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Abertura do comércio em feriados: faltam creches e segurança

O Sindicato dos Lojistas de Santa Maria propôs na segunda-feira,18, o funcionamento do comércio em 10 dos 14 feriados nacionais no ano de 2019.  A medida  foi aprovada também em assembleia do Sindicato dos Comerciários, sendo que os lojistas

Autorizada mão de obra remunerada no feriado

O baixo índice de vendas em Santa Maria no primeiro semestre deste ano deixou os lojistas preocupados, assim, apostando suas fichas nas datas comemorativas. O feriado deste sábado, 21 de abril, é uma oportunidade de bons

Foto: Mariana Olhaberriet

O Sindicato dos Lojistas de Santa Maria propôs na segunda-feira,18, o funcionamento do comércio em 10 dos 14 feriados nacionais no ano de 2019.  A medida  foi aprovada também em assembleia do Sindicato dos Comerciários, sendo que os lojistas terão a liberdade para decidir se irão abrir ou não. Porém, são várias as questões levantadas em torno da decisão tomada pelo Sindilojas, como a questão da ausência de creches que atendam nestas datas e a segurança pública.

Clarissa Soares trabalha com vendedora e argumenta contra a decisão. Ela lembra que nos finais de semanas não há creches para as mães deixarem seus filhos, e afirma preferir estar com as filhas e poder passear com elas.  “Mesmo que tu tenhas ganhado dinheiro e tenha folga, ela não vai ser no mesmo dia dos teus filhos. Eles tem escola nos dias em que teremos folga”, diz.

O mesmo problema é enfrentado por outra funcionária do comércio que preferiu não  ser identificada. “Eu trabalho nesse período para dar o sustento aos meus filhos e, às vezes, preciso usar esse dinheiro para pagar alguém para ficar com eles”, explica.

Já a aposentada Silvana Rodrigues diz ser necessário avaliar os dois lados, o do empregador e o do funcionário. Para ela, “tem que ser uma coisa muito bem conversada e analisada. No meu ponto de vista seria bom, pois muita gente que trabalha não tem como fazer suas compras durante a semana”.

A falta de segurança oferecida pela prefeitura da cidade é outro ponto de debate. Vários lojistas reclamam que há pouco policiamento, principalmente em lugares mais afastados do Calçadão, o que, segundo eles, dificulta a vida dos comerciantes.

 A lojista Alinne Zucolotto afirma ser a favor do comércio abrir nos  feriados e finais de semana, pois não há muitos locais abertos, apenas shoppings.  No entanto, ela reclama do abandono do centro e  afirma: “o ruim é que a prefeitura deveria oferecer segurança, e não há segurança no domingo. Por isso os lojistas não abrem no centro”.

Quem também é a favor da abertura do comércio nos feriados é o taxista Antônio Luiz Pereira. ” A cidade  vive do comércio. A pessoa que for procurar emprego, já vai ciente que irá trabalhar no final de semana”.  Discordando das reivindicações de muitos comerciários, Pereira cita outros profissionais que também trabalham nos finais de semana, como médicos e porteiras e acredita não haver mal nenhum nisso, desde que se tenha folga e remuneração.

 

 

 

O baixo índice de vendas em Santa Maria no primeiro semestre deste ano deixou os lojistas preocupados, assim, apostando suas fichas nas datas comemorativas. O feriado deste sábado, 21 de abril, é uma oportunidade de bons negócios e a desautorização de funcionamento com mão de obra remunerada causa desconforto entre o varejo local. O Sindilojas Região Centro compartilha sua indignação e de seus associados e representados com o impedimento de funcionamento em um momento econômico tão delicado.

Em 16 de março, desse ano, o Sindilojas reuniu-se com o Sindicato dos Comerciários para propor oficialmente a abertura plena do comércio em todos os feriados do ano, com exceção dos dias 1º/05 (dia do trabalhador), 25/12 (Natal) e 01/01/2019. Assim, foi liberada a mão de obra remunerada para o funcionamento através do pagamento de R$65,00 pela jornada e compensação da folga em um prazo de trinta dias.

O Coordenador do Curso de Ciências Econômicas da Universidade Franciscana, Mateus Sangoi Frozza, afirma que, tendo em vista a conjuntura econômica e política, na qual o desemprego atinge 12,5% da população, a atitude em abrir o comércio pode vir a fortalecer a geração e principalmente a manutenção do emprego. O Sindilojas está a trabalhar na aceleração desse processo de finalização da Convenção Coletiva de Trabalho, através da busca por alternativas para abertura do comércio, em defesa dos interesses tanto do varejo, quanto dos consumidores e trabalhadores. Frozza ainda reforça que o comércio é um dos setores que mais “sofre” com a crise, pelo motivo que cada vez mais a decisão de compra está limitada a continuidade do emprego.