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Santa Maria, RS, Brazil

A arte do desapego do que não precisamos mais

Aquela bolsa escondida no fundo do guarda-roupa, junto com o lenço horrível que você ganhou de aniversário. Desapegue-se deles e ainda lucre. No meio do auge do comércio na Internet surgem as trocas. Grupos no Facebook são criados e os produtos inúteis ganham novos donos e novas utilidades.

A acadêmica de psicologia Gabriela Lima, 22 anos fundou o grupo Desapegos em Santa Maria. Um local de trocas dentro do Facebook. A ideia foi inspirada em grupo de brechós, de Caxias do Sul. Gabriela chamou mais três amigas e deu início às trocas. Além de facilitar a vida dos santa-marienses ela conseguiu se livrar de alguns jeans que foram comprados na impulsividade. “Ainda não ganhamos nada financeiramente com o Desapegos por administrar o grupo. Somente o mesmo que as outras meninas ganham, que é, no caso, o valor pelo qual vendemos as roupas que não usamos mais”, explica Gabriela.

A editora do blog De Par com a Moda, Luana Ribeiro, 24 anos foi convidada para participar de um desses grupos que andam dominando o mundo virtual. No começo ela gostou da ideia, tendo em vista que o objetivo era ser uma prática sustentável e que de alguma maneira evitasse o consumismo. Após algumas semanas a blogueira percebeu que o foco era outro, e se surpreendeu com o interesse quase desesperado das pessoas em passar adiante seus pertences vendendo. “Não me agrada a ideia de saber que a roupa que estou usando foi usada inúmeras vezes por alguém que não faço a mínima ideia de quem seja. Não tenho vontade de desapegar das minhas coisas e muito menos de me apegar nas coisas de outros”, critica Luana.

Quem aderiu a essa prática foi o estudante de administração Igor Fuchs, 24 anos. Ele comprou um violão e um HD externo em grupo de trocas via Facebook. “Escolhi essa opção por ser mais barato e o vendedor parecia ser de confiança”, contou o comprador virtual.

Mas o mercado da internet não é um mar de vantagens. A Coordenadora do curso de Economia da UNIFRA, Taize Lopes,  explica que as promoções e facilidades em compras podem levar ao consumismo, caso o comprador não seja disciplinado. As pessoas acabam comprando o que não precisam só porque está na promoção. “As trocas diminuem o consumismo. Quando começamos a trocar temos uma nova percepção e isso é economia”, acredita a economista.

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Aquela bolsa escondida no fundo do guarda-roupa, junto com o lenço horrível que você ganhou de aniversário. Desapegue-se deles e ainda lucre. No meio do auge do comércio na Internet surgem as trocas. Grupos no Facebook são criados e os produtos inúteis ganham novos donos e novas utilidades.

A acadêmica de psicologia Gabriela Lima, 22 anos fundou o grupo Desapegos em Santa Maria. Um local de trocas dentro do Facebook. A ideia foi inspirada em grupo de brechós, de Caxias do Sul. Gabriela chamou mais três amigas e deu início às trocas. Além de facilitar a vida dos santa-marienses ela conseguiu se livrar de alguns jeans que foram comprados na impulsividade. “Ainda não ganhamos nada financeiramente com o Desapegos por administrar o grupo. Somente o mesmo que as outras meninas ganham, que é, no caso, o valor pelo qual vendemos as roupas que não usamos mais”, explica Gabriela.

A editora do blog De Par com a Moda, Luana Ribeiro, 24 anos foi convidada para participar de um desses grupos que andam dominando o mundo virtual. No começo ela gostou da ideia, tendo em vista que o objetivo era ser uma prática sustentável e que de alguma maneira evitasse o consumismo. Após algumas semanas a blogueira percebeu que o foco era outro, e se surpreendeu com o interesse quase desesperado das pessoas em passar adiante seus pertences vendendo. “Não me agrada a ideia de saber que a roupa que estou usando foi usada inúmeras vezes por alguém que não faço a mínima ideia de quem seja. Não tenho vontade de desapegar das minhas coisas e muito menos de me apegar nas coisas de outros”, critica Luana.

Quem aderiu a essa prática foi o estudante de administração Igor Fuchs, 24 anos. Ele comprou um violão e um HD externo em grupo de trocas via Facebook. “Escolhi essa opção por ser mais barato e o vendedor parecia ser de confiança”, contou o comprador virtual.

Mas o mercado da internet não é um mar de vantagens. A Coordenadora do curso de Economia da UNIFRA, Taize Lopes,  explica que as promoções e facilidades em compras podem levar ao consumismo, caso o comprador não seja disciplinado. As pessoas acabam comprando o que não precisam só porque está na promoção. “As trocas diminuem o consumismo. Quando começamos a trocar temos uma nova percepção e isso é economia”, acredita a economista.