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suicídio

Ações de solidariedade marcam o setembro amarelo

O mês da prevenção ao suicídio no “pós-pandemia”, em 2022, se intensificou em campanhas. O setembro amarelo é uma campanha organizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), junto do Conselho Federal de Medicina (CFM), que teve

Setembro Amarelo, uma luta que continua

Setembro é conhecido como o mês internacional de Prevenção ao Suicídio. Durante todo o período a CVV (Centro de Valorização da Vida) de Santa Maria organizou vários eventos para tratar do assunto que ainda é um tabu na

Setembro acabou, mas a prevenção continua

O Brasil está entre os 28 países de um universo de mais de 160 analisados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que tem estratégia de prevenção ao suicídio. O Ministério da Saúde, por meio da rede

Setembro amarelo: calendário de eventos

Na tarde desta quinta-feira (17), o CVV (Centro de Valorização da Vida) vai ocupar a tribuna livre da Câmara de Vereadores para falar sobre suicídio. A entidade ainda está organizando outras atividades para marcar o Setembro Amarelo.

Setembro amarelo: o grito de socorro pode estar ao seu lado

“Há sempre como interferir positivamente em algum elo da cadeia beneficiando todo o sistema”, frase do livro Viver É a Melhor Opção, do jornalista André Trigueiro. Não é muito difícil perceber que alguém está passando por graves

Setembro Amarelo: é preciso quebrar o tabu do silêncio

Nesta quinta-feira, dia 10 de setembro, é realizado o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, criado para enfrentar o tabu em torno do assunto e a desinformação que agrava as estatísticas. Para dar mais visibilidade a esse

Setembro Amarelo: E eu com a vida do outro?

Setembro é um mês marcado para lembrar um problema antigo e contínuo da sociedade: o suicídio. Ao nos depararmos com a morte com data e hora escolhida pela própria vítima, as interrogações tomam espaço dos nossos

Quebra de um tabu: suicídio

O jornalista e escritor André Trigueiro fez uma palestra falando sobre suicídio para o lançamento do seu livro “Viver é a melhor opção” no último sábado, no auditório da Cesma. Em sua fala, ele destacou que depressão, bulling

O mês da prevenção ao suicídio no “pós-pandemia”, em 2022, se intensificou em campanhas. O setembro amarelo é uma campanha organizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), junto do Conselho Federal de Medicina (CFM), que teve sua primeira ação em 2014 e tem por objetivo a prevenção do suicídio e a conscientização da população, sendo o dia da prevenção ao suicídio o dia 10 de setembro.

Logo oficial da Campanha Setembro Amarelo 2022. Imagem: site Setembro Amarelo.

Mais de 700 mil pessoas cometem suicídio por ano, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A OMS também cita que o suicídio é a quarta causa de morte mais recorrente entre pessoas de 15 a 29 anos. Enquanto as taxas mundiais diminuíram em 36%, nas Américas essa taxa aumentou 17%. Durante a pandemia da covid-19, principalmente durante o primeiro ano, os transtornos de depressão e ansiedade tiveram um aumento de 25%.

O mês e cor que representam a campanha têm origem nos Estados Unidos, quando um jovem de 17 anos, em setembro de 1994, se suicidou. Ele possuía um carro amarelo, e no dia do velório, como homenagem, a família distribuiu fitas amarelas e frases motivacionais.
Hoje a campanha possui um site próprio, criado pela ABP, pelo CFM e pela Asociación Psiquiátrica de América Latina (APAL), onde podem ser encontradas as diretrizes de como participar da campanha, como encontrar ajuda e diversas informações.

É muito importante buscar o auxilio de um profissional para o diagnóstico e o tratamento adequado, assim como o apoio de amigos e familiares. Em todo território nacional é possível ligar para o Centro de Valorização da Vida, CVV, que presta atendimento 24 horas pelo telefone 188, de modo voluntário e gratuito.

Campanha Setembro Amarelo UFN.
Imagem: Camilla Motta

Na Universidade Franciscana, o mês está sendo marcado pela realização de diversas ações em parceria com a Pastoral Universitária, o Núcleo de Apoio a Diversidade Humana (NADH), a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), e os cursos de graduação da área da saúde. Foram convidados os professores e técnicos-administrativos para participarem das ações, entre elas terapias manuais e aromaterapia, com alunos do curso de Fisioterapia; atendimento individual com alunos do curso de Psicologia; ginástica laboral com alunos do curso de Terapia Ocupacional; e orientações sobre alimentação e bem-estar com os alunos do curso de Nutrição, visando o acolhimento e o autocuidado.

