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UFN e CACISM buscam apoio junto à Câmara de Vereadores

Na manhã desta quarta-feira (11), a presidente da Câmara de Vereadores de Santa Maria, vereadora Cida Brizola, recebeu a visita da reitora da Universidade Franciscana (UFN), Iraní Rupolo, e da vice-reitora instituição educacional, Solange Fagan, e,

Coletivo é lançado em defesa do patrimônio histórico da cidade

Marcado para a  próxima sexta, 24, às 19h, na sede da TV OVO, o lançamento oficial  do coletivo Memória Ativa. O movimento iniciou em agosto do ano passado em decorrência das alterações do Plano Diretor e do decreto

Arquiteto sugere preservar o patrimônio Art Déco de Santa Maria

Na Avenida Rio Branco, em Santa Maria, escondido entre os prédios comerciais de arquitetura modernista estão os patrimônios históricos (alguns na lista de tombamento provisório) que tornam a cidade destaque entre as que possuem o maior acervo

Prefeito e Câmara recebem abaixo-assinado em defesa da Zona2

O Conselho de Patrimônio Histórico e Cultural de Santa Maria (COMPHIC) fez a entrega, nesta quarta e quinta-feira (6/6 e 7/6/18), do pedido de manutenção dos bens edificados na chamada Zona 2 do município de Santa

Cidade: a indissociabilidade entre preservação e desenvolvimento

O Conselho de Patrimônio Histórico e Cultural de Santa Maria(COMPHIC) lançou um  abaixo-assinado on line no site charge.org  que está circulando desde ontem, 14 de maio, em defesa do pouco que resta do patrimônio arquitetônico, histórico e urbanístico da

Reitora Iraní Rupolo e vice-reitora  Solange Fagan (ambas à esquerda) da UFN em reunião na Câmara de Vereadores. Foto: Allysson Marafiga

Na manhã desta quarta-feira (11), a presidente da Câmara de Vereadores de Santa Maria, vereadora Cida Brizola, recebeu a visita da reitora da Universidade Franciscana (UFN), Iraní Rupolo, e da vice-reitora instituição educacional, Solange Fagan, e, ainda, do presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (CACISM), Rodrigo Decimo. Na ocasião, os representantes da UFN e da CACISM pediram apoio do Legislativo à Comissão de Revitalização do Centro Histórico de Santa Maria. Essa Comissão tem o objetivo de manter a memória histórica do município, o patrimônio artístico e cultural e, também, a revitalização de diversos espaços da cidade.

O presidente da CACISM, Rodrigo Decimo, detalhou que, para a revitalização, é necessário criar sustentabilidade econômica no município, que atraia empresas de economia criativa, integrando suas atividades junto às instituições de ensino superior da região. Já a reitora da Universidade Franciscana, Iraní Rupolo, enfatizou a falta de sensibilidade da população em relação aos espaços históricos e a importância da educação na preservação desses lugares. “A memória da cidade precisa ser atualizada e defendida para que a estima da população por esses lugares cresça”, defendeu.

Na oportunidade, a presidente da Câmara de Vereadores de Santa Maria, vereadora Cida Brizola, afirmou que a proposta vai ser dialogada e debatida no Poder Legislativo. Destacou ainda que é necessário mudar a consciência das pessoas de Santa Maria para que a população crie essa sensação de pertencimento. “Um povo que não preserva seu passado não terá um futuro. Então, no Poder Legislativo, todos projetos que priorizem essa demanda a Câmara estará à frente com essas propostas”, conclui.

 

Marcado para a  próxima sexta, 24, às 19h, na sede da TV OVO, o lançamento oficial  do coletivo Memória Ativa. O movimento iniciou em agosto do ano passado em decorrência das alterações do Plano Diretor e do decreto de tombamento provisório de 135 prédios históricos de Santa Maria.

No dia 4 de agosto foi lido na praça Saldanha Marinho o Manifesto em Defesa do Patrimônio Cultural da cidade com os objetivos principais de dar apoio ao Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de Santa Maria – COMPHIC, defesa da lista dos prédios tombados provisoriamente e pela imediata discussão, apresentação e propostas de lei de proteção do patrimônio material e imaterial da cidade.

