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revolução farroupilha

O gaúcho e o 20 de setembro: para além da tradição

E chega o 20 de setembro, Dia do Gaúcho. Não existe outro dia tão importante para o povo riograndense como este. Vestimentas tradicionalistas tomam as ruas, os CTGs lotam, o cheiro do churrasco se espalha pelo ar e

Desfile dia do gaúcho em Santana do Livramento.

E chega o 20 de setembro, Dia do Gaúcho. Não existe outro dia tão importante para o povo riograndense como este. Vestimentas tradicionalistas tomam as ruas, os CTGs lotam, o cheiro do churrasco se espalha pelo ar e é possível ouvir de longe o som das músicas e danças típicas. Assim é comemorado o feriado.

Mas qual o significado da data? Simples, foi a data de início da Revolução Farroupilha. A revolta iniciou em 20 de setembro de 1835 quando os rebeldes, liderados por Bento Gonçalves, tomaram Porto Alegre, fazendo da província, uma república.  Após 10 anos de grandes disputas, a revolução chegou ao fim, quando as duas partes envolvidas, o exército republicano e o Imperialista, selaram um acordo de paz.

O Dia do Gaúcho esta incluído na Semana da Farroupilha, uma celebração da cultura e das tradições gaúchas, que ocorre anualmente entre 14 e 20 de setembro, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Durante a semana, são feitas diversas festas que ressaltam os costumes típicos do gaúcho, desde pratos típicos, vestimentas e apresentações culturais.

Uma cultura forte

A tradição do gaúcho tem longo alcance e vai além das fronteiras do sul. Há quem fale de uma diáspora. A rudeza da história gaúcha se faz num Estado constituído a partir das guerras. As fazendas eram tocadas pelas mulheres, muito diferentes das moças da corte, segundo os relatos dos viajantes que por aqui passaram. Mulheres fortes e decididas não por opção, mas exatamente porque a escolha era entre viver ou morrer.

A pilcha é o traje típico do gaúcho inclui o seu pala (ou poncho) que é um sobretudo que pode servir de cobertor para dormir, um facão ou adaga (ou facón, em castelhano), um relho (ou rebenque) e as calças largas chamadas bombachas, presas às suas cinturas por um tipo de cinto denominado guaiaca (ou tirador, em castelhano). Depois vem as botas, o chapéu de barbicacho e o lenço no pescoço. Alguns ainda carregam as boleadeiras (bolas ou boleadoras, em castelhano), uma soga (corda) de couro torcido ou trançado com duas pedras redondas amarradas em cada uma de suas extremidades e outra soga (corda) de couro atada no meio dela com uma pedra menor na extremidade, sendo chamada de Pedra Chica. É usada na caça ou na captura de animais e muito utilizada no pampa gaúcho.

As raízes da cultura no pampa gaúcho. Fotos cedidas: Patrícia Simões. arquivo pessoal

O vaqueiro gaúcho passava a vida cavalgando os Pampas, domando os bois e cavalos. Tornaram-se grandes carneadores, sabiam matar e aproveitar ao máximo um animal para que este lhe servisse de alimento. Tinham pouco acesso ao sal, e aprenderam a conservar o sangue do animal e usar a própria gordura do assado para lhe dar maciez. Daí o famoso churrasco de chão. É feito o fogo em um buraco cavado no chão. Depois, trespassa-se um pedaço de pau na carne e colocam-na inclinada sobre o fogo em um ângulo de mais ou menos 45º, virando-a lentamente, até estar ao ponto desejado. Ainda hoje, essa tradição é mantida.

Falar da cultura gaúcha é dizer, entre outros do Borghettinho e do Yamandu Costa (os dois juntos é delírio puro!). Há belas imagens do gaúcho nos pampas quando se passa pelas estradas ao sul – misto de nostalgia e vida campeira; há as danças – a chula é tudo de bom e saindo do circuito conservador, as mulheres dançam também. Antes ela era privilégio masculino.

Há os cavalos e os cavaleiros – homens e mulheres na labuta do dia a dia, sempre acompanhados do fiel cachorro ovelheiro, border collie – para quem não sabe, é parente do collie – e conhecido por reunir sozinho, os rebanhos nos campos. Tem o espaço das missões para quem quer fazer turismo, ainda hoje conservando o mistério. Tem o chimarrão  que reúne o povo num compartilhar a prosa aquecida pela mistura de erva mate e água quente. E a cozinha, onde a mandioca(aipim/macaxeira) e a batata-doce são a base de inúmeros pratos. Há inúmeras lendas que narram a epopéia destes homens e mulheres destemidos. Basta se aventurar e conhecer.

O 20 de setembro em Santa Maria

Em Santa Maria o Dia do Gaúcho não passará em branco, haverá o Desfile Farroupilha, e diversas festividades nos CTGs da região serão feitos. Almoços, e festas estão marcadas, veja a programação para o feriado:

CPF PIÁ DO SUL:
Almoço: 12h
Cardápio:Churrasco, arroz e saladas
Valores: R$ 10 para participantes do desfile, R$ 25 para público em geral

CTF OS NATIVOS:

Café da manhã e saída para o desfile, às 6h30min
Desfile Farroupilha, às 9h
Almoço e fandango, às 12h30min, com grupo Sangue Gaúcho
Cardápio – Churrasco, galeto, maionese, arroz e saladas diversas
Valores: R$ 30 ou somente o baile R$ 20. Pessoal que desfilou para R$ 15
Encerramento da Semana Farroupilha, às 18h

CTG ESTÂNCIA DO JARAU:

Almoço: 12h
Cardápio: Churrasco, maionese, arroz, saladas e cuca
Valores: R$ 40 para adulto e R$ 10 para crianças de 7 a 12 anos
Agradecimentos, às 14h
Baile, às 15h, com Tchê Kakareko
Arreamento das bandeiras, extinção da chama crioula e encerramento da semana farroupilha: 18h

A.T PONCHO BRANCO

Almoço: 12h
Cardápio: Churrasco, porco, galeto, salsichão
Valor: R$ 25
Encerramento com Alexandro Nunes a noite
Cardápio: Sopão
Valor: R$ 10

CTG SENTINELA DA QUERÊNCIA

Almoço fandango: 12h30min
Cardápio: Churrasco, galeto à vinagrete, arroz branco, maionese, mandioca e saladas
Valores: R$ 20 para sócios, R$ 25 para não sócios, R$ 15 para invernadas, e R$ 10 para crianças de 7 a 11 anos

Texto: Fernando Cezar e Rosana Zucolo