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Alimentos transgênicos: consumir ou não consumir? 

Hoje, ao acordar, a primeira coisa que fiz foi ir em direção à cozinha. Ora, não é nada redundante afirmar que este é o percurso padrão de boa parcela das pessoas, afinal de contas comer é

Alimentos orgânicos: para não morder a maçã envenenada

Comer frutas e verduras faz bem para a saúde, evita doenças e previne o envelhecimento precoce. As fibras encontradas nestes alimentos colaboram com o funcionamento do intestino. E, para os mais vaidosos, consumir alimentos naturais melhora

Grãos na lista da transgenia. Foto: Pixabay
Grãos na lista da transgenia. Foto: Pixabay

Hoje, ao acordar, a primeira coisa que fiz foi ir em direção à cozinha. Ora, não é nada redundante afirmar que este é o percurso padrão de boa parcela das pessoas, afinal de contas comer é uma necessidade fisiológica, e convenhamos, de manhã cedo bate aquela fome…. A questão é: você sabe o que tem ingerido ultimamente? Ou melhor, sem precisar ir tão “longe”, você sabe o que comeu no café da manhã de hoje?

É provável que não façamos vista grossa para alimentos cotidianos. Eu mesmo, hoje, degustei um pequeno pedaço de pão de centeio acompanhado de uma pequena quantia de margarina. É claro que também não faltou o costumeiro copo de leite de vaca. Café da manhã simples e prático. O que eu e você provavelmente não sabíamos é que eu ingeri, neste meu pequeno desjejum, alimentos geneticamente modificados.

Calma, não se assuste. Pode parecer, à primeira vista, algum roteiro de filme da década de 70. Aquelas ideias malucas de “coisas modificadas que ganham vida e tomam controle do seu corpo”. Mas, trata-se apenas de ciência, ciência e alimentos transgênicos. Relaxa que eu vou te explicar.

Você provavelmente já assistiu “X-Men”. A famosa série da Marvel que ganhou o mundo com a sua história de humanos mutantes com superpoderes pode perfeitamente servir como plano de fundo e explicar o que é um alimento transgênico.

Tomates estão na lista dos alimentos que mais sofrem com aplicação de agrotóxicos. Foto: Pixabay
Tomates estão na lista dos alimentos que mais sofrem com aplicação de agrotóxicos. Foto: Pixabay

Pense em um humano qualquer – pode ser você mesmo. Imagine que esta pessoa foi picada por um mosquito. Após, passou a sofrer efeitos colaterais, como febre, vertigem e desmotivação. Provavelmente a picada do mosquito infectou essa pessoa com algum vírus ou bactéria, debilitando-a. Imagine, agora, que milhares de pessoas foram vítimas da mesma espécie e tiveram sintomas iguais. Bom, se todas estas pessoas não tiverem tratamento médico adequado, é provável que possam falecer. Mas aí temos outro problema: precisamos de muitos profissionais da área da saúde, muitos medicamentos e igualmente leitos para que todos tenham recuperação e tratamento adequado. Mas tudo isso envolve muito dinheiro, seja público ou privado. Quer dizer, a não ser que todos estes homens ou mulheres fossem mutantes, e assim como os X-Men, tivessem algum poder especial para combater esse mosquito antes de serem picados, ou simplesmente possuíssem enorme resistência ao vírus ou bactéria do inseto.

Agora, pense novamente em tudo que foi escrito, mas substitua humanos por “frutas”, “legumes” ou “verduras”. O mosquito seria a metáfora para explicar a ação de pragas ou pesticidas em alguma plantação, e as questões financeiras são os problemas que cotidianamente o agricultor tem de lidar quando sua plantação é destruída pelos “mosquitos”. A grande questão da história é que, infelizmente, os X-Men só existem na ficção. Entretanto, alimentos que sofreram mutações laboratoriais para obter “superpoderes” e resistir a pragas e pesticidas são uma realidade e, para estes, é dado o nome de produtos transgênicos.

Nutricionista Cátia Stork. Foto: Patrese Lehnhart
Nutricionista Cátia Stork. Foto: Patrese Lehnhart

Agora que você já sabe o que é um alimento transgênico, deve estar se perguntando acerca da confiabilidade dos mesmos. Para isso, contamos com o auxílio de uma profissional da alimentação para nos explicar melhor. Conversamos com a professora Cátia Stork, do curso de nutrição do Centro Universitário Franciscano. De acordo com Cátia, o debate sobre os benefícios e malefícios de alimentos transgênicos é extenso, de modo que não há como se ter certeza plena acerca do seu consumo.

Os argumentos favoráveis são de que esses alimentos possuem valor nutricional maior do que outros que não sofreram esse processo. “Ele vai aumentar o teor de alguma vitamina especifica, de algum composto fotoquímico, destinado para pessoas com deficiência desse nutriente”, destaca Cátia.

