Santa Maria, RS (ver mais >>)

Santa Maria, RS, Brazil

Ocupação

Secundaristas das escolas ocupadas encontram 8ª CRE fechada

Na tarde dessa quinta-feira, 09, secundaristas das oito escolas ocupadas em Santa Maria caminharam em direção à 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) com o objetivo de entregar a contra-proposta da Carta-Compromisso, elaborada pela Secretaria de Educação do

Alunos ocupam o Colégio Manuel Ribas em Santa Maria

O Colégio Manoel Ribas (Maneco), em Santa Maria, foi ocupada ontem (8) pelos alunos do Grêmio Estudantil da instituição. Outras sete escolas da cidade também estão ocupadas: Cilon Rosa, Augusto Ruschi, Margarida Lopes, Tancredo Neves, Olavo

Alunos ocupam escola em São Sepé

A luta por educação está em pauta em todo o Brasil. Em abril e maio deste ano, os estudantes paulistas e cariocas ocuparam escolas pedindo melhorias na educação e na estrutura dos colégios. Os movimentos estudantis

Foto: Natália Venturini
Portão da 8ª CRE (Foto: Natália Venturini)

Na tarde dessa quinta-feira, 09, secundaristas das oito escolas ocupadas em Santa Maria caminharam em direção à 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) com o objetivo de entregar a contra-proposta da Carta-Compromisso, elaborada pela Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul. Contudo, encontraram a 8ª CRE fechada.

De acordo com os alunos organizadores, a manifestação contou com a presença de cerca de 50 secundaristas. A concentração, que ocorreu em frente a Escola Estadual Olavo Bilac, percorreu as ruas Coronel Niederauer, Duque de Caxias e Presidente Vargas. Por volta das 15h20min, os jovens fecharam a avenida Presidente Vargas em frente ao portão da 8ª CRE.

Cerca de 50 estudantes participaram da manifestação (Foto: Natália Venturini)

“Nós recebemos a proposta do atual governo, na última terça-feira, 07. A gente analisou a proposta, não considerou ela válida, porque faltavam algumas pautas, além disso ela era muito abstrata. Então, ontem, 08, reunimos todas as escolas ocupadas de Santa Maria na escola Maria Rocha e fizemos uma contra-proposta”, afirma o estudante do terceiro ano do Maria Rocha Leonardo Dutra, 18 anos.

Além dos secundaristas, o movimento contou com a presença de apoiadores, como Rafael Belmonte, 26 anos, formado em Música. “Nós estamos apoiando os alunos, fazendo a janta, ajudando na limpeza da escola. Não é nada mais justo apoiar”, completa.

A manifestação terminou por volta das 16h. Os jovens anexaram ao portão da 8ª CRE a contra-proposta. De acordo com alunos, o objetivo é voltar outro dia para entregar em mãos a resposta para a secretaria. Até lá, as escolas seguem ocupadas.

Íntegra da contra-proposta dos estudantes das escolas ocupadas:

Vimos, por meio deste documento, entregar a devida resposta para o atual governo a respeito da proposta da Secretaria de Educação, recebida terça-feira (07/06/2016). Entregamos à 8ª Coordenadoria Regional de Educação, atual representante da Secretaria de Educação na região central.

1- NÃO iremos desocupar nossas escolas. Não estamos totalmente de acordo com a proposta recebida, pois faltam algumas pautas que são reivindicadas por nós estudantes e também não temos nenhum tipo de garantia que as mesmas serão atendidas.

2- Não recebemos as devidas atenções da 8ª Coordenadoria, que, na região central, é a representante da Secretaria de e Educação.

3- Queremos um posicionamento público do governo estadual contrário ao projeto de lei 190/2015, que não é citado em momento algum na atual proposta.

4- Queremos a retirada de tramitação o projeto de lei 44/2016. O estado não pode fugir da sua responsabilidade com a educação pública. E a Pl44/2016 passa a responsabilidade do Estado para empresas privadas.  Isso contraria a constituição de 1988.

5- Nós, como alunos, queremos aulas e uma educação pública de qualidade, mas, para isso, precisamos de uma infraestrutura adequada, valorização de nossos educadores e maiores investimentos.