Palacete Batista Seroni. Foto: Melina Guterres/Rede Sina

O grupo já promoveu atos como o abraço simbólico ao palacete Batista Seroni (exemplo de prédio de valor de patrimônio preservado), reuniões com reitores da UFN e UFSM e diretor da ULBRA-SM, audiência com a Comissão Especial de Patrimônio da Câmara de Vereadores, entrega ao gabinete da Casa Civil de contribuições e propostas à minuta da Lei do Patrimônio, a vinda do professor e arquiteto Paulo Edi Martins (UFRGS) para ministrar aula inaugural dos cursos de pós-graduação de Arquitetura, Patrimônio e História da UFSM, assim como passeio orientado pelo acervo Art Déco da Av. Rio Branco. Tal passeio se repetiu durante a recente Feira do Livro, orientado por profissionais de arquitetura.

Dentre os prédios a terem proteção especial estão os localizados na Avenida Rio Branco que representam o segundo maior acervo em Art Déco em via continua no mundo.  No evento, haverá o lançamento da marca do coletivo realizada pela agência Latino América Comunicações de forma colaborativa. O grupo planeja diversas ações para sensibilizar a população de Santa Maria no sentido de preservar o patrimônio como forma de desenvolver a identidade, sentimento de pertença e aumentar a auto-estima cidadã.

Por Melina Guterres, Rede Sina.

Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM

Na Avenida Rio Branco, em Santa Maria, escondido entre os prédios comerciais de arquitetura modernista estão os patrimônios históricos (alguns na lista de tombamento provisório) que tornam a cidade destaque entre as que possuem o maior acervo contínuo de Art Déco das Américas. Chega a ser equiparada, nas devidas proporções, a Miami Beach, nos Estados Unidos, por exemplo.

Este estilo arquitetônico com influência no cubismo e apreço pela simplicidade das formas surgiu na Europa dos anos 1920, mas foi no continente  norte-americano que houve maior desenvolvimento, irradiado em toda a América Latina devido ao movimento do rural para o urbano e o desenvolvimento das cidades, segundo a arquiteta Márcia Kümmel. “Há toda uma estética ligada com a industrialização, a era da máquina. Não interessava mais o excesso de ornamentos. Era uma ruptura com isso”, comenta ela, ao referir-se ao movimento anterior, o ecletismo.

Na manhã desta sexta-feira, 29, ocorreu uma visita guiada para a observação dos prédios Art Déco da Avenida Rio Branco, organizada em função da visita do professor Paulo Edi Rivero Martins na cidade, que veio para uma aula inaugural da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), cujo tema abordou “Patrimônio cultural, arquitetônico, histórico e gestão pública”.

No município de Santa Maria 135 prédios foram protegidos provisoriamente, em 2018,  devido a mudanças no Plano Diretor. Essa lista é resultado da pressão de um grupo de pessoas que formaram um coletivo em defesa do patrimônio histórico cultural de santa Maria, que junto com o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (Comphic) reivindicou na Câmara dos Vereadores alterações nas regras de planejamento, construção e organização urbana da cidade.

Paulo Rivero, que é doutor em  Arquitetura  pela Universitat Politecnica de Catalunya, na Espanha, atentou para a importância da preservação daquilo que foi construído por cada geração. Ele explica que para haver o progresso, não é necessário a destruição de patrimônios históricos. De acordo com o professor, todos os estilos que foram sendo construídos ao longo do tempo têm sua importância e precisam ser preservados para manter a memória da cidade em cada momento histórico.

Foto: Mariana Olhaberriet/LABFEM
Uma das poucas áreas tombadas em Santa Maria. Foto: arquivo

O Conselho de Patrimônio Histórico e Cultural de Santa Maria (COMPHIC) fez a entrega, nesta quarta e quinta-feira (6/6 e 7/6/18), do pedido de manutenção dos bens edificados na chamada Zona 2 do município de Santa Maria, para o poder executivo municipal. A entrega foi feita no Gabinete do Prefeito e, também, na Presidência da Câmara de Vereadores Municipal e Comissão do Plano Diretor da Câmara. Hum mil, duzentos e sessenta e quatro pessoas o abaixo-assinado disponibilizado no site Charge.Org.