Colaborou: Yasmin Zavareze

Setembro é conhecido como o mês internacional de Prevenção ao Suicídio. Durante todo o período a CVV (Centro de Valorização da Vida) de Santa Maria organizou vários eventos para tratar do assunto que ainda é um tabu na sociedade.

Simbolo do Setembro Amarelo. Foto: divulgação.
Simbolo do Setembro Amarelo. Foto: divulgação.

A instituição do Setembro Amarelo se deu com a intenção de ajudar as pessoas a se sentirem à vontade para falarem sobre suicídio. A acadêmica T. B.   foi diagnosticada com ansiedade em 2014, e bipolaridade em 2016. Ela conta que já pensou em suicídio inúmeras vezes. “O que faz a gente pensar em suicídio é a falta de fé na humanidade/em si mesma. É quando tu só consegue ver o lado ruim das coisas e, às vezes, ver coisas ruins onde não tem. Eu acredito na prevenção do suicídio. Acho que a melhor forma de prevenir isso é mostrar para as pessoas que nem tudo é 100% ruim.”, acrescentou.

Programação

A programação desse ano teve início no dia 01 de setembro, com a ação de mobilização no HUSM, Hospital Universitário de Santa Maria, e no Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo. Na ocasião, foi feita uma panfletagem e divulgação do Setembro Amarelo. No último dia 10 de setembro, a manifestação se fez na Praça Saldanha Marinho, com shows de grupos musicais.

Amanhã e quinta, dias 14 e 15,  acontece o III Encontro Regional de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio, no HUSM. No dia 21 de setembro, às 20h, haverá uma palestra com o professor Marcelo Ustra Soares sobre depressão e atividade física, no prédio da SUCV, na Rua Venâncio Aires.

No dia 27 de setembro, o CVV participará da Tribuna Livre, na Câmara dos Vereadores para debater o tema. Por fim, no dia 28 de setembro, às 10h30min, acontecerá uma palestra sobre promoção da vida e prevenção do suicídio, na base aérea de Santa Maria.

O CVV divulgou vídeo que esclarece o processo da depressão e os modos de combatê-la.

[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=3JDak4fICL0″ title=”Vídeo%20de%20divulgação%20do%20CVV%20(Centro%20de%20Valorização%20da%20Vida)”]

 

O Brasil está entre os 28 países de um universo de mais de 160 analisados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que tem estratégia de prevenção ao suicídio. O Ministério da Saúde, por meio da rede pública, oferece atenção integral em saúde para os casos de tentativa de suicídio.

“O suicídio, de maneira geral, é compreendido como um comportamento autoagressivo, uma escolha, que, na maioria das vezes, é privada. O mesmo, é visto como uma atitude intencional de livrar-se de algum tipo de problema ou crise gerados pela desesperança e pela frustração. Já, no que diz respeito ao amargo reflexo desta questão multidimensional, o suicídio logicamente sempre é traumático. Familiares e amigos, são atingidos violentamente por sentimentos de mágoa, culpa, compunção, pesar e desespero acerca da destruição cometida por um ou mais indivíduos”, comenta o sociólogo Cláudio Ferreira.frase-o-suicidio-tanto-pode-ser-afirmacao-da-morte-como-negacao-da-vida-tanto-faz-e-mentira-fernando-sabino-100767

A maioria das pessoas com ideias de morte comunica seus pensamentos e intenções suicidas. Elas frequentemente dão sinais e fazem comentários sobre “querer morrer”, “sentimento de não valer pra nada”, e assim por diante.

O sociólogo afirma que essa campanha, enquanto movimento mundial que prioriza a conscientização da população sobre o suicídio, configura-se como uma forte “arma” de prevenção as mortes não naturais. “Todavia, esta tão importante marcha não é vista com tão bons olhos por algumas pessoas por tratar de assuntos pertinentes à morte de seres humanos, o que é um verdadeiro escrúpulo pensar dessa forma”, comenta Cláudio.

[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=lzD4uuU7d8I” title=”Setembro%20Amarelo%20-%20LaProa”]

Os dados que revelam que as mortes estão cada vez mais prematuras, abrangendo muitos jovens em idade produtiva, também devem servir de alerta. Estima-se que cinco pessoas sejam diretamente impactadas pelo suicídio de familiar ou amigo, causando mais depressão ou risco de depressão. O impacto emocional causado é muito maior do que quando se perde alguém por outra razão.