Outro ponto benéfico desse tipo de alimento, segundo a professora, é que a produção pode ocorrer em escala maior, já que os transgênicos são colhidos com maior rapidez e com menor perda por serem resistentes a pragas e agrotóxicos. Uma boa solução, em tese, para a fome que o mundo passa.

Já os pontos contrários dão conta de que o consumo foi modificado para resistir a agrotóxicos, o que pode causar sérios prejuízos à saúde, além da biodiversidade. Adiante, pesquisas carecem de informações que deem conta de benefícios plenos dos transgênicos, servindo o próprio ser-humano como cobaia. Questionada sobre o fato de podermos ou não utilizar alimentos geneticamente modificados com segurança, Cátia foi sucinta: “Se for para um benefício nutricional, sou a favor. Mas com relação à resistência de agrotóxicos já fico em dúvidas, pois carece de estudo. É complicado se posicionar sem ter embasamento cientifico suficiente”, pondera a nutricionista

Pesquisa feita com roedores levantou riscos de câncer

Brasil é um dos maiores produtores de alimentos transgênicos. Foto: Pixabay
Brasil é um dos maiores produtores de alimentos transgênicos. Foto: Pixabay

Em setembro de 2012, uma pesquisa francesa, publicada pelo renomado periódico internacional Food and Chemical Toxicology (revista que publica artigos originais sobre os efeitos tóxicos de alimentos e medicamentos em humanos e animais), revelou os resultados de um estudo feito com ratos de laboratório, onde se constatou que após longo consumo de milho transgênico os roedores passaram a sofrer de câncer com três vezes mais frequência.

Coordenado por Gilles-Eric Seralini – professor da Universidade de Caen, na França, o estudo também observou que ratos alimentados com o milho transgênico morreram antes do previsto. Dos detalhes da pesquisa, destaca-se que o roedor alimentado com milho transgênico veio há falecer um ano antes do que a outra cobaia, que estava comendo produtos sem modificações genéticas.

Em outubro do mesmo ano, porém, uma comissão francesa rejeitou os resultados colhidos por Seralini. Segundo o Alto Conselho de Biotecnologia do país, o câncer que adquiriu os roedores da pesquisa não possui ligação alguma com o milho transgênico ao qual consumiram. Para o conselho – que pediu um estudo independente do caso-, o método aplicado por Seralini e sua equipe seria inadequado. O pesquisador rebateu, afirmando que o milho utilizado em suas pesquisas – de procedência de uma empresa chamada “Monsanto”, uma transnacional que produz transgênicos – deveria ser banido da França. Pontuou, porém, que vê com bons olhos a recomendação de se realizar um estudo independente do caso.

Em dezembro de 2009, Seralini – que faz parte de um grupo de pesquisas sobre segurança alimentar, o Criigen – já havia publicado um estudo semelhante, igualmente utilizando ratos como cobaia. Na época – utilizando a mesma metodologia, quando também alimentava os roedores com milho transgênico -, constatou-se que os animais sofreram de graves danos nos fígados e rins, assim como efeitos no coração, baço e glândulas supra-renais.

Cultivo da soja transgênica no Brasil. Foto: Pixabay
Cultivo da soja transgênica no Brasil. Foto: Pixabay

Brasil é segundo colocado mundial no cultivo de transgênicos

Segundo dados de um relatório feito pelo Isaaa (Serviço Internacional para Aquisição de Biotecnologia Agrícola) em 2014, o Brasil é o segundo país no mundo em área de cultivo de alimentos transgênicos, o que representa 23% do total mundial, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que contabiliza 40%.

O relatório – que diz respeito ao ano de 2013 – também revelou que os alimentos transgênicos representam 170 milhões de hectares de cultivo no mundo, destes, 40,3 milhões são do Brasil. O país também é o que mais cresce em produção, o que culminou em um amento de 10% quando comparado à coleta de dados referente ao ano de 2012.

A efeito de curiosidade, em 1996 a produção de transgênicos no mundo era de apenas 1,7 milhões de hectares. Os países em desenvolvimentos são os que representam a maior parte em termos percentuais.

Retrocesso informacional

T2Apesar dos constantes debates inconclusos acerca dos perigos ou não de alimentos transgênicos, uma coisa é fato: o consumidor merece dispor de informações do alimento que vai consumir. Apesar de óbvio, em maio do ano passado um retrocesso: projeto de Lei que elimina a rotulagem de alimentos transgênicos foi aprovado.

Tendo o deputado ruralista Luiz Carlos Heinze (PP-RS) como autor, o Projeto de Lei 4148/2008, que tramitava na Câmara dos Deputados desde 2008, recebeu o voto favorável de 320 congressistas, antes 135 contrários. Como justificativa do parlamentar, Heinze afirmou que o projeto é necessário, pois, segundo ele, alimentos transgênicos são seguros. Além disso, afirma que a proposta não omite informações do consumidor.

