro da região central do Rio Grande do Sul.
O Provoc[A]rte vai ao ar nesta terça-feira (03), às 19h, com reprise às 22h, na UFN TV, pelo canal 15 da NET, e reprisa no sábado, às 19h, e no domingo, às 19h30min. E também pode ser visto na TV Câmara, canal aberto 18.2, na sexta-feira e sábado, a partir das 20h.

Marcos Borba é um dos integrantes mais antigos da TV Ovo. Imagem: Neli Mombelli

E se você ainda não viu, não deixe de conferir os episódios anteriores sobre a Escola de Samba Vila Brasil, com Sergio Silva; Orquestrando Arte, com Mírian Machado; Sarau dxs Atrevidxs, com  Karina Maia; e sobre o Coletivo Memória Ativa, com Orlando Fonseca, no YouTube do LabSeis.

O programa é produzido pelo Lab Seis, laboratório de produção audiovisual dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Universidade Franciscana (UFN). A equipe é formada por Beatriz Ardenghi e Petrius Dias no roteiro e apresentação, João Pedro Ribas na produção e na divulgação nas redes sociais, Gabriel Valcanover na edição, com suporte dos técnicos Alexsandro Pedrollo na gravação e Jonathan de Souza na finalização, e coordenação e direção da professora Neli Mombelli.

Texto: Petrius Dias

Para ver o presente, projetar o futuro e registrar “o que tem passado”. Com essa missão, a TV OVO traz sua nova produção, a série documental O Que Tem Passado. O primeiro episódio intitulado Mata foi lançado na última quinta-feira, 25 de agosto. Ao todo são cinco partes que serão apresentadas ao público até dia 03 de setembro. A produção audiovisual visita cinco cidades do Rio Grande do Sul e busca falar das diferentes formas de patrimônio existentes em cada uma delas. Também incentiva a refletir em relação ao abandono de prédios e espaços e pensar em ações de preservação. Para assistir os episódios basta acessar as redes sociais da TV OVO, no Facebook, Instagram e YouTube.

A roteirista, produtora, codiretora, editora dos episódios e professora da UFN, Neli Mombelli, conta qual mensagem a série pretende passar: “O Que Tem Passado busca despertar o olhar das pessoas para a riqueza natural, patrimônios edificados e imateriais e toda a potência que possui a região central. Isso pode fomentar a preservação, o restauro, a constituição de novos locais de memória e o turismo, além de toda uma questão identitária que está presente nesse movimento”.

Gravações na cidade de Agudo Imagem: Arquivo TV OVO

Durante cada episódio conhecemos as diferentes formas de patrimônio existentes em uma das cinco cidades da região central do Rio Grande do Sul, percorridas para a produção da série documental. São elas as cidades de Mata, Silveira Martins, São Martinho da Serra, Agudo e Santa Maria. Os episódios têm duração entre 26 e 30 minutos e serão lançados nos dias 28 de agosto, 30 de agosto, 02 e 03 de setembro. As gravações do audiovisual O Que Tem Passado ocorreram de junho a agosto deste ano.

O idealizador, codiretor, produtor e editor da série Marcos Borba revela os critérios que utilizou para a escolha das cinco cidades, além do projeto ter como delimitação geográfica a cidade ser dentro da Região Funcional 8, do COREDEs: “São várias cidades dentro dessa região, pensamos em fazer Mata porque a cidade já tem o patrimônio histórico e cultural desenvolvido e pela questão da paleontologia. Já São Martinho da Serra era uma rota muito importante de comércio no passado, tem uma história gaúcha muito forte, de formação do Rio Grande do Sul. Escolhemos duas cidades representantes de colonização europeia, Silveira Martins e Agudo. Santa Maria não poderia ficar de fora já que é o local que a equipe parte para visitar as demais cidades e onde fica a sede da TV OVO”.

Manuela, Daniel e João Heitor são os três personagens que narram a série. Imagem: Nathalia Arantes

Para guiar a narrativa pelas cidades, a série conta com três personagens: a jornalista e cronista Manuela Fantinel, o arquiteto e urbanista Daniel Pereyron e o historiador e arqueólogo João Heitor Macedo. Com distintas formações e olhares, cada um agrega à produção de acordo com sua área de conhecimento. O audiovisual foi desenvolvido no estilo Filme de Estrada (road movie), em que os três personagens vão até as cidades selecionadas para ver o que encontram. “Algumas cidades eles já conheciam, mas mesmo assim não deixaram de se surpreender. A câmera que os acompanhava captou conversas e momentos espontâneos, o que deixa a série com um tom muito leve e engajado”, comenta Neli sobre a produção.