“Infelizmente a sociedade ainda não está pronta para enfrentar esse tabu. Na minha opinião, a falta de informação sobre o assunto acaba por contribuir para que os casos de suicídio ainda sejam tratados como um tabu. Além disso, quem num momento ou outro da vida já não teve a ânsia de apagar-se, de se dissipar? Todos nós é claro, e este sentimento poder ser apavorante para muitos. O homem, no geral, é temeroso ao sofrimento. Estudiosos referem-se ao medo da morte como uma forma preocupante de ansiedade, mesmo assim, porque não encararmos que somos seres que um dia irão morrer?”, complementou Cláudio.

Atualmente, o suicídio já mata mais que a AIDS.

 

 

Na tarde desta quinta-feira (17), o CVV (Centro de Valorização da Vida) vai ocupar a tribuna livre da Câmara de Vereadores para falar sobre suicídio. A entidade ainda está organizando outras atividades para marcar o Setembro Amarelo.

Símbolo do Setembro Amarelo (Fonte: CVV)

“Caminhada cinco quilômetros pela vida do outro”: voluntários do CVV sairão da Praça Saldanha Marinho e percorrerão a Rua do Acampamento, a Avenida Presidente Vargas, as ruas Serafim Valandro e Venâncio Aires e retornarão para a praça. O evento vai comemorar os quatro anos do CVV em Santa Maria  e ocorrerá dia 18 de outubro, em horário a confirmar. As camisetas do evento serão vendidas a R$ 15. O dinheiro arrecadado será destinado ao CVV.

O Husm preparou uma programação especial para discutir o suicídio em outubro, quando poderá contar com a participação de Neury Botega, psiquiatra que estuda o tema na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“Há sempre como interferir positivamente em algum elo da cadeia beneficiando todo o sistema”, frase do livro Viver É a Melhor Opção, do jornalista André Trigueiro.

Não é muito difícil perceber que alguém está passando por graves problemas e está desejando tirar sua própria vida, além dos sintomas característicos das psicopatologias associadas ao suicídio (depressão, transtornos relacionados ao uso de substâncias, esquizofrenia, transtornos de personalidade, etc) é importante acompanhar eventuais mudanças de comportamento que indiquem a tendência ao isolamento social, desinteresse generalizado, angústia e aflição, baixo rendimento escolar ou produtividade. Estes são alguns sinais de que algo pode estar errado.

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Campanha no Vale do Menino Deus (Foto: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)

Em Santa Maria, assim como no resto do país e no mundo, a maioria das mortes é de homens, que usam métodos mais letais do que as mulheres. Elas são as responsáveis pelo número esmagador de tentativas, mas os meios que utilizam são menos brutais, logo, menos eficazes.

Segundo Carlos Correia, voluntário do CVV, entidade que atua gratuitamente na prevenção do suicídio há 53 anos, as pessoas que tentam suicídio pedem ajuda, mas, normalmente, não são compreendidas. “Deixar de falar sobre o assunto só colabora para esse distanciamento social”, comenta. “O assunto suicídio deveria fazer parte, de forma muito natural, da roda de amigos, nas escolas, casas religiosas e dentro das casas”, complementa.

O interessante é que muitas pessoas estão percebendo a gravidade do problema e estão quebrando esse “tabu” que existe em torno do suicídio, como por exemplo, a banda Supercombo, que recentemente lançou a música “Amianto”, que trata desse assunto:

[youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=vRiA8cq0ZtA” title=”Supercombo%20-%20Amianto”]

Nesta quinta-feira, dia 10 de setembro, é realizado o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, criado para enfrentar o tabu em torno do assunto e a desinformação que agrava as estatísticas. Para dar mais visibilidade a esse grito de alerta em favor da vida, a Associação Internacional pela Prevenção do Suicídio (IASP) lançou o movimento Setembro Amarelo, que tenta associar esta cor à causa da prevenção do autoextermínio. A ideia é pintar, iluminar e estampar o amarelo nas mais diversas resoluções por aí.