A afirmação, porém, carece de maior embasamento, ao passo em que não há nenhum estudo que comprove de forma integral que alimentos geneticamente modificados são seguros ou não. Além disso, o consumidor só irá dispor da informação nos rótulos de comida se a presença de elementos transgênicos for maior que 1%. O projeto, porém, agora precisa ser aprovado pelo Senado Federal.

Ao passo em que países como Portugal proíbem o uso de transgênicos por falta de comprovação de se é ou não seguro, os parlamentares brasileiros aprovas medidas que omitem informações do consumidor.

As vantagens ou desvantagens que contornam os transgênicos podem ser ainda mais ampliadas conforme se estende o debate sobre o assunto. No passo em que novas pesquisas são realizadas a todo momento deve o consumidor ficar atento ao que consome, sempre na busca por uma qualidade de vida melhor.

Por Patrese Lehnhart, Iuri Patias e Lucas Schneider. Matéria produzida para a disciplina de Jornalismo Especializado II.

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Frutas e verduras são essenciais para uma vida saudável
Frutas e verduras são essenciais para uma vida saudável

Comer frutas e verduras faz bem para a saúde, evita doenças e previne o envelhecimento precoce. As fibras encontradas nestes alimentos colaboram com o funcionamento do intestino. E, para os mais vaidosos, consumir alimentos naturais melhora a aparência da pele, unhas e cabelos.

Pronto! É só adotar a alimentação natural que as pessoas serão mais saudáveis, bonitas e felizes. Mas, será que dá para falar em alimentação 100% natural na atualidade? Será que não há nenhum risco à saúde na feira do brasileiro? E, se ao contrário, as pessoas estão gradativamente se envenenando a cada mordida da maçã?

Por trás da aparência perfeita dos vegetais expostos na maioria dos supermercados há um ingrediente perigoso, o agrotóxico. Este componente é usado pela maioria dos agricultores para deter larvas e insetos que se alimentam da plantação e comprometem a colheita. O agrotóxico, com o decorrer do tempo, intoxica o organismo e causa doenças que só serão detectadas em longo prazo.

Quem tem horta em casa está no lucro. Já quem deseja proteger a saúde da família e não tem tempo, tampouco leva jeito com as hortaliças, deve procurar opções para praticar a alimentação saudável, longe dos transgênicos, que são alimentos modificados com aditivos químicos.

É possível morder a maçã sem ser envenenado?

Verduras frescas e sem agrotóxico é orgulho do produtor rural. Foto: Luisa Neves
Verduras frescas e sem agrotóxico são orgulho do produtor rural

Há 12 anos, o casal de produtores rurais Carlos e Fátima Corrêa entrega cesta de verduras em Santa Maria. Os clientes ligam, fazem a encomenda, marcam o endereço e uma vez por semana recebem, na porta de casa, nove qualidades de verduras fresquinhas e, o que é melhor, 100 % naturais. No começo das atividades, os Corrêa queriam apenas comercializar ovos de codorna. Com o tempo, perceberam que o esterco das aves deixou o solo fértil e apto para o cultivo. Desta forma, a venda das hortaliças passou a ser fonte de renda para a família. Os agricultores destacam que alguns clientes consomem suas verduras desde o começo do negócio, há mais de uma década.

O que mantém a fidelidade da clientela dos Corrêa é a garantia de que nenhum dos seus produtos é cultivado com agrotóxico, que Corrêa chama de veneno. “O processo de envenenamento é muito simples e é uma cadeia perigosa. Quando uma minhoca entra na planta fertilizada com veneno, ela é contaminada. Logo, o passarinho ingere a minhoca e se envenena. Depois, o gato que come o passarinho se intoxica e morre”, ilustra. Segundo o agricultor, um veneno fica na terra por 120 dias. Neste período, milhares de alimentos contaminados são levados à mesa das famílias.

Seu José Corrêa considera sua produção pequena. Ele, que tem a esposa como a única coprodutora das cestas de verduras, lembra que chegou a entregar 60 cestas por semana. Atualmente, entrega os alimentos para 30 famílias do centro de Santa Maria e no bairro Camobi. “Meus clientes são pessoas esclarecidas a respeito dos danos que os transgênicos causam à saúde. Estas pessoas fazem questão de garantir a qualidade da alimentação para evitar doenças causadas por toxinas, usadas nas grandes plantações”, destaca.

 

Consumir alimentos sem agrotóxicos é mais caro?

