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#sepe2018

Morte, discinesia tardia e a fitoterapia são temas no XXII SEPE

Entre temas de pesquisas diferentes proporcionados pelos acadêmicos da Universidade Franciscana, encontram -se assuntos relacionados com a saúde, através de apresentações orais do eixo Ciências da Saúde e da Vida, desenvolvido no XXII Simpósio de Ensino

A nutricionista Franciliane Jobim Benedetti explica sobre a influência da alimentação na gestação. Foto: Thayane Rodrigues.

Cuidados com a alimentação, saúde bocal, exercícios físicos e com a postura, fazem parte dos cuidados que a mulher deve ter durante a gravidez. Esses assuntos foram comentados na manhã desta sexta-feira, 05, no XXII Simpósio de Ensino Pesquisa e Extensão, com a palestra “Cuidado interdisciplinar na assistência pré-natal”, administrada pelas professoras e doutoras Bianca Zimmermann Santos, da Odontologia, Franciliane Jobim Benedetti, da Nutrição e Letícia Fernanda Frigo, da Fisioterapia.

A doutora em Odontopediatria, Bianca Zimmermann conversou com os alunos presentes sobre a importância da mulher frequentar o consultório odontológico durante o período gestacional, enfatizando que a maior parte dos tratamentos devem ser feitos durante o segundo semestre da gestação, época que o bebê está em desenvolvimento. ” Existe um grande mito sobre a gestante não poder ir no dentista, mas isso não é verdade. A gestante deve procurar atendimento odontológico no pré-natal para que nós possamos orientá-la, prepará-la para cuidar da sua saúde bocal e, também, a do seu filho”, enfatizou Santos.  Segundo ela, nesse período aumenta o nível de progesterona e estrogênio e que acarreta modificações na cavidade bocal, influenciando nos processos inflamatórios, como a placa bacteriana que é o acúmulo de biofilmes que acontecem quando existe a presença de bactérias e de restos de alimentos, originando a gengivite. A professora também trouxe para a palestra pesquisas que relacionam a gengivite com partos prematuros e bebês com baixo peso ao nascer e também pacientes com pré-eclâmpsia, mas que ainda não existem evidências contundentes.

A fisioterapeuta Letícia Fernandes Frigo comentou sobre os exercícios durante o pré- natal. Foto: Thayane Rodrigues

Com relação a alimentação, a doutora em Saúde da Criança e do Adolescente pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e professora da UFN, Franciliane Jobim Benedetti, debateu sobre o ganho de peso durante a gestação e com a estatura da mulher “Para um atendimento de nutrição só o peso e a estatura ou só cuidar do ganho de peso ou da perda de peso, não é o papel do nutricionista apenas. Para a gente fazer uma avaliação nutricional é  preciso  verificar quatro componentes: a antropométrica, bioquímica, clínica e dietética” ressaltou Benedetti.

Para a professora, o ganho de peso da mulher deve ser anotado no gráfico de peso da gestante, pois ele mostra se o peso – baseado nas semanas de gestação e os o valores do índice de massa corporal, o IMC -, está adequado. ” Todas ganham peso. Mesmo aquelas mulheres que estão com obesidade, porque esse peso não é especificamente da mãe, é do bebê, pois ele tem que ganhar peso. Nós temos todos os componentes da placenta, do volume mamário e tudo isso causa um aumento de peso na balança”, comentou. Conforme a nutricionista, o ganho de peso é descartado durante o primeiro semestre, visto que muitas mulheres apresentam um excesso de náuseas e vômitos, que fazem com que muitas vezes tenha uma perca de peso, que também mencionou que a má alimentação da mãe durante a gestação pode ocasionar futuramente um adulto com problemas cardiovasculares e outras doenças. “A prática de uma alimentação saudável, ajuda no desenvolvimento do bebê, para a placenta e os tecidos. E esse ganho de peso, claro que vai ter, porque temos uma demanda energética maior por conta do estado hipermetabólico das mães e temos que pensar se ela prática algum tipo de atividade física e como é a reserva energética dela para o período de lactação”, explicou.

Em relação aos exercícios, a professora de fisioterapia da UFN e doutora em Distúrbios da Comunicação, pela Universidade Federal de Santa Maria, Leticia Fernanda Frigo, destacou a importância dos profissionais da saúde em relação ao pré-natal. “Fora daquela barriga da gestação, nós temos uma mãe. O pré-natal  trabalha essa mulher. A gente está dentro da fisioterapia procurando que ela fique com o mínimo de intercorrências durante a gestação, pois é um período em que ela realmente está com várias alterações hormonais que vai deixá-la com outro tipo de humor, outras sensações e um momento de fragilidade corporal ao qual precisamos dar uma atenção especial para essa questão do movimento”, observou Letícia.