A informação, veiculada no site, traz ainda o agradecimento do Conselho aos signatários do abaixo assinado. ” Estamos gratos a cada um que emprestou seu nome a esta causa, e esperamos que nossos governantes sejam sensíveis a memória de nossa cidade. Seguiremos acompanhando a situação, até que tenhamos êxito!”, afirmam.

A iniciativa visava agregar a população em torno da preservação da história arquitetônica de Santa Maria em seus elementos arquitetônicos e urbanísticos, pressionando as instâncias decisórias constituídas pelos vereadores que compõem a Comissão do Plano Diretor, a presidência da Câmara,  a Casa Civil, o COMPHIC, a procuradoria do município para que votem contrários à  proposta que visa modificar o Plano Diretor de Santa Maria, ainda em maio corrente.

O novo texto que está em apreciação na Câmara de Vereadores reduz a consulta de análise do  Instituto do Planejamento do Município (IPLAN) apenas aos poucos prédios já tombados. Pelo novo texto, se aprovado, será possível demolir prédios  de interesse histórico ainda não tombados, possam ser demolidos  sem consulta pública prévia. O texto ameaça a mudança radical da chamada Zona 2, que reúne o conjunto de prédios e casarões do centro histórico de Santa Maria.

 

Clube Caixeral enfrenta dificuldades para recompor o telhado destruído durante a última tempestade. Foto: arquivo do Museu Educativo Gama D’Eça.

O Conselho de Patrimônio Histórico e Cultural de Santa Maria(COMPHIC) lançou um  abaixo-assinado on line no site charge.org  que está circulando desde ontem, 14 de maio, em defesa do pouco que resta do patrimônio arquitetônico, histórico e urbanístico da cidade.

A iniciativa visa agregar a população em torno da preservação da história arquitetônica de Santa Maria em seus elementos arquitetônicos e urbanísticos, pressionando as instâncias decisórias constituídas pelos vereadores que compõem a Comissão do Plano Diretor, a presidência da Câmara,  a Casa Civil, o COMPHIC, a procuradoria do município para que votem contrários à  proposta que visa modificar o Plano Diretor de Santa Maria, ainda em maio corrente.

O novo texto que está em apreciação na Câmara de Vereadores reduz a consulta de análise do  Instituto do Planejamento do Município (IPLAN) apenas aos poucos prédios já tombados. Pelo novo texto, se aprovado, será possível demolir prédios  de interesse histórico ainda não tombados, possam ser demolidos  sem consulta pública prévia. O texto ameaça a mudança radical da chamada Zona 2, que reúne o conjunto de prédios e casarões do centro histórico de Santa Maria.

Confira o texto do abaixo-assinado do COMPHIC.

Museu Educativo Gama D’Eça, na rua do Acampamento.

” Estranhamente, em pleno século 21, um tema volta a causar apreensão em Santa Maria: o risco de retrocesso na proteção do pouco que resta de seu outrora riquíssimo patrimônio arquitetônico, histórico e urbanístico.
Qualquer lugar do mundo que aspira a verdadeira evolução tem se preocupado em zelar pelos signos do seu passado. É angustiante constatar que Santa Maria, pretensiosamente autodenominada “cidade cultura”, esteja seriamente ameaçada de andar na contramão, ao abdicar das poucas medidas vigentes, voltadas à preservação de seu patrimônio edificado, na revisão do Plano Diretor. O novo texto abrirá uma brecha legal para as demolições, sem consulta prévia ao Instituto de Planejamento de Santa Maria.
Caso isso aconteça, estaremos condenados à perda de nossa já frágil autoestima e de nossa noção de pertencimento. Dessa perda, decorrem consequências imprevisíveis, mas invariavelmente desoladoras.
É absolutamente equivocado o argumento de que preservação e desenvolvimento são incompatíveis. Em verdade, os dois são complementares, imprescindíveis um ao outro; basta examinar inúmeros exemplos bem sucedidos em outros lugares que superaram tais dificuldades há muito. Se não compreendermos assim, em breve veremos nossas antigas belezas somente por meio dos registros fotográficos.
Este abaixo-assinado foi idealizado com o objetivo único de fazer um apelo a todos os que participam dessa discussão, para que deixem prevalecer o bom senso e que reflitam com a necessária serenidade. Há muitos espaços disponíveis, apropriados para novos investimentos em construção civil. E que eles sejam bem-vindos! Contudo, ao mesmo tempo, que seja assegurada a defesa intransigente de nossa história, também materializada em edificações com valor, ao se estabelecer incentivos aos proprietários dos imóveis preservados, para que os conservem e valorizem, pois, de pouco vale impedir a demolição, se não se tomar o cuidado para que, logo adiante, o imóvel não desmorone, em ruína.
O patrimônio histórico material e imaterial deve ser, muito além de preservado, vivenciado e sentido pela população, tanto com o objetivo de proteger a identidade como para fomentar sua valorização. São marcos de referência para as pessoas se localizarem no tempo e no espaço e identificarem o local onde vivem. Se assim ocorrer, não haverá lado vencedor, tampouco perdedor. Todos serão beneficiados.”