Horta cultivada apenas com adubo orgânico.
Horta cultivada apenas com adubo orgânico

Algumas pessoas acreditam que os alimentos orgânicos são mais caros. Assim, enchem o carrinho no supermercado de hortifrutigranjeiros com agrotóxicos por acreditarem na economia oferecida pelas placas de promoção expostas nas gôndolas. Corrêa, uma vez por semana, visita os supermercados para ver a qualidade das verduras e se atualizar dos preços. Ele garante que vale a pena o consumidor comprar produtos orgânicos, já que a economia imediata pode se transformar em outro tipo de despesa em longo prazo, como o uso de medicamentos para desintoxicar o organismo. O agricultor garante que comprar direto dos produtores e feirantes não é mais caro. Vale lembrar que a informação está ao alcance de todos. Pesquisar preços e verificar a procedência dos alimentos é pensar no presente e evitar males no futuro.

O caminho da verdura nossa de cada dia

A produtora rural Fátima Corrêa conta que tinha a intenção de vender somente mudas de hortaliças, mas os clientes, que viraram amigos da família, insistiram na aquisição de produtos naturais. “Nós mesmos plantamos. Preparamos os canteiros, colocamos as mudas e as protegemos das aves sem usar venenos. Para isso, deixamos que outras plantas cresçam junto às mudas. Assim, os predadores virão nas ervas que nascem ao redor e não comerão as verduras”, explica.

Os animais também merecem uma alimentação saudável, livre de aditivos químicos.
Os animais também merecem uma alimentação saudável, livre de aditivos químicos

“Plantamos 40 pés por vez para sempre termos produtos novinhos”, conta Corrêa. O dia de colher e embalar as verduras é segunda-feira. Nas terças, o casal vai cedo para a cidade entregar as encomendas. O que não serve para vender é destinado à alimentação do segundo meio de sustento da família, as vacas, as quais são cuidadas somente com homeopatia. A criação de gado da família não é submetida ao tratamento com antibióticos. “Tudo o que sobra da horta vai para as vacas ou serve como adubo”, acrescenta. Desta forma, os alimentos podem ser consumidos sem preocupação.

 

Mas, por quanto tempo a mesa brasileira terá alimentos orgânicos?

Alimentação natural não pode virar coisa do passado

Corrêa mostra a plantação com orgulho, mas demonstra preocupação com o futuro dos alimentos orgânicos. “Será que ainda teremos tudo isso no futuro?”, questiona. Ele comenta que para manter as cestas de verduras é necessário empenho, sacrifício e amar o que faz, além de depender da horta para o sustento da família. “Não sei se teria continuado se esta não fosse a nossa fonte de renda”, reflete.

Segundo o engenheiro agrônomo da Emater Francisco Traesel,  o cultivo dos orgânicos não vai acabar. Ele enfatiza que se o produtor tiver paciência vai encontrar nesta atividade um nicho de mercado rentável. “Hoje as pessoas estão preocupadas com a saúde. O consumidor quer saber a origem dos alimentos e quer pagar pela qualidade”, explica.

Como o cultivo de orgânicos é mais lento e o retorno financeiro demora, a Emater de Santa Maria dá assistência técnica para que os produtores de alimentos orgânicos tenham persistência no cultivo sem agrotóxico. “Uma planta cultivada com agrotóxico vai ser colhida em pouco tempo, mas não vai ter o mesmo sabor e qualidade da planta orgânica. Além disso, o componente químico ataca pontualmente a saúde do produtor”, destaca.

O engenheiro lembra que antigamente o agrotóxico era letal. Hoje, por ser mais fraco, o defensivo agrícola se acumula no sangue, no coração, no rim e no pulmão e, a maioria dos produtores não toma o cuidado necessário antes de manusear. “Além da preocupação com a saúde do produtor e do consumidor, a Emater alerta para a saúde do solo. Um solo protegido, balanceado com bom teor de matéria orgânica, é um solo protegido e rentável”, declara Traesel.

“Sustentamos nossa casa e conseguimos formar nossos filhos comercializando produtos da nossa horta e sem colocar venenos”, alegra-se Fátima com o sentimento de dever cumprido. Ela enfatiza que não bastava plantar para vender. Tinha que passar adiante produtos que não fizessem mal para as pessoas.

Para que os alimentos orgânicos não virem coisa do passado, é necessário respeitar o meio ambiente e a saúde das pessoas e dos animais. Procurar, pesquisar, escolher e exigir o alimento saudável é direito de todos. Rejeitar os transgênicos e denunciar a venda de alimentos de origem duvidosa já é obrigação. Oferecer alimentos orgânicos é privilégio de quem aproveita os recursos do solo sem prejudicá-lo. É suprir os nutrientes não renováveis sem explorar a natureza. Desta forma, todo mundo ganha.

 

 

selo sustentabilidadeFotos: Luisa Neves – Ambjor

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