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Imagem de divulgação do projeto (Fonte: CVV)

De acordo com estatísticas do IASP, 800 mil pessoas se matam a cada ano, 2.200 a cada dia, e um novo caso é registrado a cada 40 segundos. No Brasil, são aproximadamente 12 mil casos por ano, o que dá uma média de 32 suicídios por dia.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 90% dos casos os suicídios são preveníveis por estarem associados a patologias de ordem mental diagnosticáveis e tratáveis, principalmente a depressão. Ou seja, de cada dez casos de autoextermínio, nove podem ser evitados onde houver o diagnóstico preciso dessas patologias, o devido tratamento e a assistência das redes de cuidado e atenção.

Esse projeto, Setembro Amarelo, é auxiliado e elaborado juntamente com O Centro de Valorização da Vida (CVV), que é uma ONG formada por voluntários que atendem ligações anônimas de pessoas que precisam desabafar ou têm pensamentos suicidas. Conforme explica André Lorenzetti, da CVV, mais de um milhão de assistências anuais são realizadas pelo telefone 141, que atende 24 horas, pessoalmente ou pelo site, via chat.

O vídeo a seguir faz parte do projeto da CVV: [youtube_sc url=”https://www.youtube.com/watch?v=x6UekTKxTQY” title=”%22Compartilhe%22″]

“O tema suicídio está ausente nas conversas entre amigos, entre pais e filhos, nas aulas escolares, nos consultórios médicos e nas páginas dos jornais. O assunto só aparece quando uma celebridade comete o suicídio e a polêmica se restringe ao fato em si, sem o devido aprofundamento no que isso pode representar às nossas vidas – somos nós ou as pessoas que nos cercam potenciais suicidas? Como saber identificar, como prevenir e como pedir ajuda? É preciso quebrar o tabu do silêncio. Se outubro é o mês pela prevenção do câncer de mama, representado pela cor rosa, e novembro é pela prevenção de doenças masculinas, com a cor azul, Setembro Amarelo é um movimento mundial para conscientizar a população sobre a realidade do suicídio”, conforme texto apresentado no material de divulgação da CVV.

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Campanha no Vale do Menino Deus (Foto: Diego Garlet/Laboratório de Fotografia e Memória)

Em Santa Maria, das 10h às 12h, foram distribuídos panfletos informativos do CVV na Praça Saldanha Marinho, na frente do Hospital de Caridade e do Hospital Universitário de Santa Maria. A partir de hoje e até o final do mês, o prédio da SUCV deve ser iluminado com a cor amarela, a exemplo do que ocorre no Outubro Rosa e no Novembro Azul. A sede do Grupo RBS em Santa Maria também ganhou a cor. Além disso, um outdoor do CVV foi colocado na Avenida Medianeira.

Para colaborar, qualquer pessoa pode iluminar ou identificar a fachada de uma casa ou prédio, promover passeio de motos com balões, fitas ou panos amarelos, caminhadas com camisetas amarelas ou outras ações que impactem a população.
Todos que mandarem fotos de suas iniciativas para a fanpage do CVV poderão ver o material compartilhado no Facebook. Algumas dessas fotos serão enviadas ao IASP, que vai reunir as principais ações ao redor do mundo.

 

Setembro é um mês marcado para lembrar um problema antigo e contínuo da sociedade: o suicídio. Ao nos depararmos com a morte com data e hora escolhida pela própria vítima, as interrogações tomam espaço dos nossos pensamentos. Queremos entender o que fez a pessoa fugir deste mundo e deixar amigos e familiares com um eterno sendo de culpa ou de “eu poderia ter feito alguma coisa”.

Logo avaliamos o perfil do suicida e não encontramos desculpas para a dor alheia. Como pode uma pessoa bonita, sorridente, que estudou, que tinha um bom emprego, família, que sorria para todos, que se exercitava, que isso, que aquilo, querer morrer? Por que não pediu ajuda? Por que não sinalizou? Passada as primeiras sensações de compaixão, nosso instinto passa direto para o julgamento e lançamos a sentença: “Ninguém tem o direito de tirar a própria vida. Se matou porque quis. Sim! Porque quis”.

Penso que ainda há tempo de largarmos o martelinho de sentença tardia e atentarmos para as pessoas a nossa volta. Na experiência com aconselhamento de casais, aprendi que uma palavra certa na hora certa, uma abraço e um “vamos recomeçar?” pode mudar a história de famílias inteiras.  Tem horas que “meter a colher” é ser solidário, bom ouvinte e disposto a se expor para ver as pessoas terem um final feliz. Muitas pessoas a nossa volta precisam de um pouco da nossa atenção, de um olhar atento e de uma palavra encorajadora.