A fisioterapeuta exemplificou sobre as disfunções oesteomusculares, que lida com a mudança corporal conforme o crescimento do feto. ” A postura para sentar, dormir, caminhar, ela vai se modificando muito no último semestre. Todos os músculos da coluna vão se estirar.” destacou.  A pelve, foi outro assunto discutido pela fisioterapeuta, pois ela é uma musculatura que influência na passagem do bebê, mas que para Fernanda, o importante é que o bebê esteja adaptado a pelve da sua mãe. “Se a gente tem alterações posturais importantes durante a nossa vida, na gestação elas vão aumentar”, argumentou. Logo nas primeiras consultas, o fisioterapeuta avalia a pelve e tenta deixar as musculaturas que se encontram na pelve, o mais adaptado possível para o parto.

Um dos hormônios citados durante a palestra foi a relaxina que tem como função deixar todos os ligamentos da mulher mais relaxados para o momento do parto, não atuando apenas na pelve, mas em todas as estruturas, que acabam prejudicando alguns movimentos do dia-a-dia, seja no trabalho ou em outras ocasiões e com isso se faz necessário o fortalecimento da musculatura com exercícios físicos.  Fernanda explicou também que o sono não é o único momento de descanso da gestante e que na verdade ela teria que ter três pausas durante o dia para descansar e de preferência com as pernas para acima, para auxiliar na circulação do sangue.

 

 

Entre temas de pesquisas diferentes proporcionados pelos acadêmicos da Universidade Franciscana, encontram -se assuntos relacionados com a saúde, através de apresentações orais do eixo Ciências da Saúde e da Vida, desenvolvido no XXII Simpósio de Ensino e Pesquisa da Universidade Franciscana. Na tarde de quarta – feira, 04, aconteceram três apresentações que envolveram assuntos como a morte, um dos sintomas dos antipsicóticos e a fitoterapia com o câncer de mama.

A primeira aluna a se apresentar foi a Fernanda Nardino, do 10º semestre do curso de psicologia da Universidade Federal de Santa Maria. Fernanda, sobre orientação do professor Roberto Quintana, apresentou a pesquisa intitulada “A morte para os profissionais de saúde: percepções e desdobramentos”. Conforme Nardino,  o tema escolhido é oriundo do Trabalho Final de Graduação, TCC, que estão desenvolvendo sobre cuidados paliativos. ” São cuidados com pessoas que enfrentam doenças potencialmente de perigo a vida”, afirma a estudante. A apresentação que durou cerca de 20 minutos, abordou a maneira como os profissionais aprendem a lidar com a morte e o sentimento que muitos deles sentem de frustração por não conseguir salvar o paciente, conforme um acompanhamento feito em grupo durante a pesquisa.

Já a segunda apresentação foi da estudante de biomedicina da Universidade Franciscana, Izaviany Schimitz, que falou sobre a discinesia tardia, um dos sintomas que surgem dos antipsicóticos usados no tratamento para a esquizofrenia, no quadro de primeira geração, quando o paciente apresenta alta taxa de dopamina. A acadêmica desenvolveu a pesquisa através de um estudo em laboratório, com o uso de 40 ratos do sexo masculino, que foram divididos em quatro grupos: Isoflavonas, Haloperidol, Isoflavona e Haloperidol e o de controle. Foram 28 dias de estudos acompanhando a evolução dos animais. ” O haloperidol foi o nosso antipsicótico de estudo. Ele é considerado um antipsicótico de primeira geração, então, o principal mecanismo de ação dele vai ser o antagonismo aos receptores”, menciona a acadêmica. Izaviany explicou que a discinesia tardia, segundo assunto abordado na pesquisa, promove movimentos involuntários que ocorrem no paciente, envolvendo a região da boca, ou seja, a pessoa abre e fecha a boca de maneira involuntária e irregular.

Relatos orais durante o XXII SEPE. Foto: Aline Gonçalves/LABFEM

A última a apresentar foi a aluna de biomedicina Isadora Nicola, que trouxe a pesquisa desenvolvida em laboratório sobre o câncer de mama. No estudo foi apontado algumas características como  instabilidade hegenômica, estimulo para a formação de novos vasos sanguíneos e  invasão e formação de metástase. Conforme dados do INCA, apresentados pela estudante, 600 novos casos de câncer irão surgir entre o ano de 2018 e 2019. ” O câncer de mama tem como principal risco o histórico familiar, que correspondem a 20% dos cânceres de mama” exemplificou. Conforme Nicola, um dos tratamentos recentes é a imunoterapia, através de produtos de origem natural, com propriedades que redutivas na produção de substâncias tóxicas.” Aqui no Rio Grande do Sul tem uma planta chamada vassobia breviflora, conhecida como fruta do sabiá, que está apresentando um destaque nos estudos, porque ela tem um composto ativo chamado vitaferina A, que possuí a capacidade de alterar fatores de crescimento e de transcrição e receptores relacionados ao câncer”, relatou Isadora.

 

Foto: Aline Gonçalves