Ivorá, vista panorâmica. Foto: divulgação

Preservar o patrimônio histórico, cultural, religioso e gastronômico e ainda contribuir para o desenvolvimento do potencial turístico da Quarta Colônia de Imigração Italiana. Estes foram os objetivos que marcaram as apresentações do curso de Turismo na 17ª edição do Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão, o Sepe. No segundo dia do evento, duas acadêmicas do Curso de Turismo tiveram a oportunidade de apresentar seus trabalhos, na sala 504, do prédio 14, no conjunto II, da Instituição. Ivorá, município de imigração Italiana, com 2.424 habitantes (IBGE: 2009), localizado na Serra de São Martinho à 47 km de Santa Maria foi o foco das apresentações.

A acadêmica Paola Nicola Correa juntamente com sua orientadora, a professora Adriana Pisoni da Silva apresentaram o projeto de pesquisa “O perfil dos visitantes da Festa da Abobora em Ivorá”. Segundo a professora a escolha do tema ocorreu porque essa festa é organizada pela comunidade e não pela Igreja, sendo, portanto, um diferencial entre os eventos realizados na localidade. A pesquisa contou com a aplicação de questionários de cunho quantitativo e qualitativo, que buscou identificar o perfil das pessoas que visitam a festa da Abobora de Ivorá. A conclusão que se chegou, segundo a acadêmica Paola foi que os visitantes não podem ser classificados como turistas e sim como excursionistas, visto que, estes não permanecem no município mais do que 24 horas e a o principal interesse é a gastronomia típica italiana.

As festas católicas são outro atrativo marcante no município de Ivorá, pois a religiosidade faz parte da cultura e da identidade dos imigrantes italianos. E foi com esse foco que a acadêmica Thais Viera Bezerra apresentou o projeto “Festa no Capitel: O turismo cultural em Ivorá”. A professora Eva Regina Barbosa Coelho, orientadora do projeto revelou que há muito tempo tinha interesse em estudar a história e os significados dos Capitéis encontrados na Quarta Colônia. A pesquisa revelou que as festividades e as cerimônias realizadas em torno do Capitel podem ser consideradas como um evento turístico.

Os Capitéis são oratórios construídos ao longo das estradas, podendo também ser designados como capelinhas. Estes são construídos por famílias que desejam pagar alguma promessa ou homenagear um santo de devoção. Mas segundo a professora Eva, apesar dos Capitéis serem construídos por pessoas particulares, por estarem à beira das estradas, passam a ser públicos. Entretanto, algumas capelinhas são adotadas por famílias que passam a se dedicar a sua preservação e a organização de festas religiosas em seu entorno, atraindo fieis de diversas regiões e cidades vizinhas.

Os dois trabalhos apresentados fazem parte de projetos maiores que tem por objetivo pesquisar o potencial turístico das cidades da Quarta Colônia de Imigração Italiana, contribuindo com a preservação dos patrimônios dessas comunidades. Essas pesquisas são relevantes na medida em que contribuem com o desenvolvimento da economia local, oferecem uma alternativa de trabalho aos jovens e contribuem para a elevação da autoestima dos moradores.

Por Daiane Spiazzi