A jornalista Manuela Fantinel revela como foi vivenciar as gravações em diferentes cidades: “Foi uma experiência incrível participar da série e um privilégio conduzir a narrativa. Foi como uma viagem no tempo e uma viagem muito bem acompanhada, com pessoas que me ensinaram muito, tanto a equipe quanto o arqueólogo João e o arquiteto Daniel”. Segundo Manuela, a experiência a conectou com suas origens: “Acredito que as pessoas só conseguem se conectar de verdade com aquilo que elas conhecem bem. Agora conhecendo melhor a história do lugar de onde vim me sinto muito mais conectada a Santa Maria, a minha história e aos meus antepassados. É uma conexão que acontece quando se descobre que
existem coisas incríveis ao seu redor, que antes nunca tinha dado atenção”.

O historiador e arqueólogo João Heitor Macedo conta como foi a experiência de guiar a narrativa da série documental: “Foi quase como um presente, como historiador e arqueólogo, formado na cidade de Santa Maria. Quando participei da produção audiovisual aquilo me tocava, um sentimento de pertencimento muito ligado à afetividade. A história que narrei na série é uma história que muitas pessoas de Santa Maria queriam ouvir. Rompe com uma historiografia tradicional, consegue abordar toda uma diversidade cultural e espacial, privilegiando a nossa paisagem cultural, que é mais do que apenas em monumentos, prédios e documentos. Tem a ver com todos esses espaços vividos, narrados, por onde passam os sentimentos daqueles que vivem a história de Santa Maria e da região. A gente consegue pensar o que tem passado, como lugar por onde nós temos passado”, ressalta.

O arquiteto, urbanista e professor do curso de Arquitetura da Universidade Franciscana, Daniel Pereyron, relatou sua participação no projeto explorando patrimônios históricos, sociais e culturais. “Foi incrível, poder conhecer e reconhecer todos estes lugares, que estão, ao mesmo tempo, tão próximos fisicamente e tão distantes por não serem divulgados. São lugares e pessoas singulares, que marcam e contam a nossa história”, disse Pereyron.

Um encontro presencial será realizado no Theatro Treze de Maio, dia 1º de setembro, quinta-feira, às 19h30, intitulado “O que tem passado: conversas sobre audiovisual e patrimônio”. O evento terá falas no formato de uma conversa rápida com convidados, abordando o que tem passado na região quando se fala sobre patrimônio histórico, cultural e natural. Os convidados são Marcos Borba, Daniel Pereyron, João Heitor Macedo, Flavi Ferreira Lisboa Filho, Cátia Ferret e Neli Mombelli. No encontro serão exibidos dois episódios inéditos da série, o da cidade de Agudo e de Santa Maria. O evento é aberto ao público em geral, com entrada franca.

“Convido todo mundo pra assistir a série com a mente e o coração aberto. Tenho certeza que todos vão se surpreender com as belezas naturais, com o patrimônio histórico, a diversidade de culturas e com as pessoas que vivem nessas cidades”, propõe a jornalista Manuela Fantinel. Os episódios contam com recursos de acessibilidade, tradução em Língua Brasileira de Sinais (Libras), audiodescrição e legendas descritivas. O projeto “O Que Tem Passado” foi aprovado no Edital SEDAC nº. 07/2021 – FAC Patrimônio.

Reprodução TV OVO

Link e cronograma de lançamento online dos episódios:
Episódio Mata
Episódio São Martinho da Serra
Episódio Silveira Martins
02/09 (sexta-feira) – Episódio Agudo
03/09 (sábado) – Episódio Santa Maria


O que tem passado: conversas sobre audiovisual e patrimônio
O que: Uma conversa sobre audiovisual e patrimônio, após a conversa haverá a exibição de
episódios inéditos de Agudo e Santa Maria
Quando: 01 de setembro (quinta-feira)
Horário e local: às 19h30min, no Theatro Treze de Maio
Entrada Franca

Mulheres, idades, etnias, raças, pensamentos, ideologias, todas com um mesmo foco: lutar e resistir.  A integrante da TV OVO e professora da UFN, doutora em Comunicação, Neli Mombelli assina a direção do documentário Feminino Substantivo, que será exibido na Praça Saldanha Marinho, hoje (01), a partir das 19h. As imagens foram gravadas numa das maiores manifestações de mulheres registradas na história do Brasil, denominada “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”. O dia em que elas saíram às ruas para lutar por seus direitos.