Nas voltas que a vida dá, nunca saberemos o lado que poderemos estar. Têm dias que somos usados para encorajar e tem aqueles que tudo o que desejamos é alguém para confirmar nosso valor no mundo. Carência, desespero, baixa autoestima? Tanto faz o motivo e, se não há motivos, mais fácil de resolver com um abraço e palavras de afirmação.

Podemos prevenir o suicídio. Não despreze os sinais que as pessoas nos remetem. A vida do outro deve ser tão preciosa pra nós quanto a vida daqueles que mais amamos. Além disso, não podemos esquecer de que somos agentes do amor de Deus nesta terra. Afinal, o principal mandamento é: “Amais-vos uns aos outros”. E viva o amarelo! Viva a vida!

 

O jornalista e escritor André Trigueiro fez uma palestra falando sobre suicídio para o lançamento do seu livro “Viver é a melhor opção” no último sábado, no auditório da Cesma. Em sua fala, ele destacou que depressão, bulling e aborto podem gerar o suicídio. Para Trigueiro, o bulling deve ser discutido com muito cuidado e muitos detalhes. O livro  é culminância do assunto suicídio. Em 1999, quando trabalhava como de uma rede local, investigou um caso de suicídio e se aproximou do CVV, tornando-se voluntario dessa organização e, mais tarde, diretor geral de comunicação. Foi a Brasilia na luta para conseguir um espaço nas linhas de saúde pública como 141. Foi na luta contra o Ministério Público para saber que ajudas eles podiam ter, escreveu artigos em jornais, fez programas na Globo News no Cidades Soluções, que é seu programa atual,e o livro é a culminância desses atos porque documenta estes atos como um meio de ajudar que necessita.

O jornalista comentou alguns recursos que podem ser usados para prevenção do suicídio, como o Centro de Valorização da Vida (CVV), organização não-governamental que atende pelo número 141. O CVV trabalha com escuta a pessoas com problemas emocionais e relacionais. Trigueiro menciona que apenas ao comentar seu problema a pessoa muda o tom de voz.

Em relação à repressão da mulher em seu livro, o jornalista ressalta a opressão da sociedade machista e patriarcal. Trigueiro lembra que a mulher não tem a vontade respeitada em vários aspectos, como diferença de salário mesmo no exercício da mesma função, com a mesma carga horária. “Vemos que existem inúmeras evidencias de que as mulheres não experimentam a igualdade de gênero, que a Constituição Brasileira afirma como uma cláusula petra”, observa. Ele acrescenta que a maior parte da agressão para com as mulheres parte de companheiro ou ex-companheiro. “É doloroso para ela dormir com o inimigo, pois não sabe como será no próximo dia. Muitas vezes por aflição e pânico, ela comete o suicídio”, conta. Nesses casos, o jornalista falou do clique 180, é um número para relatar agressões e que oferece recursos para que a mulher perca o medo e denunciar o agressor.

Nos casos diários, André Trigueiro fala que por mais que a cada dia o ser humano lide mais com a pressão do dia-a-dia, não se pode ter medo disso, pois todos lidam com a pressão dos desafios que a vida dá. “Pressão é uma condição inerente à vida. A pressão não deve ser encarada com uma coisa ruim. Não podemos estigmatizar a pressão. As melhores situações que a vida nos proporciona são perante pressão”, pondera. O jornalista cita uma declaração de Chico Buarque: “Minhas melhores composições saíram na pressão, pois eu tinha prazo de entrega”. Mas há aqueles que não sabem lidar com a pressão. “Não devemos sub julgar estes pela maior ou menor pressão, como o flanelinha que manobra o carro da avenida. Ele não sabe se vai ter algo para comer no final do dia, ou seja, uma grande pressão. Mesmo assim ele continua com o sorriso no rosto levando a vida”, afirma.

” Nunca foi melhor acontecer isso,pois hoje se construiu um conhecimento, um estoque de saber e conhecer das coisas. Temos ao alcance tudo que é amparo da psicologia, grupos como Alcoólicos Anônimos (AA), aonde as pessoas se reúnem, compartilham experiências, fazem terapia em grupo. Mas têm também riscos da pressão que é você chegar na primeira farmácia e pedir um remédio que vai alterar a sua função bioquímica. Você vai se sentir no primeiro momento bem, mais relaxado, e, dependendo do remédio, vai acabar se tornando um dependente químico, sem prescrição médica. Infelizmente no Brasil a medievalização da dor está tornando uma epidemia”, comenta