6- Queremos que o Estado trabalhe mais contra a sonegação de impostos e que, caso o Estado precise parcelar algum salário, que seja das categorias que recebem um valor mais alto, e que o governador não dê como exemplo o seu salário, pois, na sua última declaração de imposto de renda, prova que seu salário parcelado não faz diferença.

7- Queremos a abertura da CPI da merenda e a investigação da operação “alba branca”. Não consideramos 0,30 centavos um valor adequado para o lanche.

8- Acreditamos que a proposta enviada pelo governo não seja nada concreta. Na verdade, nem pode ser considerado um documento e não nos traz nenhuma garantia de que sejam cumpridas as pautas citadas. Além disso, faltam algumas que são reivindicadas por nós estudantes.

9- Não somos influenciados pelos professores, muito pelo contrário. Aprendemos a reivindicar nossos direitos com nossos educadores de tal forma que, se os professores voltarem da greve, não iremos desocupar as escolas sem que tenhamos uma garantia de que nossas pautas serão atendidas.

10- O Estado não tem direito de escolher onde nos manifestaremos. Estamos dentro do espaço público que é nosso por direito. Infelizmente os governantes esqueceram que trabalham para nós.

Ocupa Maria Rocha, Ocupa Cilon Rosa, Ocupa Olavo Bilac, Ocupa Maneco, Ocupa Augusto Ruschi, Ocupa Tancredo Neves, Ocupa Margarida Lopes e Ocupa Walter Jobin.

 Fachada do Maneco. Foto retirada da fanpage do Grêmio Estudantil da escola

Fachada do Maneco ( Colégio Manuel Ribas). Foto retirada da fanpage do Grêmio Estudantil da escola

O Colégio Manoel Ribas (Maneco), em Santa Maria, foi ocupada ontem (8) pelos alunos do Grêmio Estudantil da instituição. Outras sete escolas da cidade também estão ocupadas: Cilon Rosa, Augusto Ruschi, Margarida Lopes, Tancredo Neves, Olavo Bilac, Maria Rocha e Walter Jobim.

Na região, a Escola Bom Conselho, em Silveira Martins, e o Colégio Estadual São Sepé, em São Sepé, também seguem ocupados pelos estudantes.

Ontem à tarde, antes da ocupação, o Grêmio Estudantil do Maneco realizou o Segundo Grande Ato em Defesa da Educação Pública (o primeiro foi realizado em 23 de maio). A atividade teve início em frente à instituição e foi encerrada na Praça Saldanha Marinho.

Ato em defesa da educação pública. Foto: Maiquel Rosauro
Ato em defesa da educação pública. Foto: Maiquel Rosauro

O ato intensificou a luta contra o sucateamento da educação pública e também objetivou banir as PLs 44 e 257, ressarcir o salário dos educadores e exigir o repasse de verbas em dia para a educação.

Entre as pautas específicas, os alunos do Maneco reivindicam um local apropriado para recebimento e distribuição de merenda (um refeitório) no colégio e a abertura do ginásio para a realização de aulas de educação física em dias de chuva.

Mais informações sobre a ocupação do Maneco neste link: https://www.facebook.com/gremiomaneco2016.

A greve dos professores estaduais teve início em 13 de maio e não tem data para ser encerrada.

Fonte: Maiquel Rosauro, assessor de imprensa CPERS/Sindicato-Santa Maria

A luta por educação está em pauta em todo o Brasil. Em abril e maio deste ano, os estudantes paulistas e cariocas ocuparam escolas pedindo melhorias na educação e na estrutura dos colégios. Os movimentos estudantis tiveram repercussão na mídia e chegaram ao Rio Grande do Sul. Segundo a Secretaria de Educação, mais de 100 escolas estão ocupadas no Estado. Conforme informações da 8ª Coordenadoria de Ensino do Rio Grande do Sul, a 8ª CRE, em Santa Maria, há seis escolas ocupadas.

O repórter Pedro Corrêa foi a São Sepé conversar com estudantes que ocupam o Colégio Estadual São Sepé.

Produção e direção: Pedro Corrêa
Edição: Pedro Henrique Lucca, Pedro Corrêa e Tamires Rosa