A manifestação de mulheres que tomou as ruas  de grande parte das cidades brasileiras, em  Santa Maria reuniu por mais de 3 horas, cerca de 7 mil pessoas concentradas na Praça Saldanha Marinho. Mulheres, crianças, bebês, idosas e homens entoaram gritos de ordem #ELENÃO e passaram pelas principais vias do centro da cidade em uma hora de caminhada.

O movimento foi organizado ainda via Facebook, após grupos  de quase 3 milhões de mulheres   nas redes sociais, sofrerem uma tentativa de silenciamento, ataques cibernéticos e agressões por parte da oposição.

Movida por tentar descrever o que é ser mulher, Neli realizou um documentário de quase 10 minutos, reunindo o depoimento de mulheres de todas as idades sobre o que é ser mulher. Beatriz, Olga, Janine, Lourdes, Liliane, Maria Clara e Paola, com a pequena Khloe nos braços, com suas vivências e experiências, foram unânimes em dizer que ser mulher é resistir e lutar.

Cena do curta Feminino Substantivo

Conforme Neli, o filme fala sobre ser mulher. Para ela, isso é muito complexo, porque a mulher sente todas as mudanças e violências na mente, mas principalmente no corpo.  “Se fala cada vez mais sobre o que é ser mulher na sociedade. Eu já pensava em fazer um documentário sobre o assunto porque circulo por diferentes locais, desde escolas urbanas até mesmo as rurais para dar aulas. Conheço diferentes mulheres com várias instruções escolares, pensamentos e formas de viver. O movimento #ELENÃO foi um estopim para a indignação de todas essas mulheres que se reuniram para exigir o respeito que elas (nós) merecem”, reflete ela.

O filme tem produção de Tayná Lopes e Bruna Mombelli, direção de fotografia e finalização de Marcos Borba, trilha sonora original de Rodrigo Tranquilo e roteiro, montagem, direção e desenho de som de Neli Mombelli.

Feminino Substantivo, título dado ao curta, está concorrendo como melhor filme na categoria Júri Popular.

 

 

Houve fila durante toda a tarde para a sessão de autógrafos. Foram vendidos cerca de 192 exemplares. Foto: divulgação TV OVO

O lançamento do livro infantil Lelé João-de-Barro: arquiteto de histórias, que carrega o selo do Sobrado Centro Cultural, projeto de restauração do imóvel centenário que abriga a sede da TV OVO, se estendeu por mais de três horas na tarde de ontem, 01, na Feira do Livro. Aproximadamente 190 exemplares foram vendidos e autografados pelos autores. Os três profissionais responsáveis pelo projeto arquitetônico do Sobrado, são também professores na Universidade Franciscana.   Clarissa Pereira e Daniel Pereyron atuam no curso de Arquitetura e Neli Mombelli,  jornalista e integrante da TV OVO, é professora  no curso de Jornalismo da UFN.

O livro é  narrado pelo personagem Lelé, um João-de-barro que mora na Jasmin, uma árvore que fica ao lado do Sobrado. A obra conta com dobraduras, jogos de tabuleiro, labirintos, pinturas e jogo dos 7 erros, para contar um pouco sobre arquitetura, patrimônio histórico e sobre Santa Maria. Proporcionando uma interação com as crianças, o livro ensina sobre ecletismo, estilo arquitetônico no Sobrado.

O arquiteto Daniel Pereyron conta que começou a discussão sobre como as crianças de hoje estão sendo educadas para entender a importância do patrimônio histórico e que reflexos isso vai ter quando foram adultas e forem as novas tomadoras de decisões. “Como eu e a Clarissa somos os autores do projeto da reforma da TV OVO, e a Neli é da TV OVO, a receita já estava montada”, brinca Daniel. Ele afirma que a ideia é atingir as crianças e os pais, trazendo a importância do patrimônio de forma lúdica e introduzindo assuntos de arquitetura.

Clarissa diz que quando perdemos exemplares importantes da arquitetura da cidade, perdemos um pouco da nossa história também. Ela acredita que ao ensinar arquitetura para crianças, elas se tornarão muito mais responsáveis pela sua cidade, tanto pelos patrimônios históricos quanto com o urbanismo. Clarissa afirma que “foi muito divertido e feito com muito carinho”.

Apesar de o público alvo serem crianças, Neli explica que é também para famílias. “A ideia é que a criança vá brincando com livro, mas devido aos diferentes graus de dificuldades das atividades, em algum momento alguém da família vai intervir”, conta Neli. Apesar de parecer um tema difícil, o livro mostra o patrimônio cultural lindo que Santa Maria tem em seu histórico e que estão desprotegidos.